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RAMOS DO DIREITO

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RAMOS DO DIREITO 
O Direito nasceu junto com a civilização. Sua história é a história da própria 
vida. Por mais que mergulhemos no passado sempre vamos encontrar o 
Direito, ainda que em estágio rudimentar, a regular as relações humanas. E 
que os homens, obrigados ao convívio, labutando uns ao lado dos outros, 
carecem de certas regras de conduta, de um mínimo de ordem e direção. 
Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, recebem 
o nome de Direito. 
Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações humanas, a 
fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o 
crime. Sem o Direito estaria a sociedade em constante processo de 
contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, num verdadeiro caos. 
Vulgarmente, costuma-se dizer que o Direito não passa de um ‘sentimento’ 
algo assim como o amor, que nasce no coração dos homens. Não é exagero 
mesmo afirmar-se que todos sentem o Direito e que, de certo modo, todos 
sabem o que o Direito é. 
Os especialistas, entretanto, dada a 
precariedade dessa noção vulgar, buscam, 
incessantemente, um conceito mais aprofundado 
do que seja o Direito. 
Na verdade, para não adentrarmos ao estudo da 
filosofia jurídica, à qual pertence a questão, 
diremos que o Direito é um complexo de normas 
reguladoras da conduta humana, com força coativa. Sim, a vida em sociedade 
seria impossível sem a existência de um certo número de normas reguladoras 
do procedimento dos homens, por estes mesmos julgadas obrigatórias, e 
acompanhadas de punições para os seus transgressores. A punição é que 
toma a norma respeitada. De nada adiantada a lei dizer, por exemplo, que 
matar é crime, se, paralelamente, não impusesse uma sanção àqueles que 
matasse. A coação, ou possi-bilidade de constranger o indivíduo à observância 
da norma, toma-se inseparável do Direito. Por isso, como mostra conhecida 
imagem, a justiça sustenta numa das mãos a balança em que pesa o direito, e 
na outra a espada de que se serve para o defender. A espada sem a balança é 
a força brutal; a balança sem a espada é a impotência do Direito . 
Noções Introdutórias sobre os ramos do Direito 
Fazem parte do direito as normas jurídicas que se destinam a regular 
diferentes esferas da vida social. Por isso, costumam formar-se subsistemas 
jurídicos, com princípios específicos e dotados de uma estrutura interna que os 
define como ramos autônomos em relação a outros setores da atividade 
jurídica. Há múltiplas formas de classificar o direito em ramos, mas aqui se 
adotará a mais genérica e simples. 
Uma primeira classificação das normas do direito divide-as em dois grandes 
grupos: as de direito público e as de direito privado. São de direito público 
aquelas normas e atuações nas quais o estado ou entidades públicas se 
acham presentes como tais, ou seja, exercendo seu poder. As normas de 
direito público podem regular ações dentro de um mesmo país, ou as relações 
do país com indivíduos. O que caracteriza essas normas é a especial presença 
do poder estatal. 
O direito privado se constitui das normas que regulam as relações entre 
pessoas. Da mesma forma, são de direito privado as ações em que o estado 
entra como particular, sem usar sua condição de poder. 
Dentro do direito público, distinguem-se vários ramos. O direito internacional 
público regula a atuação do estado e de seus organismos nas relações com 
outros estados. Na segunda metade do século XX se criaram diversas 
organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas, que 
embora não sejam estados regem-se pelo direito internacional público. 
A notável integração econômica e social do mundo moderno exigiu a 
progressiva consolidação das normas de direito internacional, que exercem 
uma influência cada vez maior nos sistemas jurídicos internos dos estados. 
Cada vez mais, os problemas enfrentados pelas pessoas em particular dizem 
respeito à humanidade em seu conjunto. Apesar de sua natural resistência a 
abrir mão de direitos exclusivos, os países estão sendo obrigados a se unir e a 
acatar e fazer cumprir grande número de acordos e normas internacionais, 
além de criar organizações supra-governamentais especializadas. O direito 
internacional público, por conseguinte, está em plena expansão. 
 
Direito Administrativo 
O direito administrativo é observado sob duas formas, a saber: o legal, no que 
diz respeito à manutenção e regulamentação das leis que regulam a 
organização e a atividade política; o doutrinário na sistematização de princípios 
jurídicos e sistematização de leis sobre a organização e atividade da sociedade 
política. 
Podemos observar no Brasil, quatro fases importantes atravessadas pelo 
direito administrativo, que foi o período colonial, com a existência de uma 
legislação administrativa regulamentada pelo governo português. A segunda 
fase pode ser observada no período monárquico, em que buscou-se a 
estruturação do direito administrativo por meio da edição de monografias e 
manuais a fim de sistematizar e melhor organizar sua estrutura. Por 
conseguinte, observa sua terceira fase no período da República Velha, em que 
houve uma continuidade na publicação de manuais, e finalmente, no período 
da Segunda República, onde nota-se uma evolução desse ramo do direito, com 
a publicação de diversas obras que em muito contribuíram para seu 
desenvolvimento. 
O direito administrativo é pautado e direcionado segundo algumas normas, 
como a lei, que se constitui como objeto de inovação da ordem jurídica, sendo 
regra jurídica geral; a doutrina, estabelecendo leis e normas complementares, 
regendo e orientando a aplicação desta por meio das instituições do governo 
dentro da sociedade; a jurisprudência, que se constitui na elaboração das 
decisões e aplicação dessas nos tribunais, segundo a correta interpretação de 
suas leis e atos regulamentadores. 
O direito administrativo é analisado segundo três formas; a primeira colocava o 
direito administrativo no ordenamento jurídico da organização, de 
interpretações de leis e regulamentando o relacionamento da sociedade com o 
poder executivo. Já a segunda tomava por base o crescimento e 
desenvolvimento adquirido durante sua história e a aplicação prática de seus 
princípios por meio dos textos e informes existentes; a última considera 
basicamente o estudo de teorias que dizem respeito a esse ramo bem como a 
análise e observação das obrigações e leis que os direcionam. 
Outro fator importante é o ato administrativo que se denota pela atuação, em 
sua forma mais sublime, na aplicação, retratação, modificação e declaração 
das leis a si ou aos que a esta estiverem submetidos. Podem ser complexos ou 
simples, vinculados e discricionários, executórios ou não executórios, indicando 
para isso, respectivamente, quanto à manifestação de um ou mais órgãos da 
administração pública; de prática e forma obrigatórias; de prática livre e os 
executórios e não executórios, pelo seu efeito, podendo aquele ser decisório ou 
normativo. Estes atos submetem-se ainda ao controle judicial por ela ou contra 
ela colocadas, atendo-se para isso à verificação da regularidade e da 
competência, à análise das formalidades essenciais, o mandado de segurança 
e o hábeas-corpus, ressalvando somente o mérito dos atos administrativos. 
 
Direito Financeiro 
Um ideal de promover o bem estar, o desenvolvimento das potencialidades e 
além da noção do que seja bem comum constituem a finalidade do Estado. 
Entre as atividades que o Estado desenvolve, tutelando necessidades públicas, 
algumas são essenciais (segurança pública, prestação jurídica, etc.) outras 
complementares, protegendo outros itens(secundários), exercidas através de 
concessionárias. 
O Estado moderno paga os bens e serviços de que necessita, gerando 
despesa pública, exercendo uma atividade financeira. Conceitua-se tal 
atividade como a atuação estatal para obter, gerir e aplicar recursos financeiros 
necessários à consecução de suas finalidades, desdobrando-se em receita, 
despesa e crédito público. 
A finalidade da atividade financeira é a realização dos serviços públicos e o 
atendimento das necessidades públicas, ou seja as necessidades coletivas 
encampadas pelo poder político, inseridas no ordenamento jurídico 
(constituição e leis). 
A atividade financeira está jungida a três necessidades públicas básicas: 
prestação de serviço, exercício do poder de polícia e intervenção econômica. 
Os serviços públicos ora são organização de recursos materiais e pessoais 
necessários à atuação do Estado, ora são unidade para obtenção de meios 
financeiros e técnicos para tal desempenho, exercidos por si ou do regime de 
concessão e permissão, sempre através licitação. Realiza o Estado as 
aspirações vitais do povo, ou objetivos permanentes: democracia, soberania, 
paz social, progresso, integração nacional e integridade territorial, ou dos 
objetivos contingentes, ligados à realidade conjuntural. 
O poder de polícia tem definição legal: relação da prática de ato ou abstenção 
de fato, concernente a segurança, ordem, costumes, mercado, atividade 
econômica, etc., nos limites da lei. É referido na CF em diversas disposições. 
No campo tributário, é o poder de policia usado com freqüência. 
O Estado somente que pode explorar a atividade econômica quando por 
imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, sujeitando-se 
ao regime das empresas privadas. O poder de dirigir a economia agora não é 
mais privativo da União, que retém atribuição de regulação geral da matéria. 
Fala-se em Estado ali, mas entende-se Federação, incluindo Estado e 
Município. 
Com suposto fundamento no art.114 da Constituição a Justiça do Trabalho, 
através dos TRT’s vem expedindo normas, como no caso dos percentuais de 
produtividade, das reposições salariais (Plano Breser, Collor, etc.). 
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
 necessidade de viver em sociedade nasceu o Estado(unitário). 
 o Estado pode apresentar como governo centralizado ou 
descentralizado. 
 (federal) 
 As normas ditadas pelo Direito Constitucional protege os valores 
fundamentais, estrutura o próprio Estado. 
 A sociedade lhe confere um qualidade invulgar e exclusiva: a soberania. 
 A soberania do Estado emana do próprio povo e é exercida em seu 
próprio nome. 
 Em suma " O Estado não deixa de ser uma grande associação". 
 A atividade financeira das entidades política assemelha-se à dos 
particulares; Contudo, enquanto para o particular a riqueza constitui um 
fim em si, para o Estado ela é apenas um meio de realizar as finalidades 
que lhe são próprias. 
 A atividade financeira visa à obtenção dos meios patrimoniais. 
A atividade se divide em três campos: 
a) receita: obtenção de recursos financeiros. 
b) despesa: emprego de recursos patrimoniais. 
c) gestão: administração e conservação do patrimônio público. 
Principais disciplinas científicas que orientam a atividade financeira do Estado: 
Economia Financeira, Política Financeira e Técnica financeira. 
 O Estado desenvolve atividade financeira, para alcançar seus objetivos precisa de recursos financeiros 
para obter, gerir e aplicar tais recursos. 
 A única arma do Estado em obter recursos é através da tributação 
desde que a carga tributária não se torne pesada, a fim de desestimular 
iniciativa privada. 
 O Estado praticamente nada nos oferece em termos de serviços 
públicos como retorno das receitas públicas. 
DIREITO FINANCEIRO E NORMA FINANCEIRA (TEORIAS) 
1) A disciplina jurídica da atividade financeira do Estado se denomina Direito 
Financeiro, diferindo da Ciência das Finanças por ser esta não normativa e 
meramente teórica. 
2) A Constituição Financeira reconhece o Direito Financeiro como autônomo 
(art.24,I). 
3) Todas as Unidades federadas podem regular (art.30) a matéria, tendo sua 
eficácia suspensa a norma estadual ou municipal a que a ela se contraponha. 
É principio federativo que a União legisle através normas gerais, deixando os 
detalhes para as demais Unidades. A norma geral se caracteriza por sua 
destinação unificadora ou de mera coordenação. 
4) Relaciona-se como o Direito Administrativo, Tributário e Constitucional. 
5) A norma geral conhecida de Direito financeiro se acha insculpina na Lei 
4320 de 17.3.64. 
 
Direito Constitucional 
Direito constitucional é o estudo da constituição e da estrutura institucional, 
política e jurídica do estado, de suas normas fundamentais, da definição e do 
funcionamento dos seus órgãos, dos direitos públicos individuais, além de 
outros assuntos consignados ou não no texto da constituição. 
O estado é o principal objeto do direito constitucional. A noção jurídica de 
estado apóia-se em quatro elementos básicos: território, povo, governo e 
soberania. Território é a base geográfica do estado; juridicamente, é o espaço 
físico dentro do qual o estado exerce sua soberania e sobre o qual o governo 
tem competência. Povo é a população do estado, excluídos os estrangeiros e, 
no estrito sentido jurídico, a comunidade habilitada ao exercício dos direitos 
políticos. O governo, considerado sociológica ou historicamente, é um grupo de 
pessoas que toma decisões obrigatórias para a coletividade. A soberania é 
exercida pelo governo, agindo por meio da autoridade, que é a investidura e a 
limitação impostas pela lei. 
São fontes do direito constitucional as leis constitucionais relativas à 
organização e funcionamento dos poderes e aos direitos e garantias 
individuais, às leis complementares, às leis ordinárias, além das normas que 
não se revestem da forma de leis e os usos e costumes relacionados com a 
vida política. 
Parte fundamental do direito constitucional é a que se refere às liberdades 
individuais, entendidas essas como limitações impostas ao poder dos 
governantes, em salvaguarda dos direitos atribuídos genericamente ao homem. 
No pensamento político da antigüidade, a teoria das liberdades individuais não 
chegou a se desenvolver, uma vez que a própria noção de liberdade pessoal 
não existia, seja pela presença da escravidão, seja pela excessiva vinculação e 
integração do indivíduo ao estado. Com o surgimento e a ampliação da 
produção econômica e das relações sociais, o papel do estado foi-se alterando, 
e deu ensejo a duas tendências: a primeira, que nega a possibilidade de 
qualquer direito contra o estado, está presente nas doutrinas políticas 
totalitárias; a segunda, adotada pela democracia moderna, prega a limitação do 
poder do estado, com a preservação dos princípios integrantes da 
personalidade humana. 
O aparecimento do direito constitucional como ciência autônoma deu-se no fim 
do século XVIII com a adoção das constituições escritas. O estudo do direito 
constitucional iniciou-se na Itália, em 1797, e na França, em 1819. Somente na 
segunda metade do século XIX o direito constitucional emancipou-se como 
ciência jurídica. À medida que as tarefas do estado moderno se foram 
multiplicando, também o direito constitucional passou por inovações 
consideráveis. A maior e mais profunda intervenção do estado nas relações 
econômicas e sociais corresponde à incorporação, nos textos de direito 
constitucional, de normas reguladoras da atividade econômica privada e das 
condições de trabalho. 
Em alguns países o direito constitucional tem ampla e cabal aplicação; ou, em 
outraspalavras, existe a efetiva racionalização do estado de direito. 
Essa condição parte de dois pontos: primeiro, a certeza da diferença entre 
estado e governo; segundo, a segurança de que a função governativa é 
sempre exercida dentro de uma competência legal. O estado tem seu poder 
definido e organizado pela constituição, a qual também estabelece os 
processos mediante os quais os representantes daquele poder (governo) e 
seus agentes (administração) exercem suas funções. Mas ao mesmo tempo 
em que a constituição estabelece o poder do estado, traça também seus limites 
e diz quem tem competência para julgar e decidir se o poder está sendo 
exercido de acordo com as normas constitucionais ou se fere a constituição. 
O estado de direito coexiste, no direito constitucional, com a profunda 
modificação operada nas atribuições do estado, modificação que repercutiu na 
nova conceituação da democracia, caracterizada pela introdução do elemento 
social. A democracia política, desde o século XVIII, estruturou-se sobre os 
conceitos de legitimidade e limitação do poder. 
O primeiro conceito diz respeito à estabilidade da administração dos negócios 
públicos, por meio de sua sujeição ao critério da legalidade. A limitação refere-
se à proteção dos indivíduos contra o arbítrio da autoridade, tanto nos seus 
direitos privados quanto nos seus direitos públicos individuais. Mas tão logo se 
definiram as instituições da democracia política, verificou-se que elas por si só 
não cobriam todas as obrigações do estado; e que havia necessidade de 
complementá-las com a justiça social. 
A segurança individual parecia suficientemente assegurada. Mas o povo, 
tomado em conjunto, vivia fora dos benefícios reais da democracia política, por 
força das condições econômicas e de trabalho adversas. 
 
Direito Penal 
Finalidade do Direito Penal 
"Proteção dos bens jurídicos essenciais aos indivíduos e a sociedade" 
(Luiz Regis Prado) 
Ou seja, visa tutelar àqueles bens jurídicos mais importantes e necessários a 
sobrevivência da sociedade. Por isso, se denomina a pena criminal como a 
ultima ação da política social, vale dizer, se define sua missão como a última 
proteção à salvaguarda de bens jurídicos. 
Princípios de Direito Penal 
1) Intervenção Mínima - o Direito Penal se preocupa tão-somente com os bens 
jurídicos mais importantes à sociedade. 
2) Lesividade - as condutas só podem ser penalmente proibidas se afetarem 
direitos de terceiros, vale dizer, deve haver uma lesão efetiva ou um perigo de 
lesão. 
3) Fragmentariedade - o Direito Penal visa sancionar apenas as lesões mais 
graves. 
Ex.: batida de veículo; dano culposo; inadimplência civil (são satisfatoriamente 
solucionadas pelo Direito Civil, a paz social é preservada através da norma 
civil). 
4) Insignificância - o Direito Penal só deve punir as lesões relevantes, ou seja, 
apenas aquelas que causem perturbação social. As lesões insignificantes são 
excluídas do âmbito da incidência da Lei Penal. Ex.: tomar um iogurte durante 
as compras nas Casas Sendas e esquecer de pagá-lo; lesão culposa que 
cause apenas um arranhão. 
5) Responsabilidade Pessoal - somente o condenado pede se submeter a pena 
criminal, tendo em vista seu caráter personalíssimo. Ex.: pena de multa não 
pode ser cobrada dos herdeiros do condenado. 
6) Culpabilidade - a responsabilidade penal no Brasil é subjetiva, o que significa 
dizer que o agente só responde pelo resultado se o houver causado dolosa ou 
de forma culposa. É também denominado de Princípio do Dolo ou Culpa. Ex.: 
suicida se atira na frente de um caminhão que trafegava de acordo com as 
normas de trânsito, neste caso não houve sequer culpa do motorista do 
caminhão. O fato não é típico. 
7) Legalidade - visa evitar condutas arbitrárias e imprevisíveis dos 
Governantes. Procura alcançar um estado geral de confiança e certeza na 
situação do indivíduo. Impõe, portanto, limitações ao Poder Estatal. É também 
denominado de Princípio da Reserva legal. 
TEORIA DA NORMA PENAL 
Norma penal é aquela que manifesta a vontade do Estado em definir os fatos 
penalmente puníveis e cominar penas. 
Lei Penal no tempo - A lei é criada para o futuro, em regra, tem vigência até 
que outra a revogue. 
CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL 
1) Exclusividade - tem um campo de incidência próprio; 
2) Abstração - deve ser elaborada de forma genérica, não pode ser casuística; 
3) Bilateralidade - impõe direitos e deveres; 
4) Irrefragabilidade - só outra norma penal pode revogá-la. 
Destinatários - dirige-se a todos, indistintamente, inclusive aos não imputáveis. 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS 
1) Normas Incriminadoras - criam delitos e as respectivas sanções. 
Norma Incriminadora (Perfeita) 
1) Preceito Primário - Conduta penalmente proibida 
2) Preceito Secundário - Sanção 
Norma Incriminadora (Imperfeita) 
1) Preceito Primário - Arts. 3º e 4º, L. 4898/65 
2) Preceito Secundário. - Art. 6º, L. 4898/65 
Obs.: As normas penais imperfeitas são aquelas cujos preceitos primário e 
secundário estão separados. 
1) Normas Permissivas - excluem a ilicitude ou isentam de pena. 
 Ex.: Causas de justificação; Causas de exclusão da culpabilidade. 
2) Normas Explicativas - esclarecem o conteúdo de outras normas ou então 
fornecem princípios para a aplicação de pena. 
3) Normas Penais em Branco - o tipo penal necessita ser completado por outro 
dispositivo legal, ou seja, deve ser interpretado em conjunto com outra norma. 
O preceito primário do tipo penal é incompleto, portanto carece ser 
complementado por outra norma. 
Por outro lado, o complemento deve ser anterior ao fato (Princípio de 
Anterioridade). 
Ex.: O Art. 36 da própria Lei prevê a norma que a complementará (Portaria do 
SNFMF do Ministério da Saúde). As normas penais em branco não ofendem o 
princípio da legalidade, desde que o complemento preexista a conduta. 
Em sentido escrito - Instância Legislativa diversa (superior ou inferior) - (fontes 
de hierarquia diversas) 
Norma Penal em Branco 
Em sentido amplo - Complemento encontra-se na Lei ou em outro diploma de 
igual hierarquia ou valor. 
FONTES DO DIREITO PENAL - (ORIGEM, PRINCÍPIO E CAUSA) 
1) Fontes Formais 
Indiretas ou Mediatas - Costumes e Princípios Gerais de Direito. 
Diretas ou Imediatas - Lei ( Princípio da Reserva Legal); 
2) Fontes Materiais (ou substanciais ou de produção) - 
 
São os órgãos aos quais compete a formulação do Direito, no caso, o Direito 
Penal. 
"Compete privativamente a União: Legislar sobre Direito Penal." 
Exceção: "É possível autorizar os Estados a Legislar sobre questões 
específicas" 
Obs.: Todavia, a regra é a de que os Estados não podem legislar sobre Direito 
Penal. 
Obs.2.: Analogia - É forma de integração da Lei, o fato não regulado 
expressamente, aplica-se uma norma que disciplina hipótese semelhante - só 
se admite em Direito Penal analogia in bonam partem, ou seja, para beneficiar 
o réu.. 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
Teoria do Lugar do Crime - Teoria da ubiqüidade. 
Dois momentos podem ser considerados para a verificação da Lei Penal a ser 
aplicada, quais sejam, o lugar da ação (ou omissão) e o lugar do resultado. 
Resolve os problemas já há muito apontados pela doutrina, como aqueles 
relacionados aos crimes a distância. Ex.: Carta bomba remetida na Argentina e 
recebida pela vítima no Brasil. 
Obs.: Se na Argentina fosse adotada a Teoria do Resultado e no Brasil a 
Teoria da Ação ( ou da Teoria da Atividade), o agente criminoso ficaria impune. 
Por último, importa ressaltar que a teoria do lugar do crime ( no Brasil, a da 
Ubiqüidade) não se destina verificação da competência interna (juízo 
competente), massim para a aferição ( avaliação) da competência da Justiça 
brasileira. A questão é saber se há competência da Justiça pátria - se a lei 
brasileira é aplicável e para tanto, basta que a ação ou o resultado tenha 
ocorrido em solo nacional. 
 
Direito Internacional 
Direito Internacional Público 
Deve-se conceituar o direito internacional público como a disciplina jurídica que 
estuda o complexo normativo das relações de direito público externo. As 
relações interestatais não constituem, contudo, o único objeto do direito 
internacional público: além dos estados, cuja personalidade jurídica 
internacional resulta do reconhecimento pelos demais estados, outras 
entidades são modernamente admitidas como pessoas internacionais, ou seja, 
como capazes de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional. 
Alguns tratadistas reconhecem no próprio indivíduo personalidade jurídica 
internacional, vale dizer, capacidade para ser sujeito de direitos e obrigações 
internacionais, em determinadas situações. Entre estas cita Hildebrando 
Accioly a do proprietário do navio ou da carga, perante o tribunal de presas; as 
relações entre o pirata e o estado que o persiga; as condições de imunidade do 
agente diplomático; e a situação dos apátridas. Há ainda casos especiais de 
personalidade internacional de fato, como o das comunidades beligerantes, 
reconhecidas como tais, cuja atuação incide no âmbito do direito internacional 
público. 
No campo do direito internacional público, princípios modernos que não 
estariam sujeitos à vontade arbitrária dos estados, se firmariam na idéia de 
justiça inerente à razão humana. Outros, apoiados na velha regra de que os 
tratados devem ser cumpridos, limitam nessa idéia o fundamento desse ramo. 
Mas não só as obrigações internacionais tendem a se estender além dos 
limites do simplesmente ajustado entre estados soberanos, como atrás de tal 
regra o que se impõe é um princípio ético de justiça internacional, acima da 
vontade coletiva. Outros ainda fundam a validez da ordem internacional não na 
vontade dos estados, mas no princípio da solidariedade, sem a qual não 
sobreviveria a própria comunidade humana. 
Há, finalmente, os que, opondo-se à teoria da autolimitação - pela qual, 
reconhecida a primazia do direito público interno, cada estado pode não só 
submeter-se ao convencionado com outros estados como também anular 
unilateralmente o que haja ajustado - firmam o princípio do primado da ordem 
internacional sobre a nacional. Para os seguidores dessa corrente, o sistema 
jurídico internacional constitui uma ordem normativa superior a todas as ordens 
estatais particulares, integrando-as numa comunidade jurídica universal. Tem-
se como fora de dúvida que, se esse não é ainda o quadro atual, para ele 
tende o mundo contemporâneo, tão entrelaçados vão-se tornando seus 
interesses vitais, e tão estreitas se fazem as condições da convivência 
internacional. 
Do ponto de vista filosófico e racional, constituem fontes do direito internacional 
público os princípios gerais do direito. Nesse sentido, a fonte se confunde com 
o próprio fundamento do sistema jurídico que rege as relações internacionais. 
Em sentido formal, porém, é fonte positiva das regras que integram o aludido 
sistema o acordo das vontades dos estados, expresso nos tratados ou 
convenções internacionais. 
O tratado propriamente dito, que representa na ordem internacional o que é o 
contrato na ordem interna privada, é o ajuste bi ou plurilateral que só vincula 
juridicamente as partes contratadas, sejam estados ou entidades capazes de 
se obrigarem na ordem internacional, e se destina a conciliar vontades 
divergentes, fazendo-as convergir numa solução jurídica comum. O tratado-
convenção, ou lei internacional, é o ajuste multilateral, geralmente admitindo 
adesões, por força do qual vários estados elaboram e promulgam normas de 
conduta internacional para o futuro. São essas convenções, que integram 
princípios e regras já trabalhados pelos doutrinadores ou costumes 
estabelecidos, a fonte direta e mais importante do direito internacional público. 
Na Idade Média, embora desconhecido o estado como hoje se concebe, mas 
por força das necessidades de comércio, sobretudo o marítimo, os povos 
cristãos estabeleceram regras, hoje apontadas como as primeiras 
manifestações de um ordenamento internacional. 
Só no Renascimento, com a formação dos estados modernos e o 
estabelecimento das relações diplomáticas, é que realmente começa a existir o 
direito internacional público. Sua evolução foi lenta, até que se iniciasse o 
período orgânico, em meados do século XVI. 
A fase contemporânea do direito internacional público corresponde a sua maior 
sistematização e a uma imensa bibliografia. Os critérios de suas linhas básicas 
de entendimento são: 
(1) o critério jurídico da escola alemã, que se extrema na escola austríaca, nas 
quais se subestimam os aspectos filosóficos, políticos e sociológicos do direito 
internacional público, considerando-o mera disciplina normativa; 
(2) o critério histórico-político, da chamada escola continental européia, mais 
propriamente latina, e que inclui a maioria dos autores ibero-americanos, para 
a qual não são nítidas as distinções entre a política e o direito; na mesma 
corrente pode ser enquadrada a escola positivista italiana, cuja maior criação 
foi, no século XIX, a teoria das nacionalidades, sobre a qual se construiu a 
unidade política da Itália; 
(3) o critério pragmático, da escola anglo-americana, que, fiel ao sistema do 
case law, dá grande relevância aos precedentes diplomáticos, procurando mais 
as soluções práticas do que a formulação de princípios. 
Embora doutrinariamente se firme a tese da universalidade do direito 
internacional público, na prática existem vários sistemas jurídicos internacionais 
particulares, dada a ocorrência de diferentes agrupamentos e comunidades 
mundiais, continentais e regionais, determinados por motivos históricos, 
geográficos, econômicos ou políticos. 
A título individual ou a pedido de governos, eminentes juristas, principalmente 
no século passado e no começo do século XX, elaboraram planos de 
codificação. Instituições jurídicas de grande nomeada fizeram o mesmo, e 
organismos internacionais também se têm ocupado ativamente do assunto. 
Direito Internacional Privado 
A despeito de sua designação, o direito internacional privado não tem nenhuma 
correlação especial ou dependência em relação ao direito internacional público. 
Na verdade, não existe um sistema supranacional para regular as relações de 
direito privado entre indivíduos sujeitos a diferentes ordenamentos nacionais. O 
que existe, como em geral se admite, é um conjunto de princípios para a 
determinação da lei aplicável a relações jurídicas que possam incidir na 
regulação de dois ou mais sistemas legais conflitantes, de estados soberanos 
diversos ou de estados autônomos federados. Tais conflitos de leis ocorrem 
com freqüência crescente, dada a intensificação das relações entre pessoas de 
todo o mundo, quer na atividade comercial, quer na vida familiar, em 
conseqüência da solução de problemas de validade de atos jurídicos 
praticados sob o império de legislação diferente da do lugar onde devem 
produzir efeito. Problemas semelhantes podem surgir em relação às 
conseqüências penais de atos ilícitos praticados sob jurisdição estatal 
diferente. 
Normalmente, a legislação de um país disciplina as relações jurídicas internas 
relativas a pessoas, bens, obrigações e sucessões. No domínio do estado, as 
leis locais são aplicadas pelo juiz e respeitadas por todos que nele se 
encontram, com as exceções aceitas pelo direito internacionalpúblico. São as 
chamadas leis territoriais. A territorialidade das leis é o princípio preponderante, 
como expressão da soberania nacional. Se os estados vivessem em absoluto 
isolamento, todas as leis teriam caráter territorial. A existência de uma 
comunidade internacional formada pelos estados leva, porém, a relações 
extranacionais. 
O comércio entre as cidades livres da Itália se intensificou e a territorialidade 
começou a perder seu caráter absoluto, surgindo o problema da aplicação da 
lei a um comerciante de uma cidade, que contratava com outro, de outra 
cidade. Nova classificação de leis teve de ser adotada: territoriais (ou locais) e 
extraterritoriais. As últimas constituem o objeto principal do direito internacional 
privado, o de aplicar leis estrangeiras e reconhecer atos praticados no exterior. 
O sistema jurídico de um estado compreende, assim, normas internas 
propriamente ditas, e normas internas que exigem aplicação de lei estrangeira. 
Se, por exemplo, um brasileiro casa-se no Brasil perante autoridade nacional, o 
casamento (capacidade, impedimentos, celebração etc.) fica submetido à 
legislação brasileira e somente a ela. Quando contrai casamento com 
estrangeira domiciliada no exterior, surge o problema da lei a ser aplicada: a 
brasileira ou a alienígena. A questão é de direito internacional privado. 
Havendo controvérsia sobre a lei a ser aplicada, dois problemas podem ocorrer 
na solução de um pleito: 
1) Se saber qual o juiz competente para decidir a causa; o segundo é o da lei a 
ser aplicada. Por isso, alguns autores falam em conflito de jurisdição e em 
conflitos de leis, uns e outros a serem solucionados pela autoridade judiciária 
nacional. Como o mesmo problema poderá aparecer diante do judiciário de 
mais de um estado, soluções diferentes ou opostas poderão ser lavradas. A 
expressão "conflitos de leis" tem, assim, dois aspectos: no primeiro, significa as 
normas nacionais impropriamente ditas que orientam o juiz na aplicação, 
quando for o caso, do direito estrangeiro; 
2) O conflito decorre da divergência das leis sobre competência ou jurisdição. 
Os conflitos de leis que surgem quando dois ou mais estados dispõem de 
maneira diversa sobre a lei a ser aplicada são insolúveis. Terá eficácia, em 
cada um dos estados, a sentença proferida. 
A rigor, o direito internacional privado tem por objeto estabelecer as regras, em 
cada país, de aplicação do direito estrangeiro e de reconhecimento do ato 
praticado no exterior. Entretanto, parte da doutrina é de parecer que ele 
compreende ainda as regras do chamado direito convencional (tratados e 
convenções que dispõem sobre a solução dos conflitos de leis das partes 
contratantes). A tendência moderna é a harmonia, ou seja, a adoção, por 
tratados e convenções, das mesmas regras. O sistema tem sido mais bem-
aceito nos países que para reger o direito da família adotam a lei nacional, não 
a lei domiciliar das pessoas. 
Como o direito uniforme é aplicado pelos juízes em cada estado contratante, e 
não por tribunais supernacionais, pode ocorrer divergência jurisprudencial, a 
ponto de modificar a essência das próprias normas do tratado na sua 
aplicação. 
Em sua essência, o direito internacional privado tem em vista estabelecer os 
limites da aplicação do direito estrangeiro. Entretanto, em muitos países, como 
o Brasil, incluem-se no seu objeto a nacionalidade e a condição jurídica do 
estrangeiro. É verdade que, na aplicação de uma lei, o juiz tem de apreciar às 
vezes a nacionalidade das partes, ou as regras restritivas ou proibitivas da 
condição do estrangeiro. Esses, no entanto, são pressupostos do direito 
internacional privado, e não elementos do seu objeto. Ramo do direito interno, 
suas regras têm relevância internacional. E mesmo o direito das convenções 
faz parte, de certa forma, do direito interno. 
As principais fontes do direito internacional privado são internas, submetendo-
se ao critério hierárquico do sistema nacional. A constituição é a lei suprema, e 
as regras sobre direito internacional privado, nacionalidade e condição do 
estrangeiro que nela se contêm não são modificáveis pela legislação ordinária. 
A aplicação do direito estrangeiro não se faz por ato arbitrário do juiz, mas em 
decorrência de mandamento legal da legislação interna. Reputa-se a norma 
estrangeira com força coativa igual à brasileira. As partes, em princípio, não 
podem renunciar ao seu império. Sua obrigatoriedade é de tal natureza que o 
julgador tem o dever de aplicá-la mesmo quando não invocada pelas partes. 
Embora se diga, em meio a divergências doutrinárias, que o direito estrangeiro 
competente se integra na ordem brasileira, não decorre da afirmativa a 
conclusão de que se aplica o princípio jura novit curia. O juiz pode dispensar 
a prova do direito estrangeiro, se o conhecer, embora daí possa decorrer o 
inconveniente de, no julgamento coletivo, haver necessidade de se provar sua 
existência. Os tratados e convenções internacionais celebrados pelo Brasil se 
equiparam ao direito federal, dispensada a parte do ônus da prova do texto e 
da vigência. Aquele que alegar direito estrangeiro deverá provar-lhe o teor e a 
vigência, salvo se o juiz dispensar a prova. 
O meio mais próprio de prova é o da certidão passada pela autoridade consular 
estrangeira, contendo o texto legal e sua vigência, ou uma certidão de 
autoridade estrangeira autenticada pelo cônsul. Para certos autores, no caso 
de dificuldades decorrentes da ausência de relações diplomáticas, é lícito 
recorrer a pareceres de doutos e à doutrina. O ônus da prova do direito 
estrangeiro cabe a quem o alega. Se nenhuma das partes postular a aplicação 
de norma que possa resultar em solução segundo o direito alienígena, ao autor 
compete o ônus da prova. 
 
Bibliografia 
CRUZ, Alcides. Direito Administrativo Brasileiro. 2ª edição. Rio de Janeiro: 
Francisco Alves & Cia., 1914. 
FERREIRA, Waldemar Martins. História do Direito Brasileiro. Tomo II, Rio de 
Janeiro/São Paulo: Livraria Freitas Bastos S/A, 1952; e Tomo I, São Paulo: 
Saraiva, 1962. 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Discricionariedade Administrativa na 
Constituição de 1988. São Paulo: Atlas, 1991. 
Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda. 
Autoria: Andressa Fernanda Daumas Faria de Almeida

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