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Controladoria 
 
Unidade V 
Análises das Demonstrações Financeiras 
Prof. Lucas Rebouças Guimarães 
Análise de Balanços 
• A análise de balanços, também chamada de análise das 
demonstrações contábeis, permite avaliar a posição atual e 
a evolução da situação econômica e financeira da 
empresa. 
 
• É possível também comparar o desempenho de uma 
empresa com o de outra. A finalidade da análise de balanços 
é auxiliar os usuários internos e externos a tomar 
decisões em relação à empresa. 
 
• As técnicas mais simples utilizadas para a análise de 
balanços são a análise vertical e horizontal. Outra medida 
tradicional é a realizada através de índices econômico-
financeiros 
 
Análise de Balanços 
• Outra análise importante para avaliar os indicadores 
econômicos de uma empresa é a avaliação sobre o fluxo 
de caixa. Essa análise tem como objetivo verificar a origem 
e o destino dos recursos da empresa em determinado 
período. 
 
• O fluxo de caixa geralmente é dividido em fluxo das 
operações, fluxo dos investimentos e fluxo dos 
financiamentos. Pela análise do fluxo de caixa você pode, 
por exemplo, saber se a empresa está necessitando de 
capital de giro. 
 
Análise Vertical 
• Consiste em uma comparação da representatividade, em percentual, de 
cada conta com o grupo de contas a que pertence. 
 
• Para o BP, o cálculo da participação relativa das contas do ativo é feito por 
meio da divisão do valor de cada conta pelo valor total do ativo, e o mesmo 
procedimento se aplica às contas do passivo. 
 
• Desse modo, tanto o total do ativo como o total do passivo têm percentual 
igual a 100. 
 
• Para a DRE, o cálculo é feito por meio da divisão do valor de cada conta 
pelo valor da receita operacional líquida, que, nesse caso, tem percentual 
igual a 100. 
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Análise Vertical: Exemplo 
Análise Vertical: Resultados 
• Como exemplo, verifica-se que, no BP, a participação do ‘ativo circulante 
operacional', que era 33% do ativo em 31/12/2001, aumentou para 39% em 
31/12/2002. 
 
• Quanto ao patrimônio líquido, sua participação permaneceu praticamente 
inalterada em relação ao passivo total. Houve, porém, uma inversão da 
representatividade entre o ‘capital' e as ‘reservas de lucros', uma vez que o 
valor nominal do capital apresentou ligeira evolução. 
 
• Na DRE, verifica-se uma redução do ‘lucro líquido' em relação à ‘receita 
operacional' de 11% em 2001 para 7% em 2002. E o que contribuiu para 
isso foi o aumento da participação do ‘custo dos produtos vendidos' de 64% 
para 68% em 2001 e 2002, respectivamente. 
Análise Horizontal 
• Evidencia a evolução das contas das demonstrações contábeis ao longo 
dos anos. Para isso, o número-índice-base igual a cem é estabelecido para 
os valores de cada conta das demonstrações mais antigas e os números-
índice das mais recentes são calculados de acordo com a seguinte 
equação: 
 
 
 
 
 
• É preciso ter cuidado com o cálculo e com a análise por meio de números-
índice em situações em que uma conta estiver sem valor (neste caso, 
deve-se analisar a conta em números absolutos, uma vez que não é 
possível a divisão por zero). 
Análise Horizontal: Exemplo 
Análise Horizontal: Exemplo 
Análise Horizontal: Resultados 
• Verificamos que o número-índice do 'ativo circulante' em 31/12/2002 
é 141, o que representa uma evolução de 41% em relação a 
31/12/2001. 
 
• No mesmo período, o 'ativo total' apresentou uma evolução de 25%. 
 
• Quanto à receita operacional líquida, seu número-índice em 2002 é 
111, o que representa uma evolução de 11%, enquanto o número-
índice do lucro líquido é 69, o que representa uma redução de 31%, 
ambos relativos a 2001. 
Análise por meio de Índices 
Econômico-financeiros 
• São obtidos por meio da relação entre as contas ou os grupos de 
contas das demonstrações contábeis e podem ser agrupados de 
diferentes maneiras. As mais comuns são: 
– Índices de liquidez. 
– Índices de atividades. 
– Índices de endividamento. 
– Índices de lucratividade. 
 
• Para avaliar se a situação econômica ou financeira da empresa 
pode ou não ser considerada satisfatória, seus índices devem ser 
comparados com os de outras empresas que atuem no mesmo 
setor e que tenham porte semelhante, bem como com os 
indicadores-padrão do setor. 
Índices de Liquidez 
• Medem a capacidade de a empresa cumprir suas 
obrigações de curto prazo nas datas de vencimento. 
Esses índices refletem quantas unidades monetárias 
referentes a bens e direitos a empresa possui para cada 
unidade monetária de obrigações. 
 
• Os índices de liquidez se desdobram em: 
 
– Índice de liquidez corrente: Evidencia quanto a empresa tem 
de bens e direitos de curto prazo para cada unidade monetária 
de obrigações de curto prazo. 
Continua... 
Índices de Liquidez 
• Os índices de liquidez se desdobram em: 
 
– Índice de liquidez geral: Evidencia quanto a empresa tem de 
bens e direitos de curto e de longo prazo para cada unidade 
monetária de obrigações de curto e de longo prazo. 
 
 
 
 
– Índice de liquidez seca: Evidencia quanto a empresa tem de 
bens e direitos rapidamente conversíveis em dinheiro para cada 
unidade monetária de obrigações de curto prazo. 
 
Continua... 
Índices de Liquidez 
• Os índices de liquidez se desdobram em: 
 
– Índice de liquidez imediata: Evidencia quanto a empresa tem 
de dinheiro disponível para cada unidade monetária de 
obrigações de curto e prazo (disponibilidades: caixa, bancos e 
aplicações financeiras – em títulos que possuem liquidez 
imediata). 
 
 
 
 
 
Índices de Atividades 
• Medem o tempo que a empresa demora em média, para 
receber duplicatas de clientes, pagar fornecedores e 
renovar estoques, além de medir os giros dessas 
contas. 
 
• Os índices de atividades se desdobram em: 
 
– Período médio de cobrança: Indica quanto tempo, em média, 
a empresa leva para receber o montante de suas vendas 
(geralmente em dias). 
Continua... 
Índices de Atividades 
• Os índices de atividades se desdobram em: 
 
– Período médio de pagamentos: Indica quanto tempo, em 
média, a empresa demora a pagar seus fornecedores 
(geralmente em dias). Diferentemente do período médio de 
cobrança, aqui é necessário estimar o montante das compras 
anuais a prazo (CAP), o que não é informado nas 
demonstrações contábeis. 
– Para tanto, consideraremos as contas a prazo como uma 
porcentagem do CPV (CAP = CPV * % estimado de compras a 
prazo). 
– Pode ser obtido também por: CPV - EI + EF (estoques inicial e 
final) 
Continua... 
Índices de Atividades 
• Os índices de atividades se desdobram em: 
 
– Giro das duplicatas a receber: Indica quantas vezes durante o 
ano as duplicatas a receber são renovadas. 
 
 
 
– Giro das duplicatas a pagar: Indica quantas vezes durante o 
ano as duplicatas a pagar são renovadas. 
Continua... 
Índices de Atividades 
• Os índices de atividades se desdobram em: 
 
– Período médio de estocagem: Indica o número de dias, em 
média, que os estoques levam para ser renovados: 
 
 
 
 
– Giro de estoques: Indica quantas vezes durante o ano os 
estoques são renovados. 
Índices de Endividamento 
• Revelam a política de obtenção de recursos da empresa 
– próprios e de terceiros. 
 
• Os índices de endividamento se desdobram em: 
 
– Endividamento geral: Indica a relação percentual entre o 
capital de terceiros de curto e longo prazos e o ativo total. 
Continua...Índices de Endividamento 
• Os índices de endividamento se desdobram em: 
 
– Imobilização do patrimônio líquido: Indica quanto do ‘ativo 
permanente’ é financiado pelo ‘patrimônio líquido’, evidenciando 
maior ou menor dependência de capital de terceiros. 
 
 
 
– Exigível a longo prazo/patrimônio líquido: Indica a 
composição dos recursos a longo prazo, evidenciando a relação 
entre o capital de terceiros de longo prazo e o patrimônio 
líquido. 
Índices de Lucratividade 
• Evidenciam a rentabilidade da empresa. 
 
• Os índices de lucratividade se desdobram em: 
 
– Margem Bruta: Indica a relação ‘lucro bruto’ e a ‘receita 
operacional líquida’. 
 
 
 
– Margem operacional: Indica a relação entre o ‘lucro 
operacional(Lajir)’ e a ‘receita operacional líquida’. 
Continua... 
Índices de Lucratividade 
• Os índices de lucratividade se desdobram em: 
 
– Margem líquida: Indica a relação ‘lucro líquido’ e a ‘receita 
operacional líquida’. 
 
 
 
– Taxa de retorno sobre o ativo total (ROA – Return on Asset): 
Indica a relação entre o ‘lucro operacional(Lajir)’ e o ativo total’. 
Continua... 
Índices de Lucratividade 
• Os índices de lucratividades se desdobram em: 
 
– Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido - RSPL (ROE – 
Return on Equity): Indica retorno sobre capital dos 
proprietários. 
 
 
 
– Lucro por ação: Representa o lucro gerado por ação da 
empresa e é obtido pela divisão do lucro líquido pela quantidade 
de ações que a empresa possui. 
Índices Econômico-financeiros: 
Exemplo 
• Agora, com base no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração de Resultados do Exercícios utilizados 
nas análises vertical e horizontal, calcule os Índices 
econômico-financeiros. 
 
• OBS: Suponha que a empresa conservou um total de 
100 ações em cada período. 
Índices Econômico-financeiros: Exemplo 
Resultados das Análises de Balanços 
(H+V+IEF) (1) 
• Metodologia da Análise: 
 
– Ter em mente da forma mais aclarada possível, a função de 
cada ferramenta análise. 
 
– Verificar as maiores variações apresentadas nas análises 
Horizontal e Vertical (aquilo que chama atenção) e contrapondo 
as duas, se necessário; 
 
– Tentar explicá-las, contrapondo com o que foi apresentado nos 
índices econômicos financeiros. 
Resultados das Análises de Balanços 
(H+V+IEF) (1) 
1. Os números-índice da análise vertical apontam que, em 2001, o 
ativo circulante representava 40% do ativo total, ao passo que 
o passivo circulante representava 29% do passivo total. Em 
2002, o ativo circulante aumentou sua representatividade para 
45%, e o passivo circulante manteve-se praticamente estável, 
em 30%. Como o crescimento do ativo circulante foi maior que o 
do passivo circulante, a empresa apresentou um aumento no 
índice de liquidez corrente, passando de 1,37 para 1,51. Esse 
aumento está relacionado, principalmente, ao crescimento de 
90% dos estoques em 2002, conforme número-índice da análise 
horizontal. É importante salientar que o aumento do estoque 
repercute também no índice de liquidez geral. Os demais 
índices de liquidez que não sofrem influência do estoque 
apresentaram ligeiro declínio. 
Resultados das Análises de Balanços 
(H+V+IEF) (2) 
2. Em relação aos índices de atividades, o período médio de estocagem 
é o que merece destaque, pois passou de 54 dias em 2001 para 86 dias 
em 2002. Isso foi consequência do aumento de 90% no valor do 
estoque, o que também influenciou seu giro, que passou de sete vezes 
em 2001 para quatro em 2002. 
 
3. Quanto aos índices de endividamento, não há muito a ser comentado, 
uma vez que tiveram uma alteração discreta. Embora tenha havido um 
aumento de 26% no grupo 'exigível a longo prazo', conforme observado 
na análise horizontal, sua participação na estrutura de capital da 
empresa manteve-se inalterada, observando os números-índice da 
análise vertical. 
 
4. Uma redução importante ocorreu em relação a todos os índices de 
lucratividade, devido, principalmente, aos motivos descritos na avaliação 
dos números-índice das análises vertical e horizontal. 
Fluxo de Caixa 
• Tem como objetivo 
demonstrar a origem e 
o destino dos recursos 
da empresa em 
determinado período. 
Geralmente, o fluxo de 
caixa é dividido em 
fluxo das operações, 
fluxo dos 
investimentos e fluxo 
dos financiamentos. 
 
• OBS: Quando (entre 
exercícios) há aumento 
no ativo, subtrai-se o fluxo 
de caixa (dívida foi 
contraída). Quando o 
passivo aumenta, soma-
se o fluxo de caixa (dívida 
foi paga). E vice-versa. 
(1) Fluxo de Caixa das Operações 
• É obtido pela soma do lucro ou prejuízo do último exercício 
com a depreciação e amortização (que não representa uma 
saída de caixa), ajustada pelas variações dos ativos e 
passivos circulantes operacionais, que, por sua vez, são 
obtidas pela diferença entre os valores das respectivas 
contas do balanço atual e do anterior. 
 
• Essa variação mostra a necessidade de capital de giro da 
empresa: caso o montante seja positivo, a empresa 
empregou dinheiro do caixa para financiar seus ativos 
operacionais; caso o montante seja negativo, a empresa 
diminuiu seus recursos alocados no capital de giro. 
(2) Fluxo de Caixa dos Investimentos 
• Representa os recursos aplicados no ativo imobilizado. Vale 
lembrar que esses recursos não passam pela DRE, mas 
representam saídas do caixa. 
 
• No entanto, deve-se utilizar os valores brutos, deduzidas as 
depreciações, que não configuram saídas de caixa. Os valores que 
estão no Balanço Patrimonial são valores com depreciações 
deduzidas (líquidos). 
 
• Os valores do imobilizado brutos para o exemplo abordado são: 
(3) Fluxo de Caixa dos Financiamentos 
• O fluxo de caixa dos financiamentos representa o 
ingresso de novos recursos na empresa, sejam eles 
próprios ou de terceiros, após serem deduzidas as 
amortizações de financiamentos. 
(4) Cálculo do Caixa Final 
• Será o valor de Caixa gerado nos períodos (que 
corresponderá da soma dos três valores calculados) 
somado ao valor inicial do caixa (o valor do ativo 
circulante financeiro do primeiro período). 
 
• Ao final, teremos um total de caixa final que deverá ser 
igual ao valor do ativo circulante financeiro no segundo 
período. 
 
 
 
Fluxo de Caixa: Exemplo 
• Para o 
exemplo 
considerado 
no cálculo da 
análise 
vertical e 
horizontal, 
elabore a 
Análise do 
Fluxo de 
caixa. 
 
 
 
Resultados das Análises de Balanços 
(Fluxo de Caixa) (1) 
1. A análise do fluxo de caixa demonstra que os recursos gerados 
na operação foram de R$ 15.000,00. Esse fluxo sofreu o impacto, 
principalmente, da queda do lucro líquido e da necessidade de 
se alocar R$ 21.500,00 no capital de giro (diferença entre 
deduções do ativo e deduções do passivo). 
 
2. Além disso, vale ressaltar que a geração operacional de caixa 
não foi suficiente para cobrir os investimentos no ‘ativo 
imobilizado' no valor de R$ 28.850,00. Por causa disso, a empresa 
precisou captar recursos, principalmente, de terceiros. 
Referências 
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira 10ª Ed. São Paulo: 
Pearson, 2010. 
MEGLIORINI, E. Administração financeira. 1ª ed. São Paulo: Pearson, 2012. 
Referências 
Anthony, Robert N., and Vijay Govindarajan. Sistemas de controle gerencial. 
AMGH Editora, 2008. 
 
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: 
Pearson, 2010. 
 
MEGLIORINI, E. Administração financeira. 1ª ed. São Paulo: Pearson, 2012. 
 
Nascimento,Auster Moreira, and Luciane Reginato. Controladoria: Um 
Enfoque Na Eficácia Organizacional . Editora Atlas SA, 2013. 
 
Padoveze, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, 
estrutura, aplicação. Pioneira Thomson Learning, 2003. 
 
Reis, Cláudia M. N. Controladoria Estratégica. CRC/RJ, 2014.