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Apostila Estradas de Rodagem Terraplenagem

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Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
’ 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOLUME II 
 
 
 
 
 
Primeira edição: 2018 
 
 
 
 
 
Autor: Luiz Daniel Miranda de Oliveira 
ESTRADAS DE RODAGEM 
 2 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
SUMÁRIO 
 
ESTRADAS DE RODAGEM ................................................................................. 1 
UNIDADE 6 – TERRAPLENAGEM ....................................................................... 3 
6.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
6.2 ETAPAS DA TERRAPLENAGEM ............................................................... 7 
6.3 CÁLCULO DE VOLUMES ......................................................................... 11 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
 
 
6.1 INTRODUÇÃO 
6.1.1 TERRAPLANAGEM OU TERRAPLENAGEM? 
No português existe apenas o termo terraplanagem, que terraplenar significa 
"encher com terra", as duas expressões são utilizadas com o mesmo significado: É a 
arte de mudar intencionalmente a configuração de um terreno. É um serviço complexo 
e especializado. Embora não haja um fator único que estabeleça tal diferença, o 
conhecimento e a aplicação dos princípios básicos de terraplanagem é de grande 
importância em termos de custos. 
 
 
6.1.2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
UNIDADE 6 – TERRAPLENAGEM 
 4 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
De forma genérica, a terraplenagem ou movimento de terras pode ser entendida 
como o conjunto de operações necessárias para remover a terra dos locais em que se 
encontra em excesso para aqueles em que há falta, tendo em vista um determinado 
projeto a ser implantado. 
Portanto, todas as obras de Engenharia Civil de grande ou pequeno porte, 
exigem a realização de trabalhos prévios de movimentação de terras. 
 
6.1.3 HISTÓRICO 
Na antiguidade, os movimentos de terra eram executados manualmente ou com 
o auxílio de animais. 
Com o advento da máquina a vapor, surgiram as primeiras tentativas de utilizá-la 
em equipamentos de terraplenagem, a partir da segunda metade do século XIX. 
O desenvolvimento dos motores a combustão interna ocasionou a redução do 
tamanho físico dos equipamentos, permitindo novas aplicações. 
Em 1920 é lançado o primeiro trator movido a gasolina, ao qual desde logo foi 
adaptada a lâmina, iniciando-se desta maneira a concepção e a fabricação dos 
modernos equipamentos de terraplenagem. 
Nas décadas de 20 e 30, um inovador, R.G. Le Tourneau, criou o primeiro 
"Scraper" propelido, rebocado por trator. Em 1938 é introduzido o primeiro 
"Motoscraper", isto é, o "Scraper" autopropulsionado. 
 
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Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
A houve um rápido desenvolvimento dos equipamentos de terraplenagem, 
apresentando máquinas cada vez mais eficientes sob o aspecto mecânico, do que 
resultou o aumento extraordinário de sua produtividade. 
 
6.1.4 TERRAPLENAGEM MANUAL 
Até o aparecimento dos equipamentos mecanizados e mesmo depois, a 
movimentação das terras era feita pelo homem, utilizando ferramentas tradicionais: pá 
e picareta para o corte, carroças ou vagonetas com tração animal para o transporte. 
Todavia, a terraplenagem manual não significava excessiva lentidão dos 
trabalhos. Desde que a mão de obra fosse numerosa, os prazos de execução da 
movimentação de terras em grandes volumes eram razoáveis, se comparados com os 
atuais. 
 
6.1.5 TERRAPLENAGEM MECANIZADA 
A mecanização surgiu em consequência de: 
a) Escassez e encarecimento da mão de obra, causada sobretudo pela 
industrialização. 
b) Elevada eficiência mecânica dos equipamentos, traduzindo-se em grande 
produtividade. 
Os equipamentos mecanizados (apesar do alto custo de aquisição) tornaram 
competitivo o preço do movimento de terras, em razão de sua alta produtividade 
 
A mecanização da terraplenagem caracteriza-se por: 
i. Requerer grandes investimentos em equipamentos de alto custo; 
ii. Exigir serviços racionalmente planejados e executados, o que só pode ser 
conseguido através de empresas de alto padrão de eficiência; 
 6 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
iii. Reduzir substancialmente a mão de obra empregada, mas por outro lado 
provocar a especialização profissional e, consequentemente, melhor 
remuneração; 
iv. Permitir a movimentação de grandes volumes de terras em prazos curtos, 
graças à eficiência de operação. 
 
6.1.6 OPERAÇÕES BÁSICAS DE TERRPLENAGEM 
 
CICLO DE OPERAÇÕES 
Examinando-se a execução de quaisquer serviços de terraplenagem, podem-se 
distinguir quatro operações básicas que ocorrem em sequência, ou, às vezes, com 
simultaneidade. 
a) Escavação; 
b) Carga do material escavado; 
c) Transporte; 
d) Descarga e espalhamento. 
 
6.1.7 ESTUDO DOS MATERIAIS DE SUPERFÍCIE 
COMPORTAMENTO DO SOLO 
As propriedades físicas do material que devem ser consideradas são: 
a) Peso – depende do seu peso específico; 
b) Empolamento - pode ser definido como o aumento de volume sofrido por um 
material ao ser removido de seu estado natural. É expresso como sendo a 
percentagem do aumento de volume em relação ao volume original. (Aumento 
do índice de vazios); 
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 ou 
c) Redução - é a redução de volume sofrida por um material por efeito de 
compactação de rolos, vibradores, etc., compactando o material em grau maior 
do que ele é encontrado em seu estado natural. Essa redução depende, 
naturalmente, do grau de compactação exigido e do material. 
 
6.2 ETAPAS DA TERRAPLENAGEM 
6.2.1 LIMPEZA E DESTOCAMENTO 
Antes de dar início às operações básicas de terraplenagem, é necessária a 
retirada de todos os elementos, naturais (árvores, arbustos, tocos e raízes) e artificiais 
(construções, cercas, posteamentos, entulhos) . 
O desmatamento envolve o corte e a remoção de toda a vegetação, qualquer 
que seja a sua densidade. 
O equipamento utilizado para esta etapa é o trator de esteira. 
 
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 Lâmina utilizada para limpeza 
 
6.2.2 ESCAVAÇÃO 
CORTES: são segmentos que requerem escavação no terreno natural para se 
alcançar a linha do greide projetado, definindo assim transversalmente e 
longitudinalmente o corpo estradal. 
As operações de corte compreendem: 
a) Escavação dos materiais constituintes do terreno natural até a plataforma de 
terraplenagem definida pelo projeto; 
b) Escavação para rebaixamento do leito nos casos em que o subleito for 
constituído de materiais julgados inadequados; 
c) Alargamento além do necessário em algumas porções de cortes para possibilitara utilização de equipamentos normais; 
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d) Escavação nos terrenos de fundação de aterros com declividade execiva; 
e) Escavação em cortes já existentes. 
f) EMPRÉSTIMOS: são escavações efetuadas em locais previamente definidos 
para a obtenção de materiais destinados à complementação de volumes 
necessários para aterros, quando houver insuficiência de volume nos cortes, ou 
por razão de ordem qualitativa de materiais, ou de ordem econômica (elevadas 
distâncias de transporte). 
g) BANQUETAS: são escavações efetuadas exclusivamente nas seções com 
taludes de elevadas alturas 
 
 
6.2.3 CARGA 
Após a escavação deve-se proceder no carregamento dos caminhões para o 
transporte. 
Pode ser realizado com escavadeiras ou pás carregadeiras. 
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6.2.4 TRANSPORTE 
É o mais importante, pois os tempos gastos no transporte são os maiores do 
ciclo. É feito com caminhões basculantes. 
 
 
Combinação de ciclos: 
 
 
 
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6.2.5 DESCARGA E ESPALHAMENTO 
ATERROS: Constituem segmentos cuja implantação requer o depósito de 
materiais para a composição do corpo estradal segundo os gabaritos de projeto. Os 
materiais de aterro se originam dos cortes e dos empréstimos. 
 
BOTA-FORAS: são os volumes de materiais que, por excesso ou por condições 
geotécnicas insatisfatórias, são escavados nos cortes e destinados a depósitos em 
áreas externas à construção rodoviária, ou seja, são os volumes de materiais 
escavados não utilizáveis na terraplenagem. 
 
 
6.3 CÁLCULO DE VOLUMES 
Para o engenheiro projetista de estradas, uma das principais metas durante a 
elaboração de um projeto é encontrar uma solução que permita a construção da 
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estrada com o menor movimento de terras possível, cumprindo, logicamente, as 
normas de um traçado racional. 
O custo do movimento de terra é, na maioria dos projetos, significativo em 
relação ao custo total da estrada, sendo portanto um item importante a ser analisado. 
Nos locais onde os materiais de corte tiveram condições de serem usados nos aterros, 
o equilíbrio entre volumes de cortes e aterros, minimizando empréstimos e/ou bota-
foras, acarreta em menores custos de terraplenagem. 
 
 
6.3.1 CÁLCULO DO VOLUME 
Para o cálculo do volume de terra a mover numa estrada, é necessário supor 
que existe um determinado sólido geométrico cujo volume será facilmente calculado. 
O método usual consiste em considerar o volume como proveniente de uma 
série de prismóides (sólidos geométricos limitados nos extremos por faces paralelas e 
lateralmente por superfícies planas). 
Os volumes de cortes ou aterros são calculados para os “prismas” 
compreendidos entre duas seções transversais consecutivas, os quais são 
denominados interperfis. 
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Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
O cálculo do volume de cada interperfil é elaborado a partir das áreas das 
seções transversais, pela aplicação do método da média das áreas: 
 
Obtém-se valores exatos para os volumes quando ambas as seções 
transversais são iguais. Para outras condições, os resultados são ligeiramente 
diferentes. Na prática, o erro cometido é geralmente menor que 2%. 
 
O método consiste em se calcular os volumes dos sólidos geométricos 
individuais formados entre cada par de seções transversais, acumulando-se os 
volumes individuais sucessivos ao longo do corte e/ou do aterro em tela. 
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Exemplo: 
Supondo-se conhecidas as áreas das seções transversais de corte entre as 
estacas 31+0,00m e 37+13,34m, pode-se calcular o volume total do corte 
compreendido entre essas estacas, organizando-se os dados e cálculos de forma 
adequada. 
 
 
6.3.2 CÁLCULO DE ÁREAS DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS 
O procedimento de cálculo das áreas das seções transversais, pressupõe a 
necessidade de se dispor das configurações geométricas das seções transversais da 
rodovia e do terreno ao longo das estacas (topografia do terreno). 
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6.3.2.1 Seção transversal em corte, em aterro e mista 
 
 
Nas expressões e figuras anteriores, as variáveis têm o seguinte significado: 
 h: cota vermelha, medida no perfil do anteprojeto geométrico. 
 t: declividade transversal média do terreno, definida na planta do anteprojeto 
geométrico, contando-se o número de curvas de nível (desnível) no âmbito de 
cada seção transversal. 
 2l: largura da plataforma de terraplenagem. Constante para um dado trecho e 
definida em função da classe da rodovia. 
 i, i’: declividade dos taludes de aterro e de corte, definidas pelo setor de 
geotécnica e constantes para um dado trecho. 
 
6.3.2.2 Método analítico 
No método analítico se considera um polígolo onde as coordenadas de seus 
vértices são (x1;y1), (x2;y2), ... ,(xn;yn). A área do polígono é dada por: 
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6.3.2.3 Planímetro 
Um método largamente utilizado, consiste no emprego de planímetros, que são 
equipamentos que permitem medição de áreas de quaisquer figuras planas, 
delimitadas por linhas fechadas. 
É um integrador eletrônico-mecânico, equipado com teclas de ajustamento de 
escalas e de controle, com um visor digital, montados num corpo, ao qual se articula 
um braço, que contém em sua extremidade um botão acionador, e um cursor com lente 
de ampliação e retículas para posicionamento e leituras gráficas. 
 
 
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6.3.3 DISTÂNCIA MÉDIA DE TRANSPORTE 
 
Definição de toda a origem e destino dos materiais envolvidos na terraplenagem, 
seus volumes e classificação e as correspondentes distâncias médias de transporte. 
Notar que o transporte dos materiais escavados é computado, para fins de pagamento, 
em conjunto com a execução dos cortes (escavação, carga e transporte). 
O conceito de distância média de transporte advém dos primórdios da 
construção de estradas, quando a distribuição dos materiais era feita de forma sumária, 
pela observação do perfil da locação e acompanhamento simultâneo das operações de 
terraplenagem. Cada volume escavado e o aterro correspondente eram anotados neste 
perfil. 
 
 
As distâncias de transporte resultantes eram tomadas graficamente, medindo-se 
na escala do desenho as distâncias entre os centros de gravidade de cada escavação 
e cada aterro. Para fins de pagamento do transporte, calculava-se a distância média 
resultante pela expressão: 
 
Onde:18 
 
 
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vi: volumes parciais escavados. 
di: distâncias de transporte parciais. 
∑vi: volume total escavado. 
 
6.3.4 MOMENTO DE TRANSPORTE 
O produto de um volume escavado pela distância segundo a qual este volume é 
transportado representa, em terraplenagem, o parâmetro conhecido como momento 
de transporte. O numerador da expressão de cálculo anterior indica, portanto, o 
momento de transporte total de distribuição em causa: 
 
 
6.3.5 DISTRIBUIÇÃO DO MATERIAL A SER ESCAVADO 
A prática de projeto de estradas tem desenvolvido, em seus vários estágios, 
diversos procedimentos gráficos visando a execução de uma adequada distribuição de 
materiais na terraplenagem. Sucederam-se o “diagrama das áreas”, o “diagrama de 
Lalanne” e, como uma evolução deste, o “diagrama de Brückner”, ainda de uso 
corrente em projetos atuais. 
Sobre este último, apresentam-se, na sequência, as considerações de ordem 
teórica pertinentes. 
 
6.3.6 DIAGRAMA DE BRUCKNER 
Para que seja possível a construção gráfica do diagrama de Brückner, é 
necessário que se calculem as chamadas “ordenadas de Brückner”. Estas ordenadas 
são, em verdade, volumes de cortes e aterros acumulados sucessivamente, seção a 
seção, considerando-se os primeiros com sinal positivo e os segundos com sinal 
negativo. 
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Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
A somatória dos volumes é feita a partir de uma ordenada inicial arbitrária, em 
geral um volume suficientemente grande para evitar o aparecimento de ordenadas 
negativas, que dificultariam os cálculos. 
Os volumes envolvidos no cálculo das ordenadas de Brückner são aqueles ditos 
“efetivos”, ou seja: considerada a influência da camada vegetal. 
O fator de homogeneização é aplicado sobre os volumes de aterro, atuando 
neste como um multiplicador. Assim se procede, “expandindo” os volumes de aterro, 
para tornar realística a compensação com os volumes de cortes, que, como se sabe, 
sofrem redução após compactação nos aterros. 
 
6.3.6.1 Fator de homogeneização de volumes 
O fator de homogeneização (Fh) é a relação entre o volume de material no corte 
de origem, e o volume de aterro compactado resultante. Na fase de anteprojeto este 
fator é em geral estimado. Um fator Fh = 1,4 indica que será necessário escavar cerca 
de 1,4 m3 corte para obter 1 m de aterro compactado: 
 
O fator de homogeneização é aplicado sobre os volumes de aterro, como um 
multiplicador. 
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Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
Na prática, é utilizado um fator de segurança de 5%, de modo a compensar as 
perdas que ocorrem durante o transporte dos solos e possíveis excessos na 
compactação dos mesmos. 
Nos casos de seções mistas, a compensação lateral é feita de forma automática 
quando do cálculo das ordenadas de Brückner, pois os volumes de corte e de aterro 
são, respectivamente, somados e subtraídos a cada seção, de forma que o acréscimo 
ou decréscimo nas ordenadas será dado pela diferença entre os dois volumes 
considerados. 
Como regra prática, pode-se dizer que a compensação lateral será o menor dos 
dois volumes e que o volume disponível para compensação longitudinal, que afeta as 
ordenadas, será a diferença entre estes volumes. A figura abaixo exemplifica o exposto 
anteriormente, para uma situação em que o volume de corte disponível entre duas 
estacas consecutivas supera ao volume do aterro (homogeneizado) da seção mista: 
 
As ordenadas calculadas (planilha de ordenadas), são plotadas geralmente 
sobre uma cópia do perfil longitudinal do projeto. Em abcissas é marcado o 
estaqueamento e em ordenadas, numa escala adequada, os valores calculados 
para as ordenadas de Brückner, seção a seção. Os pontos assim marcados, unidos por 
uma linha curva, sintetizam o diagrama de Brückner. 
 
 21 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
6.3.6.2 Propriedades 
As propriedades básicas do diagrama de Brückner, em geral, decorrentes da 
forma segundo a qual o mesmo é construído, são as seguintes: 
1ª Propriedade: Considerando-se o sentido crescente do estaqueamento, os 
ramos ascendentes do diagrama correspondem a cortes (ou predominância de cortes 
em seções mistas) e os ramos descendentes correspondem a aterros (ou 
predominância de aterros nas seções mistas). 
 
2ª Propriedade: Os pontos de máximo do diagrama representam a passagem de 
cortes para aterros e os de mínimo a passagem de aterros para cortes. 
3ª Propriedade: Considerando um mesmo ramo, a diferença entre duas 
ordenadas mede o volume (de corte ou aterro) existente entre as seções 
correspondentes. 
 
 22 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
4ª Propriedade: Linhas horizontais (ditas “linhas de compensação” ou “linhas de 
distribuição”), interceptando ramos ascendentes e descendentes, destacam segmentos 
que correspondem a volumes de cortes e aterros compensados. 
 
5ª Propriedade: A área compreendida entre a curva de Brückner e a linha de 
compensação mede o momento de transporte da distribuição considerada. Para o caso 
abaixo figurado tem-se que: S = MT 
 23 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
6ª Propriedade: A distância média de transporte (DMT) de cada distribuição 
pode ser considerada como a base de um retângulo de área equivalente à do 
segmento compensado e de altura igual à máxima ordenada deste segmento. Na 
figura a seguir esquematizada, segundo esta propriedade, a distância média de 
transporte do segmento compensado seria dada por: 
 
 
O momento de transporte é dado em (mᶟ . km) 
O transporte é cobrado em mᶟ . km 
Então o custo de movimentação de terra (retirando escavação e aterro) pode ser 
calculado. 
 
 24 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
Exemplo: 
 
 
 25 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
 
6.3.7 ELABORAÇÃO DOS QUADROS DE ORIENTAÇÃO DA 
TERRAPLENAGEM 
Os quadros de orientação da terraplenagem encerram todas as indicações 
obtidas na distribuição do material escavado, com auxílio do diagrama de Brückner. 
Esses quadros são divididos, inicialmente em duas partes: uma para origem do 
material e outra para o seu destino. 
 26 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
 
 
6.3.8 APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE TERRAPLENAGEM 
 
Volume 1 - Relatório do Projeto e Documentos para Concorrência: 
Este Volume tem a finalidade de dar uma visão geral do projeto, constituindo-se, 
basicamente, no seu extrato. Ele destina-se ao uso de técnicos que queiram ter um 
conhecimento geral do projeto e às Empresas Construtoras interessadas na licitação 
da obra, razão pela qual deve reunir todos os elementos que sejam de interesse à 
concorrência de construção. Pela sua finalidade, neste volume não são justificados os 
métodos usados, mas simplesmente apresentadassoluções e os resultados 
encontrados. 
Volume 2 - Projeto de Execução: 
Este volume tem por objetivo fornecer as plantas, gráficos e demais desenhos 
necessários à execução da obra. O Projeto de Terraplenagem, além de ser 
apresentado em um capítulo específico, tem suas quantidades relacionadas em outro, 
denominado Quadro-Resumo de Quantidades. No Capítulo específico são 
apresentadas pranchas de desenhos que contenham, no mínimo, o seguinte: 
 27 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
Seções transversais-tipo de terraplenagem; Quadros-resumo da distribuição de 
terras; Gráficos com indicação do posicionamento de empréstimos e bota-foras; 
Plantas, seções transversais, perfis longitudinais e demais elementos de interesse de 
caixas de empréstimos localizadas; Detalhes e soluções particulares referentes à 
fundação de aterros, estabilidade, banqueteamento ou escalonamento de taludes, etc., 
e Quadros de orientação da terraplenagem 
Volume 3.A - Projeto de Desapropriação (Anexo) 
Volume 3.B - Estudos Geotécnicos (Anexo): 
Este volume apresenta todos os boletins de sondagens e quadros de 
resultados de ensaios efetuados. É através desses boletins e quadros que se fará a 
análise das categorias e da qualidade dos materiais envolvidos na terraplenagem, com 
o que se julgará a necessidade ou não de seleção qualitativa. 
Volume 3.C - Memória de Cálculo de Estruturas (Anexo) 
Volume 3.D - Notas de Serviço e Cálculos de Volumes 
Volume 4 - Orçamento e Plano de Execução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
REFERÊNCIAS 
• SHU, Han Lee – “Introdução ao Projeto Geométrico de Rodovias”, Editora da 
Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. 
• Notas de Aulas – Prof. Dr. Rodrigo Alvarenga Rosa. UFES 
• DNER – “Instruções para o Projeto Geométrico de Rodovias Rurais”, Rio de 
Janeiro, 1979. 
• DNER – “Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais”, Rio de 
Janeiro, 1999. 
• PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIAS: Profs: Djalma Martins Pereira / 
Eduardo Ratton / Gilza Fernandes Blasi / Márcia de Andrade Pereira / Wilson 
Küster Filho . UFPR 
• Notas de Aulas – Prof. Dr. Rodrigo Alvarenga Rosa. UFES 
 
Bibliografia Básica 
ANTAS, Paulo Mendes et al. Estradas: projeto geométrico e de terraplenagem. 
Rio de janeiro: Interciência, 2010. 264p. (625.7 E82) 
SENÇO, Wlastermiler. Manual de técnicas de projetos rodoviários. 1 ed. São 
Paulo: PINI, 2008. 758p. (625.7 S475m) 
ABRAM, Isaac. Manual prático de terraplenagem. 2 ed. Salvador: Bahia 272, 
2009. 272p. (625.7 A161m) No.Ex.: 10 Rodovias auto-sustentadas: o desafio do século. 
São Paulo: CLA Editora, 2006. 544p. (625.7 S478) 
Bibliografia Complementar 
FONTES, Luis Carlos A. de A.. Engenharia de estradas : projeto geometrico. ed. 
Bahia: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1995. v.1, 131p. (625.7 F677e) 
Lee, Shu Han. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. 3 rev. e ampl. ed. 
Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008. 434p. (625.7 L481i) 
 29 
 
 
Coordenação do curso de Engenharia Civil – Multivix 
ESPÍRITO SANTO (Estado). Secretaria de Estado de Transportes. 
Departamento de Edificações Rodovias e Transportes. Manual de informações 
ambientais básicas para obras rodoviárias. Vitória: Dertes, 2002. 97p. (625.7 E77m) 
CARVALHO, C.A.B.; LIMA, D.C.; JÚNIOR, J.G.; DAMASCENO, V.M.; 
TRINDADE, T.P. Projeto geométrico de estradas: introdução. Viçosa: UFV, 2004. 
(Caderno Didático 99). 
DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE 
TRANSPORTES. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários: 
escopos básicos/intruções de serviço – IPR 726. 3ª ed. Rio de Janeiro: Instituto de 
Pesquisas Rodoviárias, 2006.

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