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A INTERTEXTUALIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: A MÚSICA COMO OBJETO/INSTRUMENTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Maria Rita da Silva1 Lívia Maria Turra Bassetto2 RESUMO: Este artigo foi elaborado com base na concepção interacionista da linguagem apresentada por autores pautados na perspectiva da Linguística Textual e na concepção de gêneros textuais, como Marcuschi (2008), Koch (2001, 2006, 2008), Cavalcante (2012), entre outros. Nele, pretende-se realizar reflexões acerca da prática pedagógica e do ensino de Língua Portuguesa, principalmente, ao entender a língua como instrumento de uma prática social, de sua finalidade no ato comunicativo, e de suas particularidades expressas em gêneros – essenciais para formação de um leitor e produtor de texto competente. Para tanto, o trabalho constitui-se de abordagens teóricas e análises, em exemplos de gêneros textuais tendo como premissa o uso do gênero música, com intuito de evidenciar como o intertexto contribui para a construção de sentido do texto. Nesse sentido, propõe-se o desenvolvimento de uma sequência didática com o gênero textual “Música” e outros textos multimodais que tragam temáticas semelhantes e apresentem relação intertextual sobre valores, tais como: amor e tempo, que possam, assim, estimular a leitura de forma reflexiva e significativa. . Palavras-chaves: Leitura; Música; Intertextualidade. 1 Introdução Acredita-se que a utilização de diversos textos (multimodais) e a relação intertextual com o gênero música no ensino de língua portuguesa contribua para o enriquecimento do ensino, ao trazer a sensibilidade, a percepção e a criatividade, além de proporcionar a reflexão sobre temas importantes. A música também proporciona momentos lúdicos, prazerosos, o que se acredita ser fator de motivação para aprendizagem. A escolha do gênero música, assim, justifica-se por ser integrante do cotidiano da vida de alunos e professores e entende-se que ela é um recurso didático-metodológico válido para as aulas de Língua Portuguesa, pois colabora com várias áreas do saber, quando utilizada de forma interdisciplinar, auxiliando na construção do conhecimento e na manutenção da cultura e valores. E o aluno, 1 Docente da Rede Estadual de Ensino do Paraná, lotada no Colégio Estadual Dulce de Souza Carvalho’ – localizada no distrito de Congonhas pertencente a cidade de Cornélio Procópio. Cornélio Procópio, Brasil, silva.maria@escola.pr.gov.br 2 Docente colaboradora da Universidade Estadual Norte do Paraná (UENP/Cornélio Procópio), lotada no curso de Letras Português/Inglês. Doutorado em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual Paulista de São José do Rio Preto (IBILCE) e Mestre na mesma área e instituição. Linha de Pesquisa: Estudos do Texto e do Discurso. Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2004). Cornélio Procópio, Brasil, e-mail: liviabasseto@uenp.edu.br. nesse contexto, pode aprender brincando, interagindo com o outro e consigo mesmo. Para tanto, o professor deve levar em consideração o contexto que as músicas retratam e em que foram compostas. Deve ter em mente que todas as composições estão inseridas em uma atmosfera ideológica, a qual deve ser compreendida e trabalhada em sala de aula. Além de expressar sentimentos e pensamentos de quem a compõe, também apresentam características de determinado período ou sociedade ou ainda de determinados valores sociais. Acredita-se também que, ao usufruir do som, as atividades humanas podem tornar o trabalho muito mais fácil. A música pode ir aonde o professor, muitas vezes, não pode, pois ela alcança o interior. Por essa razão, o gênero música pode tornar-se um recurso didático-metodológico importante nas aulas de Língua Portuguesa para mudar a rotina tradicional e tornar a aprendizagem prazerosa e dinâmica. 2 Fundamentação teórica 2.1 Concepção de texto e o seu uso no ensino de Língua Portuguesa A escola faz parte da vida do aluno e é nela que ele vivencia uma das partes mais importantes de sua história de vida. Então, ela precisa ser um lugar onde esse sujeito sinta vontade de estar. A sala de aula, assim, tem que ser um espaço onde o aprendizado seja prazeroso e faça toda a diferença na vida do educando. Para tanto, é necessário que o professor esteja constantemente buscando metodologias para que esse momento de aprendizagem desperte no aluno o interesse em aprender. Que o ensino de língua deva se dar através de textos, segundo Marcuschi (2008, p. 51), é hoje um consenso tanto entre linguistas teóricos como aplicados. Assim, também, tornou-se uma prática na escola e orientação central dos documentos que norteiam o ensino, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE) em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN – BRASIL, 1998). No entanto, o que requer atenção não é este postulado, mas sim como isto é posto em prática, uma vez que muitas são as maneiras de trabalhar com o texto. Considerando-se os objetivos básicos da escola no trato do ensino de língua, é interessante refletir se a escola deve trabalhar apenas o texto escrito ou envolver- se também com o texto oral. Para Marcuschi (2008, p. 53), define-se hoje uma linha de pensamento que parece sugerir que a escola deva contemplar, sobretudo, o ensino da modalidade escrita, porém, ao enfatizar o seu ensino, não deve ignorar a oralidade, pois a escrita é reprodução da fala, em suas várias manifestações e concretiza um processo interacional. O bom desempenho do aluno na escrita é uma das funções primárias da escola, capacitando-o a desenvolver textos em que aspectos formais e comunicativos estejam bem conjugados, mas isto não é motivo para se ignorar os processos de comunicação oral. A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história. É ainda preciso levar em conta que, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: o domínio da língua, oral e escrita, é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Por isso, ao ensiná-la, a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes linguísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos (BRASIL, 1997, p. 15). Para compreender ou produzir qualquer texto, entende-se que seja necessário ativar conhecimentos, não apenas linguísticos, mas também todos os outros conhecimentos adquiridos com a convivência social, que serviram de informações e que são referências para agir na vida, e nos eventos cotidianos. Cavalcante (2012, p.18-19) apresenta três concepções básicas de texto: Artefato lógico do pensamento: inicialmente, o texto era concebido como um mero artefato lógico do pensamento do autor. Nesse caso, caberia ao leitor apenas captar essa representação mental e as intenções do produtor. Decodificações das ideias: posteriormente, passou a ser entendido como um produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo ouvinte, que para compreendê-lo bastava dominar o código linguístico (conjunto de estruturas da língua). Nesta ênfase a concepção de texto reside na ideia que sua principal função seria transmitir informações a um interlocutor passivo. Processo de interação: o entendimento sobre o que vem a ser um textoé balizado pela noção de interação. O texto, então, é tomado com evento no qual os sujeitos são vistos como agentes sociais que levam em consideração o contexto sociocomunicativo, histórico e cultural para construção dos sentidos e das referências dos textos. Koch e Elias (2006 apud CAVALCANTE, 2012, p. 20) destacam que o texto escrito fundamenta-se em uma concepção: [...] sócio-cognitivo-interacional de língua, que privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processo de interação. O lugar mesmo de interação – como já dissemos – é o texto, cujo sentido “não está lá”, mas é construído, considerando-se, para tanto, as “sinalizações” textuais dadas pelo autor e os conhecimentos do leitor, que durante todo processo de leitura, deve assumir uma atitude “responsiva ativa”. Em outras palavras, espera-se que o leitor concorde ou não com ideias do autor, complete-as, adapte-se etc. Dessa forma, o texto pode ser entendido como um evento comunicativo em que estão presentes os elementos linguísticos, visuais e sonoros, os fatores cognitivos e vários aspectos. Como afirma Cavalcante (2012, p. 20), é também um evento de interação entre locutor e interlocutor, os quais se encontram em um diálogo constante. O próprio conceito de texto depende das concepções que se tenha de língua e sujeito. Para Marcuschi (2008, p. 61), “a língua é um conjunto de práticas sociais e cognitivas historicamente situadas”, um sistema de práticas cognitivas, flexíveis, criativas e indeterminadas e sensíveis à realidade sobre a qual atua, por meio do qual os falantes e escritores agem e expressam suas intenções com ações adequadas aos objetivos e circunstâncias. No uso da língua, o indivíduo lida com mais do que com simples uso de regras, lida com sistemas que permitem as pessoas interagirem pela fala ou pela escrita, dando sentido à linguagem que usam. E na concepção interacional (dialógica) da língua, os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente – se constroem e são construídos no texto, considerado o próprio lugar da interação. Nesse sentido, o foco é na interação autor-texto-leitor (KOCH, 2008, p. 12). A língua, nesta concepção, privilegia os sujeitos e seus conhecimentos em processo de interação. Para Koch (2008, p. 25), a compreensão de um texto varia segundo as circunstâncias de leitura e dependem de vários fatores, complexos e inter- relacionados entre si. Embora exista a correlação de diversos fatores e implicam a compreensão da leitura, é importante destacar os fatores relativos ao autor/leitor, por um lado, ou ao texto, por outro lado, que podem interferir nesse processo, de modo a dificultá-lo ou facilitá-lo. Esses fatores referem-se a conhecimentos dos elementos linguísticos, esquemas cognitivos, bagagem cultural, circunstâncias em que o texto foi produzido, entre outros. Dessa maneira, conforme o texto foi produzido, o autor pode ativar mais ou menos conhecimentos prévios do leitor. Assim, pode-se dizer que os conhecimentos sociocultural e vivencialmente construídos e adquiridos influenciarão na leitura e interpretação. A leitura, portanto, é uma atividade complexa de produção de sentidos que se realiza, segundo Koch (2008, p. 57), evidentemente, com “base nos elementos linguísticos presentes na superfície textual e na sua forma de organização”, mas que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes. Sendo assim, a concepção de leitura também está arraigada ao pressuposto de que o sentido de um texto é construído na interação sujeitos-texto e, para produção de sentido, se faz necessário levar em conta o contexto. Enquanto leitores, construímos sentidos para o texto que lemos baseados em um contexto e, a partir das pistas sugeridas no texto, passamos a nos situar em outros contextos. Segundo Koch (2008, p. 63), o contexto, portanto, é indispensável para compreensão e, desse modo, “para construção da coerência textual”. Da forma como é aqui entendido, “o contexto engloba não só o co-texto, como também a situação de interação imediata, a situação mediata (entorno sóciopolítico-cultural) e o contexto cognitivo dos interlocutores”. Este último, na verdade, subsume os demais. Ele reúne todos os tipos de conhecimentos arquivados na memória dos atores sociais, que necessitam ser mobilizados por ocasião do intercâmbio verbal, como: conhecimento linguístico propriamente dito; conhecimento enciclopédico, quer declarativo (conhecimento que recebemos pronto, que é introjetado em nossa memória “por ouvir falar”, quer episódico (“frames, “scripts”) conhecimento adquirido através da convivência social e armazenado em “bloco”, sobre as diversas situações e eventos da vida cotidiana; conhecimento superestrutural ou tipológico (gêneros e tipos textuais); conhecimento estilístico (registros, variedades de língua e sua adequação às situações comunicativas); conhecimento de outros textos que permeiam nossa cultura (intertextualidade) (KOCH, 2008, p. 63). Nesse sentido, para Koch (2008, p. 64), “o contexto passa a ser um conjunto de suposições baseadas nos saberes dos interlocutores, mobilizadas para interpretação de um texto”, levando os interlocutores a recorrerem ao contexto sociocognitivo. Sendo assim, quando lemos ou produzimos um texto, sempre recorremos a estratégias sociocognitivas. Cavalcante (2012, p.21) esclarece que, no decorrer do processamento textual, vários tipos de conhecimentos armazenados em nossa memória são ativados para nos auxiliar na compreensão e na produção de sentido. Cavalcante (2012, p, 21), ao citar Koch e Elias, explica que os conhecimentos podem ser de natureza linguística, enciclopédica e interacional: a) O conhecimento linguístico compreende todo o conhecimento que o leitor possui sobre o uso das regras da língua, de seu complexo sistema, que inclui: a relação entre o som e o sentido das palavras, as regras morfológicas e sintáticas da língua e o uso do léxico. O leitor utiliza tudo o que sabe, consciente ou inconscientemente, sobre o conhecimento da língua para interpretar o texto. b) O conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo – que pode ser adquirido tanto formal quanto informalmente e se encontra armazenado na memória de longo termo (ou memória permanente) de um indivíduo. Durante a leitura, esse conhecimento é ativado em momentos oportunos e é essencial para a compreensão do texto. c) O conhecimento interacional ocorre sempre que, ao interagirmos por meio da linguagem, precisamos mobilizar e ativar conhecimentos referentes às formas de interação. A partir deste tipo de conhecimento, somos capazes de iniciar e terminar certas formas de comunicação, como por exemplo o que dizer e a quem dizer quando estamos em determinados local. Na verdade, todos os tipos de conhecimentos são importantes e são ativados na produção e interpretação de um texto, sendo preciso integrá-los a fim de prover uma efetiva compreensão. E, de modo prático, Cavalcante (2012, p. 27) define o contexto como “tudo aquilo que, de alguma forma, contribui para ou determina a construção do sentido” Cavalcante (2012), assim como Koch (2008), também enfatiza o contexto e a mobilização dos conhecimentos como fator fundamental para estabelecer sentido a um texto, que deve ser construído na interação locutor-texto-interlocutor. 2.2 Conceito de intertextualidade A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais, que devem ser contextualizados de acordo com a realidade vivida. O intertexto serve para ilustrar a importânciado conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos e que, partindo desta, se viabiliza uma leitura e desta uma produção, significando que um texto nasce de outro texto por meio da intertextualidade. Em relação à intertextualidade, Koch (2008, p. 86) diz que se faz presente em todo e qualquer texto, como componente decisivo de suas condições de produção. Isto é, ela é condição mesma da existência de textos, já que há sempre um já-dito, prévio a todo dizer. [...] A intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade. Como vemos, a intertextualidade é elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura e compreende as diversas maneiras pelas quais a produção e recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de ralações que um texto mantém com outros textos (KOCH, 2008, p. 86). Para Marcuschi (2008, p. 131), a intertextualidade é a presença de partes de textos prévios dentro de um texto atual. E ressalta dentre as várias modalidades de intertexto: a) Intertextualidade de forma e conteúdo: quando alguém utiliza, por exemplo, determinado gênero textual tal como a epopeia em um outro contexto não épico só para obter um efeito de sentido especial; b) Intertextualidade explícita: como no caso das citações, discursos diretos, referência documentadas com a fonte, resumos, resenhas; c) Intertextualidade com textos próprios, alheios ou genéricos: alguém pode muito bem situar-se numa relação consigo mesmo e aludir a seus textos, bem como citar textos sem autoria específica como provérbios etc. (MARCUSCHI, 2008, 131). A intertextualidade colabora com a coerência textual e tem importância fundamental ao relacionar discursos entre si. Ou seja, a intertextualidade é mais que um critério de textualidade, é também um princípio constitutivo que trata o texto como comunhão de discursos e não algo isolado, dando margem para que se façam interconexões dos mais variados tipos. Marcuschi (2008, p 129) ressalta que hoje em dia há um consenso quanto ao fato de se admitir que todos os textos comungam com outros textos, ou seja, não existem textos que não mantenham algum aspecto intertextual, pois nenhum texto se acha isolado e solitário. Assim, a intertextualidade pode ser reconhecida como “propriedade constitutiva de qualquer texto” e o conjunto da relações explícitas ou implícitas que um texto ou um grupo de texto determinado mantém com outro textos (MARCUSCHI, 2008, p. 130). Já destacamos que a leitura e interpretação demanda ativação de conhecimentos prévios, adquiridos por meio de outros textos; e requerem uma gama de conhecimentos advindos da leitura de outros textos. É importante que nenhum texto seja tomado isoladamente, desvinculado de qualquer outro, mas sim em sua intrínseca relação com outros exemplares. De acordo com Cavalcante (2012, p. 146), em muitos textos se percebem indícios tangíveis de uma relação com outros, desde evidências tipográficas, que demarcam fronteiras bem específicas entre um dado texto e algum outro que esteja sendo evocado, até pistas mais sutis que conduzem o leitor à ligação intertextual por meio de inferências. Para que haja certa coerência e compreensão da leitura, é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias de um texto ou apenas contestando o que ali se apresenta. A escola, enquanto instituição formadora deve atender a essa demanda, principalmente no que se refere à multiplicidade de linguagens, modos ou semioses nos textos em circulação social, impressos, audiovisuais, digitais, etc. Isto, de acordo com Rojo (2002, p. 19), tem sido chamado de multimodalidade ou multissemiose dos textos contemporâneos, que exigem multiletramentos, ou seja, textos compostos de muitas linguagens (ou modos, ou semioses) e que exigem capacidades e práticas de compreensão e produção de cada uma delas para fazer significar. A leitura e interpretação são fatores que auxiliam na produção textual e a intertextualidade é um elemento que favorece a formação de um leitor mais competente e crítico, pois, ao relacionar um texto com outro, o leitor compreenderá o texto lido com mais profundidade e, por consequência, será capaz de refletir sobre o recurso utilizado pelo autor quando compuser textos. 2.3 A intertextualidade entre o gênero música e textos multimodais A leitura e interpretação são fatores que auxiliam na produção textual e a intertextualidade é um elemento que favorece a formação de um leitor mais competente e crítico, pois, ao relacionar um texto com outro, o leitor compreenderá o texto lido com mais profundidade e, por consequência, será capaz de refletir sobre o recurso utilizado pelo autor quando compuser textos. Koch (2008, p.10) afirma que a leitura é entendida como a atividade de captação das ideias do autor, sem levar em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, a interação autor-texto-leitor com propósitos constituídos sócio-cognitivo-interacionalmente. O foco de atenção é, pois, o autor e suas intenções, e o sentido está centrado no autor, bastando tão somente ao leitor captar essas intenções. A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais, que devem ser contextualizados de acordo com a realidade vivida. O intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um texto com outro, o leitor entenderá que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção dos mesmos e que, partindo desta, se viabiliza uma leitura e desta uma produção, significando que um texto nasce de outro texto por meio da intertextualidade. Em relação à intertextualidade, Koch (2008, 86) diz que se faz presente em todo e qualquer texto, como componente decisivo de suas condições de produção. Isto é, ela é condição mesma da existência de textos, já que há sempre um já-dito, prévio a todo dizer. [...] A intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade. Como vemos, a intertextualidade é elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura e compreende as diversas maneiras pelas quais a produção e recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de ralações que um texto mantém com outros textos (KOCH, 2008, p. 86). Para Marcuschi (2008, p. 131), a intertextualidade é a presença de partes de textos prévios dentro de um texto atual. E ressalta dentre as várias modalidades de intertexto: a) Intertextualidade de forma e conteúdo: quando alguém utiliza, por exemplo, determinado gênero textual tal como a epopeia em um outro contexto não épico só para obter um efeito de sentido especial; b) Intertextualidade explícita: como no caso das citações, discursos diretos, referência documentadas com a fonte, resumos, resenhas; c) Intertextualidade com textos próprios, alheios ou genéricos: alguém podemuito bem situar-se numa relação consigo mesmo e aludir a seus textos, bem como citar textos sem autoria específica como provérbios etc. (MARCUSCHI, 2008, 131). A intertextualidade colabora com a coerência textual e tem importância fundamental ao relacionar discursos entre si. Ou seja, a intertextualidade é mais que um critério de textualidade, é também um princípio constitutivo que trata o texto como comunhão de discursos e não algo isolado, dando margem para que se façam interconexões dos mais variados tipos. Marcuschi (2008, p 129) ressalta que hoje em dia há um consenso quanto ao fato de se admitir que todos os textos comungam com outros textos, ou seja, não existem textos que não mantenham algum aspecto intertextual, pois nenhum texto se acha isolado e solitário. Assim, a intertextualidade pode ser reconhecida como “propriedade constitutiva de qualquer texto” e o conjunto das relações explícitas ou implícitas que um texto ou um grupo de texto determinado mantém com outros textos (MARCUSCHI, 2008, p. 130). Já destacamos que a leitura e interpretação demandam ativação de conhecimentos prévios, adquiridos por meio de outros textos; e requerem uma gama de conhecimentos advindos da leitura de outros textos. É importante que nenhum texto seja tomado isoladamente, desvinculado de qualquer outro, mas sim em sua intrínseca relação com outros exemplares. De acordo com Cavalcante (2012, p. 146), em muitos textos se percebem indícios tangíveis de uma relação com outros, desde evidências tipográficas, que demarcam fronteiras bem específicas entre um dado texto e algum outro que esteja sendo evocado, até pistas mais sutis que conduzem o leitor à ligação intertextual por meio de inferências. Para que haja certa coerência e compreensão da leitura, é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias de um texto ou apenas contestando o que ali se apresenta. Diante das reflexões a cerca da intertextualidade, da leitura e da produção textual, verificamos que o conceito de leitura está corriqueiramente restrito à decifração de signos linguísticos, ou seja, da escrita, porém esse processo de leitura dá-se em meio a um processo histórico-social que interfere na formação global do indivíduo, perfazendo-se assim uma ampliação de suas capacidades sociais. Historicamente, saber ler e produzir um texto significa possuir bases de uma educação básica para a vida e para sobrevivência adequada à condição humana, viabilizando não somente o desenvolvimento das faculdades intelectuais, possibilitando a integração efetiva do indivíduo com a sociedade, para ser considerado letrado. Hoje, fala-se muito em letramento e práticas de letramento. O termo “letramento”, definido por Magda Soares (2004, p.47), é apresentado como “o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva práticas sociais que usam escrita”, porém este termo já foi ampliado para outros mais abrangentes como o “multiletramento”, que, de acordo com Rojo (2012, p 13), vai além de “letramentos múltiplos”, pois refere-se não somente à multiplicidade presente em nossa sociedade, a multiplicidade cultural das populações, mas também à multiplicidade semiótica de constituição dos textos por meio dos quais ela se informa e se comunica. A escola, enquanto instituição formadora, deve atender a essa demanda, principalmente no que se refere à multiplicidade de linguagens, modos ou semioses nos textos em circulação social, impressos, audiovisuais, digitais, etc. Isto, de acordo com Rojo (2002, p. 19), tem sido chamado de multimodalidade ou multissemiose dos textos contemporâneos, que exigem multiletramentos, ou seja, textos compostos de muitas linguagens (ou modos, ou semioses) e que exigem capacidades e práticas de compreensão e produção de cada uma delas para fazer significar. Portanto, em qualquer dos sentidos da palavra “letramento” ou “multiletramentos”, no sentido da diversidade cultural de produção ou ainda dos modelos textuais de circulação ou da diversidade de linguagens que os constituem, eles – letramento e multiletramento – tornam-se fatores de interação e são essas características que deverão auxiliar na leitura e compreensão, ao realizar a intertextualidade entre textos multimodais e o gênero música. Acreditamos que o gênero música no ensino de língua portuguesa contribua para o enriquecimento do ensino, ao trazer a sensibilidade, a percepção e a criatividade, além de proporcionar a reflexão sobre temas importantes. A música também proporciona momentos lúdicos, prazerosos, o que acreditamos ser fator de motivação para aprendizagem. Para tanto, o professor deve levar em consideração o contexto que as músicas retratam e em que foram compostas. Deve ter em mente que todas as composições estão inseridas em uma atmosfera ideológica, a qual deve ser compreendida e trabalhada em sala de aula. Além de expressar sentimentos e pensamentos de quem a compõe, também apresentam características de determinado período ou sociedade ou ainda de determinados valores sociais 3 Sinopse das oficinas da Sequência Didática do Gênero música A sequência didática do gênero (SDG) foi desenvolvida no primeiro semestre de 2017 com cerca de 25 alunos de um 9º ano do Colégio Estadual Dulce de Souza Carvalho, localizado no distrito de Congonhas-PR, o qual pertence à cidade de Cornélio Procópio. A seguir, trazemos a sinopse da sequência didática do gênero textual música, tendo como foco o trabalho com a intertextualidade no ensino de Língua Portuguesa. Em seguida, pretendemos realizar reflexões acerca da prática pedagógica e do ensino de Língua Portuguesa, principalmente, no que diz respeito à formação de um leitor e produtor de texto competente, ou seja, de um agente- produtor (BRONCKART, 2003). Quadro 1 – Sinopse de uma sequência de atividades com o gênero música Oficinas Objetivos Atividades Oficina 1 Conhecendo a Temática - Apresentar a temática aos alunos; - Conhecer a temática “ tempo”; - Identificar as maneiras de representação da passagem do tempo; - Refletir sobre a influência do tempo na vida; - Identificar a relação de intertextualidade entre as imagens. 1- Contextualização do tema “tempo” com a leitura de imagens (linguagem não verbal) e discussão oral em relação à temática recorrente nas imagens; 2- Elaboração de um painel com recortes de palavras e imagens que retratem a passagem do tempo. Oficina 2 Vivendo a Temática - Aprofundar sobre a temática “presente, passado e futuro”; - Desenvolver da percepção de diferentes tempos: psicológico, biológico, e astronômico para a construção do tempo histórico; - Perceber o intertexto entre os textos multimodais. 1- Assistir o vídeo da Turma da Mônica, “Máquina do tempo de novo” e realizar questionamentos em relação a ele. 2- Montagem de um painel com fotos que representam as fases da vida. 3- Roda de conversa sobre o tema “tempo livre”- organização de um quadro com as ideias discutidas e as intertextualidades. 4- Confeccionar um convite para família para realizar um evento no “tempo livre”. Oficina 3 Introduzindo o Gênero - Apreciar diferentes estilos musicais. - Realizar inferências sobre a temática “tempo”, nas músicas. - Reconhecer que o trabalho com música e com a diversidade de gêneros musicais possibilita o saber ouvir, a interação social e a formação de valores. - Perceber o diálogo intertextualentre as músicas e o tema “tempo”. 1- Apresentação das músicas: “Tempo perdido” (Legião Urbana) e “Oração ao tempo”, Maria Gadú e de seus compositores, a partir do contexto de produção das obras e do conteúdo temático. 2- Questionário oral para a interpretação das músicas. Oficina 4 Discutindo a temática - Apreciar diferentes estilos musicais. - Realizar inferências sobre a temática “tempo”, nas músicas. - Reconhecer que o trabalho com música e com a diversidade de gêneros musicais possibilita o saber ouvir, a interação social e a formação de valores. - Perceber o diálogo intertextual entre as músicas e o tema “tempo”. - Produzir um texto sob a temática “ouvir música é sentir...”. 1- Apresentação dos vídeos das músicas “Semana que vem” da cantora Pitty e “Um novo tempo” do cantor Ivan Lins. 2- Realização atividades de interpretação e relação intertextual. 3- Círculo de discussão sobre as músicas em relação à temática. 4- Primeira produção de um texto escrito sob a temática “ouvir música é sentir...” Ouvir música é sentir.... Oficina 5 Sentindo a poesia do tempo - Conhecer os poetas Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade. - Reconhecer o gênero “poema”. - Identificar o tema dos poemas. - Relacionar o tema a outros textos. 1- Apresentação de vídeo da biografia de Mário Quintana. 2- Apreciação dos vídeos com a narração dos poemas “O Tempo” de Mário Quintana e “Cortar o tempo” de Carlos Drummond de Andrade. 3- Diálogo entre os poemas, a partir de interpretação de suas intertextualidades. Oficina 6 Assistindo ao filme - Reconhecer o gênero textual - filme. - Identificar à temática e sua influência na formação do caráter do personagem. - Inferir a relação temática com outros textos estudados. 1- Ler a sinopse e contextualização do filme “Feitiço do tempo”. 2- Assistir o filme “Feitiço do tempo”. 2 Realizar os questionamentos orais sobre o filme e a mensagem transmitida e a relação temática com os poemas. outros textos. Oficina 7 Escrevendo nas linhas do tempo - Escrever um texto–gênero poema ou paródia - Organizar o texto em forma de poema ou paródia. - Produzir um vídeo com o texto que foi escrito. - Publicar na página do YouTube 1- Produção escrita de uma música ou uma paródia, a partir das anotações feitas durante as oficinas. 2- Apresentação d a produção para os colegas. 3- Debate sobre características da produção. 4- Gravar um vídeo com a música ou a paródia. 5- Exposição do vídeo para os colegas de sala. 6- Discussão em relação aos vídeos. -Criar uma conta e postar no You Tube. Na oficina “conhecendo a Temática”, houve a apresentação do tema ‘’tempo’’ com exposição dialogada sobre o que cada um faz com seu dia a dia. Os alunos foram percebendo que o tempo passa e a importância de melhor aproveitamento dele. Foram apresentadas gravuras referentes ao tema respondendo ao questionário oral e depois por escrito, os quais estão nos na produção de intervenção. Os alunos sugeriam fazer uma exposição com fotos de criança no decorrer do tempo até os dias atuais, vendo a passagem do tempo, que foram explicando para os colegas diferenças e semelhanças. Nesse sentido, houve a necessidade realizar uma reconcepção (cf. BARROS, 2014), devido às sugestões dos alunos, ou seja, o contexto de intervenção. Na oficina “Vivendo a temática”, a partir do vídeo “Máquina do tempo de novo’’ da Turma da Mônica, houve uma reflexão sobre como o tempo passa rápido. A atividade foi muito atrativa, porém houve certa resistência ao pedirem para eles escreverem sua primeira produção. O conteúdo temático (BAKTHIN, 2003) relacionado ao tema “tempo” chamou atenção dos adolescentes, mas também evidenciou que eles se acham “donos do tempo”, revelando uma falta de maturidade e a necessidade de uma bagagem maior para compreender de forma mais global as diversas implicações que esse tema gera. Nas atividades que envolviam a prática de pesquisa de músicas na internet, os alunos foram muito participativos. Acreditamos que isso ocorra, pois essa é uma prática que, de alguma forma, faz parte do cotidiano desses alunos. Nesse sentido, é preciso dar condições para que, ao mesmo tempo, possam-se desenvolver as capacidades/habilidades educacionais e “minimizar a exclusão de muitos sujeitos já excluídos em muitas outras situações” (COSCARELLI, 2007, p. 27). Na oficina “Introduzindo a temática”, trabalhamos com a música “Tempo perdido”, da banda Legião Urbano. Após ouvir a música, houve a análise e interpretação. Na sequência, os alunos foram ao laboratório de informática para pesquisa do grupo e contexto histórico da época. Em momento posterior, houve a análise da música “Oração ao tempo” de Caetano Veloso, interpretado por Maria Gadú, com apresentação do vídeo clip. Ao apresentar outro vídeo com a música “Semana que vem” interpretada pela cantora Pitty, os alunos demonstraram um interesse maior pelo estilo da música rock brasileiro contemporâneo. Essa aproximação permitiu uma análise maior dos versos e do ritmo. Em seguida, houve a apresentação da música “Um novo tempo” de Ivan Lins, com análise e interpretação. No momento do círculo de discussão, as indagações, geram uma reflexão que, quando os estudos da língua estão vinculados às situações em que é ela é utilizada, ou seja, quando a língua é vista como prática social (KLEIMAN, 2013), os alunos conseguem ver o seu significado e necessidade. A oficina “Sentindo a poesia do tempo” foi feita com a finalidade de provocar sentimentos e emoções e tornar o aprendizado mais dinâmico e significativo. Para tanto, apresentamos os poemas: “O Tempo’’ de Mario Quintana e “Cortar o Tempo” de Carlos Drummond de Andrade, a partir dos quais realizamos uma discussão sobre as horas, os dias, os anos. Na oficina “Assistindo ao filme”, contextualizamos o filme “Feitiço do tempo” e fizemos reflexões sobre o conteúdo temático. Na oficina “Escrevendo nas linhas do tempo”, alguns alunos preferiram produzir poemas; outros,paródias de músicas com temática do tempo. Considerações finais A partir de toda o trabalho realizado em sala de aula, devemos apresentar a seguinte citação: “Olhar a língua como marca de nossa identidade cultural dá-lhe uma dimensão política, histórica, acentua-lhe o caráter social dá visibilidade a seu destino interativo” (ANTUNES, 2009, p. 229). Nesse sentido, escolhemos trabalhar com o gênero música, pois ele possibilita reflexões de identidade cultual, de dimensão política e histórica, além de fazer ser uma prática social muito utilizada pelos adolescentes, foco da intervenção didática. Portanto, este artigo busca apresentar reflexões da implementação de um projeto de intervenção pedagógica com o gênero música, o qual possibilitou uma descoberta como professora e oportunizou aos nossos alunos um conhecimento mais profundo de uma prática social, no trabalho da leitura (KOCH, 2008), e da escrita (KOCH, 2014), seguindo os pressupostos teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 2003; 2006; SCHNEUWLY; DOLZ, 2004; DOLZ; GAGNON; DECÂNDIO, 2010; MACHADO, 2005; NASCIMENTO, 2009; BARROS, 2012, entre outros). É visível o avanço dos alunos entre a primeira produção escrita para a última produção. Gostaríamos de enfatizar a importância dos estudos teóricos para formação continuada, em especial para trabalhar um conhecimento mais profundo da teoria e da metodologia. Este estudo nos capacitou a escrever nosso próprio material diferenciado do livro didático, conhecendo, assim, vários instrumentos, tais como: ficha de revisão e a Sequência Didática. Segundo Barros (2012), é necessário por parte do professor uma constante ação reflexiva sobre sua atividade profissional. O importante é reconhecermos nosso papel essencial em uma construção coletiva. Referência BAKHTIN, M., 1895-1975. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico da linguagem. São Paulo: Hucitec, 2010. BARROS. E. M. D. Gestos de ensinar e de aprender gêneros textuais: a sequência didática como instrumento de mediação. 2012. 358f. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina/Pr 2012. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental – Língua Portuguesa. Volume: Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 1998. BRONCKART, J-P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad. Anna Rachel Machado e Péricles Cunha. 2. reimpressão. São Paulo: EDUC, 2003. CAVALCANTE, M. M. 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