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FUNDAMENTOS DA LEGISLAÇÃO

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FUNDAMENTOS 
DE LEGISLAÇÃO
Professora Me. Monica Cameron Lavor Francischini
Google Play App Store
http://
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; FRANCISCHINI, Monica Cameron Lavor. 
 
 Fundamentos de Legislação. Monica Cameron Lavor Francis-
chini. 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. Reimpressão.
 144 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Fundamentos. 2. Legislação . 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1672-7
CDD - 22 ed. 340
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo 
Eder Rodrigo Gimenes
Designer Educacional
Bárbara Neves
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Cíntia Prezoto Ferreira
Ilustração
Mateus Nascimento
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
CU
RR
ÍC
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LO
Professora Me. Monica Cameron Lavor Francischini
Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase nos Direitos da Personalidade pelo 
Centro Universitário de Maringá (Unicesumar/PR). Especialista em Direito 
Público e em Educação a Distância, ambas pelo Centro Universitário de 
Maringá (Unicesumar/PR). Graduada em Direito pelo Centro Universitário 
das Faculdades Metropolitanas Unidas (UniFMU/SP). Docente no ensino 
presencial e a distância do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar/PR). 
Advogada. Árbitra do TACOM - Tribunal Arbitral de Maringá.
Currículo Lattes disponível em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/
visualizacv.do?id=K4231336J8 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, amigo(a) aluno(a)!
Este é o livro de Fundamentos de Legislação, que foi desenvolvido especialmente para 
você, de forma a instruí-lo sobre o universo jurídico existente e ligado ao mundo dos 
negócios.
Nosso livro está dividido em cinco unidades e, antes de entrarmos nas unidades em si, 
quero exemplificar a importância do direito, afinal, este livro tem o objetivo de fornecer 
as bases necessárias que servirão de alicerce para o exercício da sua futura profissão.
Apesar de não percebermos, o Direito faz parte do cotidiano, por exemplo: quando li-
gamos a torneira para escovar os dentes pela manhã, ou seja, estamos utilizando um 
objeto de um contrato de prestação de serviços, fornecido pela companhia hidráulica; 
ou então quando ligamos o abajur antes de dormir para estudar para a prova do dia se-
guinte, ou seja, estamos utilizando um objeto de um contrato de prestação de serviços 
fornecido pela companhia de energia elétrica.
Até a leitura deste livro faz parte do Direito - ele foi elaborado e entregue a você, acadê-
mico(a), em consequência de um contrato de prestação de serviços que você assinou 
com a instituição de ensino. Por isso, conhecer o funcionamento do Direito é essencial 
para as tomadas de decisão na vida pessoal e profissional. E repito: este é o objetivo 
deste livro!
O primeiro questionamento que devemos nos fazer quando estudamos qualquer ramo 
do Direito é: qual o seu conceito e finalidade? O que é direito e por que ele existe?
As respostas a essas perguntas estão na primeira unidade deste livro, assim como os 
principais conceitos jurídicos necessários para você entender a legislação tributária.
A nossa segunda unidade complementa a primeira e trata dos conceitos e institutos 
básicos do ramo do Direito Tributário.
Na Unidade 3, estudaremos o conceito de tributo, sua classificação e as espécies que 
existem hoje no ordenamento jurídico.
A Unidade 4 ensina sobre a relação jurídica dentro do campo tributário, em que o Estado 
age com soberania em suas ações, afinal, ele está representando o interesse público e 
coletivo, além de compreender sobre as obrigações tributárias.
E,por fim, nossa 5 e última unidade nos levará ao mundo jurídico dos créditos tributá-
rios. 
Com todo esse conteúdo, eu acredito que você, acadêmico(a), terá uma ótima base jurí-
dica para fundamentar suas decisões. Vamos em frente!
APRESENTAÇÃO
FUNDAMENTOS DE LEGISLAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
15 Introdução
16 Entendendo o Direito 
20 Direito e Estado: o Estado Moderno 
24 Ordenamento Jurídico Brasileiro 
29 Fontes do Direito 
37 Considerações Finais 
42 Referências 
43 Gabarito 
UNIDADE II
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
47 Introdução
48 Noções Essenciais Sobre Direito Tributário 
52 Principais Princípios Constitucionais 
59 Princípios do Direito Tributário 
62 Fontes do Direito Tributário 
65 Considerações Finais 
69 Referências 
70 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO
73 Introdução
74 Conceito de Tributo 
78 Espécies Tributárias 
87 Considerações Finais 
91 Referências 
92 Gabarito 
UNIDADE IV
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA
95 Introdução
96 Relação Jurídica e Sujeitos do Direito 
97 Regra Matriz de Incidência Tributária 
107 Obrigação Tributária 
110 Considerações Finais 
114 Referências 
115 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E SIMPLES NACIONAL
119 Introdução
120 Conceito de Crédito Tributário 
121 Formas de Suspensão do Crédito Tributário 
124 Formas de Extinção do Crédito Tributário 
127 Formas de Exclusão do Crédito Tributário 
132 Simples Nacional 
136 Considerações Finais 
140 Referências 
141 Gabarito 
142 Conclusão 
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Professora Me. Mônica Cameron Lavor Francischini
INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO DIREITO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar conceitos de Direito e suas peculiaridades.
 ■ Definir Estado de Direito.
 ■ Estudar o ordenamento jurídico brasileiro.
 ■ Estudar as fontes do Direito.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Entendendo o Direito
 ■ Direito e Estado: o Estado Moderno
 ■ Ordenamento Jurídico Brasileiro
 ■ Fontes do Direito
INTRODUÇÃO
Olá aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao estudo do Direito!
Nesta unidade, iremos trabalhar as bases necessárias para que você possa 
entender a legislação tributária que será apresentada nas unidades seguintes. 
Para tanto, vale ressaltar que o Direito faz parte das nossas vidas, regula a 
sociedade desde o nascimento das pessoas até a sua morte; diariamente, envolve-
mo-nos em relações jurídicas, por isso, é necessário conhecer o seu funcionamento 
para a tomada de decisões. 
Este é o objetivo inicial desta unidade, ou seja, conhecer de forma ampla 
sobre o direito, e para iniciar este estudo, também é importante dizer que dentro 
da doutrina jurídica é comum a definição e diferenciação entre Direito Natural 
e Direito Positivo.
O Direito Natural, ou Jusnaturalismo, não é aceito por todos os doutrina-
dores; para os que o aceitam e o definem, ele é o conjunto de regras universais, 
inerentes ao homem, que não é imposto pelo Estado ao indivíduo, tem base na 
Lei Divina. Ele se impõe a todos por sua própria força principiológica, ele é cons-
tituído pelas regras da própria natureza, por exemplo, o direito de viver. 
O seu mais famoso expositor é Santo Agostinho (354-430 d.C), que define 
que a Lei divina sempre existiu e é anterior a lei dos homens, é imutável, não se 
corrompe e se aplica a todos.
Para alguns doutrinadores, o Direito Natural é visto como a base dos direi-
tos fundamentais hoje fixados na Constituição, como direito à vida, à liberdade 
de ir e vir, à liberdade religiosa, à liberdade de expressão, dentre outros.
O Direito Positivo é o direito posto pelo Estado; são as regras que estão em 
vigor em um determinado país, regras que foram feitas pelo poder público. São 
as leis, códigos, tratados internacionais, decretos e regulamentos, ou seja, esse 
direito depende da vontade humana.
Estudaremos institutos conhecidos dos operadores do Direito, que fazem 
com que tenham uma linguagem própria no seu cotidiano, como a diferencia-
ção anteriormente descrita. Vamos em frente!
Introdução
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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
ENTENDENDO O DIREITO
Podemos afirmar que o Direito nasceu junto com o agrupamento humano. A 
partir do momento em que o homem começa a viver em sociedade, as normas de 
condutas passam a existir, pois é impossível imaginar alguém vivendo em socie-
dade sem a existência de normas para regulamentarem as relações.
Existem pessoas que defendem que o Direito é uma criação divina, que foi 
criado pela figura de um deus:
A origem divina está ligada à figura de um deus, de um ser superior a 
tudo e a todos, que formula as leis e as entrega a seu povo, os hebreus 
chefiados por Moisés ou os Faraós do Egito que eram a própria pessoa 
de Deus (MORAES, 2009, p. 24).
A primeira teoria, ou seja, que o Direito tem sua origem na sociedade, é a mais 
aceita, como afirmavam os antigos romanos: ubi societas, ibi jus (onde houver 
sociedade, aí estará o Direito).
Como o Direito é uma norma de conduta que regulamenta a sociedade e 
que traz com ela uma sanção, sua finalidade é estabelecer a ordem em sociedade.
Por isso, se voltarmos ao passado, em qualquer momento da história, na mais 
primitiva sociedade, encontraremos vestígios do Direito, pois é impossível ima-
ginarmos a sociedade sem normas de condutas. As “leis” não eram como são 
hoje, que seguem toda uma tramitação, elaboradas por um Poder Legislativo; 
Entendendo o Direito
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muitas vezes, encontraremos a “lei do mais forte”, contudo, não podemos des-
cartá-la, pois esta pode ser considerada o embrião do Direito atual.
Dessa forma, podemos resumir a origem e finalidade do Direito em: o Direito 
nasce com a vida em sociedade e sua finalidade é manter a paz social. Vamos 
refletir mais sobre isso.
CONCEITO DE DIREITO
Todos nós temos uma noção do significado do termo Direito, e esse pode ser uti-
lizado de diversas maneiras: “eu tenho o direito de viajar”, “meu patrão não me 
pagou direito”, “o professor não tinha o direito de cobrar essa questão na prova”. 
Para nós, direito é norma de conduta que rege a sociedade e tem sanção.
Do conceito apresentado, vamos acrescentar “traz uma sanção”, pois se a 
norma não tiver sanção, a sociedade não poderá ser punida por desrespeitá-la.
O direito é um conjunto de normas, pois são inúmeras as leis existentes, e 
estas são gerais e positivas, sendo emanadas por um poder soberano. 
Assim, de forma simples, podemos elaborar o seguinte conceito: Direito é o con-
junto de normas jurídicas dirigidas à sociedade e que estabelece uma pena para 
quem não cumpri-las.
Entende-se por Poder Soberano o Estado, por meio do Poder Legislativo, que 
tem a competência para formular as leis que disciplinam a vida social, estabele-
ce os direitos e deveres de cada um e, por fim, traz uma sanção – a norma precisa 
de uma sanção (pena) – caso contrário, a sociedade não vai cumpri-la, tendo em 
vista que a ausência de sanção na norma transforma esta em uma lei morta, sem 
eficácia, pois não existe punição para quem não cumpri-la.
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Outra diferenciação importante dentro do Direito é entre objetivo e subjetivo, 
sendo que o primeiro são as próprias normas jurídicas como o Código Tributário 
Nacional.
O Direito Subjetivo por sua vez, é a possibilidade conferida a você, aluno(a), 
de exigir que as demais pessoas cumpram o que estáprevisto no Direito Objetivo, 
ou seja, é um interesse reconhecido pelo Direito Objetivo.
Para Maximilianus Cláudio Fuhrer, o Direito Subjetivo é:
a faculdade ou prerrogativa de o indivíduo invocar a lei na defesa de 
seu interesse. Assim, ao direito subjetivo de uma pessoa corresponde 
sempre o dever de outra, que se não o cumprir, poderá ser compelida a 
observá-lo através de medidas judiciais (FUHRER, 2007, p. 33).
RAMOS DO DIREITO POSITIVO
O Direito é único, porém, para uma melhor compreensão, ele pode ser dividido 
em dois grandes grupos, ou seja, o Direito Público e o Direito Privado. Essa divi-
são vem desde a época do Imperador Justiniano (527-565).
DIREITO PÚBLICO: é o ramo do direito que trata das coisas do Estado. 
Que tem o Estado como sujeito principal da relação jurídica e representante dos 
interesses coletivos. 
DIREITO PRIVADO: é o ramo do direito que trata das relações entre os priva-
dos (pessoas físicas e jurídicas), tal como a produção e aplicação das normas jurídicas, 
mas sem deixar de ter como diretrizes máximas primeiro a Constituição Federal e 
depois as demais normas criadas pelo Estado. O núcleo dessas relações é sempre o 
interesse individual ou, no máximo, o de uma pequena parcela da sociedade.
Ainda, o Direito Público se divide em Nacional e Internacional, sendo o pri-
meiro o conjunto de normas vigentes dentro de um país, por exemplo, no Brasil, 
na Argentina, no Chile etc.; por sua vez, o Direito Internacional são as leis que 
regem a relação entre países ou entre os particulares (pessoas físicas ou pessoas 
jurídicas) em países diversos.
Entendendo o Direito
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Os ramos do direito público nacional, em regra geral, podem ser classificados 
da seguinte forma:
Direito Constitucional: trata da organização do Estado e estabelece os 
direitos e garantias fundamentais da pessoa.
Direito Administrativo: constitui as normas jurídicas e princípios que 
regem os interesses do Estado.
Direito Penal: é o conjunto de normas jurídicas que definem as condutas 
criminosas e fixa as punições para quem praticá-las.
Direito Tributário: é o conjunto de leis que determinam a forma de como 
o Estado deve arrecadar tributos dos contribuintes. Este será nosso objeto 
de estudo.
Direito Processual Civil e Direito Processual Penal: fixam a forma pela qual o 
Poder Judiciário deve dar andamento nos processos, por exemplo, estabelece os 
prazos que as partes têm para se manifestar, fixa o fórum competente para julgar 
o processo, indica os tipos de recursos que podem ser utilizados, entre outros.
O Direito Internacional Público rege as normas que regulam a relação entre 
os países, por exemplo: na construção do Canal da Mancha (Inglaterra-França), 
se tivesse ocorrido alguma divergência entre eles, não seria aplicada nem a legis-
lação inglesa e nem a francesa, mas as normas de Direito Público Internacional.
Por seu turno, o Direito Privado também é dividido em Nacional e 
Internacional, sendo o Direito Privado Nacional aquele que regula a atividade 
dos particulares entre si em território brasileiro, e o Internacional Privado aquele 
que regula a relação entre os particulares que tenham relação em mais de um 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
país, cabendo ao juiz decidir qual a lei a ser aplicada. São considerados ramos 
do direito privado Nacional:
 ■ Direito Civil: é ramo do direito privado que estuda a relação entre as pes-
soas (casamento, separação, divórcio, adoção, obrigações, responsabilidade 
civil, inventário etc.), a relação entre as pessoas e seus bens (propriedade, 
posse, usucapião, enfiteuse, desapropriação etc.) e a relação entre pes-
soas e bens (compra e venda, empréstimo, locação, arrendamento etc.).
 ■ Direito Comercial (ou Empresarial): regula a atividade dos comerciantes/
empresários, seus atos e contratos (títulos de créditos, falências, recupe-
ração judicial, as sociedades etc.).
DIREITO E ESTADO: O ESTADO MODERNO
É difícil precisar o momento exato do surgimento do Estado. Basicamente, exis-
tem três teorias acerca da sua formação. Para a primeira teoria, o Estado sempre 
existiu, desde o momento que o homem se reuniu e passou a viver em comuni-
dade; a segunda teoria define que no início não havia Estado, mas as necessidades 
de regular a convivência entre as pessoas o fez surgir; e o terceiro grupo define 
que o Estado é uma sociedade política dotada de certas características bem defi-
nidas, que se fundam na soberania e passa a existir a partir do século XVII.
Evolutivamente, pode-se falar na história do Estado, passando pelas seguin-
tes fases: Estado Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado Medieval e 
Estado Moderno.
O Estado Antigo tinha como fundamento a religião, sendo o poder dos gover-
nantes explicados pela ordem divina, por escolha dos deuses. Já o Estado Grego 
caracterizou-se pela presença das cidades-estados, que era a sociedade política 
de maior expressão. Neste Estado, a divisão de classes era visível e apenas uma 
pequena parte participava das decisões do Estado.
O Estado Romano tinha uma base familiar forte e demarcada, sendo que 
apenas uma pequena parcela, considerados os patrícios, tinham direito de par-
ticipar do governo; neste período, diversos códigos foram criados, por exemplo, 
a codificação de Justiniano, conhecido como Corpus Juris Civilis.
Direito e Estado: O Estado Moderno
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No período de transição para o Estado Medieval, as demais pessoas foram conquis-
tando direitos, quando no ano de 313, com o Edito de Milão, Constantino assegurou 
a liberdade religiosa, quebrando, assim, a superioridade dos romanos cristãos.
O Estado Medieval foi marcado por alguns fatores, entre eles o cristianismo, 
as invasões bárbaras e o feudalismo. O cristianismo fortalece o poder da Igreja 
que, com o passar do tempo, faz entrar em choque os poderes do Imperador 
e do Papa. Com esse esfacelamento, inicia-se uma série de invasões com base 
religiosa pela busca de territórios feita pelos povos vizinhos dos romanos, os cha-
mados bárbaros. Assim, para se proteger, as pessoas passariam a viver em feudos, 
é a sociedade feudal, em que cada feudo tinha suas próprias regras, sendo que 
a centralização era feita basicamente pela Igreja, que se utilizava da Bíblia para 
exercer coerção e justificar seu poder, foi o auge do chamado Direito Eclesiástico.
No século XII, tem-se um dos fatos mais marcantes para as mudanças que 
viriam a seguir: o renascimento do comércio, a formação dos burgos, chegando 
a Revolução Industrial e, finalmente, à Revolução Francesa esta, com seus prin-
cípios de liberdade, igualdade e fraternidade, que pode ser vista como estopim 
da eclosão do Estado Moderno, o qual se define como laico, ou seja, não se vin-
cula a uma religião seu poder era fundado na vontade da coletividade, que delega 
a seus representantes as prerrogativas para exercício do poder, definido e limi-
tado por uma Constituição, que passa a ser a base do ordenamento do Estado. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
Isto é, por essa pequena 
incursão histórica, chega-se ao 
conceito que hoje define o Estado 
Moderno como um ente que pos-
sui organização própria, estrutura 
administrativa e aparato jurídico, 
fundado em uma Constituição, que 
é o mecanismo legal que garante e 
legitima sua própria criação. 
Complementando este pensa-
mento, o Estado é a nação política 
e juridicamente organizada, dotada 
de soberania, dentro de um ter-
ritório, sob um governo, para a 
realização do bem comum do povo, 
sendo formado pelos seguintes 
principaiselementos:
O povo é o conjunto de cidadãos, o componente humano, o elemento pes-
soal do Estado, é para ele e por meio dele que o Estado se forma, podendo ser 
definido como:
o conjunto dos indivíduos que através de um momento jurídico, se 
unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo de 
caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e 
do exercício do poder soberano (DALLARI, 1998, p. 132).
O território é o espaço físico e geográfico, ou seja, a base geográfica do poder, 
sendo constituído pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas, mar territorial e pla-
taforma continental.
O governo é a organização necessária para o exercício do poder político, 
ou seja, aquele que tem capacidade de impor aos outros determinados tipos de 
comportamento.
A soberania ou poder soberano é o poder de organizar-se juridicamente e 
fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limi-
tes dos fins éticos de convivência. 
Direito e Estado: O Estado Moderno
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Essa soberania apresenta-se de duas formas: a interna e a externa.
A soberania interna significa imperium que o Estado tem sobre o terri-
tório e a população, bem como a superioridade do poder político frente 
aos demais poderes sociais, que lhe ficam sujeitos, de forma mediata ou 
imediata. A soberania externa é a manifestação independente do poder 
Estado perante outros Estados (BONAVIDES, 1999, p. 166).
Mas qual a finalidade da existência do Estado? Ele exerce esse poder com a finali-
dade principal da realização do bem comum, atendendo às necessidades públicas, 
por meio da prestação de serviços e construção de obras públicas que assegurem 
a estrutura básica para que a sociedade civil atinja seus objetivos.
Alguns desses objetivos estão previstos no artigo 6 da Constituição Federal 
(lei máxima do nosso país, e que será também estudada) e estipula como funções 
do Estado, dentre outros, oferecer à sociedade: segurança, alimentação, educa-
ção, saúde e previdência social.
Assim, diante de todo exposto, vê-se que Direito e Estado são indissociáveis, 
é um ciclo posto que o Estado cria o Direito, que, por sua vez, o legitima e regula. 
Diante disso e do que foi analisado anteriormente, constata-se que o Direito sem-
pre existiu para regular a vida humana em coletividade, ele pode ser expressado 
A soberania é o poder do Estado de efetivar sua ordem, sem se subordinar a 
qualquer outra ordem, representando o poder normativo do estado perante 
seu povo dentro do seu território.
A citada soberania do Estado é una e indivisível, porém, existe a separação de 
poderes para melhor consecução dos fins almejados e para manutenção da liber-
dade, que não consegue se efetivar quando todos os poderes encontram-se nas 
mãos de apenas uma pessoa. 
Essa separação, propugnada por Montesquieu no século XVIII, divide o poder do 
Estado em Executivo, Legislativo e Judiciário, sendo o Legislativo o responsável 
por fazer as leis, o Executivo por executá-las e administrar a organização, e o Ju-
diciário, a quem incumbe a aplicação do direito, dirimindo litígios e controvérsias 
que lhe são trazidos para apreciação.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
de diversas formas, como a moral, a religião e os costumes; mas após a insti-
tuição do Estado, este tornou-se o poder central detentor da soberania com a 
função de instituir as leis e regras para aquele povo e território.
ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
Antes de adentrarmos ao conceito de ordenamento e definição de seus elemen-
tos, parece importante conceituar de forma sucinta o que vem a ser uma norma 
jurídica. Neste sentido, Maria Helena Diniz define que:
a norma jurídica é uma norma de conduta, no sentido de que seu 
escopo direto ou indireto é dirigir o comportamento dos particu-
lares, das comunidades, dos governantes e funcionários no seio do 
Estado e do mesmo Estado na ordem internacional. Ela prescreve 
como se deve conduzir a conduta de cada um (DINIZ, 1998, p. 24).
Dentro deste contexto, temos as regras jurídicas que 
devem expressar um imperativo ou uma autorização, 
um imperativo de fazer ou não fazer ou uma autori-
zação de agir, ou seja, expressam uma obrigação, uma 
proibição ou uma permissão:
imperativa porque prescreve as con-
dutas devidas e os comportamentos 
proibidos, e, por outro lado é auto-
rizantes, uma vez que permite ao 
lesado pela sua violação exigir seu 
cumprimento, a reparação do dano 
causado ou ainda a reposição das coi-
sas ao estado anterior (DINIZ, 1998, 
p. 26).
Ordenamento Jurídico Brasileiro
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No Brasil, o Ordenamento Jurídico é imenso e composto pela Constituição Federal 
(CF), por milhares de leis, códigos, decretos etc., sendo basicamente os seguintes:
• CONSTITUIÇÃO FEDERAL
É a lei fundamental do Estado. A Constituição ocupa o ápice do ordenamento 
jurídico, devendo ser observada, acatada e respeitada por todas as outras normas 
existentes, formando um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras 
que regula a forma de Estado, a forma de governo, o estabelecimento de seus 
órgãos e os limites de sua ação; ou seja, é o conjunto de normas que organiza os 
elementos constitutivos do Estado.
• EMENDAS CONSTITUCIONAIS
São diplomas legais com capacidade de modificar a Constituição Federal (exceto 
as cláusulas pétreas), por meio de um procedimento específico.
Esse procedimento específico diz respeito a sua elaboração, ou seja, as emen-
das constitucionais somente podem ser propostas ao Congresso Nacional por 
um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal; pelo Presidente da República; ou por mais da metade das Assembleias 
Legislativas das Unidades da Federação, pela manifestação da maioria relativa 
de seus membros.
Ainda, tal proposta será discutida e votada, em dois turnos, em cada casa 
do Congresso Nacional, devendo ser aprovada mediante o quorum de 3/5 dos 
votos de seus membros, inexistindo sanção ou veto presidencial.
Quanto mais complexa e evoluída a sociedade, mais normas existem para 
regulá-la. Essas normas, dentro do Direito Positivo, são expressas como leis, 
sendo que o conjunto dessas leis impostas pelo Estado aos seus indivíduos,-
forma o seu ordenamento jurídico.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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• LEI COMPLEMENTAR
São diplomas legais com a função de complementar dispositivos constitucio-
nais. As leis complementares devem ser aprovadas por maioria absoluta do 
Congresso Nacional.
• LEI ORDINÁRIA
São diplomas normativos aprovados pelos parlamentos (Congresso Nacional, 
Assembleia Legislativa, Câmara Distrital e Câmara de Vereadores) com a função 
de inovar a ordem jurídica, ou seja, criar ou extinguir direitos e obrigações. As 
Leis Ordinárias devem ser aprovadas por maioria simples do Congresso Nacional.
No artigo 60, § 4 da nossa Constituição Federal, estão elencadas as cláusulas 
pétreas. A palavra pétrea vem de pedra, significando “duro como pedra”. Tras-
ladando a etimologia da palavra para o campo constitucional, cláusula pétrea 
é aquela imodificável, irreformável, insuscetível de mudança formal. Tais cláu-
sulas consignam o núcleo irreformável da Constituição.
Assim, a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e peri-
ódico, a separação dos poderes, os direitos e garantias individuais (como o 
artigo 5, XXXII), não podem sofrer alterações tendentes a aboli-las (nem por 
emendas constitucionais), porquanto são imodificáveis.
Fonte: a autora.
A aprovação por maioria simples exige apenas metade mais um dosvotos dos 
parlamentares presentes no dia da votação, enquanto que a maioria absoluta 
exige metade mais um dos votos de todos os parlamentares daquela casa.
Fonte: a autora.
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• LEI DELEGADA
É de competência do Presidente da República, este solicita ao Congresso Nacional 
uma delegação para elaborar aquela determinada lei. Essa “autorização” é feita 
por meio de Resolução.
• MEDIDA PROVISÓRIA
É também de competência do Presidente da República, e somente pode ser edi-
tada quando a matéria for de extrema relevância e urgência, tendo 60 (sessenta) 
dias para ser convertida em lei, sob pena de perder sua validade/vigência.
• DECRETO LEGISLATIVO
Introduzem no sistema os tratados, acordos e convenções internacionais, sendo 
ato privativo do Congresso Nacional.
• RESOLUÇÕES
Diplomas legais privativos do Congresso Nacional que são aprovados exclusiva-
mente pelo Senado Federal com a mesma força da lei ordinária, como aquelas 
que estabelecem alíquotas mínimas de ICMS.
• DECRETO REGULAMENTAR, INSTRUÇÕES MINISTERIAIS, CIRCULARES, 
PORTARIAS E ORDENS DE SERVIÇO
São normas jurídicas editadas pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da 
República, Governador ou Prefeito) com o objetivo de interpretar e detalhar a 
aplicação prática da lei. Esses diplomas legais não podem inovar a ordem jurí-
dica, ou seja, criar direitos ou obrigações não previstas em lei. Admite-se, no 
entanto, a instituição de obrigações instrumentais, viabilizadoras daquelas já 
previstas em lei, por parte de normas infralegais.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
Ainda, as normas complementares são orientações dadas pelas autoridades 
administrativas a seus subordinados (portarias, instruções normativas, ordens 
de serviço, circulares, pareceres, atos declaratórios etc.). Também são normas 
complementares dos convênios celebrados pelos entes estatais entre si. Por fim, 
as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de âmbito administrativo, a que 
a lei atribua eficácia normativa, também se enquadram no gênero em questão.
Assim, podemos dizer que, de forma simplificada, esses são os elementos 
do nosso ordenamento jurídico. Diante de tantas leis, é necessário que se tenha 
estabelecido uma forma para que estas não se contradigam ou se excluam. Isto é, 
dentro do ordenamento jurídico, deve existir uma hierarquia entre as leis, partindo 
da lei base, que é a Constituição Federal, a ela devem se adequar todas as demais.
Essa hierarquia do ordenamento jurídico tem a forma de uma pirâmide elabo-
rada por um jurista austríaco chamado Hans Kelsen, cujo topo está a Constituição 
Federal, seguida pelas Leis Complementares, Ordinárias e, por fim, as demais leis.
Ainda neste aspecto, as leis também podem ser classificadas de acordo com 
seu campo de atuação. 
Conforme já mencionado, a mais importante lei dentro do território nacio-
nal é a Constituição Federal, portanto, nenhuma outra norma pode contrariá-la. 
Na sequência, temos as leis federais, que têm abrangência nacional, ou seja, 
são válidas dentro do território brasileiro, tanto na cidade de Uruguaiana, no 
Rio Grande do Sul, quanto na cidade de Palmas, em Tocantins, por exemplo, o 
Código Brasileiro de Trânsito.
Um nível abaixo estão as leis estaduais, que têm eficácia dentro do espaço 
geográfico de cada um dos Estados brasileiros (por isso, a alíquota do IPVA, por 
exemplo, é diferente de um Estado para outro). E, por último, a lei municipal, 
que só é válida dentro do Município e dos seus Distritos (por isso, ocorre da alí-
quota do IPTU ser menor em uma cidade do que em outra). 
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FONTES DO DIREITO
Fonte significa nascente de água ou origem, ou seja, de onde alguma coisa nasce 
ou se origina, e no direito se classificam em:
FONTES MATERIAIS: são aquelas de onde se originam, é a sociedade em 
constante mudança e evolução, em que os fatos sociais produzem as normas. 
Representam o conglomerado de fatores ou fenômenos sociais que compre-
endem elementos políticos, econômicos, morais e religiosos, que, extraídos da 
realidade social, influenciam o legislador ao criar as normas, quanto à sua subs-
tância, determinando o surgimento do direito, exteriorizado na norma jurídica.
FONTES FORMAIS: são as formas como se exteriorizam, ou seja, aquelas 
diversas maneiras pelas quais se manifesta o direito, são os meios por meio dos 
quais o direito aparece nos diversos sistemas jurídicos, sendo por intermédio das 
leis, jurisprudências, doutrina, costumes, analogia, equidade e princípios gerais 
do direito. Vamos estudar as fontes formais mais detalhadamente.
LEI
A lei é a principal fonte de direito que o juiz tem para dirimir os conflitos existen-
tes. Como já exposto, a lei é norma de conduta que rege a sociedade, que nasce 
do Poder Legislativo e tem força coercitiva, por exemplo: a Lei n.º 10.406, de 10 
de janeiro de 2002, conhecida como Código Civil brasileiro.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
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Para que uma lei exista, são necessários quatro elementos: a) dispositivo, 
que é o conteúdo da lei, ou seja, o texto da lei; b) sanção, que é a concordân-
cia do Presidente da República, com o dispositivo, em caso contrário, quando o 
Presidente da República não concorda, ocorre o veto (que pode ser derrubado pelo 
Congresso Nacional); c) promulgação após a sanção, o Presidente da República 
determina que a lei seja cumprida; d) publicação é a forma que o Estado encon-
trou para dar conhecimento a todos de que a lei existe.
Vigência da lei
O fato de a lei existir não significa que ela esteja em vigência, ou seja, que somos 
obrigados a cumpri-la, pois o fato de a lei ter sido publicada no Diário Oficial é 
para dar conhecimento de sua existência.
O Decreto-Lei nº. 4.657, de 04 de setembro de 1942, também conhecido 
como LINB – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – é o que deter-
mina a vigência de uma lei no país.
O Brasil optou pela publicação da lei no Diário Oficial para que as pessoas 
tenham conhecimento que uma lei existe e para que ela possa entrar em vigên-
cia. A sociedade brasileira só é obrigada a cumprir a lei após esta estar em vigor. 
No Brasil, existem três regras sobre a entrada de uma lei em vigência:
a) De acordo com o art. 1.º da LINB, uma lei passa a ter vigência após qua-
renta e cinco dias de sua publicação oficial, salvo disposição em contrário, 
dessa forma, se no próprio corpo da lei não constar nada em contrário, a 
lei deve passar a ser cumprida após aquele prazo estabelecido.
b) A lei também pode entrar em vigência no ato de sua publicação, isso 
ocorre quando, na própria lei, vem estabelecendo que “esta lei entra em 
vigor na data de sua publicação”, isso significa que se a lei foi publicada 
hoje, a partir desta data todos devem cumpri-la.
c) A lei determina um período maior ou menor para sua entrada em vigên-
cia, esse prazo vai depender da complexidade da norma, da mesma forma, 
no próprio corpo da lei vem estabelecendo: “Essa lei entra em vigência 
10 dias após sua publicação” ou “Essa lei entra em vigência 90 dias após 
sua publicação”. Como exemplo, podemos citar o atual Código Civil, que 
entrou em vigência 365 dias após sua publicação.
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Esse período, compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigên-
cia, é denominado vacatio legis, ou seja, vacância da lei. Esse período é necessárioe utilizado para que as pessoas tenham conhecimento que determinada lei existe.
Da mesma forma, o art. 1.º, § 3.º e 4.º estabelecem que, se antes da lei entrar 
em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto para correções, o prazo para que 
a lei entre em vigência começará a correr novamente. Contudo, se a lei a ser cor-
rigida já estiver em vigor, considera-se lei nova.
Obrigatoriedade da lei
Uma lei tem vigência até que outra lei a modifique ou a revogue, com exceção das 
leis temporárias, que têm um prazo de validade estabelecido no próprio texto. 
Dessa forma, uma lei não pode ser revogada (perder seu efeito) pelo desuso, ou 
seja, pelo fato de uma determinada lei ou dispositivo de lei não ser mais utili-
zado, não significa que ela mesma foi revogada.
Um exemplo disso foi o que ocorria com o revogado Código Civil (de 1916 
- Lei nº. 3.071, de 1.º de janeiro de 1916) que estava em vigor até 10 de janeiro 
de 2003 e que, em seu artigo 178, § 1.º previa:
Art. 178. Prescreve:
[...]
§. 1.º Em 10 (dez) dias, contados do casamento, a ação do marido para 
anular o matrimônio contraído com a mulher já deflorada (BRASIL, 
Código Civil, 1996).
Enquanto essa lei estava em vigor, era possível ao cônjuge pedir a anulação do 
seu casamento se sua mulher não fosse mais virgem, ou seja, apesar de, no iní-
cio deste século, essa conduta parecer absurda, já que essa lei estava em desuso, 
ela ainda não tinha sido revogada.
A partir do momento que uma lei é publicada no Diário Oficial, ninguém pode 
alegar que não a conhece, subentende-se que todos tiveram conhecimento 
que a lei existe. 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Mas o que é revogação? Revogar uma lei significa tornar nula, excluí-la do 
ordenamento jurídico e, portanto, torná-la sem eficácia.
O art. 2. º da LINB estabelece que a revogação ocorre:
Art. 2.º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que 
outra a modifique ou revogue.
§ 1.º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o decla-
re, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a 
matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2.º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das 
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior (BRASIL, 1942).
Mas, atenção aluno! Não há, na legislação brasileira, o instituto jurídico da repristi-
nação. Isso significa que se uma lei X for revogada pela lei Y e, posteriormente, a lei Y 
também for revogada, a lei X não volta a ter vigência, salvo disposição em contrário. 
É importante mencionar, também, que só é possível a revogação com leis 
de mesma hierarquia, conforme estudamos anteriormente e que essa revogação 
pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
Irretroatividade da lei
Retroagir significa voltar no tempo. As leis são elaboradas para regular fatos no 
futuro, não para alcançar fatos que já aconteceram. Por exemplo, hoje entra em 
vigência uma lei que estabelece que seja proibido sair de casa (toque de reco-
lher) após as 24h, sob pena de uma multa. Quem saiu de casa ontem depois das 
24h não será obrigado a pagar a multa, porque a lei é feita para alcançar fatos 
futuros, e não fatos passados.
Conforme o dispositivo da Constituição Federal, art. 5.º, XXXVI, “a lei não 
prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. No 
mesmo sentido, o art. 6.º, § 1.º, 2.º e 3.º da LINB estabelece que:
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vi-
gente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
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alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício 
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbí-
trio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já 
não caiba recurso (BRASIL, 1942).
O Direito Adquirido é o que já foi incorporado ao patrimônio moral ou material de 
uma pessoa qualquer, desde que ela tenha satisfeito todas as condições legais para 
a sua obtenção, mesmo que ainda não tenha exigido o seu cumprimento pela parte 
que lhe tem um “dever subjetivo”. Por exemplo: cumprido o tempo de recolhimento 
previdenciário mínimo, estipulado pela lei e completando 65 anos, o homem pode 
pedir aposentadoria. Este é um direito adquirido, mas a lei diz que ele “pode” e não 
que “deve”, sendo assim, por opção própria e por conveniência, esse cidadão pode 
continuar trabalhando mais alguns meses, ou anos, e somente depois exercer o seu 
direito. Se nesse tempo a lei mudar, ele terá a sua aposentadoria garantida.
O ato jurídico perfeito “é aquele já praticado e que surtiu os consequentes 
efeitos. Um contrato elaborado sob lei que o autorize não pode ser invalidado 
porque lei posterior considere esse contrato ilegal” (VENOSA, 2006, p. 109). 
Outro exemplo seria o do trabalhador que, já tendo atendido às exigências legais 
para a sua aposentadoria e tendo solicitado à Previdência Social, teve atendido 
o seu pedido, iniciasse o recebimento. As mudanças na lei que surgirem, após a 
devida concordância da Previdência Social, não podem fazer com que a pessoa 
retorne ao trabalho, salvo no caso em que houve eventual ilicitude no processo.
A coisa julgada, ou transitada em julgado, é o processo ao qual não cabem 
mais recursos em nenhuma instância jurídica. É a decisão jurídica a qual não 
tem mais provimento de reforma, de alteração, sendo que o único a ser realizado 
pelas partes é o cumprimento dessa decisão. Porém, temos que apresentar uma 
ressalva ao Direito Público Internacional que, por meio de diversos tratados que 
o Brasil e outros países têm – co-órgãos internacionais e supranacionais, como 
a Corte Internacional –, permite que, em casos envolvendo os direitos huma-
nos, os cidadãos possam recorrer a essa Corte. No entanto, o cumprimento da 
sentença dessa Corte tem apenas efeitos morais, ou seja, o Governo Brasileiro 
poderá deixar de cumprir essa decisão. Mas quais seriam as consequências? 
Estariam situadas muito mais no campo das sanções comerciais e revogação de 
tratados por outros países.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Em resumo: ato jurídico perfeito é o ato já acabado, aquele que já cumpriu 
todas as exigências estabelecidas pela lei vigente à época do ato. Direito adqui-
rido é aquele que já faz parte do patrimônio da pessoa, do qual esta pode dispor 
a qualquer momento. Coisa julgada é uma decisão judicial que não mais cabe 
recurso, uma vez que a questão já foi decidida.
Assim sendo, a nova lei deve respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adqui-
rido e a coisa julgada. Contudo, existe exceção para a irretroatividade da lei, desde 
que exista disposição expressa da lei. Isso é possível; como ocorre no Direito 
Penal, a lei pode retroagir, desde que seja para beneficiar o réu. Por exemplo, o 
indivíduo foi condenado à prisão pela prática de um crime que previa pena de 
dez anos; com a publicação de uma nova lei, fica estabelecido que aquela con-
duta preveja, agora, pena de três anos, o indivíduo terá que cumprir apenas três 
anos. Se, por acaso, ele já cumpriu mais do que os três anos, deve ser solto.
Eficácia no espaço
A legislação brasileira estabelece o princípio da territorialidade no que se refere 
à eficácia da lei no espaço, isso significa dizer que, dentro do território brasi-
leiro, as relações são disciplinadas pela lei pátria, conforme o dispositivo do art. 
7.º da LINB: “Art. 7.º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina asregras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direi-
tos de família”.
Dessa forma, tanto os brasileiros quanto os estrangeiros residentes (ou não) 
no país, devem respeitar as leis brasileiras. 
Integração das leis
Existem casos em que o juiz encontrará situações que não estão previstas em lei e, 
mesmo assim, deverá decidir o caso, não podendo deixar de julgar por não existi-
rem leis a respeito do assunto. Ocorrendo tal situação, a Lei de Introdução ao Código 
Civil determina que o juiz deva utilizar a analogia, os costumes e os princípios gerais 
do direito, conforme o dispositivo do art. 4: “Quando a lei for omissa, o juiz deci-
dirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.
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a) Analogia: ocorre quando o juiz utiliza de uma norma pré-existente, para 
aplicar essa mesma norma em uma situação não prevista em lei. Por 
exemplo, não existe nenhuma lei que regula a união homoafetiva, mas tal 
relação existe; quando um casal homoafetivo rompe o relacionamento, 
quem fica com os bens adquiridos durante o período da relação, se não 
existe lei tratando sobre isso?
O juiz deverá aplicar a analogia com base no art. 981 do Código Civil, que 
trata da sociedade de fato, por exemplo.
b) Costume: como veremos mais detalhadamente adiante, costume é uma 
prática reiterada da sociedade, em que todos a cumprem acreditando que 
aquilo seja obrigatório, exemplo clássico é a fila de um banco. Assim, se 
ocorrer uma situação não prevista em lei, o juiz pode buscar auxílio nos 
costumes da região.
c) Os princípios gerais do direito: por fim, se não existir lei que prevê o fato 
real, não sendo possível o uso da analogia ou do costume, deve o juiz se 
socorrer nos princípios gerais do direito, ou seja, “são estes constituídos de 
regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente 
aceitas, mesmo não escritas” (GONÇALVES, 2003, p. 53).
COSTUMES
É uma prática reiterada da sociedade, por não ser lei, não nasce do Poder 
Legislativo, mas sim da sociedade. As pessoas cumprem acreditando que aquilo 
seja obrigatório. Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2007, p. 15) 
ensinam que “trata-se de uma fonte do direito, com objetividade evidentemente 
menor, uma vez que sua formulação exige um procedimento difuso, que não se 
reduz a um procedimento formal, como se verifica na elaboração das leis”.
Podemos citar a fila como um costume da sociedade, que não foi estabelecido 
por lei, mas todos respeitam. Outro exemplo é a figura do cheque pré-datado, todos 
sabem que cheque é “ordem de pagamento à vista”, contudo, se o comerciante acei-
tar receber um cheque pré-datado ele não poderá depositar o cheque antes, sob pena 
de pagar uma indenização por danos morais, conforme a Súmula do STJ n. 370, que 
determina: “caracteriza dano moral a apresentação antecipada do cheque pré-datado”.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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No começo, foi muito utilizado, mas hoje é considerada uma fonte secundária 
frente à lei, contudo, não é ignorada, tanto que pode ser utilizado em alguns casos:
a) Quando a lei autorizar: o art. 113 do Código Civil brasileiro estabelece 
que: “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé 
e os usos do lugar de sua celebração.” Nesses casos, pode ser utilizado o 
costume, pois a própria lei autoriza.
b) Quando não existir lei: o art. 4 da LINB ordena que “quando a lei for 
omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e 
os princípios gerais de direito”; em casos que não existe lei tratando do 
caso, o juiz deve utilizar o costume para decidir.
c) Contra a lei: o costume não deve ser utilizado para fundamentar uma 
decisão judicial, se este estiver em contradição com a lei, porém, existem 
pessoas que defendem o uso do costume mesmo que seja contrária a lei.
Como já vimos, a lei só é revogada por outra lei de igual ou superior hierarquia, 
dessa forma, o costume não revoga lei. Se existir uma lei sobre determinado assunto 
e um costume contrário à legislação, o juiz deverá seguir a lei e não os costumes.
DOUTRINA
É um parecer de alguém detentor de um notório conhecimento a respeito de 
algum assunto. Também pode ser considerada a interpretação da lei pelos estu-
diosos do direito. Podemos citar como exemplo: um livro. No mesmo sentido, 
Silvio de Salvo Venosa (2006, p. 18) lembra que a “doutrina é o trabalho dos juris-
tas, dos estudiosos do Direito dentro dos campos técnico, científico e filosófico”. 
JURISPRUDÊNCIA
É a interpretação dos juízes e tribunais a respeito de algum assunto, ou seja, são 
as decisões judiciais repetidas sobre determinado assunto e para as quais não 
cabem mais recursos, podendo ir mudando ao longo do tempo. 
Considerações Finais
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Depois de estudada esta primeira unidade, podemos afirmar que o Direito existe 
desde que o homem vive em sociedade, sendo impossível a vida em sociedade 
sem normas de condutas para estabelecer direitos e deveres para cada indivíduo.
É por esse motivo que esta unidade é de fundamental importância para que 
você se familiarize com os conceitos jurídicos necessários para o posterior enten-
dimento das demais leis relativas ao Direito Tributário.
Neste contexto, é importante ainda fazer uma distinção entre direito objetivo 
e subjetivo, em que o primeiro é a norma estabelecida à sociedade, como o Código 
Civil, o Código Penal, o Código de Defesa do Consumidor e a Constituição Federal.
O Direito Subjetivo é a faculdade de agir, é a vontade do indivíduo de agir, 
de buscar no Direito Objetivo o seu próprio direito. 
Isso acontece quando a Receita Federal ingressa com uma ação judicial para 
exigir o pagamento do Imposto de Renda, por exemplo. Essa atitude está base-
ada no Código Tributário Nacional, que prevê a obrigação do contribuinte em 
recolher o IR ao obter renda.
Assim, o direito subjetivo é a possibilidade do indivíduo invocar a lei na 
defesa de seu interesse. Desta forma, ao direito subjetivo de uma pessoa corres-
ponde sempre o dever de outra.
Com essa ideia, você, aluno(a), pode perceber que entender o direito não é 
importante apenas para a sua vida profissional, mas também é essencial para a 
vida pessoal, para saber como agir frente a situações em que se tenha um direito 
ferido ou na eminência de um dever jurídico.
Em suma, agora, passado o estudo desta unidade, você será capaz de entender 
como funciona o Estado em que vive, como foi a sua evolução histórica, como 
se originou e evoluiu o direito, como as leis são emanadas e qual o sentido de se 
ter tantas leis no nosso ordenamento. 
38 
1. O Direito pode ser dividido em Direito Objetivo e Direito Subjetivo. Em que eles 
se diferem? Explique.
2. O que é o Direito, tomando como referência a existência de uma Constituição 
Federal, que é a norma máxima de um país?
3. Quais as fontes materiais de direito? 
4. Explique no que consiste a doutrina e a jurisprudência.
5. A lei é a única fonte formal do Direito? Justifique sua resposta.
39 
O Direito, como um sistema de normas, possui como finalidade estabelecer o bem co-
mum da coletividade, por meio da solução dos conflitos existentes entre as pessoas, 
além de proteger aquelas pessoas consideradas mais frágeis e vulneráveis.
É dentro desse contexto que surge a necessidade de conceituar, estabelecer o alcance e 
a eficácia da justiça, cujo tema vem sendo discutido desde épocas remotas e, para tan-
to, surgiram diversos entendimentos e teorias, dentre os quais aquelas defendidas por 
Platão, Aristóteles, John Rawls, dentre outros. Vamosfocar o entendimento sobre justiça 
em apenas um deles: Aristóteles.
Esse pensador nasceu no ano de 384 a.C. em Estagira, na Calcídia, região dependente 
da Macedônia, sendo que em 367/366 a.C. foi para Atenas e ingressou na academia pla-
tônica, onde dirigiu “sérias críticas a forma de vida crematística ou usurária dirigida pela 
incessante busca pela aquisição monetária” (BITTAR, 2005, p. 16).
Em 359 a.C, Filipe iniciou seu governo na Macedônia, tendo seu filho (Alexandre) nasci-
do 03 anos após. Em 347 a.C., morreu Platão, e Aristóteles “viu-se obrigado a se retirar de 
Atenas, uma vez que os metecos eram alvo de desconfiança por parte dos mais acirra-
dos partidários do nacionalismo extremado” (BITTAR, 2005, p. 16).
Em 343 a.C., a pedido do próprio Filipe, tornou-se o preceptor de Alexandre em Pela e, 
segundo Bittar (2005, p. 22), inseriu no espírito de Alexandre suas doutrinas políticas 
e morais, tendo este último assumido o trono em 336 a.C. pelo assassinato de seu pai.
Em 335 a.C., Aristóteles voltou a Atenas e fundou o Liceu. Posteriormente, deixou Atenas 
e foi para Cálcis, na ilha de Eubéia, faleceu em 322 a.C., deixando como legado mais de 
cento e cinquenta obras, sendo que apenas quarenta e sete sobreviveram e muitas delas 
de autenticidade duvidosa (BOLLMAN, 2009, p. 115).
Aristóteles (2001, p. 94) define justiça de diversas formas. Para tanto, entende que o con-
ceito de justiça é a “disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que 
é justo”.
Primeiramente, define que aquele que cumpre a lei é considerado justo, afinal, o legis-
lador, quando da elaboração da lei, visava o bem comum da sociedade, fazendo com 
que o homem aja de forma mediana em suas virtudes. Esta seria a justiça total, sendo 
considerada, portanto, como gênero, das quais as justiças particulares são espécies. 
Para ele, a justiça pode ser considerada a maior das virtudes, pois visa o bem do próxi-
mo e “constituem o conjunto objetivo de questões próprias ao ramo do conhecimento 
humano que busca uma análise do comportamento humano, tanto em seus aspectos 
psicológicos quanto em seus aspectos sociais” (BITTAR, 2005, p. 105).
Esse filósofo considera que a justiça está situada no meio termo entre o excesso e a falta; 
porém, no caso, da justiça há apenas um único vício: a injustiça.
Esta divisão tem origem nos estudos de Aristóteles, segundo o qual, a Justiça apresenta 
três faces: comutativa, distributiva e social.
40 
No mesmo sentido, a primeira representa a que regula as relações entre as pessoas hu-
manas, ou seja, entre os particulares, chamada Justiça Comutativa, no sentido de valores 
equivalentes, equitativos. Tem-se uma relação entre as Partes (particulares) em que a 
igualdade é a mais perfeita possível. Pode ser chamada também de Justiça aritmética, 
equiparadora ou sinalagmática (as partes estabelecem obrigações reciprocas).
A segunda face apresenta-se como Justiça distributiva sendo aquela por meio do qual 
o Todo, entendido como o Estado, uma representação social ou mesmo a família, busca 
uma proporção segundo o merecimento de cada indivíduo, levando em consideração a 
dignidade humana de cada um. É também chamada de Justiça geométrica ou propor-
cional. [...]
A Justiça social representa a terceira face da Justiça segundo a teoria aristotélica e, por 
sua vez, representa a garantia de um direito positivo sem discriminações infundadas, a 
elaboração de normas voltadas para o bem comum por parte do Estado e de outro lado, 
exige dos cidadãos o respeito às leis e aos deveres para com o Estado. Pode ser chamada 
de Justiça geral ou legal (RIGOLDI, 2011, p. 363).
A mesma autora traça um paralelo que identifica a justiça particular como sendo a co-
mutativa ou a distributiva e a justiça geral (ou social) quando o Estado concede aos seus 
cidadãos o que lhe é devido.
Fonte: a autora.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
Compêndio de Introdução à ciência do direito (2012)
Maria Helena Diniz
Editora: São Paulo Saraiva
Sinopse: esse livro oferece um panorama da ciência jurídica, introduzindo 
o leitor à teoria geral do direito, à filosofia do direito, à sociologia jurídica e a 
lógica jurídica. Cuida, ainda, do conceito de norma jurídica e da aplicação do 
Direito. Traz, ao final dos capítulos, os já consagrados quadros sinóticos que 
facilitam o estudo da matéria.
Curso de Filosofia do Direito
Eduardo C.B. Bittar e Guilherme Assis de Almeida
Editora: Atlas
Sinopse: A Filosofia do Direito visa a refletir sobre o Direito para além de sua 
simples operacionalização. Para isto, alguns conceitos, categorias, autores e 
ideias precisam ser conhecidos. Por isso, uma visão segundo a qual o Direito 
não é visto como algo isolado, mas de fato integrado a uma série de outros 
aspectos da vida social. Pensar o Direito, neste sentido, significa preparar-
se para compreender o Direito a partir de seus fundamentos, podendo-se, 
desta forma, contribuir, direta ou indiretamente, para a formação de novas 
gerações de juristas e para a crítica dos conhecimentos adquiridos por eles.
REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Torrieri Guimarães. 6. ed. São Paulo: 
Martin Claret, 2001.
BITTAR, E. C. B. A justiça em Aristóteles. 3. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 2005.
BOLLMANN, V. Previdência e Justiça: O direito Previdenciário no Brasil sob o enfo-
que da Teoria da Justiça de Aristóteles. Curitiba: Juruá, 2009.
BONAVIDES, P. Ciência política. 10. ed. ver. e atual. São Paulo: Malheiros, 1999.
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presi-
dência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 09 ago. 2018.
______. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução as 
Normas do Direito Brasileiro. Brasília: Presidência da República, 1942. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. 
Acesso em: 09 ago. 2018.
______. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Pre-
sidência da República, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 09 ago. 2018.
Brasil Lei n. 3.071, de 1° de janeiro de 1916. Código Civil dos Estados Unidos do 
Brasil. Brasília: Presidência da República, 1916. Disponível em: <http://www.planal-
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DALLARI, D. A. Elementos de teoria geral do Estado. 20. ed. atual. São Paulo: Sa-
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DINIZ, M. H. Compêndio de introdução à ciência do direito. 10. ed. São Paulo: 
Saraiva, 1998. 
FUHRER, M. C. A. Manual de direito público e privado. 16. ed. rev. e atual. São Pau-
lo: Revista dos Tribunais, 2007.
GAGLIANO, P. S.; PAMPLONA FILHO, R. Novo curso de direito civil. 9. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007.
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2003.
MORAES, C. A. Responsabilidade civil das empresas tabagistas. Curitiba: Juruá, 
2009.
RIGOLDI, V. A justiça Aristotélica e os princípios da solidariedade e da subsidiarie-
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Direitos Sociais: uma abordagem quanto a (in)efetividade desses direitos – a Cons-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm
GABARITO
43
GABARITO
1. O direito objetivo é a lei, ou seja, é a norma estabelecida à sociedade, enquanto 
que o Direito Subjetivo é a faculdade de agir, é a vontade do indivíduo de agir, 
de buscar no Direito Objetivo o seu próprio direito.
2. Direito é o conjunto de normas jurídicas, criadas pelo Poder Público organizado, 
mediante sanção, que visa limitar a liberdade individual em favor de uma convi-
vência harmônica em sociedade.
3.São aquelas de onde se originam, é a sociedade em constante mudança e evolu-
ção, e que os fatos sociais produzem as normas. Representam o conglomerado 
de fatores ou fenômenos sociais que compreendem elementos políticos, econô-
micos, morais e religiosos que, extraídos da realidade social, influenciam o legis-
lador ao criar as normas quanto à sua substância, determinando o surgimento 
do direito, exteriorizado na norma jurídica.
4. A doutrina é um parecer de alguém detentor de um notório conhecimento a 
respeito de algum assunto. Também pode ser considerada a interpretação da 
lei pelos estudiosos do direito. A jurisprudência é a interpretação dos juízes e 
tribunais a respeito de algum assunto.
5. Não, já que a lei é hipotética e pode ocorrer uma situação sem previsão legal, 
motivo pelo qual há mais fontes formais como os costumes, a doutrina, a juris-
prudência etc.
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Professora Me. Mônica Cameron Lavor Francischini
NOÇÕES BÁSICAS DE 
DIREITO TRIBUTÁRIO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Estudar os principais aspectos do Direito Tributário.
 ■ Apresentar os principais princípios constitucionais.
 ■ Apresentar os principais princípios tributários.
 ■ Estudar as fontes do Direito Tributário.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Noções essenciais sobre Direito Tributário
 ■ Principais Princípios Constitucionais
 ■ Princípios do Direito Tributário
 ■ Fontes do Direito Tributário
Introdução
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INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) a nossa segunda unidade, em que ini-
ciaremos nosso estudo sobre a legislação tributária.
Conforme estudamos anteriormente, o Estado é uma unidade de poder, um 
ente jurídico soberano que possui o monopólio da coação dentro de um deter-
minado território e, para tanto, precisa cumprir a Constituição Federal e as 
demais normas existentes, fornecendo os direitos ali garantidos de forma indi-
vidual e coletiva. 
O artigo 6 da Constituição Federal de 1988, por exemplo, prevê quais são os 
direitos sociais e, dentre eles, estão a segurança; o lazer; a assistência social aos 
necessitados; a educação; a saúde; a previdência social; a alimentação e o trans-
porte. O artigo 5 da mesma lei prevê quais são os direitos individuais e coletivos.
Além destas obrigações, o Estado precisa realizar obras sociais e públicas, 
garantir o bem-estar social e pagar suas próprias despesas. Para tanto, precisa 
arrecadar recursos.
Uma dessas formas de arrecadação é por meio da apropriação de parte do 
patrimônio dos contribuintes, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Essa 
forma de apropriação é o que estudaremos nesta unidade, pois o Direito Tributário 
é um ramo jurídico diretamente ligado a nosso cotidiano pessoal e profissional; 
afinal, quem nunca teve que pagar IPVA, IPTU ou IR?
Isto porque, anualmente, o proprietário de veículos, de imóvel urbano e 
quem obtém renda (respectivamente) está sujeito ao cumprimento de suas obri-
gações tributárias, já que pratica atos e fatos que, de acordo com a lei tributária, 
faz com que seja o detentor dessas obrigações.
Para entender melhor esse universo jurídico, quem são os contribuintes, 
quais atos e fatos incidem as obrigações tributárias, é necessário, primeiramente, 
conhecer e analisar alguns pontos fundamentais deste ramo do direito. Está é a 
função desta unidade. Vamos em frente!
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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NOÇÕES ESSENCIAIS SOBRE DIREITO TRIBUTÁRIO
Vimos, anteriormente, que o direito é dividido em ramos e que, para ser con-
siderado um ramo autônomo do Direito, é necessário ter uma legislação e 
princípios próprios. O Direito Tributário se encaixa nesse conceito? Mas por-
que isso acontece?
Porque no cumprimento de suas obrigações (tais como a construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, 
a erradicação da pobreza e da marginalização, tendente à redução das desigual-
dades sociais e regionais, bem como a promoção do bem-estar da coletividade), 
o Estado necessita obter recursos, ou seja, obter receitas que irão custear sua ati-
vidade financeira.
Uma das formas de obtenção de receita pelo Estado é a cobrança de tributos 
– objeto de estudo do ramo jurídico denominado de Direito Tributário, também 
conhecido como Direito Fiscal.
Esse ramo do Direito está inserido dentro do campo do direito público (já 
estudado), regulamentando as relações jurídicas entre o Estado (no âmbito fede-
ral, estadual ou municipal) e os particulares (pessoas físicas ou jurídicas), para 
obtenção de receitas, por meio de tributos, para que o Estado cumpra com sua 
atividade financeira.
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ESTADO DE DIREITO
Estudamos, anteriormente, o conceito e a origem do Estado, mas, nesta unidade, 
vamos complementar nosso estudo.
Sérgio Pinto Martins (2003, p. 32) define que Estado “é a sociedade política 
e juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob 
um governo, para a realização do bem comum do povo”. 
Dentro desse conceito doutrinário, podemos extrair os seguintes elementos:
Povo – conjunto de cidadãos, componente humano.
Território – espaço físico e geográfico.
Governo – organização necessária para o exercício do poder político, ou 
seja, aquele que tem capacidade de impor aos outros determinados tipos 
de comportamento.
Soberania – poder de organizar-se juridicamente e fazer valer dentro de 
seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éti-
cos de convivência.
Assim, o Estado exerce esse poder com a finalidade principal da realização do 
bem comum, atendendo às necessidades públicas (algo que se busca satisfazer), 
por meio da prestação de serviços e construção de obras públicas que assegu-
rem a estrutura básica para que a sociedade civil atinja seus objetivos. Mas quais 
são esses objetivos? Ou seja, quais são as funções do Estado?
Como vimos, o Estado deve sempre fazer cumprir a Constituição Federal e as 
demais normas existentes. Um dos dispositivos da nossa lei máxima elenca os direi-
tos da sociedade que devem ser cumpridos pelo Estado. São eles: paz, segurança, 
educação, saúde, previdência, alimentação, obras sociais e públicas, dentre outras.
A atividade financeira estatal é regulamentada pela Lei de Responsabilidade 
Fiscal (Lei 101/2000), que você pode acessar no link: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>. 
Fonte: a autora.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
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Todo e qualquer dinheiro arrecadado que ingressa nos cofres públicos fede-
rais, estaduais ou municipais será denominado de “entrada” ou “ingresso”.
As receitas públicas podem ser consideradas extraordinárias, ou seja, aqueles 
ingressos de recursos ocorridos em hipótese de anormalidade ou excepcionalidade, 
possuindo caráter temporário, irregular e contingente, por exemplo na hipótese de 
instituição de um imposto extraordinário de guerra (BRASIL, 1988 art. 154, II).
As receitas ordinárias são aquelas entradas financeiras ocorridas de forma regu-
lar e periódica, necessárias ao bom funcionamento da atividade financeira estatal.
Dentro dessa espécie de obtenção de recursos (receitas ordinárias) estão as 
receitas originárias e derivadas. As primeiras são aquelas e que o Estado utiliza 
do seu próprio patrimônio para obter renda; isso se dá por meio de um contrato 
ou de uma manifestação bilateral de vontade. 
A receita originária é, em regra, proveniente da exploração estatal de 
seusbens e empresas comerciais ou industriais, à semelhança de parti-
culares, nas atividades de locação, administração ou alienação. Frise-se 
que a denominação “receita originária” é equívoca, pois a atuação no 
mercado e na economia não é – nem pode ser – uma atividade “ori-
ginária” do Estado. A bem da verdade, ad argumentandum, se a per-
cepção do tributo é a principal forma de financiamento do Estado, é à 
receita tributária que se deveria atribuir o rótulo de receita originária, 
afastando-lhe o timbre de receita derivada, e não o contrário, como se 
está a demonstrar (RODRIGUES, 2010, p. 21).
É o que acontece com o aluguel de um estádio de futebol estadual, por exemplo, 
para a realização de um jogo ou de um show, ou por meio dos preços públi-
cos obtidos pela venda de produtos ou serviços produzidos ou prestados por 
A terminologia de “ingresso/entrada” está mais atrelada à ideia de obtenção 
de recursos de forma provisória (como o empréstimo compulsório que será 
estudado mais à frente); enquanto que a terminologia de “receita pública” está 
mais ligada à ideia de arrecadação definitiva de bens e valores aos cofres pú-
blicos, ou seja, sem condição preestabelecida de saída. 
Fonte: a autora.
Noções Essenciais Sobre Direito Tributário
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empresas públicas e sociedade de economia mista.
As receitas derivadas 
agrupam, pois, os rendimentos 
do setor público que procedem 
do setor privado da economia, 
por meio de prestações pecu-
niárias compulsórias – quase 
sempre, na forma de tributos 
–, devidas por pessoas físicas 
ou jurídicas de direito privado 
que desenvolvam atividades 
econômicas [...] (RODRI-
GUES, 2010, p. 20).
Para a instituição das receitas derivadas, é 
necessário que exista uma legislação para 
tanto, e podem ser prestações tributárias 
(impostos e taxas, por exemplo, que estu-
daremos mais à frente) ou não tributárias 
(multas administrativas, por exemplo).
Em resumo:
Com fundamento em sua soberania, o Estado exige que seus súditos 
transfiram para ele parte de seus rendimentos, visando custear os fins 
de que necessita. O Estado tem custos para a manutenção de seus fins, 
como na manutenção de repartições públicas, da própria máquina de 
arrecadação, dos vencimentos dos funcionários públicos, da limpeza 
das ruas, da segurança pública etc. Assim, surge o tributo, como a ne-
cessidade de obter receita de seus súditos para fazer frente aos gastos 
que lhe são inerentes. O poder de tributar do Estado consiste justamen-
te em uma parcela da soberania estatal, de poder exigir tributos dentro 
de seu território (MARTINS, 2003, p. 34).
A forma de obtenção de receita derivada é o objeto de estudo do Direito 
Tributário. 
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
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O Direito Tributário, então, é o ramo jurídico que regulamenta as relações jurí-
dicas entre o Estado (Fisco) e os particulares (contribuintes), decorrentes da 
obtenção de receitas tributárias necessárias (instituição, arrecadação, fiscaliza-
ção e extinção do tributo), para que o primeiro exerça sua atividade financeira 
(objeto de estudo do Direito Financeiro, ou seja, a administração, obtenção, ges-
tão e dispêndio de recursos públicos).
PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Até a Segunda Guerra Mundial, muitos estudiosos do Direito negavam o caráter 
normativo dos princípios, pois eram considerados vagos e sem poder sanciona-
tório, podendo, inclusive, ser confundidos com preceitos morais ou políticos.
Atualmente, esse entendimento mudou e a doutrina considera os princípios 
uma norma jurídica com grande força normativa, até porque os princípios consti-
tucionais “encarnam juridicamente os ideais de justiça” (SARMENTO, 2004, p. 78).
O princípio é a base das normas jurídicas, sendo de grande relevância para 
o ordenamento jurídico, indicando uma direção a ser seguida, pois estabelecem 
fundamentos normativos que servem ao jurista na aplicação e interpretação do 
Direito (LARENZ, 1991).
Diante dessa relevância e considerando que o nosso objeto de estudo está 
inserido no ramo do Direito Público (conceito estudado anteriormente), vamos 
estudar os principais princípios voltados a essa corrente.
PRINCÍPIO REPUBLICANO (Artigo 1, caput da CF/88): república é a forma 
de governo, ou seja, aquela que define o modo de organização política e de regên-
cia do corpo estatal, o modo pelo qual se exerce o poder. Quando o poder for 
exercido pelo povo, por meio de mandatários eleitos temporariamente, surge a 
forma republicana de governo, é a chamada república.
Principais Princípios Constitucionais
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A república caracteriza-se pelos seguintes traços delineadores: natureza representa-
tiva do regime, eletividade dos mandatários e temporariedade dos mandatos eletivos. 
Se o poder é exercido por quem o detém naturalmente, sem representar o povo por 
meio de mandato, surge a forma monárquica de governo. É a chamada monarquia. 
Fundado na igualdade formal das pessoas, em que os detentores do poder político 
exercem-no em caráter eletivo e transitório, com responsabilidade pessoal.
PRINCÍPIO FEDERATIVO (Artigo 1, caput da CF/88): federação é a forma 
de Estado, sendo uma associação de Estados que dá lugar a um novo Estado 
(soberano). Assim, os Estados membros, embora conservem sua autonomia nas 
relações internas, não têm personalidade internacional, como para firmar tra-
tados internacionais.
A forma de Estado pode ser considerada como o modo pelo qual se estru-
tura a sociedade estatal, permitindo identificar as comunidades políticas, em 
cujo âmbito de validade o exercício do poder ocorre, de modo centralizado ou 
descentralizado. Quando existir um único centro dotado de capacidade legisla-
tiva, administrativa e política, do qual emanam todos os comandos normativos 
e no qual se concentram todas as competências constitucionais, ocorre a forma 
unitária do Estado, é o chamado Estado Unitário. 
É bom observar que Estado Unitário é o que concentra todas as compe-
tências em único centro, sem que haja autonomias regionais, contudo, Estado 
Unitário não significa, necessariamente, Estado centralizado, uma vez que o cen-
tro único de competência pode, por sua exclusiva vontade, delegar capacidade 
legislativa e administrativa.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Assim, o Estado Unitário poder ser centralizado ou descentralizado, con-
forme delegue ou não parte da sua competência exclusiva.
Quando as capacidades políticas, legislativas e administrativas são distribu-
ídas constitucionalmente a entes regionais, que passam a gozar de autonomias 
próprias, surge a forma federativa do Estado. É o chamado Estado Federal. 
No caso, as autonomias regionais não são frutos de delegação voluntária de 
um centro único de poder, mas se originam na própria constituição, o que impede 
a retirada de competências por ato voluntário do poder central.
É bom frisar, também, que Estado Federal não significa, necessariamente, 
Estado descentralizado, uma vez que a constituição pode concentrar quase todas as 
competências num poder central, criando autonomias regionais meramente formais.
Portanto, o que difere basicamente o Estado Unitário do Estado Federal é que 
neste há uma repartição constitucional de competências: as entidades regionais pos-
suem competências próprias para criar suas leis e administrar seus interesses, e podem 
tomar decisões políticas próprias, independentemente da vontade do poder central.
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO: conforme já dito 
anteriormente, a Constituição Federal se coloca no vértice

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