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Paleontologia II_Resumo das Aulas

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Paleontologia II
Resumo das Aulas
Fósseis – Generalidades
São reconhecidas aproximadamente 1,5 milhão de espécies animais e vegetais viventes atualmente. Para toda a história da vida da Terra, estima-se que aproximadamente 4,5 milhões de espécies tenham vivido ou existam. 
Esses valores englobam toda a biota. Hoje em dia, apenas em torno de 130.000 espécies fósseis são identificadas. 
Correspondem a 8,7% do número de espécies vivas conhecidas e a menos de 3% do total provável de organismos.
Um aspecto importante é que a preservação fossilífera é desigual, dependendo tanto das características do organismo como do seu habitat e das condições geológicas para sua preservação.
Nem todos os animais e/ou plantas tiveram chances equivalentes de preservação como fósseis; nem todos os ambientes geológicos são propícios à fossilização.
A maior parte dos fósseis é encontrada em ambientes marinhos, apenas secundariamente em ambientes terrestres especialmente favoráveis à preservação como gelo, âmbar, turfeiras, asfalto. Esses são locais ou ambientes biologicamente inertes, herméticos à decomposição.
Algumas rochas são formadas quase exclusivamente por fósseis, são as rochas ditas biogênicas.
Alguns exemplos de rochas biogênicas marinhas: 	Radiolaritos (formadas por radiolários)
							Diatomitos (formadas por diatomáceas)
							Coquinas (formadas por conchas de moluscos bivalves)
Exemplo de rochas biogênicas terrestres: 		Linhito (formadas por vegetais lenhosos)
A composição química e o tipo do esqueleto determinam a preservação dos organismos como fósseis. Esqueletos com altas taxas de mineralização tendem a ser preservados.
Fósseis e Habitat
Fósseis mais comumente associados a determinados tipos de rochas indicam ambientes (geográficos e ecológicos) que as espécies, em vida ocuparam ( Habitat
Principais Habitats: águas continentais, mares; ambientes terrestres.
Nicho ( Local restrito de habitação; posição definida no sistema ecológico.
Paleoecologia ( Entendimento dos Habitats ocupados por animais e plantas objeto de estudo da paleontologia.
Atualmente são reconhecidas –por comparação das faunas terrestres - 6 províncias zoogeográficas: 
Distribuição das espécies
Tipos de distribuição
Distribuição Geográfica ( Espaço
Distribuição Ecológica ( Habitats
Distribuição Geológica ( Tempo
Se a Distribuição é voluntária é observado o fenômeno da Migração.
	Ex: migração de Aves e mamíferos (figura1).
Se a Distribuição é involuntária estamos diante do fenômeno de Dispersão.
Ex: Ação de ventos e correntes marinhas na distribuição de Polens e Plâncton. (figuras 2 e 3)
Obstáculos de qualquer natureza à Distribuição são denominados Barreiras. Podem ser topográficas; climáticas; presença de massas de água; vegetação; variação na salinidade; presença de competidores; escassez de alimentos, e outras. (ex: desertos, cordilheiras de montanhas, oceanos são todos barreiras naturais à dispersão)
Movimentos Migratórios
 
Figura 1: Movimentos migratórios de manadas de Búfalos (foto à esquerda) e Renas e de aves como patos, gansos e flamingos (foto à direita) integram o mecanismo de distribuição das espécies. Fonte: National Geographic Magazine, visitada em 13/10/2004. 
http://lava.nationalgeographic.com/cgi-bin/pod/archive.cgi?month=5&day=16&year=03&tid=82.
Principal Habitat ( Marinho
Representa a maior percentagem dos sedimentos antigos. 
Sua universalidade empresta caráter de fauna-padrão na Estratigrafia às espécies marinhas.
As assembléias fósseis marinhas são mais variadas que as dos continentes.
Movimentação da água se dá por correntes (fig 2) marés e vagas.
Petersen (1913-1918): estudou ambientes marinhos rasos diversos e identificou as seguintes características gerais.
Associações típicas de fauna existem sob condições definidas, sendo limitadas por elas.
Modificações nas condições físicas causam mudanças de Associações ainda que certos elementos permaneçam constantes.
Condições que controlam os ambientes: temperatura, salinidade; transparência; caráter de fundo. A profundidade, para os ambientes estudados, não é fator crítico, tendo influência secundária.
Faixa Fótica (aonde a luz penetra): 300m aproximadamente. A luz controla a atividade vegetal, sua abundância. Algas verdes, pardas e vermelhas vivem até 50 metros de profundidade.
A temperatura é o principal fator de zoneamento vertical. Varia de –2,22o C a 16,7o C nos mares polares e de 26,67o C a 32o C nos mares tropicais. As larvas são mais sensíveis à temperatura.
A salinidade média é de 3,5%, embora seja muito variável, pois depende das condições de aporte de sais (dos continentes), da circulação de água (correntes marinhas), da temperatura (taxa de evaporação). Animais como mexilhões e ostras conseguem habitar locais com até 1/3 da salinidade média (em torno de 1,2%), em deltas de rios e estuários.
Essas condições acabam registradas nos sedimentos, que reflete em algum grau o ambiente físico predominante. Também são marcadas as variações faunísticas ali enterradas. 
Plâncton, Nécton, Bento
Animais Planctônicos ( habitam as superfícies das águas e são transportados pela ação das correntes, podem ser sempre planctônicos (holo plâncton) ou só parte da vida (mero plâncton), quando vivem grudados em troncos de madeira ou outros corpos são chamados agregados ou epiplâncton. Ex:. Exemplos de holoplancton são as Globigerinas e Radiolários, fitoplâncton e krill (figs 2 e 3). Alguns peixes que passam a fase larvar como plâncton (meroplanctônicos), Cracas e Lepas, que se grudam a objetos flutuantes (epiplâncton) e folhas e troncos flutuantes (pseudoplâncton) constituem outras variedades de seres planctônicos.
Animais Nectônicos (habitam uma faixa abaixo da superfície até profundidades batiais e abissais. Sua característica é a habilidade de nadarem, podendo se deslocar sem depender de correntes. Ex: Peixes e mamíferos marinhos (holonectônicos), larvas de equinodermes (meroplanctônicas), parasitas que grudam em peixes maiores (epiplanctônicos). 
Animais Bentônicos ( habitam os fundos aquáticos, podem ser fixos (sedentários) como os corais ou com capacidade de locomoção (vágeis). Ex: crustáceos como siri, caranguejo, etc. 
A combinação das zonas planctônicas e nectônicas constitui os ambientes Pelágicos, dos mares abertos.
Biocenose X Tanatocenose
Quando há uma assembléia de animais fossilizados, que pertenceram àquele habitat preservado, tem-se uma situação de Biocenose, onde os fósseis representam uma dada cadeia ecológica. 
Por outro lado, quando numa dada assembléia fossilífera animais bentônicos, nectônicos e planctônicos são encontrados juntos num mesmo ambiente, temos uma situação de Tanatocenose que configura um ajuntamento de cadáveres de diferentes ambientes. 
Fitoplâncton no Mar da Arábia 
Figura 2: Fitoplâncton no mar da Arábia Acima: cor natural; Abaixo: concentrações de clorofila. Fonte: Earth Observatory News, foto de 06/10/2004. 
Krill na Nova Zelândia
Figura 3 - Logo afora à Península de Kaikoura, Nova Zelândia o fundo oceânico atua como “um canhão submarino”, onde correntes misturam e trazem para a superfície, produzindo um caldo rico em nutrientes. (Texto adaptado de " Mistérios Fundos fazem de Canhão Kaikoura, 1998 ", junho, revista National Geographic). 
Foto: Maria Stenzel
As correntes marinhas afetam a distribuição das temperaturas, transportam nutrientes (vide a figura 3), circulam pelos fundos oceânicos, levando alimento aos animais das profundezas abissais. Se litorâneas atuam na dispersão de larvas e levam nutrientes e sedimentos ao longo da costa.
Tipos de Fossilização
A fossilização se dá principalmente pela alteração de restos orgânicos, por substituição de elementos, destilação, recristalização, permineralização ou incrustação. 
Os fósseis podem se apresentar:Petrificados (processo de substituição): quando há a retirada de um material e sua substituição simultânea por outro de natureza diferente. Ex: silicificação, calcificação, piritização, principalmente. Quanto mais lento o processo, feito molécula a molécula, melhor a preservação das estruturas orgânicas como cópias (processo de substituição de elementos) Esta situação é conhecida como histometabase. Se a decomposição for rápida não há boa preservação.
Permineralizados: adição de novos elementos minerais que se associam aos restos orgânicos, preenchendo os poros das partes duras (ossos, conchas), gerados pela decomposição das partes moles dos organismos.
Incrustados (tipicamente grutas calcárias) adição de elementos. As partes resistentes são envolvidas por película mineral, ex: Rio das Velhas e Lagoa Santa, MG.
Carbonizados: (carbonificação) ou desrtilaçao, ocorre quando os componentes voláteis da matéria orgânica (hidrogênio, oxigênio e nitrogênio) escapam durante a decomposição, deixando uma película de carbono que preserva a forma do organismo. Ocorre soba água e os principais elementos fósseis são folhas, graptólitos, peixes, etc.
Recristalizados: processo que conduz à obliteração das microestruturas originais das partes duras, por exemplo, uma concha de braquiópode, que é constituída de calcita fibrosa e pode vir a se tornar em um mosaico de de cristais. Pode haver alteração química (aragonita ( calcita).
Referências Bibliográficas
Imagens obtidas da Internet (domínio público) ou dos sites National Geographic (figuras 1 e 3) e Earth News Room Observatory (NASA, figura 2).
Brito, I. M. Era Mesozóica,: Quando os répteis dominavam a Terra. UFRJ, Contribuição Didática no 6,1993, 41p.
Mendes, J. C. Introdução à Paleontologia Geral, Biblioteca Científica Brasileira – Coleção do Estudante, RJ, 1960 (1a edição), 384p, RJ..

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