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Prescrição PENAL II

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO
ATIVIDADE EXTERNA A DISCIPLINA – AED 1
PRESCRIÇÃO
Gleidson Machado Silva
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA - GO
2017/2
ATIVIDADE EXTERNA A DISCIPLINA – AED 1
PRESCRIÇÃO
Gleidson Machado Silva
Trabalho apresentado ao professor Levi Mendes de Sousa da disciplina JUR3222: Direito Penal II, turma B05, Turno da vespertino do curso de Direito como Atividade Externa a Disciplina.
GOIÂNIA - GO
2017/2
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ÍNDICE 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 4
PRESCRIÇÃO.................................................................................................. 4
IMPRESCRITIBILIDADE.................................................................................. 5
ESPÉCIES........................................................................................................ 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 7
BIBLIOGRAFIA................................................................................................ 7
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INTRODUÇÃO
 Este trabalho foi solicitado na disciplina de Direito Penal II ministrado pelo professor Levi Mendes, considerado na ementa apresentado para a disciplina como Atividade Externa a Disciplina – AED. O tema proposto para esse trabalho foi a Prescrição. 
 A vida em sociedade só é viável em razão da existência de regras que são responsáveis pela garantia da sobrevivência pacífica dos cidadãos. Ocorre que, pela própria natureza inerente ao ser humano, nem sempre essas regras são cumpridas, cabendo ao Estado, através de leis e sanções, forçar o seu cumprimento.
 Dessa maneira, é conferido ao Estado o direito-dever, de punir quem infringir as normas de conduta e, em se tratando de matéria criminal, far-se-á a persecução do autor do ato ilícito com o intuito de aplicar-lhe a devida pena.
Prescrição
 No Direito Penal, a prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo seu não exercício em determinado lapso de tempo. 
 Computa-se a prescrição de duas formas:
 A primeira pela pena em abstrato: ainda não há condenação penal, motivo pelo qual será utilizada como base para o cálculo da prescrição a pena máxima em abstrato prevista para o delito. 
 No segundo caso, a pena constante na sentença: que houver transitado em julgado ao menos para acusação, é que servirá de base para o cálculo da prescrição. O cálculo da prescrição regula-se pelo artigo 109 do Código Penal.
“Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
I - Em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - Em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - Em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - Em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - Em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
VI - Em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). Prescrição das penas restritivas de direito
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Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória” (Art. 109 do CP) 
 No Direito Civil, a prescrição é conceituada como a perda da pretensão do titular de um direito que não o exerceu em determinado lapso temporal. Para Camara Leal é "a extinção de uma ação ajuizável, em virtude da inércia de seu titular durante um certo lapso de tempo, na ausência de causas preclusivas de seu curso". De acordo com o artigo 189, do Código Civil.
 “Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. ”
IMPRESCRITIBILIDADE 
Nada mais é que a pretensão de impedir dano a um direito da personalidade. 
 Segundo o preciso magistério de BASILEU GARCIA depreende-se que: “tudo passa, um dia. Há de passar, também, e ser esquecida, a ameaça do Estado de apanhar o delinquente. Nem o ódio dos homens costuma ser invariavelmente implacável e irredutível” (Ob. cit. p. 369).
 Eugenio Raúl Zaffaroni critica os casos de imprescritibilidade penal sob o fundamento de que: 
“(...) Não existe na listagem penal crime que, por mais hediondo que se apresente ao sentimento jurídico e ao consenso da comunidade, possa merecer a imprescritibilidade, máxime se atentarmos que as expectativas comunitárias de reafirmação da validade da ordem jurídica não perduram indefinidamente”.
 (Manual de direito penal brasileiro. 7ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, v. 1, p. 645).
ESPÉCIES 
 
 Prescrição da pretensão punitiva propriamente dita: Esta espécie tem lugar antes de transitar em julgado a sentença penal, devendo ser regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade ao crime. Os prazos em que é verificada são os constantes no rol do artigo 109, do Código Penal.
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 Em regra geral, o termo inicial da prescrição da pretensão punitiva propriamente dita deve ser contado a partir do dia da consumação do delito como transcorre no Art. 111 do CP.
“Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - No caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - Nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012)
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível. ” (Art. 111 do Código Penal)
 Prescrição superveniente ou intercorrente: Conceituada como aquela que ocorre entre a data da publicação da sentença penal condenatória e o trânsito em julgado para a acusação. A prescrição superveniente ou intercorrente é regida pela pena aplicada, tendo como marco inicial a publicação da sentença penal condenatória.
 Segundo Basileu Garcia, “a proibição legal de reformatio in pejus, assegurando a impraticabilidade da exacerbação da pena sem recurso do acusador, permite basear a prescrição na quantidade fixada na sentença” (Ob. cit. 373).
Prescrição virtual ou retroativa em perspectiva: Esta espécie de prescrição não encontra previsão legal, sendo uma construção doutrinária e jurisprudencial, tendo como fundamentos da economia e falta de interesse processual.
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Segundo Juarez Cirino dos Santos, a prescrição pela pena virtual seria “outra generosa invenção da jurisprudência brasileira, amplamente empregada por 
segmentos liberais do Ministério Público e da Magistratura nacionais” (Ob. cit. p. 682). 
 Prescrição da pretensão executória: A prescrição da pretensão executória é aquelaque implica na perda da possibilidade de aplicação da sanção penal, em face do decurso do tempo.
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - Do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o presente trabalho cumpriu com o seu objetivo, uma vez que, permitiu o entendimento sobre conceito e espécies que formam a prescrição, e as diferenças entre cada uma delas, um assunto imprescindível para a formação acadêmica de um estudante de Direito através da pesquisa e visualização dos respectivos resultados.
BIBLIOGRAFIA:
CIRINO, Juarez dos Santos. (Ob. cit. p. 682).
GARCIA, Basileu. (Ob. cit. p. 369).
RAÚL, Eugenio Zaffaroni, (Manual de direito penal brasileiro. 7ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, v. 1, p. 645).
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