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Estabelecimento das pastagens

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FASES QUE CARACTERIZAM O ESTABELECIMENTO DAS 
PASTAGENS
O estabelecimento de uma planta forrageira à partir de sementes pode
ser dividido em três fases distintas:
a) Germinação
b) Emergência e penetração da radícula no solo
c) Crescimento inicial e estabelecimento propriamente dito
a) GERMINAÇÃO  CONCEITO BOTÂNICO
RETOMADA DO CRESCIMENTO DO EMBRIÃO, COM O CONSEQUENTE 
ROMPIMENTO DO TEGUMENTO PELA RADÍCULA
a) GERMINAÇÃO  CONCEITO BOTÂNICO
RETOMADA DO CRESCIMENTO DO EMBRIÃO, COM O CONSEQUENTE 
ROMPIMENTO DO TEGUMENTO PELA RADÍCULA
Germinação epígea - leguminosasGerminação hipógea - gramíneas
FATORES DETERMINANTES DA GERMINAÇÃO
UMIDADE X TEMPERATURA
MELHOR MOMENTO PARA IMPLANTAÇÃO
Além de:
Fatores ambientais:
 Luz
 Oxigênio:  Encharcamento do solo
 Preparo do solo
 Profundidade de semeadura
Fatores intrínsecos da semente
 Viva
Fisiologicamente madura
 Não dormente
Fatores intrínsecos da semente
Sanidade livre de patógenos
Maturidade não ser colhida “verde” (dessecantes)
Idade tempo de armazenamento
Percentual de germinação e vigor
Pureza
Dormência (permeabilidade da casca, maturidade fisiológica,
etc...)
Tegumento impermeável :
Quebra de dormência
TODA SEMENTE GERMINÁVEL É VIÁVEL, MAS NEM TODA A 
SEMENTE VIÁVEL É GERMINÁVEL
Teste de germinação  Determina o potencial máximo de sementes
germináveis de um lote, permitindo:
 Comparação da qualidade de diferentes lotes
 Estimar a necessidade de sementes para a semeadura
 Metodologia padronizada.
 Condições controladas.
 Oferece resultados quanto:
 Plântulas normais;
 Plântulas anormais;
 Sementes não germinadas
 mortas ou duras.
Vigor Vitalidade função do: tamanho da semente
da idade
da colheita e armazenamento
Pureza  Não conter sementes de sp. Indesejáveis 
comprometimento do estabelecimento (competição) além de um
possível problema futuro (flor rocha, capim anonni, etc...)
Adquirir sementes de procedência garantida e com 
elevado valor cultural 
EM TODA EMBALAGEM DE SEMENTES É OBRIGATÓRIO 
CONSTAR A GERMINAÇÃO E PUREZA
a) UMIDADE DO SOLO  Estreitamente relacionada com a época de
semeadura
Espécies de estação fria  Outono (março e abril)
Chuvas significativas – adequado armazenamento de água no solo
Inverno  solo saturado – baixa atividade biológica (baixo O2 e T
o)
Verão – progressiva falta de umidade
Espécies de estação quente  Primavera (outubro e novembro)
Disponibilidade de água adequada - limitante será a T°
FATORES DETERMINANTES DA GERMINAÇÃO
b) TEMPERATURA DO SOLO Temperatura x atividade enzimática
Faixa de melhor temperatura para germinação 25 e 35°C
Cuidar época de semeadura
Espécies exigentes em T°
< 180C – milho e sorgo
< 200C – milheto
Germinação muito lenta
Enfermidades se multiplicam muito 
rápido, reduzindo a viabilidade
Temperaturas inferiores a 15° C a semente não 
germina, absorve água e apodrece 
Adquirir sementes de procedência garantida e com 
elevado valor cultural
VC  qualidade das sementes pela integração do % de germinação, ou
viabilidade, e do % do peso da semente representada por sementes
puras da sp. e cultivar desejada.
Valor Cultural = (%Germinação  %Pureza)/100
Pode ser utilizado para se conhecer realmente quantas sementes vivas
estamos comprando em cada quilo de “sementes”.
A utilização da fórmula permite verificar que a semente que custa 
menos nem sempre é realmente a mais barata, auxiliando na decisão de 
compra 
Semente do fornecedor A 
G= 90%, P= 90%
VC= (9090)/100 = 81%
Preço= R$ 4,00/kg
Semente do fornecedor B 
G= 80%, P= 70%
VC=(8070)/100 = 56%
Preço= R$ 3,00/kg
O cálculo do VC indicou que:
Em cada quilo que compramos da semente A existem 810 g de Semente
Pura Viável, enquanto na semente B existem apenas 560 g.
Quanto custa “realmente” o quilo do que efetivamente queremos
comprar, que é a semente desejada com capacidade de germinar?
Custo da Semente Pura Viável do fornecedor A:
810g R$ 4.00
1000g X X= R$ 4,95
Custo da Semente Pura Viável do fornecedor B:
560g R$ 3.00
1000g X X= R$ 5,36
Portanto...
 O custo real da semente A é menor do que o da semente B.
 Além disso:
É importante considerar que 30% da semente B
pode se constituir apenas material inerte (palha, restos de
inflorescências, sementes quebradas, etc..), ou de sementes de
espécies indesejáveis.
QUANTIDADE DE SEMENTE A SER SEMEADA/ha E SEU CUSTO
NS= Recomendação de semeadura x 100
Valor cultural
Semente A 
G= 90%, P= 90%
VC= (9090)/100 = 81%
Preço= R$ 4,00/kg
NS= (25 x 100)/81=30,86 kg
Custo= 30,86 kg x R$ 4,00= 123,46 
Semente B 
G= 80%, P= 70%
VC=(8070)/100 =56%
Preço= R$ 3,00/kg
NS= (25 x 100)/56= 44,64 kg
Custo= 44,64 kg x R$ 3,00= 133,93
b) EMERGÊNCIA E PENETRAÇÃO DA RADÍCULA NO SOLO
Surgimento da plântula acima da superfície e concomitante
desenvolvimento e penetração da radícula no solo
Fase não fotossintética
Crescimento depende das 
reservas da semente
Condições normais: as reservas 
superam a demanda para a completa 
emergência
Tamanho da semente  reservas
b) EMERGÊNCIA E PENETRAÇÃO DA RADÍCULA NO SOLO
De modo geral, gramíneas e leguminosas podem absorver
nutrientes e realizar fotossíntese 5 a 6 dias após a
emergência.
FUNDAMENTAL favorecer um íntimo contato semente/solo
Enterramento e leve compactação superficial 
 Semeadora realiza esta tarefa
Rolos compactadores ou uso de animais (em sobressemeaduras ou 
semeaduras a lanço)
Solos duros  Os animais podem permanecer sobre a área até o início
da germinação das sementes, sem prejuízo para o estabelecimento
ENCROSTRAMENTO SUPERFICIAL
Encrostamento do Solo
• Solos de textura fina e demasiadamente trabalhados podem 
formar, após uma chuva pesada, uma crosta resistente que 
impede a emergência das plântulas. 
PROFUNDIDADE DE SEMEADURA Observar problemas de excesso de
enterramento. A perda de plântulas por efeito de semeaduras muito profundas é
muito significativa.
Semeadura profunda  ESGOTAMENTO DE RESERVAS
 Plântulas não conseguem emergir
 Desenvolvimento débil e suscetíveis a enfermidades ou baixa taxa de 
crescimento
 Cada espécie  profundidade ótima de semeadura
nível do solo
semente
coleoptilo
raízes seminais
profundidade 
média 
recomendada
1,5-2 cm
Profundidade de 
semeadura (cm)
Azevém 
perene
Trevo branco Trevo subterrâneo
0,6 81 94 79
1,3 81 91 96
2,5 76 83 96
3,8 65 72 96
Efeito da profundidade de semeadura sobre a porcentagem de
estabelecimento de diferentes espécies forrageiras
(Cullen, 1969, adaptado por Carâmbula, 1977) 
Em geral: > semente  > profundidade em que pode ser semeada
Sementes pequenas  Beneficiadas por semeaduras rasas 
Sementes grandes 
 Favorecidas por semeaduras mais profundas
 Maior necessidade de água para germinar
TRATAMENTO DE SEMENTES
 Escarificação
 Fungicidas/inseticidas
 Incrustação/peletização
 Inoculação / peletização
TRATAMENTO DE SEMENTES
 Escarificação de sementes com tegumento 
impermeável:
 Física lixa, água quente
 Química  ácidos
TRATAMENTO DE SEMENTES
 Fungicidas/Inseticidas
fungos de solo (Fusarium; Pythium; Rhizoctonia; etc...)
formigas, corós, grilos, piolho de cobra
TRATAMENTO DE SEMENTES
 Incrustação/peletização
 Beneficiamento (limpeza) das sementes
 Escarificação mecânica (lixa)
 elimina pragas (nematóides) aderidas 
 Reduz a dormência  melhor absorção de água
 Tratamento com fungicida
 Peletizadas com material colantecontendo macro e 
micronutrientes
 Incrustação
Vantagens:
- Sementes livres de plantas daninhas e pragas de solo;
- Fácil regulagem das semeadoras
Proporcionam distribuição uniforme  peso e tamanhos 
uniformes não se dividem em camadas
- Maior peso e tamanho   deriva  > rendimento da 
semeadura por < sobreposição de semente quando há vento; > 
dificuldade em serem carregadas por formigas e pássaros
- Coloração permite ser observada no solo  observação da 
distribuição;
 Inoculação/peletização de sementes de 
leguminosas
 Procedimento de inocular o solo com bactérias que irão
infectar as raízes das leguminosas
 Resulta num processo simbiótico em que as bactérias fixam
nitrogênio atmosférico e transferem parte deste para a planta
que em troca de carboidratos
 Forma barata de adicionar nitrogênio no sistema solo-planta
 A formação de nódulos nas raízes indica a eficiência do
processo
INOCULAÇÃO E PELETIZAÇÃO DE SEMENTES DE LEGUMINOSAS
O que é a peletização?
 É o revestimento da semente já inoculada com uma capa protetora de
Calcário ou Fosfato de Rocha, finamente moídos.
Para que peletizar?
 Para proteger as sementes e as bactérias inoculadas da ação de
condições desfavoráveis (altas temperaturas, falta de umidade ou acidez do
solo) e do sol (em sobressemeadura em campo nativo ou sobre pastagens
cultivadas) até que estas germinem e as pequenas raízes possam ser
penetradas pelas bactérias (rizóbio), formando os nódulos
TÉCNICA DA PELETIZAÇÃO
 Uma a duas colheres de sopa de polvilho azedo para cada litro de água;
 Aquecer e ferver;
 Deixar esfriar e misturar o inoculante;
 Misturar bem com a semente e, após, colocar calcáreo feiller
(cuidar para que não haja separação do inoculante da semente)
Após peletizadas, as sementes devem ser espalhadas sobre lona ou piso 
limpo, em camada bem fina para secar à sombra 
Uma vez seca, a semente pode ser ensacada e guardada à sombra até o 
momento de ser semeada. Procurar semear antes de uma semana
 Todas as operações devem ser feitas à sombra 
Tambor com eixo 
excêntrico
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
 Utilizar água de boa qualidade e não salobra;
 Guardar o inoculante sob baixa temperatura, em geladeira;
 Não há inconveniente em usar um pouco mais de inoculante do que o
recomendado. Em sobressemeaduras, usar o dobro;
 Os adesivos recomendados são neutros, portanto não danificam o
inoculante e não atraem formigas.
 Para grandes quantidades de sementes, a inoculação e peletização
poderão ser feitas em um tambor com eixo excêntrico;
 Utilizar o inoculante específico para cada espécie de leguminosa e
realizar todas as operações separadamente para cada uma delas;
 Verificar se o inoculante está dentro do prazo de validade.
Finalmente chegamos ao momento do primeiro ingresso 
dos animais na pastagem, ou seja,...
DO MÁXIMO ACÚMULO DE FOLHAS VIVAS 
ABSORÇÃO DE LUZ E QUALIDADE DA PASTAGEM
PROTEÇÃO DO SOLO CONTRA O CASCO DO ANIMAL
DESENVOLVIMENTO DE RAÍZES – FIXAÇÃO DA PLANTA, ABSORÇÃO DE ÁGUA E 
NUTRIENTES
Crescimento inicial
e estabelecimento propriamente dito
Os primeiros pastejos, beneficiar a pastagem 
Importante
• Preparo do solo
• Sementes
• Nutrientes
• Inoculantes
• Época de semeadura
• Densidades
• Métodos
• Profundidade de semeadura
• Manejo da pastagem

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