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Sintese Objetivos Aula 1-3

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SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
AULA 1 – Direito Positivo e Sociedade: A sociologia jurídica e judiciária no campo das ciências sociais. 
1- Apresentar o Plano de Ensino e o Mapa Conceitual da disciplina;
Sociologia Jurídica é a ciência que vem estudar o fenômeno jurídico como um fato social ou como conseqüência de uma realidade social.
2 - Compreender a importância da disciplina no rol das Ciências Sociais e para o aprimoramento do Direito;
A disciplina Sociologia Jurídica e Judiciária caracteriza-se por ser um espaço privilegiado de realização do estudo do Direito como demanda social e das instituições jurídicas brasileiras.
3 - Compreender o caráter analítico e reflexivo da disciplina, voltado à produção de uma Sociologia sobre o Direito e o Poder Judiciário no Brasil;
A disciplina Sociologia Jurídica busca direcionar o discente para o exercício de um comportamento crítico e analítico da Ciência Jurídica. Foca a análise dos fatores de produção, transformação e distribuição do Direito, quanto a esta priorizando investigações em torno de uma necessária democratização da justiça.
4 - Mostrar a importância, para a sociedade e para o mercado, de uma formação profissional pautada nessas características; 
A disciplina Sociologia Jurídica é autônoma e visa capacitar o aluno a realizar críticas, através do estudo do Direito, já que seu papel é a denúncia da realidade social.
5 - Apontar conexões e distinções da Sociologia Jurídica e Judiciária com outras disciplinas do curso, especialmente Fundamentos de Sociologia e Antropologia, Ciência do Direito, Ciência Política, Filosofia Jurídica e História do Direito;
A diferença entre a Sociologia Jurídica e a Ciência do Direito - A sociologia jurídica descreve a realidade social do direito sem levar em conta sua normatividade. A ciência do direito enfoca o direito pelo seu aspecto estritamente normativo, isto é, pelo conjunto de leis e regras escritas e emanadas do Estado, eliminando qualquer elemento não jurídico. 
A diferença entre a Sociologia Jurídica e a Filosofia do Direito - A Sociologia Jurídica procura a existência; a Filosofia preocupa-se com a essência. 
A conexão entre a Sociologia Jurídica e a História do Direito - As duas mantêm características genéricas: as leis gerais e as figuras típicas do comportamento jurídico na sociedade.
Relação da Sociologia Jurídica com os demais ramos do Direito - Se por um lado, a sociologia jurídica tem autonomia como ciência, por outro está intimamente relacionada com todo o direito – família, sucessões, penal, trabalhista, fiscal etc. – pela simples razão de ocorrem na sociedade todos os fatos que repercutem nos mais variados ramos do direito.
Escola Jusnaturalista ou direito natural - O jusnaturalismo surgiu com os filósofos gregos Heráclito, Aristóteles, Sócrates e Platão.
Segundo os jusnaturalistas, o Direito é um conjunto de ideias ou princípios superiores, eternos, uniformes, permanentes e imutáveis. Princípios estes que o homem tem na mente desde o nascimento.
A origem do Direito está indiretamente ligada à divindade, pois Deus mostrava o caminho a ser seguido e o homem nascia com suas próprias leis, a fim de traçar-lhe o caminho e a conduta a ser seguida. Esta teoria influenciou escolas posteriores e se mantêm até nossos dias, com algumas alterações. A justiça é absoluta na medida que se inspira no direito natural que é eterno, imutável e universal.
Escola Teológica - Esta escola está diretamente ligada à divindade, pois alicerça a origem do direito em Deus, pois as primeiras leis não somente foram inspiradas por Deus, mas escritas e outorgadas por ele. 
A Escola Teológica anuncia um pensamento muito semelhante ao do jusnaturalismo, no entanto a própria divindade escreve a norma e entrega ao ser humano. Como exemplo o decálogo que, segundo a narração bíblica, foi escrito pelo próprio dedo de Deus, em duas tábuas de rocha, sobre o Monte Sinai, e entregue ao profeta Moisés.
O pensamento da Escola Teológica serviu como base para a tese do direito divino, segundo o qual o direito de governar é delegado por Deus ao soberano, não devendo este qualquer satisfação a seus súditos. O direito divino dos reis foi o coroamento do absolutismo monárquico que predominou na Europa na Idade Moderna. Os exemplos mais marcantes de soberanos que se julgavam investidos por deus no poder, foram Jaime I, da Inglaterra, e Luís XIV, da França. 
Escola Racionalista ou Contratualista - Por volta do século XVII e XVIII, surge uma série de filósofos que defendiam uma nova ideia, o pacto social (consistia no acordo do individuo para viver em coletividade). Esse grupo de filósofos chamamos de Racionalistas ou Escola Contratualista. Segundo os racionalistas, duas são as categorias de Direito: Direito Natural e Direito Positivo. Direito natural seria aquele conjunto de princípios permanentes e imutáveis, cuja origem é a natureza racional do homem, decorrentes da razão.
Essa corrente manteve a ideia do direito universal e imutável mostrado pelos jusnaturalistas, mas acreditavam que o direito, não se originava de inspirações divinas, e sim da razão humana; o homem, raciocinando sobre sua natureza e destino, pelo esforço da razão, cria um direito inflexível e perfeito, que serve para inspirar os legisladores do direito positivo. Para os racionalistas o direito natural era um ordenamento ideal, pois correspondia a uma justiça superior e suprema.
O Direito Positivo decorreria do pacto social ou contrato social a que o homem fora levado a celebrar entre si para viver em coletividade. O homem é essencialmente um ser social, não pode viver isolado. Da necessidade dos homens viverem juntos surgiu a sociedade.
O direito positivo é o ordenamento jurídico em vigor em um país. Ressalta-se que ss positivistas negam a existência do direito natural, pois segundo eles o direito natural não passa de um ideal que o ser humano almeja. Para os positivistas só existe o direito positivo, imposto pelo Estado, reconhecido pela sociedade e aplicado pelos magistrados.
A Escola Racionalista foi reverenciada por vários filósofos, autores de obras notáveis como: Jean Jacques Rousseau; Augusto Comte e Thomas Hobbes.
Escola Histórica - Frederico Charles de Savigny, foi o fundador dessa escola, cuja origem foi Alemanha, no final do século XVIII e começo do século XIX, contrariando a existência de um direito natural, permanente e imutável, esta escola, ao invés de investigar o que deveria ser o direito, passou a pesquisar como ele se formava nas sociedades.
Segundo a Escola Histórica o direito era um produto histórico, decorrente não da divindade ou da razão, mas da consciência dos povos, portanto o direito nascia na sociedade, o objetivo era eliminar a ideia de universalidade e imutabilidade do direito natural. Os direitos são mutáveis conforme uma dada época e suas circunstancias, e não se originam de ninguém além das aspirações do coletivo popular com sua cultura única.
A maior preocupação da Escola Histórica foi afastar a concepção do direito natural, para esta escola o direito era um produto histórico, sujeito a permanente e natural evolução, não estabelecido pela vontade dos homens ou revelado por Deus, ou pela razão, mas pela consciência nacional do povo.
O ponto forte da Escola Histórica foi mostrar que os fundamentos do direito se encontravam na vida social e que era formado gradativamente pelas tradições e costumes.
Escola Marxista - surgiu no século XIX com as ideias de Karl Marx e Friedrich Engels. 
Segundo a Teoria Marxista o direito pressupõe o Estado, surgindo quando há uma sociedade, ou seja, o Direito só existe quando uma sociedade se tornada organizada sob a forma do chamado Estado que faz e cumpre o Direito, portanto para essa teoria o direito pressupõe Estado. Evidente que uma análise atenta das ideias de Karl Marx nos levará a entrar em discordância quando ele afirma que não existia Direito antes do Estado formal. A ideia marxista era de que o estado seria sempre usado como uma máquina dedominação de classes, por isso deveria deixar de existir. Para Marx o Estado era um instrumento de pressão.
Na teoria Marxista o Direito tem origem, não em Deus, nem na razão ou na consciência coletiva, mas no Estado, não existindo direito sem Estado, nem Estado sem direito. Concepção esta que nega todas as outras, colocando o Estado acima de tudo.
Escola Sociológica - Emile Durkheim fixou definitivamente as relações entre o direito e a sociedade. Considera o direito um fenômeno social, decorrente do convívio do homem em sociedade, nesta concepção o direito tem sua origem nos acontecimentos da vida em sociedade, práticas e comportamentos que demonstrem os seus costumes, valores, tradições sentimentos e cultura, e que sua elaboração é vagarosa e espontânea da vida social.
A Escola Sociológica é considera que a origem do direito não provem de Deus, nem da razão, nem na consciência do povo, e nem ainda no Estado, mas sim da sociedade, das inter-relações sociais. Esta escola não admite regras imutáveis, e quase sagradas, mas variáveis e em constante mudanças.
Escola Positiva - surge no século XX, com as ideias do jus filósofo Hans Kelsen e também Norberto Bobbio influenciados por Hegel. O positivismo jurídico é a doutrina segundo a qual não existe outro Direito senão o positivo. A finalidade do positivismo foi transformar o estudo do direito numa verdadeira e adequada ciência que tivesse as mesmas características das ciências físico-matemáticas e naturais. Os filósofos do direito, atualmente consideram que, o sistema do direito positivo por si só, não é suficiente, pois, pressupõe ainda legitimidade, e, entre esta legitimidade, encontra-se o direito natural.
SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
AULA 2 – Litigiosidade social e composição dos conflitos
1 - Analisar a funcionalidade do Direito na vida social;
A função social do direito tem o objetivo de prevenir e compor conflitos de interesse, o controle social, visa regular e orientar a vida em sociedade e legitimar o poder político e jurídico. Assim, fazer com que os indivíduos convivam em harmonia, sendo realizada através das atividades que os indivíduos desenvolvem na sociedade. São elas: cooperação e concorrência sociais. Na convivência social, os indivíduos podem estabelecer relações de cooperação e/ou de concorrência, em separado, ou simultaneamente.
As atividades de cooperação ocorrem quando indivíduos cooperam entre si visando a fins e/ou a objetivos comuns. Num contrato de compra e venda, temos um bom exemplo: de um lado, alguém quer vender um produto e, do outro, alguém quer e precisa comprar tal produto. Nas relações do direito imobiliário, uma imobiliária tem uma casa para alugar ou vender a alguém que precisa de um lugar para morar.
As atividades de concorrência acontecem quando dois ou mais indivíduos concorrem entre si harmônica e passivamente. São geralmente atividades não congruentes que exigem a boa-fé dos concorrentes envolvidos. Exemplo: dois ou mais feirantes podem vender os mesmos produtos em uma feira livre de forma ética e pacificamente sem, jamais, conflitarem entre si.
	COOPERAÇÃO
	CONCORRÊNCIA
	Convergência de interesses
	Paralelismo de interesses
	Compra e venda, aluguel
	Direito de propriedade, exercício do comércio
2 - Identificar o Direito como instrumento de controle social e compreender a norma jurídica como forma de prevenir e compor conflitos;
O Direito orienta o comportamento social, objetivando prevenir conflitos. O caráter persuasivo das normas jurídicas leva-nos a atuar no sentido dos esquemas ou modelos normativos do sistema jurídico. O direito observado desse modo surge como organizador da vida social e instrumento de prevenção de conflitos. 
O Direito atua para compor conflitos de interesses ou restaurar o estado anterior. O primeiro seria, então, um instrumento de integração e de equilíbrio, oferecendo ou impondo regras de comportamento para decisão que o caso sugere. O exercício de tal função não levaria, contudo, ao desaparecimento dos conflitos, que são inerentes à sociedade. 
3 - Compreender e criticar as diferentes formas de composição do conflito.
a) Critério de composição voluntária;
b) Critério de composição autoritário; e
c) Critério de composição jurídica.
Critério de composição voluntária – Se estabelece pelo mútuo acordo entre as partes. Em surgindo o conflito, as partes discutem entre si e resolvem da melhor maneira possível, quase sempre atentando para os próprios deveres e obrigações estatuídos pelas normas do direito. Este critério pode ser puro conforme descrito ou misto sempre que houver a intervenção de um terceiro a saber:
a) Mediação - A Mediação é uma forma de autocomposição dos conflitos, com o auxílio de um terceiro imparcial, que nada decide, mas auxilia as partes na busca de uma solução para o conflito, aplicado por um terceiro neutro e especialmente treinado, cujo objetivo é restabelecer a comunicação produtiva e colaborativa entre as pessoas que se encontram em um impasse, ajudando-as a chegar a um acordo, sem contudo opinar diretamente sobre a lide em questão, utilizando-se de técnicas que propiciem oportunidades para que as mesmas possam tomar decisões, auxiliando de forma construtiva o restabelecimento da comunicação entre elas, aproximando-as de tal modo que a decisão tomada seja do agrado de todos, preservando assim as relações que existiam antes do conflito.
1. Forma e vantagens - Conduzida de forma confidencial, onde as próprias partes decidirão pacificamente a melhor solução, oriunda da vontade das partes de forma colaborativa e não conflitiva.
A grande vantagem do método é a preservação das relações, pois normalmente as partes possuem interesses na continuidade do relacionamento, por se traduzir em benefícios mútuos que momentaneamente foi abalado por questões diversas, além da enorme rapidez e agilidade na conclusão do processo (em média de dois a três meses), que tem com custo reduzido em comparação à forma judicial.
Tendo em vista que o acordo firmado advém da vontade das partes, e não pela decisão impositiva de um terceiro, ele se traduz de forma mais justa, sem prejuízos para um lado, não prevalecendo a máxima de que para um ganhar outro tem de perder. Dentre os principais benefícios deste recurso, destaca-se a rapidez e efetividade de seus resultados, a redução do desgaste emocional e do custo financeiro, a garantia de privacidade e de sigilo, a facilitação da comunicação e promoção de ambientes cooperativos, a transformação das relações e a melhoria dos relacionamentos.
2. Indicações - A Mediação tem indicação quando existe a necessidade de se manter sigilo sobre a questão controversa, o que não é possível no judiciário, quando existem problemas de comunicação entre as partes, quando há um relacionamento tenso, mas que precisa ter continuidade e, sobretudo, quando as partes estão dispostas a buscar uma solução para a questão.
b) Conciliação - tem conceito bem similar ao da Mediação, onde podemos colocar que trata-se de um esforço das partes para a resolução de controvérsias, utilizando-se do auxílio de um terceiro conciliador, de forma imparcial na condução de uma solução ao conflito, opinando soluções quando as partes não conseguirem um entendimento. A diferença básica é a intervenção do conciliador na proposição da solução, o que não temos na mediação, onde as partes são responsáveis na determinação das soluções. Neste método, contudo, as partes continuam com sua autonomia no que diz respeito à solução proposta, ou seja, aceitam se quiserem, pois o conciliador apenas propõe saídas, quem decide são as partes de acordo com a conveniência para as mesmas.
1. Vantagens - As vantagens da Conciliação são todas aquelas descritas pela Mediação, ou seja, redução do custo financeiro e emocional, sigilo, agilidade e rapidez na lide, etc...
2. Indicação - A Conciliação é mais eficaz em conflitos que chamamos de pontuais e novos, isto é, de pouca idade. A relação entre as partes é transitória e sem maiores que as unam.Acidentes de trânsito e algumas relações de consumo seriam alguns exemplos.
c) Arbitragem - é o processo onde as partes em conflito atribuem poderes a outra pessoa, ou pessoas, para decidirem por elas o objeto do conflito existente, desde que estas sejam imparciais e normalmente especialistas na matéria a ser disputada. É um processo voluntário em que as pessoas em conflito delegam poderes a uma terceira pessoa, de preferência especialista na matéria, imparcial e neutra, para decidir por elas o litígio.
Desta forma, fica claro que as partes escolhem quem decidirá por elas a lide, assim, a nomeação decorre da vontade dos envolvidos no processo, minimizando o impacto negativo da solução que vier a ser adotada pelo arbitro nomeado.
1. Formas e vantagens - A Arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das partes. As partes podem convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais do direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. Assim, a vontade das partes prevalece em todos os aspectos do processo, na medida em que os litigantes tem o poder de decidir a forma e maneira como será decidido a lide, devendo sempre prevalecer durante o processo, podendo inclusive decidirem pelo regulamento de determinada instituição arbitral ou delegarem ao árbitro para regularem o procedimento. 
Como vantagem, pelo fato das partes escolherem o árbitro, ou árbitros, este normalmente é um especialista no assunto discutido, assim, tem maior propriedade para entender e decidir a cerca do litígio, podendo ser mais justo em sua decisão. As partes decidem as regras de procedimentos, assim, se torna vantajosa a medida em que podem decidir onde e como se dará todo o processo, de acordo com a melhor comodidade para ambas.
Dentre as regras escolhidas pela parte, pode conter delimitação do prazo para se decidir sobre a lide, ocasionando assim maior rapidez na conclusão do processo, o que leva à economia de recursos a medida em que as partes já sabem antecipadamente a duração do processo. Todo o procedimento corre em sigilo absoluto, trazendo vantagem para as partes quando a matéria em discussão não pode ser divulgada, como exemplos componentes sigilosos no processo industrial, fórmulas medicinais, etc.. .A decisão do árbitro, denominada de sentença arbitral, tem efeitos de sentença judicial, revestindo-se como coisa julgada.
Critério de composição autoritário – Cabe ao chefe do grupo compor os conflitos de interesse. Neste caso, a autoridade lança mão do seu foro íntimo, do próprio sendo de Justiça, daquilo que a consciência lhe inspira, para desempenhar a tarefa de compor conflitos. Critério utilizado nas sociedades antigas. Hoje vemos este critério sendo utilizado na família, e nas comunidades onde o chefe do tráfico compõe os conflitos entre os moradores. 
O critério autoritário utiliza-se o senso próprio de justiça, o que é contrário ao Estado Democrático de Direito, frise-se que este critério está em desuso, face as normas em vigor no seio da sociedade.
Critério de composição jurídica – É o que se verifica quando as partes levam seus conflitos para serem dirimidos nos fóruns e tribunais pelo Estado-Juiz, quer seja num juízo singular, quer seja num juízo colegiado, a exemplo da justiça brasileira. As audiências trabalhistas, civis, criminais e o Tribunal do Júri representam ótimos exemplos de como a sociedade compõe seus conflitos.
Ressalta-se que este critério é sempre feito mediante um critério elaborado e enunciado anteriormente, e aplicável a todos os casos que ocorrerem a partir de então. São pois, características do critério jurídico – a anterioridade, a publicidade e a universalidade.
a) anterioridade – o critério precisa preexistir ao conflito, ou seja, deve ser elaborado antes para poder ser aplicado ao conflito que ocorrer depois.
b) publicidade – o critério precisa ser enunciado, revelado, declarado pela autoridade que o elaborou; é necessário que se dê conhecimento do critério antes de sua aplicação.
c) universalidade – nunca pode ser cominado apenas para um determinado caso concreto, mas sim para todos os casos que se apresentarem com o mesmo tipo.
Conclui-se que em qualquer tipo de atividade realizada pelo indivíduo na sociedade, seja de cooperação ou de concorrência, podem surgir conflitos e que o direito se propõe primeiramente preveni-los; quando não se consegue impedir que ocorram, empenham-se em compô-los.
SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
AULA 3 – Litigiosidade social e composição dos conflitos. Justiça formal e justiça comunitária.
1 - Conceituar o Direito na concepção sociológica;
O direito é um fato social que se manifesta como uma realidade observada na sociedade. É um fenômeno social, assim como a linguagem, a religião, a cultura, que surge das inter-relações sociais, políticas e econômicas e se destina a satisfazer as necessidades sociais, como prevenir e compor conflitos diante da constante transformação da sociedade. O seu objeto de análise é a realidade jurídica, o processo de criação do direito e sua aplicação na sociedade. Assim, o Direito é um conjunto de normas de conduta universais, abstratas, obrigatórias e mutáveis, impostas pelo grupo social, destinadas a disciplinar as relações externas do indivíduo, objetivando prevenir e compor conflitos.
2 - Estabelecer a distinção entre as normas de conduta em geral e as normas de Direito;
A norma de conduta é um enunciado que estabelece a forma de ordenação de uma relação social, ou seja, uma relação entre duas ou mais pessoas. As normas de conduta podem ser: 
a) Norma Moral
Tem origem na consciência do indivíduo, cuja execução não é objetivamente exigível e que tende ao aperfeiçoamento do homem. 
b) Norma de Trato Social
São padrões de conduta social elaboradas pela sociedade e que visam tornar o ambiente social mais ameno e harmonioso.
c) Norma Jurídica
Sob o aspecto formal, a norma jurídica é uma proposição preceptiva, ou seja, destinada a influir no comportamento de alguém para modificá-lo. Compõe-se de dois elementos: preceito e sanção.
Características da Norma Jurídica
- Bilateralidade
- Universais ou Genéricas;
- Abstratas;
- Obrigatoriedade (imperatividade);
- Coercitivas;
- Provisórias e Mutáveis.
3 - Compreender a discussão sobre a produção estatal e não estatal das normas jurídicas pelas escolas monista e pluralista.
Escola Monista - Engloba a maioria dos juristas, entendendo que apenas um tipo de grupo social, o grupo político, chamado atualmente de sociedade global, está apto a criar normas de direito.
Escola Pluralista - Esta escola é formada por sociólogos, filósofos e alguns juristas e considera que todo agrupamento com expressividade ou consistência pode aprovar normas de funcionamento que, ultrapassando o caráter de simples regulamentos, adquirem o alcance de verdadeiras regras jurídicas.
Alguns estudos provam que o Estado não é a única fonte do direito em vigor, o que faz reconhecer que o mesmo não tem mais o monopólio da criação das normas jurídicas que ditam a vida em sociedade.
Sob esta ótica, tem-se o chamado pluralismo jurídico ou policentrismo jurídico, sendo motivo de discussão saber se figura um ordenamento jurídico na sociedade ou se funcionam em paralelo muitos sistemas de direito, observando a existência de um direito múltiplo.
O pluralismo jurídico é composto pela diversidade de normas que vigem em uma determinada sociedade de forma simultânea, sendo considerada como questão social e em partes como antagonismo ao monismo jurídico, que é o monopólio das normas jurídicas exercidas pelo Estado. Ao se referir ao pluralismo jurídico levasse em conta a sua análise do ponto de vista sociológico.

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