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Apostila Complementar CAQA

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P R O P E R T Y O F M A T H I L D A R I C H A R D S 
 
 
CONTROLE E
AVALIAÇÃO DA 
QUALIDADE DO AR
NOTAS SOBRE
Curso Técnico em 
Segurança do Trabalho
P ROF E S SOR FORMADOR : 
V I C TOR P E R E I R A DE VASCONCE LOS
Prezado(a) Aluno(a),
As considerações ao longo deste  
material não possuem a intenção de apresentar todo 
o conteúdo a ser abordado nesta disciplina nem 
limitar seu estudo apontando eventuais cobranças 
nas atividades e avaliações. 
 
O objetivo da divulgação desta apostila é puramente 
didático e sem fins lucrativos, indicando caminhos a 
serem acompanhados por você ao longo do estudo 
sobre o Controle e a Avaliação da Qualidade do Ar. 
 
 
Este presente material surtirá o efeito esperado ao 
ser acompanhado pela apostila disponível na 
plataforma e pelos links recomendados ao longo 
deste material.
Boa leitura!
Neste material você vai encontrar:
1) Considerações sobre a atmosfera 
2) Considerações sobre questões ambientais 
 
 
 
 
 
 
3) Leituras recomendadas - links 
4) Referências bibliográficas 
5) Considerações sobre poluição do ar 
 
 
 
 
6) Considerações sobre dispersão de poluentes e 
meteorologia 
7) Leituras recomendadas - links 
8) Referências bibliográficas
2.1 BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO 
2.2 PROTOCOLO DE MONTREAL 
2.3 EFEITO ESTUFA 
2.4 PROTOCOLO DE KYOTO 
2.5 CHUVA ÁCIDA 
2.6 INVERSÃO TÉRMICA E SMOG 
 
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES POLUIDORAS 
5.3 PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS 
5.4 TIPOS DE CONTAMINANTES 
 
 
1) Considerações sobre a atmosfera 
1.1 A atmosfera possui 5 camadas distintas na seguinte
ordem: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera,
exosfera. 
1.2 Os estudos e análises da nossa disciplina dizem
respeito às duas primeiras camadas: troposfera e
estratosfera. 
1.3 Quando falamos em poluição do ar, estamos
abordando a relação das atividades do homem
(antropogênicas) e da natureza na troposfera, a primeira
camada da atmosfera e, portanto, a mais próxima dos
seres vivos terrestres e de suas ações. 
1.4 A Camada de Ozônio encontra-se na estratosfera.
Esse conceito é importante quando se aborda a questão
de ozônio estratosférico e ozônio troposférico. 
2) Considerações sobre 
questões ambientais
2.1.1 A Cama de Ozônio é uma defesa natural da Terra
contra a radiação ultravioleta emitida pelo Sol, a qual é
filtrada pelo gás ozônio. 
2.1.2 Gás ozônio na estratosfera (ozônio estratosférico)
absorve a maior parte da radiação ultravioleta do tipo
B (UVB). 
2.1.3 Gás ozônio na troposfera (ozônio troposférico) é
um problema. Torna-se poluente e colabora com
aumento da temperatura terrestre, junto com outros
poluentes, como monóxido de carbono, dióxido de
carbono, metano e óxido nitroso. 
2.1.4 O buraco na Camada de Ozônio é formado
principalmente pela ação do homem. Algumas
substâncias produzidas por ação antropogênica não só 
2.1 BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO
destroem o ozônio como possuem grande capacidade de
absorver calor, além de terem longa vida útil (50 a 100
anos). 
2.1.5 Estão entre essas substâncias, conhecidas como
SDOs (Substâncias Destruidoras da Camada de
Ozônio), os gases CFC, HCFC, halon. São muito
utilizados no setor de ar condicionado e refrigeração
(doméstica, comercial e industrial), fabricação de
espumas, aerossóis e desodorantes, e outros processos
industriais. 
2.1.6 O buraco da Camada de Ozônio encontra-se
localizado na Antártida, pois os gases sobem para as
regiões mais frias do planeta; lá eles reagem com o
ozônio, danificando-o. 
2.2 PROTOCOLO DE MONTREAL
2.2.1 Acordo internacional entre países objetivando
proteger a Camada de Ozônio por meio da eliminação
da produção e consumo de SDOs. O acordo completou
30 anos em 2017. 
2.2.2 O Protocolo é assinado por países desenvolvidos e
em desenvolvimento. Uma de suas características é
garantir que as responsabilidades assumidas pelos
signatários estejam de acordo com as condições
econômicas de cada país. Assim, países desenvolvidos
administram o Fundo Multilateral para Implementação do
Protocolo de Montreal (FML), ferramenta que auxilia
países em desenvolvimento com dinheiro e assistência
técnica. 
2.2.3 Outra característica do Protocolo de Montreal são
as atualizações por meio de emendas. Foi acordado
em 2016, por exemplo, que o Protocolo iria atuar 
também sobre os gases HFCs. Estes não causam danos
à Camada de Ozônio, mas contribuem com aumento da
temperatura global. 
2.2.4 O Brasil é um dos países signatários do Protocolo
de Montreal e em janeiro de 2010 concluiu a eliminação
do consumo dos gases CFCs. O País agora está atuando
num novo programa (de eliminação dos HCFCs),
conhecido pela sigla PBH.
2.3 EFEITO ESTUFA
2.3.1 O efeito estufa é outro processo natural da Terra.
O problema está na intensificação desse processo pela
ação do homem. 
2.3.2 O efeito estufa é a capacidade de reter calor do
Sol. Isso acontece na atmosfera pela presença natural de
alguns gases, como o dióxido de carbono, metano e
óxido nitroso, além do vapor d’água. O processo natural 
ocorre de dia, quando a Terra recebe os raios solares
(ficando parte do calor retido); no período noturno, parte
desse calor é perdida. 
2.3.3 A atividade humana, entretanto, acaba por emitir
maior quantidade de gases estufa (gases
mencionados em 2.3.2); assim, a atmosfera retém mais
calor que o necessário. Reação em cadeia: incidência
solar, mais calor retido, aumento da temperatura na
superfície terrestre, derretimento de geleiras, inundações
em áreas litorâneas, mudanças climáticas drásticas,
doenças, etc. 
2.3.4 Brasil em 2016: agropecuária é a atividade que
mais emite gases de efeito estufa. Motivos:
desmatamento de florestas para dar espaço ao
segmento agropecuário (ação humana) e gases emitidos
por bovinos no processo de digestão e decomposição de 
fezes (ação natural). 
2.3.5 Setor energético também contribui com emissões de
gases do efeito estufa pelo uso (queima) de combustíveis
fósseis (petróleo e carvão mineral).
2.4.1 Acordo internacional entre países para redução
gradual de emissão de gases de efeito estufa. Países
desenvolvidos teriam reduções consideráveis, enquanto
os países em desenvolvimento não tiveram níveis de
redução considerados. 
2.4.2 Problema a ser enfrentado: reduzir gases de efeito
estufa implica em alterações na matriz energética de
alguns países e isso influencia diretamente o
desempenho econômico das nações. 
2.4 PROTOCOLO DE KYOTO
2.5 CHUVA ÁCIDA
2.5.1 A chuva em ambientes não poluídos (“chuva
normal”) possui natureza levemente ácida. Isso é
resultado da presença do ácido carbônico, um ácido leve. 
2.5.2 A chuva ácida é resultado da poluição atmosférica.
A principal fonte de emissão de poluentes (dióxido de
enxofre e dióxido de nitrogênio) é a queima de
combustíveis fósseis. Estes poluentes reagem na
atmosfera e a chuva formada apresenta acidez elevada
(chuva com os ácidos sulfúrico e nítrico). 
2.5.3 A ação do homem intensifica a formação das chuvas
ácidas, mas esse fenômeno também pode ocorrer de
forma natural por meio das erupções vulcânicas. 
2.5.4 Característica interessante: a chuva ácida pode
ocorrer em locais que não emitem poluentes na atmosfera
graças à ação dos ventos, que os carregam para longe. 
O problema da chuva ácida, portanto, assume um
contexto regional e/ou de proporções maiores. 
2.5.5 Consequências da chuva ácida: acidez dos solos,
corrosão de monumentos e plantas, destruição de fauna
e flora, problemas à saúde humana. 
 
 
 
2.6 INVERSÃO
TÉRMICA E SMOG
2.6.1 A superfície terrestre reflete parte da radiação solar
que chega até ela. Isso faz com que o ar mais próximo
da superfície mantenha-se aquecido e o ar mais
distante, frio. 
2.6.2 Processo natural: ar frio (mais denso) desce e
ar quente (menos denso) sobe. Quando isso não
acontece, tem-se a inversão térmica, na qual o ar frio
fica estacionado próximo à superfície terrestre,
principalmente em períodos como o inverno: raios do Sol
ficam mais fracos de aquecer a superfície da Terra e dar
continuidade ao ciclo natural. 
2.6.3 A inversão térmica não permite movimentação das
massas de ar quente e fria. O ar frio contribui,
portanto, para manter os poluentes concentrados
sobre a superfície terrestre, sem dispersão. A
poluição atmosférica fica mais intensa com as
constantes emissões de mais gases poluentes por
indústrias, automóveis e demais atividades degradantes
ao meio ambiente. 
2.6.4 O aspecto geralmente acinzentado de fumaças,
neblinas e outros gases poluentes (poluição do ar)
sobre as cidades é conhecido como smog. 
2.6.5 A literatura especializada nas questões ambientais
cita dois tipos de smog: fotoquímico e industrial. A
diferença entre os dois diz respeito ao componente ou
processo que atua na poluição do ar.
Smog fotoquímico: a radiação solar contribui para a
reação dos óxidos de nitrogênio (resultado de
emissões antropogênicas) com oxigênio formando
ozônio na troposfera (poluente). Smog industrial:
formado pela emissão de poluentes (queima de
combustíveis fósseis) característicos das atividades
fabris.
3) Leituras recomendadas - links
Por que o buraco na camada de ozônio diminuiu,
segundo a Nasa;
Como a agropecuária elevou a emissão de gases
estufas no Brasil em 2016; 
 
 
 Mudanças climáticas ameaçam
valor nutricional de alimentos.
4) Referências bibliográficas
LISBOA, Henrique de Melo. Introdução. In: LISBOA,
Henrique de Melo. Controle da Poluição
Atmosférica. Montreal: ENS/UFSC, 2007. Cap. 1, p. 2
a 5. 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Efeitos causados pela
poluição atmosférica. In: LISBOA, Henrique de Melo.
Controle da Poluição Atmosférica. Montreal:
ENS/UFSC, 2007. Cap. 3, p. 12 a 29. 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Introdução. In: LISBOA,
Henrique de Melo. Controle da Poluição
Atmosférica. Florianópolis: ENS/UFSC, 2008. Cap. 5,
p. 23 a 32. 
 
MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação Industrial
e Controle da Poluição. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1990. 
 
Ministério do Meio Ambiente. Programa Brasileiro de
eliminação dos HCFCs-PBH: treinamento e
capacitação para boas práticas em sistemas de ar
condicionado do tipo Split. Brasília: MMA, 2015. 
5) Considerações sobre poluição do ar
5.1 CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES
5.1.1 Uma das formas de classificação dos diversos
poluentes atmosféricos é quanto a sua origem. Desse
modo, os poluentes são divididos em primários e
secundários. 
5.1.2 São poluentes primários os que estão na
atmosfera na forma em que foram emitidos de
maneira natural ou antropogênica. Isso quer dizer que
não sofreram alterações ou não reagiram de modo a
alterar suas propriedades moleculares do momento da
emissão até alcançar a atmosfera e/ou que são
componentes naturais da camada de ar. 
5.1.3 São exemplos de poluentes primários a maioria dos
hidrocarbonetos, o monóxido de carbono e os dióxidos
de carbono e de enxofre. 
5.1.4 São poluentes secundários os que são
resultados de reações entre dois ou mais poluentes. 
5.1.5 São exemplos de poluentes secundários os ácidos
nítrico e sulfúrico, ozônio, trióxido de enxofre ou óxido
sulfúrico, etc. 
5.2.1 Não há um rigor de classificação para as fontes
poluidoras. O que se tem são análises didáticas para
facilitar a compreensão no estudo da poluição do ar.
Sabendo de onde se emitem poluentes, podem ser
trabalhadas melhorias no que diz respeito ao controle de
processos e qualidade do ar. 
5.2.2 As fontes poluidoras podem ser classificadas
quanto a sua mobilidade em fontes fixas ou móveis. 
5.2.3 As fontes fixas (ou estacionárias) são
exemplificadas principalmente pelas indústrias; outro 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES POLUIDORAS
exemplo é o que ocorre em grandes áreas de extensão
de terras que venham a sofrer queimadas. Uma
característica das fontes fixas é quanto à distribuição ao
longo de uma região: tendem a ser limitadas e não muito
próximas às cidades. 
5.2.4 As fontes móveis compreendem os meios de
transporte, que emitem gases poluentes presentes nas
misturas dos combustíveis. Ao contrário das indústrias,
os veículos, como fontes poluidoras, se caracterizam por
não se limitarem a determinados lugares, o que promove
emissões esparsas dos gases na atmosfera. 
5.2.5 Outra maneira de se classificar as fontes poluidoras
é por meio da origem dos poluentes. Como já citamos
em outras passagens ao longo deste material, as fontes
podem ser de origem natural ou antropogênica (ação
humana). 
 
 5.2.6 Processos naturais biológicos e geoquímicos
ocorrem na Terra ou nos seres vivos e resultam em
reações que formam alguns dos poluentes e/ou
constituintes da atmosfera. São exemplos desses
processos naturais: erupções vulcânicas (emissão de
óxidos de nitrogênio e de enxofre, material particulado,
etc.), polinização pelas plantas (pólen, como exemplo de
material particulado), descargas atmosféricas (emissão
de dióxido de nitrogênio), processos de digestão dos
gados (emissão de gás metano), etc. 
5.2.7 As fontes antropogênicas são as diversas ações
humanas que acabam por intensificar os processos
naturais da Terra ou comprometê-los negativamente,
como o que ocorre, por exemplo, com emissão de gases
com capacidade de reter calor superior ao CO2 presente
na atmosfera (contribuindo para aumento da temperatura
do planeta – releia o item 2.3) ou com a degradação da 
Camada de Ozônio (releia o item 2.1). 
5.2.8 Nas fontes antropogênicas estão inseridas as
fontes industriais, as queimadas, os processos de
combustão nos meios de transporte e qualquer outro
processo não natural, que degrade o meio ambiente e
que foi desenvolvido para atender as demandas do
homem na sociedade ao longo de sua existência. 
 
 5.3.1 A explanação de todos os poluentes atmosféricos
neste material não seria possível, visto a quantidade
bastante diversa e complexa das reações naturais e das
produzidas por processos antrópicos. 
5.3.2 Destacam-se entre os principais poluentes
atmosféricos aqueles que são encontrados em maior
quantidade na natureza ou nos processos não naturais e
os que são emitidos em quantidade suficiente para 
5.3 PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS
destacá-los como degradantes ao meio ambiente. Os
poluentes apresentados neste material não devem ser
encarados como limitantes aos estudos desta disciplina
para realização de eventuais atividades ou avaliações. 
5.3.3 DIÓXIDO DE ENXOFRE (SO2): faz parte do grupo
conhecido como SOx (óxidos de enxofre). Suas fontes
podem ser naturais ou antropogênicas. Contribui para
formação de chuvas ácidas. 
5.3.4 DIÓXIDO DE NITROGÊNIO (NO2): faz parte do
grupo conhecido como NOx (óxidos de nitrogênio). É
formado pela reação entre ozônio e monóxido de
nitrogênio e, portanto, é um poluente secundário. Suas
fontes podem ser naturais ou antropogênicas. Contribui
para formação de chuvas ácidas e smog fotoquímico. 
5.3.5 MONÓXIDO DE CARBONO (CO): um dos
principais poluentes da atmosfera, formado pela
combustão incompleta de materiais (quando não há 
oxigênio suficiente para consumir o combustível). É
emitido pelos veículos, especialmente os de motores a
diesel. 
5.3.6 OZÔNIO (O3): é formado por outros poluentes e,
portanto, é um
poluente secundário. Presente na
estratosfera (Camada de Ozônio) não é um poluente e
sim, necessário na absorção da radiação solar do tipo B
(UVB). Quando formado na troposfera, é um gás tóxico
oxidante. 
5.3.7 Outros poluentes: monóxido de nitrogênio (NO),
sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico (H2S), dióxido
de carbono (CO2), metano (CH4), etc. 
 
5.4.1 Para fins de classificação, todo material em
suspensão no ar (meio gasoso) é dito como
aerodispersóide ou aerossol. Ele recebe denominação
específica se for sólido ou líquido. Os contaminantes no
estado gasoso recebem outra classificação, como
veremos adiante. 
5.4.2 Os aerodispersóides sólidos são as poeiras e os
fumos. 
5.4.3 As poeiras são o tipo de contaminantes que
possuem os maiores diâmetros (observação: a escala de
tamanho dos contaminantes obedece geralmente à
milionésima parte do metro). São formados nos
processos de trituração, moagem, peneiramento,
polimento, etc. (o que se chama de desintegração ou
ruptura mecânica). 
5.4 TIPOS DE CONTAMINANTES
Principais exemplos na indústria: poeiras de sílica e
asbestos. 
5.4.4 Fumos são menores que as poeiras. São
resultados da condensação de vapores, após volatização
de metais fundidos e acompanhados por oxidação. Os
fumos são geralmente associados aos processos de
soldagem. 
5.4.5 Alguns autores comparam fumaças a fumos,
especialmente em função do tamanho das partículas em
suspensão no ar. Fumaças são resultados de combustão
incompleta de materiais orgânicos. 
5.4.6 Os aerodispersóides líquidos são as névoas e as
neblinas. 
5.4.7 As névoas são formadas pela condensação de
vapores ou pela desagregação de líquidos. Exemplo
típico de presença de névoas na indústria é a pintura por
pistola. 
5.4.8 Alguns autores consideram as neblinas como as
partículas geradas pela condensação de vapores. Já as
névoas, formadas pela desagregação de líquidos. 
5.4.9 Os contaminantes da fase gasosa são divididos
entre vapores e gases. 
5.4.10 Os vapores são identificados como aquelas
substâncias que estariam no estado líquido ou sólido nas
Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP:
20ºC e 100 kPa). Principal exemplo é o vapor d’água:
vapor no ar (atmosfera) e líquido ao nível do mar. 
5.4.11 Os gases, por sua vez, se mantêm no estado
gasoso nas CNTP, isto é, fluido sem forma definida, que
ocupa todo um espaço que os contém. 
5.4.12 Conhecer as principais características dos
contaminantes e seus comportamentos é de suma
importância na área da Segurança do Trabalho. Um dos
principais planos de gestão de riscos nas empresas, 
conhecido como Programa de Proteção Respiratória
(PPR), é a ferramenta indicada para análises ambientais
e verificação da necessidade de indicação e seleção de
respiradores, EPI indispensáveis na execução de
serviços que estejam envolvidos com riscos químicos,
em espaços confinados e outras operações específicas
associadas a poeiras, fumos e outros contaminantes em
suspensão no ar. 
 
6.1 O conhecimento sobre as condições meteorológicas
e a topografia de uma região contribui nas análises
quanto à questão de dispersão de poluentes e até em
projetos para instauração de uma indústria em
determinada localização. 
6.2 A concentração de alguma substância na atmosfera 
6) Considerações sobre 
dispersão de poluentes e meteorologia
pode variar em função do tempo e do espaço por fatores
naturais ou até mesmo humanos. 
6.3 Quanto ao tempo, a abordagem pode comparar
dados históricos ou diários. Por dados históricos,
entende-se a sequência de fatos que contribuíram no
processo (principalmente) da evolução humana. Assim,
assume-se que lançamos mais poluentes nos dias atuais
do que décadas atrás, muito em razão do aumento da
população ao redor do planeta e de suas demandas
crescentes. Já a abordagem diária do tempo é a
comparação dos eventos naturais que venham a
contribuir ou não com os processos de dispersão de
poluentes, como dias chuvosos ou dias ensolarados, dias
úmidos ou dias secos, dias com ventania ou dias com
brisas, etc. 
6.4 Quanto ao espaço, a variação de substâncias
concentradas na atmosfera diz respeito ao espaço físico 
propriamente dito. Neste caso, a análise se faz pela
topografia (relevo) da região: se o local é uma floresta
nativa, se é uma zona alterada pelo homem, mas ainda
com bastantes recursos naturais, ou se tratamos de
cidades. A concentração de gases poluentes para esses
cenários varia consideravelmente. 
6.5 Para qualquer tipo de poluente, a poluição do ar
ocorre em três fases distintas: emissão, transporte
ou dispersão e imissão ou sedimentação dos
poluentes. 
6.6 A emissão são os locais ou processos das fontes
poluidoras e vão desde razões naturais até ações
antropogênicas, como já abordados ao longo deste
material. A imissão é a etapa em que o poluente
deposita-se na natureza ou no ser humano causando-
lhes prejuízos. Importante observar que as reações
naturais que porventura ocorram na imissão nem sempre 
são prejudicais; nestes casos (Efeito Estufa controlado e
formação da Camada de Ozônio, por exemplo) os
agentes desses processos não são considerados
poluentes. 
6.7 Entre a emissão e a imissão tem-se a etapa de
dispersão, na qual as substâncias emitidas são
transportadas principalmente por mecanismos naturais
como ventos, temperaturas, condições de relevo, chuvas,
etc. 
6.8 Pela ação dos ventos, a velocidade e a direção
assumem importantes responsabilidades na dispersão
dos poluentes. Quanto maior a velocidade do vento,
maiores serão as taxas de dispersão. A direção dos
ventos, por sua vez, indica para onde serão
possivelmente transportados os poluentes. 
6.9 As temperaturas mais elevadas são responsáveis
por facilitar o processo de evaporação de algumas 
substâncias e assim, também colaboram na dispersão 
dos poluentes. 
6.10 Um relevo com características planas ao longo de
boa parte de sua extensão facilita o transporte dos
poluentes, enquanto construções humanas altas
bloqueiam a dispersão e contribuem para sedimentação
de partículas, especialmente as de maiores dimensões. 
6.11 Outro fenômeno natural interessante para análise da
concentração de poluentes é a inversão térmica.
Quanto mais alto esse processo ocorrer associado a
grandes velocidades do vento, mais limpo deve se tornar
o ambiente, já que a concentração de poluentes tende a
diminuir e a sensação de visibilidade também melhora. 
7) Leituras recomendadas - links 
Poluentes atmosféricos
Programa de Proteção Respiratória
Anexo 11 da NR-15 (agentes químicos)
Anexo 12 da NR-15 (poeiras minerais)
Anexo 13 da NR-15 (agentes químicos)
Anexo 13-A da NR-15 (benzeno)
Anexo 14 da NR-15 (agentes biológicos)
8) Referências bibliográficas 
Fundacentro. Programa de proteção respiratória:
recomendações, seleção e uso de respiradores. 4. ed.
São Paulo: Fundacentro, 2016. 
 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Introdução. In: LISBOA,
Henrique de Melo. Controle da Poluição Atmosférica.
Montreal: ENS/UFSC, 2007. Cap. 1, p. 6 a 11. 
 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Fontes de poluição
atmosférica. In: LISBOA, Henrique de Melo. Controle
da Poluição Atmosférica. Montreal: ENS/UFSC, 2007.
Cap. 2, p. 2 a 6. 
 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Efeitos causados pela
poluição atmosférica. In: LISBOA, Henrique de Melo.
Controle da Poluição Atmosférica. Montreal:
ENS/UFSC, 2007. Cap. 3, p. 11 e 12. 
 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Metodologia de controle da
poluição atmosférica. In: LISBOA, Henrique de Melo.
Controle da Poluição Atmosférica. Montreal:
ENS/UFSC, 2007. Cap. 7, p. 3 e 4. 
 
LISBOA, Henrique de Melo. Meteorologia
e dispersão
atmosférica. In: LISBOA, Henrique de Melo. Controle
da Poluição Atmosférica. Montreal: ENS/UFSC, 2007.
Cap. 8, p. 20 a 38. 
 
 
MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação Industrial
e Controle da Poluição. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1990. 
 
 
MESQUITA, A. L. S.; GUIMARÃES, F. A.; NEFUSSI, N.
Engenharia de Ventilação Industrial. São Paulo:
CETESB, 1988. 
 
 
Ministério do Meio Ambiente. Poluentes Atmosféricos.
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/cidades-
sustentaveis/qualidade-do-ar/poluentes-
atmosf%C3%A9ricos>. Acesso em: 08 set. 2018. 
 
 
QUADROS, Marina Eller; LISBOA, Henrique de Melo.
Qualidade do ar interno. In: LISBOA, Henrique de Melo.
Controle da Poluição Atmosférica. Montreal:
ENS/UFSC, 2010. Cap. 9, p. 5 a 11.

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