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SUMÁRIO Sumário ......................................................................................................................... 1 1 – Considerações Iniciais ................................................................................................ 2 2 - Decreto nº 6.040/2007 ............................................................................................... 2 3 – Quilombolas e outras comunidades tradicionais ......................................................... 9 3.1 – Introdução ............................................................................................................................ 9 3.2 - Conceito .............................................................................................................................. 10 3.3 - Proteção Legislativa ............................................................................................................ 11 3.4 - Estruturação das Políticas Públicas voltadas para a defesa dos direitos de comunidades quilombolas ................................................................................................................................. 12 3.5 - Art. 68 dos ADCT.................................................................................................................. 13 4 - Lei nº 10.639/2003 ................................................................................................... 14 5 - Lei nº 11.645/2008 ................................................................................................... 15 6 - Lei nº 12.990/2014 ................................................................................................... 16 6.1 - Introdução ........................................................................................................................... 16 6.2 - Dispositivos Legais ............................................................................................................... 16 7 - Resolução nº 170/2017 do CNMP ............................................................................. 20 8 - Recomendação nº 40/2016 do CNMP ....................................................................... 24 9 - Legislação Destacada ............................................................................................... 28 10 – Resumo ................................................................................................................. 31 11 - Considerações Finais .............................................................................................. 36 Aula 03 Uma política estatal é um conjunto de trazem orientações para o desenvolvimento de ações e estatais em determina área. No caso, O PNPCT fixa princípios, objetivos, instrumentos, planos. A cobrança em provas desses assuntos requer leitura. Não seria profícuo para o seu estudo, detalhar cada princípio, cada objetivo, cada instrumento, cada plano. Para resolver questões de prova, é necessário ler atento o anexo e aos detalhes que efetuamos ao final de cada item do anexo citado. Vamos lá! ANEXO - POLÍTICA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS PRINCÍPIOS Art. 1º As ações e atividades voltadas para o alcance dos objetivos da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais deverão ocorrer de forma intersetorial, integrada, coordenada, sistemática e observar os seguintes princípios: I - o reconhecimento, a valorização e o respeito à diversidade socioambiental e cultural dos povos e comunidades tradicionais, levando-se em conta, dentre outros aspectos, os recortes etnia, raça, gênero, idade, religiosidade, ancestralidade, orientação sexual e atividades laborais, entre outros, bem como a relação desses em cada comunidade ou povo, de modo a não desrespeitar, subsumir ou negligenciar as diferenças dos mesmos grupos, comunidades ou povos ou, ainda, instaurar ou reforçar qualquer relação de desigualdade; II - a visibilidade dos povos e comunidades tradicionais deve se expressar por meio do pleno e efetivo exercício da cidadania; III - a segurança alimentar e nutricional como direito dos povos e comunidades tradicionais ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis; IV - o acesso em linguagem acessível à informação e ao conhecimento dos documentos produzidos e utilizados no âmbito da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; V - o desenvolvimento sustentável como promoção da melhoria da qualidade de vida dos povos e comunidades tradicionais nas gerações atuais, garantindo as mesmas possibilidades para as gerações futuras e respeitando os seus modos de vida e as suas tradições; VI - a pluralidade socioambiental, econômica e cultural das comunidades e dos povos tradicionais que interagem nos diferentes biomas e ecossistemas, sejam em áreas rurais ou urbanas; VII - a promoção da descentralização e transversalidade das ações e da ampla participação da sociedade civil na elaboração, monitoramento e execução desta Política a ser implementada pelas instâncias governamentais; VIII - o reconhecimento e a consolidação dos direitos dos povos e comunidades tradicionais; IX - a articulação com as demais políticas públicas relacionadas aos direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais nas diferentes esferas de governo; X - a promoção dos meios necessários para a efetiva participação dos Povos e Comunidades Tradicionais nas instâncias de controle social e nos processos decisórios relacionados aos seus direitos e interesses; XI - a articulação e integração com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional; XII - a contribuição para a formação de uma sensibilização coletiva por parte dos órgãos públicos sobre a importância dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e do controle social para a garantia dos direitos dos povos e comunidades tradicionais; Aula 03 XV - reconhecer, proteger e promover os direitos dos povos e comunidades tradicionais sobre os seus conhecimentos, práticas e usos tradicionais; XVI - apoiar e garantir o processo de formalização institucional, quando necessário, considerando as formas tradicionais de organização e representação locais; e XVII - apoiar e garantir a inclusão produtiva com a promoção de tecnologias sustentáveis, respeitando o sistema de organização social dos povos e comunidades tradicionais, valorizando os recursos naturais locais e práticas, saberes e tecnologias tradicionais. De nada bem definir os objetivos gerais e detalhar objetivos específicos, se não houver como por em prática. A efetivação das políticas depende da criação de instrumentos. No entender do Decreto Executivo 6.040/2007 são quatro os instrumentos de implementação: Ä elaboração de “Planos de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais”; Cabe ao Poder Executivo editar novas regras com planos de ação. É tudo muito abstrato, infelizmente. Contudo, cuidado para não confundir. O anexo do Decreto Executivo 6.040/2007 que agora estudamos ele estabelece o PNPCT, que é a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. O PNPCT cria como instrumento de implementação o Plano de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tracionais. Ä a “Comissão [leia-se “Conselho”] Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais”; Ao contrário do meio anterior, esse instrumento já existia, pois criado antes do DecretoExecutivo 6.040/2007. Agora, contudo, foi incorporado como meio de implementação do PNPCT. Mais recentemente esse Decreto Executivo 13/2006 foi substituído pelo Decreto Executivo 8.750/2016. Assim, ao invés de se falar em “Comissão Nacional”, o correto é falar em “Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais”. Para fins deste estudo, desnecessário estudar o Decreto de 2016, basta que saibamos que um dos meios de implementação é o “Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais”. Ä os “fóruns regionais e locais”; e Esses fóruns possuem importância na medida em que trazem para o centro da discussão e definição de políticas públicas governamentais a sociedade civil organizada. Ä o Plano Plurianual. O Plano Plurianual é uma das leis orçamentárias que estabelece diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos pelo Governo. Logo, uma das formas de implementar a PNPCT é constar do planejamento governamental investimentos no sentido de promover promoção o desenvolvimento sustentável e assegurar o respeito e valorização da identidade, formas de organização e instituições dos povos e comunidades tradicionais. Essas são as informações que constam do art. 4º, abaixo citado: DOS INSTRUMENTOS DE IMPLEMENTAÇÃO Aula 03 7 - RESOLUÇÃO Nº 170/2017 DO CNMP A resolução nº 170/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público trata da reserva de vagas aos negros em concurso público do Ministério Público da União e dos Estados. Trata-se de norma regulamentar interna da estrutura do Ministério Público. Primeiramente, em suas considerações, são alegadas as razões legais e jurisprudências que levaram à edição da Resolução. São mencionadas as Leis nº 12.990/2014 e 12.288/2010, que já estudamos. Na sequência são expostos julgamentos do STF, os quais devem ser conhecidos. Vejamos as considerações: O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no art. 130-A, § 2º, inciso I, da Constituição Federal, com fundamento nos arts. 147 e seguintes, e 157, de seu Regimento Interno, e nas decisões plenárias proferidas nos autos das Proposições nº 1.00207/2016-21 e 1.00208/2016-85, julgadas na 11ª Sessão Ordinária, realizada no dia 13 de junho de 2017; Considerando o disposto na Lei n° 12.990, de 9 de junho de 2014; Considerando o disposto no Estatuto da Igualdade Racial, Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010; Considerando o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF n° 186/2014, especialmente: que as ações afirmativas são constitucionais, que a autodeclaração é constitucional e que criar comissão para averiguar e evitar a fraude é constitucional; Considerando que, no julgamento da ADPF nº 186/2014, o Supremo Tribunal Federal destacou a importância da diversidade racial nas instituições públicas, inclusive como meio de afirmação da legitimidade dessas instituições; Considerando que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme art. 127, da Constituição da República; Considerando que o Conselho Nacional do Ministério Público tem por missão fortalecer e aprimorar o Ministério Público brasileiro, assegurando sua autonomia e unidade, para uma atuação responsável e socialmente justa, e por visão de futuro a de ser o órgão de integração e desenvolvimento do Ministério Público brasileiro; Considerando que as informações produzidas no bojo do PCA nº 0.00.000.000543/2013-50 demonstram: que há divergência de tratamento da questão da reserva de vagas para minorias étnico-raciais no âmbito do Ministério Público brasileiro, que diversos órgãos do Parquet ainda não regulamentaram a matéria e que os negros são minoria do total de servidores e membros dos Ministérios Públicos; Considerando a decisão do Supremo Tribunal Federal, nos autos da Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 41, que, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, o eminente Ministro Roberto Barroso, julgou procedente o pedido, para fins de declarar a integral constitucionalidade da Lei nº 12.990/2014, e fixou a seguinte tese de julgamento: “É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa”, RESOLVE: Vejamos um esquema dos precedentes mencionados, cujo eixo central da fundamentação devemos conhecer para a prova: Aula 03 Parágrafo único. Os editais de que trata o caput deverão especificar o total de vagas correspondente às cotas, evitando-se fracionamento prejudicial à política de inclusão. O art. 5º, à semelhança da Lei 12.990/2014, traz o critério da autodeclaração de negros e pardos. Além disso, e consentâneo com o que decidiu o STF, há procedimento para aplicação de critérios de heteroindicação. Confiramos a literalidade e, após, vejamos algumas observações importantes: Art. 5º Poderão concorrer às referidas vagas aqueles que se autodeclararem negros ou pardos, no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE. § 1° A autodeclaração terá validade somente para o concurso público aberto, não podendo ser estendida a outros certames. § 2° Presumir-se-ão verdadeiras as informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição do certame, sem prejuízo da apuração das responsabilidades administrativa, civil e penal na hipótese de constatação de declaração falsa. § 3° Os candidatos classificados, que tiverem se autodeclarado negros, serão convocados para confirmar tal opção, mediante a assinatura de declaração nesse sentido, perante a Comissão Organizadora do concurso, que avaliará o candidato primordialmente com base no fenótipo ou, subsidiariamente, em quaisquer outras informações que auxiliem a análise acerca de sua condição de pessoa negra. § 4° O candidato NÃO será considerado enquadrado na condição de negro quando: a) não comparecer à entrevista; b) não assinar a declaração; e c) por maioria, os integrantes da Comissão considerarem que o candidato não atendeu à condição de pessoa negra. § 5° O candidato não enquadrado na condição de negro será comunicado por meio de decisão fundamentada da Comissão. § 6° O candidato cujo enquadramento na condição de negro seja indeferido poderá interpor recurso, em prazo e forma a serem definidos pela Comissão. § 7° Comprovando-se falsa a declaração, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua nomeação, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. § 8° A comissão designada para a verificação da veracidade da autodeclaração deverá ter seus membros distribuídos por gênero e cor. Como se depreende da leitura do dispositivo acima, primeiramente devemos aplicar o critério da autodeclaração, que é presumido verdadeiro. Em momento posterior, contudo, os candidatos que de autodeclararem negros ou pardos serão convocados para comparecerem perante a comissão organizadora do concurso para assinarem termo e para serem avaliados. Nesta avaliação, a Comissão levará em consideração o fenótipo, ou seja, aqueles caracteres visíveis ou detectáveis do genótipo. Além disso, podem ser usados outros critérios de avaliação que auxiliem na análise. Diante desse cenário, prevê a resolução que o candidato não seráconsiderado negros nas seguintes hipóteses: Aula 03 8 - RECOMENDAÇÃO Nº 40/2016 DO CNMP Essa é a recomendação do Conselho Nacional do Ministério Público que prevê a cobrança obrigatória da disciplina de Promoção da Igualdade Racial em todos os concursos públicos do Ministério Público da União e dos Estados. Além de prever a cobrança em concurso, a Recomendação exige a criação de órgãos especializados na promoção da igualdade étnico-racial, com atuação preventiva e repressiva, com atribuição extrajudicial e judicial cível e criminal. Antes de trazer os dispositivos da Recomendação nº 40/2016, traremos as considerações que levaram a edição da recomendação. Por vezes, na disciplina de Direitos Humanos, esse conteúdo é cobrado em provas, por isso é importante a leitura. Vejamos o texto recomendatório: O CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, no exercício da competência fixada no artigo 130-A, §2°, I, da Constituição Federal, e com fundamento no artigo 147, inciso IV, do Regimento Interno do Conselho Nacional do Ministério Público – RICNMP, nos autos da Proposição n.° 1.00417/2016-47, julgada na 15ª Sessão Ordinária, realizada em 9 de agosto de 2016; Considerando que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, cabendo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme art. 127 da Constituição da República; Considerando que o art. 3º da Constituição Federal de 1988 estabelece, entre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, construir uma sociedade livre, justa e solidária, e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; Considerando que, entre os objetivos do Plano Estratégico do Conselho Nacional do Ministério Público, está a defesa dos interesses individuais indisponíveis e homogêneos de pessoas ou grupos em situação de vulnerabilidade pessoal, familiar, social e econômica, dentre os quais os grupos étnico-raciais historicamente discriminados; Considerando que a população negra representa mais da metade da população brasileira e que esse seguimento possui as piores condições de vida em todos os indicadores que medem o desenvolvimento humano; No início das considerações são expostas as funções essenciais do Ministério Público como defensor da ordem pública, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Essas são diretrizes gerais que orientam o Ministério Público em sua atuação como um todo e na elaboração de resoluções e recomendações. A informação mais relevante nesse trecho é a de que o Plano Estratégico do Conselho Nacional do Ministério Público inclui a defesa dos interesses de pessoas com grupos em situação de vulnerabilidade, e dentre eles se inclui os grupos étnicos-raciais que sofrem, historicamente, discriminação. Como o Plano Estratégico prevê a defesa dos interesses desses grupos, compete a MP elaborar normas e criar grupos de estudo e proteção desses grupos vulneráveis. A recomendação destaca que embora a população negra componha metade da população, ela ainda mantém as piores condições de vida no IDH. Isso destaca não só a discrepância social e econômica, mas a necessidade de proteção desse grupo vulnerável. Sigamos com as considerações: Aula 03 QUILOMBOLAS Ä art. 68, do ADCT: Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. Ä art. 2º, DE 4.887/2003: Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. LEI 10.639/2003 Ä art. 79-B da LDB: Institui o dia da consciência negra em 20/11. Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. LEI 11.645/2008 Ä art. 26-B da LDB: ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileira e indígena: Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR) LEI 12.990/2014 Ä art. 1º: reserva de vagas para negros Art. 1º Ficam reservadas aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União, na forma desta Lei. § 1º A reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3 (três). Aula 03 § 2º Na hipótese de quantitativo fracionado para o número de vagas reservadas a candidatos negros, esse será aumentado para o primeiro número inteiro subsequente, em caso de fração igual ou maior que 0,5 (cinco décimos), ou diminuído para número inteiro imediatamente inferior, em caso de fração menor que 0,5 (cinco décimos). § 3º A reserva de vagas a candidatos negros constará expressamente dos editais dos concursos públicos, que deverão especificar o total de vagas correspondentes à reserva para cada cargo ou emprego público oferecido. Ä art. 2º: critério da autodeclaração Art. 2º Poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Parágrafo único. Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Ä art. 3º: regras para o preenchimento de vagas: Art. 3º Os candidatos negros concorrerão concomitantemente às vagas reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua classificação no concurso. § 1º Os candidatos negros aprovados dentro do número de vagas oferecido para ampla concorrência não serão computados para efeito do preenchimento das vagas reservadas. § 2º Em caso de desistência de candidato negro aprovado em vaga reservada, a vaga será preenchida pelo candidato negro posteriormente classificado. § 3º Na hipótese de não haver número de candidatos negros aprovados suficiente para ocupar as vagas reservadas, as vagas remanescentes serão revertidas para a ampla concorrência e serão preenchidas pelos demais candidatos aprovados, observada a ordem de classificação. RESOLUÇÃO Nº 170/2017 DO CNMPÄ art. 1º: reserva de vagas aos negros em concurso público do Ministério Público da União e dos Estados. Art. 1º A reserva de vagas aos negros nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e vitalícios nos órgãos do Ministério Público e do Conselho Nacional do Ministério Público, inclusive de ingresso na carreira de membro, dar-se-á nos termos desta Resolução. Ä critério de autodeclaração e heteroindicação: Art. 5º Poderão concorrer às referidas vagas aqueles que se autodeclararem negros ou pardos, no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito cor ou raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE. § 1° A autodeclaração terá validade somente para o concurso público aberto, não podendo ser estendida a outros certames. § 2° Presumir-se-ão verdadeiras as informações prestadas pelo candidato no ato da inscrição do certame, sem prejuízo da apuração das responsabilidades administrativa, civil e penal na hipótese de constatação de declaração falsa. § 3° Os candidatos classificados, que tiverem se autodeclarado negros, serão convocados para confirmar tal opção, mediante a assinatura de declaração nesse sentido, perante a Comissão Organizadora do concurso, que Aula 03 ¥ povos e comunidades tradicionais: grupos com características culturais organizados de forma peculiar, vinculados à terra, não apenas em razão do aspecto patrimonial, mas também em face de questões culturais, sociais, religiosas, ancestrais e econômicas. ¥ terras tradicionais: espaços utilizados, de forma permanente ou temporária, por povos e comunidade tradicionais para o desenvolvimento desse modo particular de vida. ¥ desenvolvimento sustentável: uso equilibrado de recursos naturais Ä princípios: ¥ valorização e respeito à diversidade socioambiental e cultural ¥ efetivação dos direitos da cidadania ¥ segurança alimentar e nutricional ¥ acessibilidade nas informações ¥ desenvolvimento sustentável ¥ pluralidade socioambiental, econômica e cultural ¥ promoção da descentralização e transversalidade das ações e da ampla participação da sociedade civil ¥ reconhecimento e consolidação dos direitos ¥ articulação de políticas públicas ¥ promoção dos meios necessários par participação dos povos e comunidade tradicionais nas instâncias de controle social e processos decisórios ¥ articulação e integração com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional ¥ contribuição para a formação de uma sensibilização coletiva sobre a importância dos direitos de povos e comunidades tradicionais ¥ erradicação de todas as formas de discriminação e combate à intolerância religiosa Ä objetivos gerais do PNPCT ¥ promoção do desenvolvimento sustentável ¥ respeito e valorização da identidade, formas de organização e instituições Ä instrumentos de implementação do PNPCT: ¥ Plano de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais ¥ Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais Aula 03 ¥ fóruns regionais e locais ¥ Plano Plurianual QUILOMBOLAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS ÄCONCEITO DE GRUPOS QUILOMBOLAS: grupos que desenvolveram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos num determinado lugar. Ä ELEMENTOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA ¥ Passado histórico de resistência à opressão racial ¥ Cultura própria ¥ Relação especial com a terra (territorialidade) ¥ Autoatribuição Ä Políticas voltadas para a defesa dos direitos de comunidades quilombolas: ¥ Regularização fundiária; ¥ Políticas Públicas voltadas às comunidades quilombolas: o Programa Brasil Quilombola § Política de Regularização Fundiária; § Política de Infraestrutura e Serviços � série de ações destacadas à construção de obras de infra-estrutura e construção de equipamentos sociais destinados a atender as comunidades quilombolas; § Desenvolvimento econômico-social � na aplicação de um modelo peculiar de desenvolvimento das comunidades quilombolas, tendo em vista as características do local, identidade da comunidade. Essas ações têm por finalidade conferir condições adequadas de vida ao segmento social. § Controle e participação social � ações voltadas à integração da comunidade quilombola em fóruns locais e nacionais de políticas públicas. o Agenda Social Quilombola § Acesso à Terra § Promoção da Saúde § Educação Quilombola § Alfabetização § Luz para todos § Meio ambiente Aula 03 § Desenvolvimento local § Cidadania Ä OBJETIVOS DO ART. 68 DOS ADCT ¥ Assegurar a sobrevivência e o florescimentos das comunidades quilombolas. ¥ Promoção da igualdade substantiva e da justiça social ao conferir direitos territoriais a grupo desfavorecido. ¥ Medida reparatória que objetiva resgatar a dívida histórica do Brasil em relação às comunidades compostas por descendentes de escravos que, até hoje, sofrem os efeitos da dominação e violações de direitos. LEI 10.639/2003 Ä Institui o dia da consciência negra em 20/11. LEI 11.645/2008 Ä ENSINO OBRIGATÓRIO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA ¥ ensino fundamental e médio ¥ escolas públicas e privadas Ä CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ¥ o estudo da história da África e dos africanos; ¥ a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil; e ¥ a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. LEI 12.990/2014 Ä Base no princípio da igualdade em sentido material. Ä reserva de vagas: 20% das vagas, p/ Administração Pública Federal direta e indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista). Ä regra de arredondamento: ¥ se a fração for igual ou maior que 0,5: será arredondado para cima ¥ se a fração for inferior a 0,5: será arredondado para baixo Ä A reserva de vagas será aplicada sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a 3. Aula 03 Ä Nossa legislação adota o critério da autodeclaração, que constitui presunção relativa de veracidade. Em razão disso, admite-se, por exemplo, que essa presunção seja afastada por instrumentos heteroindicativos, desde que haja um procedimento próprio para fazê-lo e do qual a pessoa afetada participe, exercendo contraditório e ampla defesa. Ä não será considerado negro perante a Comissão Organizadora do Concurso (critério da heteroindicação) ¥ não comparecer à entrevista; ¥ não assinar a declaração; ¥ por maioria, os integrantes da Comissão considerarem que o candidato não atendeu à condição de pessoa negra. RESOLUÇÃO Nº 170/2017 DO CNMP Ä trata da reserva de vagas aos negros em concurso público do Ministério Público da União e dos Estados. Ä ADPF n° 186/2014 - STF ¥ decidiu que as ações afirmativas são constitucionais, que a autodeclaração é constitucional e que criar comissão para averiguar e evitar a fraude é constitucional; ¥ destacou a importância da diversidade racial nas instituições públicas, inclusive como meio de afirmação da legitimidade dessas instituições. Ä Ação Declaratória de Constitucionalidade nº 41 – STF: decidiu que é constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa. RECOMENDAÇÃO Nº 40/2016DO CNMP Ä Os ramos do Ministério Público da União e dos Estados incluam o tema da promoção da igualdade étnico-racial e legislação específica correspondente como matéria obrigatória nos editais de concurso para provimento de cargos e nos cursos de formação inicial e continuada de membros e servidores do Ministério Público. Aula 03 11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa aula. Como você pode perceber os assuntos são bastante específicos, o que requer atenção a tópico não muito corriqueiros em provas de concurso público. Aula 03