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Apostila Minicurso Vigor de Sementes - Soja

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Minicurso: 
Vigor de Sementes - Soja 
 
 
 
Cícera Lucindo 
 
 
Goiatuba-GO, 22 de Maio de 2019. 
1 
 
 
Sumário 
 
1-INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2 
2-FISIOLOGIA ................................................................................................................ 3 
 2.1 DESENVOLVIMENTO DE SEMENTES .............................................................. 3 
 2.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SEMENTES .......................................................... 6 
3-MORFOLOGIA DE SEMENTES ............................................................................... 10 
3.1 ESTRUTURAS EXTERNAS E INTERNAS DAS SEMENTES MADURAS E 
SUAS FUNÇÕES ....................................................................................................... 10 
4-CONCEITO E IMPORTÂNCIA DO VIGOR ........ .................................................... 13 
5-METODOLOGIA DOS TESTES DE VIGOR PARA SOJA ..................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A semente tem dupla função, em culturas de expressão econômica: é o 
material utilizado para a multiplicação de plantas (implantação da cultura) e a estrutura 
colhida para a comercialização (grãos para consumo); assim, sob o ponto de vista 
botânico/fisiológico, as considerações sobre o desenvolvimento das sementes são 
independentes da sua forma de utilização: as denominações “sementes” e grãos”, foram 
consagrados pelo uso cotidiano, pois, sob o ponto de vista agronômico ou biológico, 
não há distinção a ser feita. No entanto, os componentes a qualidade das sementes e 
grãos não são os mesmos, de modo que o manejo de uma cultura deve ser dirigido ao 
atendimento da finalidade de utilização do produto; por exemplo, sabe-se que as 
sementes comercializadas devem atingir requisitos mínimos de pureza genética e física, 
de germinação, além de outros atributos não considerados para os grãos. Desta forma, 
justificam-se possíveis diferenças na tecnologia adotada para a produção e 
processamento, respeitando-se do produto. 
A semente é considerada como o mais importante insumo agrícola. Em 
primeiro lugar, porque conduz ao campo as características genéticas determinantes do 
desempenho do cultivar; ao mesmo tempo, é responsável ou contribui decisivamente 
para o sucesso do estabelecimento do estande, constituindo a base para a produção 
rentável. Desta maneira, a interação melhoramento genético x organização da produção 
de sementes representa requisito básico para a agricultura qualificada. Sementes com 
alta qualidade física, fisiológica e sanitária são imprescindíveis para o sucesso de 
culturas de importação econômica, pois proporcionam uma boa emergência no campo 
além de plantas uniformes e com alto vigor. 
A qualidade da semente depende do seu genótipo e da produção em campo. 
Após a colheita, a semente passa pelos processos de beneficiamento, embalagem e 
armazenamento. Uma determinada quantidade de semente irá constituir um lote. Um 
técnico experiente poderá fazer uma avaliação superficial da sua pureza física, porém 
não poderá avaliar sua qualidade fisiológica. Para aferir as qualidades físicas e 
fisiológicas são necessárias testes de análises de laboratórios. 
A semente é responsável pela plântula até o momento que ela se torna 
autotrófica, ou seja, passa a ter relação planta e ambiente, “deixa de usar suas reservas”. 
3 
 
 
2 FISIOLOGIA 
2.1 DESENVOLVIMENTO DE SEMENTES 
 
De uma maneira geral, durante a formação da semente, observa-se 
inicialmente, um acumulo de açucares tais como sacarose, frutose e glicose, bem como 
de aminoácidos e amidas. Estas substâncias drenadas da planta mãe, são os principais 
metabolitos para a formação dos tecidos das sementes e das substancias de reserva que 
serão acumuladas para fornecimento de energia e substancias básicas para o 
desenvolvimento do processo de germinação. Desta forma a medida que a semente vai 
se desenvolvendo há uma diminuição na quantidade destas substâncias mais simples e, 
ao mesmo tempo, um acumulo de moléculas maiores e mais complexas como as 
proteínas, amido, lipídeos, celulose etc.. 
Em algumas espécies de dicotiledôneas, o endosperma funciona como um 
órgão de reserva transitório de açucares e aminoácidos. O crescimento do embrião no 
inicio é lento, mas acelera-se posteriormente. O numero final de células é atingido na 
fase inicial da formação da semente e é seguido da expansão celular e do acumulo do 
amido e demais substancias de reserva, que acontece nos cotilédones, que funcionam 
como os grandes armazenadores definitivos das reservas, pelo consumo total do 
endosperma. Em outros casos os cotilédones não são armazenadores e a síntese das 
reservas ocorre mesmo no endosperma. 
Nos cereais, os embriões não armazenam reservas, a não ser uma pequena 
quantidade de lipídeos no escutelo. Entretanto as reservas de carboidratos são 
polimerizadas no endosperma e as reservas de proteínas acumuladas nas camadas de 
aleurona. 
O estudo do desenvolvimento de sementes visa determinar o ponto no qual a 
semente pode ser desligada da planta mãe, sem prejuízo para sua qualidade fisiológica. 
Desta forma o conhecimento do chamado “ponto de maturação fisiológica” é de grande 
importância para a determinação da melhor época de colheita de sementes, embora não 
seja muitas vezes o determinante exato do melhor momento para inicio da colheita. 
Muitas vezes as sementes apresentam percentuais de umidade relativamente altos no 
ponto de maturidade fisiológica impedindo que a colheita seja realizada, neste 
4 
 
momento, principalmente quando os equipamentos utilizados possuem sistema de trilha, 
separação e transporte incompatíveis com estas condições de umidade do material. 
Entretanto, deve ser considerado um referencial importante da independência da 
semente em relação a planta mãe, se constituindo no marco a partir do qual o 
monitoramento da umidade é importante para a realização da colheita na época correta. 
O importante é ter em mente que a partir do momento em que a semente deixa de 
receber nutrientes da planta mãe ela inicia o processo de armazenamento e que o 
armazenamento ao ar livre pode representar um enorme perigo para sua qualidade, já 
que, fica exposta as intempéries, além do ataque de pragas e doenças, o que se torna 
especialmente grave em regiões onde o período chuvoso é muito prolongado. 
Algumas características físicas e fisiológicas como: tamanho, teor de 
umidade, conteúdo de matéria seca, germinação e vigor, são importantes para o 
entendimento do desenvolvimento da semente durante sua formação, sendo o 
acompanhamento das mudanças observadas nestas características desde a fecundação 
do óvulo até a completa maturação fisiológica, uma boa ferramenta para o estudo desta 
fase da vida da semente. 
Tamanho: as sementes crescem em tamanho rapidamente após a 
fecundação até um máximo que é mantido por certo tempo para, no final do período, ser 
um pouco reduzido. Esta redução é devido à desidratação e é mais ou menos acentuada 
dependendo da espécie. Por exemplo em soja é muito mais acentuada que em milho. 
Teor de umidade: logo após a formação do zigoto o teor de umidade é alto, 
oscilando entre 70 a 80 %. Poucos dias depois, observa-se uma pequena elevação, 
geralmente chegando a uns 5% no máximo, começando em seguida uma fase de lento 
decréscimo. A duração desta fase é variável com a espécie, cultivar e condições 
climáticas. Em seguida a semente experimenta uma rápida desidratação, também muito 
influenciada pelas condições climáticas. O teor de umidade decresce então até o 
equilíbrio hidrostático com o ambiente e passa a sofrer oscilações com as variações da 
umidade relativa do ar. 
Conteúdo de Matéria seca dasSementes: a semente é um forte dreno na 
planta, que necessita de acumular reservas para cumprir seu papel de perpetuar a 
espécie. A acumulação de matéria seca começa de forma lenta mas em curto espaço de 
tempo este acumulo passa a ser rápido e constante até atingir um máximo. Este peso 
seco é estável por algum tempo e pode sofrer um pequeno decréscimo no final do 
processo. O máximo de matéria seca tem sido mencionado como o ponto indicador mais 
5 
 
seguro da maturidade fisiológica da semente. Isto é razoável desde que se entenda por 
maturidade fisiológica como aquele ponto após o qual a semente recebe nada, ou quase 
nada, da planta mãe. Em outras palavras, a maturidade fisiológica não significa, 
necessariamente, capacidade máxima de germinação, não obstante isto coincide com 
notável freqüência. 
Germinação: de uma maneira geral a capacidade de germinação aparece 
nos primeiros estágios de formação da semente. Esta capacidade precoce de germinar, 
contudo, só ocorre numa pequena porcentagem das sementes. Freqüentemente, depois 
desse ponto, observa-se uma redução acentuada na capacidade de germinação volta a 
aumentar, atingindo o ponto máximo. Desse ponto em diante, a capacidade de germinar 
passa a depender de como atuam sobre ela os fatores ambientais, bem como das 
características intrínsecas da própria semente. A intervenção do homem, procedendo a 
colheita, também pode concorrer acentualmente para preservar, ou reduzir, 
drasticamente, o nível de germinação. 
Vigor: o vigor de uma semente, durante a maturação, é uma característica 
que acompanha, na mesma proporção o acúmulo de matéria seca. Assim uma semente 
atinge seu máximo vigor quando se apresentasse com seu máximo peso de matéria seca. 
Desse ponto em diante, a evolução da característica se faz de maneira semelhante a 
germinação, isto é, tenderia a se manter no mesmo nível, ou decrescer, na dependências 
de fatores ambientais e do modo e momento da colheita. 
A figura 6 mostra o processo de maturação da semente como um todo de 
uma forma generalizada. Existem particularidade em função da espécie, da cultivar e 
das condições ambientais predominantes durante a formação das sementes, mas não 
diferem muito do esquema apresentado. Pode-se observar que o ponto máximo da 
matéria seca, da germinação e do vigor acontecem quase no mesmo tempo e coincidem 
com o momento em que o teor de umidade começa a decrescer acentuadamente. A 
semente é um órgão reservatório da planta. Os produtos formados nas folhas através da 
fotossíntese são carreados para a semente onde são utilizados tanto como materiais de 
construção como para materiais de reserva. Para que o material que chega na semente 
seja metabolizado é necessário que o meio onde estão ocorrendo as reações seja 
bastante aquoso. Assim é que, como mostra o esquema, durante todo o processo de 
acumulo de matéria seca o teor de umidade é mantido em níveis altos, havendo 
inclusive no inicio da maturação, um leve acréscimo no teor de umidade. Quando a 
semente atinge o máximo conteúdo de matéria seca e teor de umidade é mantido em 
6 
 
níveis altos, havendo inclusive no inicio da maturação, um leve acréscimo no teor de 
umidade. Quando a semente atinge o máximo conteúdo de matéria seca para o qual está 
programada geneticamente ela não recebe mais os fotos sintetizados e pelo menos para 
efeitos práticos pode ser considerada desligada da planta mãe. Neste ponto o teor de 
umidade oscila entre 30 e 50% dependendo da espécie e inicia-se um processo de 
desidratação mais ou menos rápido, variando com o mecanismo que cada espécie utiliza 
para reduzir a umidade das sementes (deiscência do fruto, final do ciclo, etc). A medida 
que perde água, as reações metabólicas dentro da semente vão diminuindo, até o ponto 
em que o metabolismo é baixíssimo e a respiração é quase zero. Nesta condição as 
sementes (ortodoxas) podem ser armazenadas por períodos longos. A permanência da 
alta umidade prejudica sua qualidade fisiológica já que a taxa respiratória nesta 
condição é alta e um rápido processo de deterioração ocorre. Assim a colheita deve ser 
sempre realizada o mais breve possível a partir do ponto de maturidade fisiológico e no 
caso de sementes ordotoxas o processo de secagem iniciando imediatamente após 
colheita. 
 
 
2.2 COMPOSIÇÃO QUIMICA DE SEMENTES 
O conhecimento da composição química da semente é essencial por conter 
suprimentos de alimentos de reserva e substâncias de crescimento que influenciam na 
germinação das sementes e vigor das plântulas, no armazenamento e longevidade das 
sementes e nos seus usos industriais e agriculturais. 
Além dos constituintes químicos encontrados em todos os tecidos de 
plantas, as sementes contém quantidades extras de substâncias químicas armazenadas 
7 
 
como reserva de alimentos para sustentar a germinação. Estas reservas são acumuladas 
principalmente como carboidratos, óleos e proteínas. Além disso as sementes contém 
também outras substâncias químicas, muitas das quais de menor importância como 
reservas, mas muito importantes como substâncias controladoras do crescimento e do 
metabolismo. Em comparação com outras partes da planta, o conteúdo de minerais da 
maioria das sementes é marcadamente mais baixo e tende a se concentrar no tegumento 
e tecidos estruturais. 
A composição química das sementes varia com a espécie e entre cultivares, 
por fatores genéticos e até mesmo dentro da cultivares, influenciada por fatores 
ambientais: 
Influência de fatores genéticos: a composição química das sementes é 
basicamente determinada por fatores genéticos e varia entre diferentes espécies e partes 
da semente embora seja influenciada pelo ambiente e prática culturais. 
Através de cruzamento e seleções os melhoristas de plantas podem 
manipular a composição química de sementes de muitas espécies cultivadas, 
melhorando suas qualidades como alimento, fibras e matéria prima. Variedade 
modernas de soja, milho, sorgo e trigo tem sido melhoradas e desenvolvidas para alto 
teor de óleos, proteínas ou carboidratos, com avanços significativos para as variedades. 
Tais modificações geralmente afetam o comportamento das sementes, mudando o 
padrão básico da espécie com relação a aspectos tais como: germinação, vigor, 
armazenabilidade e interação com patógenos, sendo necessário portanto que os 
trabalhos de melhoramento considerem estes aspectos, quando do lançamento de novas 
cultivares. 
Influência ambientais: muitos fatores ambientais influenciam a 
composição química das sementes e por causa das interrelações entre estes fatores, 
algumas vezes torna-se difícil determinar as causas das variações, entre os fatores está a 
disponibilidade de água, temperatura, fertilidade do solo e práticas culturais. 
Influência da água: a água é a substância mais abundante nos sistemas 
vivos e perfaz até 70% ou mais do peso da maioria as formas de vida. É o meio onde 
ocorrem o transporte de nutrientes, as reações do metabolismo e a transferência da 
energia química. 
8 
 
As sementes podem apresentar-se com diferentes teores de água, e na 
maioria das vezes se mantêm vivas mesmo com teores de água muito baixos. A água 
contida nas sementes pode ser classificadas em 5 níveis de hidratação: 
a) Nível 1 (de 0 a 10% g de H²0/MS) – neste nível a água tem sua 
moléculas fortemente associada com a superfície das macromoléculas 
por ligações iônicas e age mais como um elemento ligante do que como 
um solvente. 
b) Nível 2 (de 10 a 22% g de H²0/MS) – neste nível a água estabelece uma 
ligação fraca com a superfície das macromoléculas 
c) Nível 3 (de 22% a 33% g de H²0/MS) – nesta faixa a água ganha sua 
propriedade de solvente e algumas reações metabólicas são 
desenvolvidas. O nível de hidratação assemelha-se a uma solução 
concentrada e a taxa de respiração aumenta a ponto de poder ser 
mensurável. 
d) Nível 4 (de 33 a 55% g de H²0/MS) – neste nívela água exibe 
propriedade de uma solução diluída. A taxa de respiração é alta, muitas 
reações metabólicas ocorrem, e é nesta faixa que, para a maioria das 
espécies, a umidade é suficiente para promover a germinação das 
sementes. 
e) Nível 5 (acima de 55% g H²0/MS) – neste nível os tecidos são 
considerados completamente hidratados e o metabolismo se desenvolve 
normalmente. 
 
Durante a fase inicial de formação da semente, os tecidos estão no nível 
de hidratação 5, e o metabolismo é possível, permitindo a formação das 
partes constituintes da semente e o acumulo das substâncias de reserva. 
A medida que o teor de matéria seca vai crescendo, o grau de umidade 
da semente tende a diminuir. Na maturidade fisiológica a semente se 
encontra no nível de hidratação 4, no qual a germinação normalmente é 
impedida ou por deficiência de hidratação ou por algum fator endógeno 
a semente (dormência). Nesta fase há o desligamento da semente com a 
planta mãe e acentua-se a perda de água, com a tendência natural da 
semente estabelecer o equilíbrio higroscópio com o ambiente. Apesar da 
redução das atividades metabólicas com a diminuição do teor de água, 
no nível 3 a respiração ainda acontece em um nível relativamente alto. É 
9 
 
nesta fase que normalmente se inicia a colheita. O teor de umidade no 
qual a semente atinge o equilíbrio higroscópio, logicamente varia com 
uma serie de fatores inerentes a semente e as condições do ambiente, 
entretanto, naturalmente e na maioria das espécies este equilibrio 
acontece no nível 2 e as sementes são armazenadas com grau de 
umidade entre 10 e 13%. Com esta umidade o metabolismo é 
praticamente nulo e a respiração é baixíssima ( não mensurável). No 
nível 1, principalmente nos limites inferiores ou seja abaixo de 4% de 
umidade os danos provocados pela dessecação são irreversíveis. 
 
Influência da temperatura: estudos tem demonstrado a influência da 
temperatura na estrutura e composição química das sementes. O conteúdo de óleo em 
sementes de soja, por exemplo, depende da temperatura durante o desenvolvimento de 
21ºC apresentam um conteúdo de óleos de 19,5%, enquanto aquelas desenvolvidas a 
30ºC apresentam 22,2% de óleo. 
Influência da fertilidade do solo: talvez o parâmetro do meio de mais fácil 
controle entre aqueles que afetam a composição química da sementes seja a nutrição 
mineral que a planta mãe recebe. Na maioria dos casos, sementes que são deficientes em 
mineral terão performance pior quando comparadas com sementes normais, a não ser 
que sejam plantadas em solos que são nutricionalmente adequados e promovido do 
conjunto essencial de elementos. 
Hormônios: são de enorme importância para os seres vivos, ocorrem nas 
sementes, são designados como fitohormônios, hormônios de crescimento, substâncias 
de crescimento e reguladores de crescimento. Ex: Giberelina, tem papel importante 
tanto no desenvolvimento, como na germinação das sementes. Citocininas necessárias 
para o crescimento e diferenciação celular, influência na promoção da germinação. 
Inibidores: existe crescente convicção entre os fisiologistas que dormência 
de sementes, gemas, tubércules e outras partes da planta, é reguladora por um balanço 
ou interação entre inibidores e promotores de crescimento endógeno. O ácido abscísico 
e a cumaria são inibidores que influenciam na germinação de sementes. O gás etileno 
pode inibir ou promover a germinação e é também considerado um hormônio . 
Vitaminas: quimicamente as vitaminas representam um grupo muito 
heterogêneo. Todas as vitaminas conhecidas e seus precursores imediatos são 
10 
 
sintetizados pelas plantas superiores, embora não seja certo que todas sejam necessárias 
ao metabolismo das plantas. Entretanto, o papel específico de certas vitaminas tem sido 
determinado. 
Tiamina parece ser necessária para o desenvolvimento do embrião e 
endosperma de sementes de algumas espécies. Ela é também necessária para o 
desenvolvimento normal da raiz. Biotina e ácido ascórbico estão envolvidos nos 
processos respiratórios das sementes. 
3. MORFOLOGIA 
A semente é um ser vivo originário da fecundação do óvulo, sendo atribuído 
a ela a perpetuação da espécie. Sendo também considerada dentro do contexto agrícola, 
o principal insumo para a produção de alimento. 
A semente representa ao mesmo tempo, o ponto culminante das atividades 
de uma geração da planta, e, o inicio de uma nova geração. Contém dentro de si uma 
plântula em miniatura, com potencial de crescer e de desenvolver uma planta adulta, 
com alta capacidade produtiva. 
O estudo detalhado da morfologia e anatomia das sementes e plântulas é de 
extrema importância pois além de contribuir para a identificação das espécies, 
caracterizando famílias e gêneros de acordo com suas estruturas, é também importante 
para o exame das plântulas em análises de germinação e vigor, para a avaliação da 
qualidade fisiológica das sementes. 
As plantas fanerógamas ou espermatófitas, ou seja, plantas que produzem 
sementes, dividem-se em dois grupos principais que são: as angiospermas e 
giminospermas. 
A maioria das plantas cultivadas são do grupo das angiospermas, cujas 
sementes se desenvolvem dentro do ovário da flor, pertencentes as monocotiledôneas e 
dicotiledôneas, veremos neste contexto sobre a morfologia das sementes de soja 
(dicotiledônea). 
3.1 ESTRUTURAS EXTERNAS E INTERNAS DAS SEMENTES MADURAS E 
SUAS FUNÇÕES 
As sementes das Angiospermas são formadas basicamente pelo tegumento e 
embrião (cotilédones) mais eixo embrionário, e um terceiro componente denominado 
11 
 
endosperma, as vezes ausente. No entanto, do ponto de vista funcional, as sementes são 
constituídas por casca (cobertura protetora), tecido de reserva (endospermático ou 
cotiledonar, ou perispermático) e tecido meristemático (eixo embrionário), cada parte 
apresentando funções especificas. 
3.1.1 COBERTURA PROTETORA 
É a estrutura externa, que delimita a semente. Pode consistir apenas do 
tegumento, e em alguns casos, também do pericarpo. O tegumento é uma cobertura 
constituída por camadas celulares originárias dos integumentos ovulares. O pericarpo é 
originário da parede do ovário. Em alguns casos, ele se desenvolve intimamente ligado 
ao tegumento, sendo impossível identificar qualquer ponto delimitante, como das 
sementes de várias gramíneas. 
Tegumento: sendo originário de tecidos do óvulo, apresenta as 
características genéticas da planta mãe. Os tipos de apêndices encontrados no tegumento 
podem ser de grande importância na identificação das sementes. 
O tegumento da semente apresenta como uma das principais funções; um 
mecanismo de proteção que é mantido devido a presença de esclerênquimas. Células 
mecânicas que conferem dureza e rigidez as sementes, são comuns no tegumento das 
mesmas, estas células podem conter lignina que promove proteção contra ataques de 
patógenos e predadores. 
De acordo com Carvalho e Nakagawa (1988), as funções do tegumento 
podem ser descritas das seguintes formas: 
• Manter unidas as partes internas da semente; 
• Proteger os tecidos meristemático e de reserva contra choques e 
abrasões; 
• Servir de barreira a entrada de microrganismos e insetos; 
• Regular a velocidade de hidratação da semente, diminuindo ou 
evitando possíveis danos causados pelas pressões desenvolvidas 
durante a embebição; 
• Regular a velocidade de trocas gasosas entre a semente e o meio 
(oxigênio e gás carbono) 
• Regular a germinação, pelo mecanismo de dormência, em certas 
condições, para determinadas espécies. 
 
12 
 
 
3.1.2 TECIDO DE RESERVA 
O eixo embrionário depende de uma fonte de energia e de substancias 
orgânicas para a elaboração de novas paredes celulares, citoplasma e núcleos, desde o 
inicio da germinação até que a plântula se torne autotrófica, ou seja, capaz de sintetizar 
matérias orgânicas pelo processo de fotossíntese. Essa fonte é o tecido de reservaque 
atua como reservatório e como fornecedor de compostos orgânicos em forma simples, 
para que possa ser utilizados pelo eixo embrionário. As reservas da semente podem 
localizar-se nos cotilédones, endosperma, ou no perisperma. 
Cotilédone: são as primeiras folhas embriônicas e variam em número 
conforme a espécie, e não são folhas verdadeiras. Nas angiospermas, elas podem existir 
em número de um ou dois, dividindo as plantas em Mono e Dicotiledôneas, os 
cotilédones originam-se do próprio zigoto e fazem parte do embrião. Em muitas 
espécies, o embrião desenvolve-se bastante, absorvendo todo o endosperma e 
acumulando substâncias de reserva nos cotilédones. Nestes casos, os cotilédones 
apresentam-se volumosos. Como não apresentam endosperma, as sementes destas 
espécies são chamadas exalbuminosas, como exemplo as leguminosas soja, feijão. 
De uma maneira geral, os cotilédones, podem ter três funções: 
a) Produzir nutrientes para o desenvolvimento da plântula até que as folhas 
verdadeiras se encarreguem de fazê-lo; 
b) Armazenar alimento, o qual é usado para nutrir a plântula em 
desenvolvimento em seus primeiros estágios; 
c) Absorver alimentos de outros tecidos de reserva como o endosperma e 
perisperma. 
Embrião: as partes do embrião são eixo embrionário e um ou mais 
cotilédones. O eixo embrionário é a parte vital do embrião que possui capacidade de 
crescimento, por possuir tecidos meristemáticos com capacidade de divisão celular. É 
um eixo porque inicia o crescimento em duas direções: para as raízes e para o caule. Os 
cotilédones ao contrário do eixo embrionário, não tem capacidade de crescimento. E 
podem apresentar função de reserva de nutrientes; síntese (fotossíntese). 
• Eixo embrionário das dicotiledôneas – o eixo embrionário das dicotiledôneas é 
dividido em duas partes: uma acima do nó cotiledonar e outra abaixo do nó. O nó 
13 
 
cotiledonar é o ponto do eixo onde se prendem os dois cotilédones. A porção do 
eixo embrionário abaixo do nó cotiledonar é denominada hipocótilo encontra-se a 
radícula, que originará a raiz primária da nova planta. Muitas vezes é difícil 
visualizar externamente o limite entre o hipocótilo e a radícula, por isto o eixo 
embrionário abaixo do nó hipocotiledonar e denominado eixo hipocótilo-radicula. 
A porção do eixo embrionário acima do nó cotiledonar é designada epicótilo. Na 
extremidade do epicótilo existe a gema apical, que originará a futura parte aérea 
da planta. Frequentemente encontramos folhas já diferenciadas no mebrião, as 
quais se prendem ao epicótilo em um nó situado pouco abaixo da gema apical, são 
as folhas primárias. Ao conjunto da gema apical mais as folhas primárias 
denomina-se plúmula. 
 
 
 
4 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DO VIGOR 
O vigor compreende um conjunto de características que determinam o 
potencial para uma emergência rápida e uniforme e o desenvolvimento de plântulas 
normais, sob ampla diversidade de condições de ambiente (ISTA, 1977 E OASA, EM 
1979). 
O vigor é reconhecido como um parâmetro importante para a caracterização 
do potencial fisiológico das sementes, indicando os lotes com maior ou menor 
probabilidade de sucesso após a semeadura em campo ou durante o armazenamento, 
ambos sob diferentes condições de ambiente, ampliando a diversidade de informações 
disponíveis sobre a viabilidade das sementes, tem como finalidades: 
14 
 
• Conhecimento do potencial de lotes para fins de semeadura – para muitos 
produtores agrícolas a população ideal de plantas tem uma importância 
fundamental na maximização da produção. Os testes de vigor não são efetuados 
para predizer o número exato de plântulas que emergirão e sobreviverão no 
campo. O conhecimento do vigor de um lote não é garantia de que ele terá uma 
emergência perfeita. Se um estresse severo ocorrer durante a germinação, 
crescimento de plântula ou no armazenamento, o lote, por mais vigoroso que 
seja, pode reduzir sua qualidade. No entanto, o conhecimento do potencial de 
vigor do lote pode indicar que as chances de boa performance são maiores em 
lotes de mais alto vigor. 
• No controle de qualidade e nas estratégias de vendas das companhias 
produtoras – muitos produtores de sementes já usam os testes de vigor como 
uma ferramenta básica no controle interno de qualidade. Os resultados destes 
testes são usados principalmente na identificação de lotes que não se encontram 
dentro dos padrões de qualidade, normalmente baseados em índice de vigor 
estabelecidos pelas companhias. Esses índices ou padrões são estabelecidos 
para as diferentes espécies em cada safra, e, servem para prevenir gastos com 
beneficiamento, embalagem e tratamento de lotes de baixa qualidade. Os 
índices de vigor também podem ser usados na decisão sobre o destino de 
determinados lotes. Aqueles que apresentam maior potencial de vigor em testes, 
por exemplo, envolvendo resistência a baixa temperatura, provavelmente terão 
melhor desempenho quando as condições adversas de plantio envolverem 
temperaturas sub ótimas. 
• Conhecimento do potencial de armazenamento – o potencial de 
armazenamento de um lote de sementes está diretamente relacionado com a sua 
qualidade inicial. Lotes mais vigorosos possuem maior capacidade de suportar 
um armazenamento prolongado. Se as condições de ambientais de 
armazenamento não são adequadas, os lotes de maior vigor suportam melhor 
esse estresse. Por outro lado se as condições de armazenamento são ideais, o 
desempenho do lote após armazenamento ainda será em função do seu potencial 
de vigor. Mesmo não estando em condições inadequadas, durante a 
comercialização, condições como por exemplo: flutuações na temperatura e na 
umidade relativa do ar podem acelerar a deterioração. Desta forma, lotes mais 
vigorosos suportam melhor essas condições. 
 
5 METODOLOGIA DOS TESTES DE VIGOR PARA SOJA 
15 
 
Será apresentada a metodologia dos testes de resistência: Envelhecimento Acelerado e o 
teste bioquímico, teste de tetrazólio. A metodologia dos testes aqui apresentados é 
recomendada pela ISTA E AOSA, seguindo a literatura da ABRATES. 
5.1 Envelhecimento acelerado-método gerbox 
Equipamentos e materiais: 
- câmara com controle de temperatura 41-ºC (BOD) 
- germinador ou sala de germinação regulada a 25ºC 
- gerbox 
- papel de germinação 
- Contador de sementes 
 
Procedimentos: 
a) Regular a câmara (BOD) a temperatura desejada (41ºC) 
b) Colocar 40 ml interior do gerbox 
c) Sobre a tela colocar as sementes de forma que cubra a superfície da tela, 
mediante uma camada simples sem sobreposição. 
d) Em seguida feche com a tampa do gerbox e leve a câmara BOD, onde serão 
mantidas durante o tempo recomendado para a espécie em questão (41ºC-
soja ). 
e) Após o período de envelhecimento efetua-se o teste de germinação, em que a 
condução e interpretação são efetuadas de acordo com os critérios 
estabelecidos nas Regras de Análises de Sementes. 
 
TABELA 1 – Período indicado para a exposição das sementes ao envelhecimento 
acelerado 
ESPÉCIE PERÍODOS 
(HORAS/TEMPERATURA ºC) 
Alface 72/42 
Algodão 60/42 
Arroz 120/42 
Capim colonião 36/42 
Cebola 72/42 
Feijão 72/42 
Girassol 48/42 
Milho 
Rabanete 
Soja 
Sorgo 
96/42 
48/42 
48/41 
72/43 
16 
 
Trigo 60/42 
 
5.2 Teste de Tetrazólio – Soja 
5.2.1 Material Necessário 
Para realização do teste de tetrazólio são necessários os seguintes materiais e 
equipamentos. 
• Sal de tetrazólio: 2,3,5 trifenil cloreto de tetrazólio; 
• Placas de Petri, copos de Becker ou plásticos descartáveis para café; 
• Frasco de vidro, cor âmbar; 
• Bisturi ou lâminas cortantes, estiletes e pinças 
• Papel toalha 
• Lupa de seis aumentos (6x) com iluminação fluorescente 
• Estufa ou germinador com controle de temperatura 
• Refrigerador 
5.2.2 Preparo da Solução 
As soluções devem ser preparadas com água destiladas ou rede de 
abastecimento com ph entre 6 e 8 e acondicionadasem frascos de vidro de 
cor âmbar e armazenamento em local escuro e fresco (Geladeira). Utilizar a 
concentração a 0,075%: 
- Solução Estoque a 1,0%: obtida através da mistura de 10g do sal de 
tetrazólio em 1 litro de água destilada ou da rede de abastecimento com ph 
dentro da faixa. 
- Solução de Trabalho a 0,075%: 1,0 litro de solução a 0,075% = 75ml da 
solução estoque (1,0%) + 925ml de H²0. 
 
5.2.3 Preparo das Sementes 
Número das sementes – nas análises oficiais são testadas duas subamostras 
de 100 sementes ou quatro subamostras de 50 sementes. Mas as amostras 
para testes não oficiais podem ser menores, geralmente se utilizam duas 
repetições de 50 sementes, porque neste teste as condições ambientais são 
mais uniformes e as sementes estão menos sujeitas as infecções que 
normalmente ocorrem no teste de germinação. 
Pré-condicionamento – as sementes devem ser embaladas em papel de 
germinação umedecido e mantidas nestas condições por um período de 16 
horas, na temperatura de 25ºC. para evitar a perda de umidade, as 
17 
 
embalagens devem permanecer em câmara úmida, ou seja, em saco plástico 
ou tapower. 
Coloração – após o pré-condicionamento, as sementes são colocadas em 
frascos béquer ou copinhos de plástico, sendo totalmente submersas na 
solução de tetrazólio (0,075%). As sementes devem permanecer assim a uma 
temperatura de 35ºC a 40ºC por aproximadamente 150 a 180 minutos. Esta 
temperatura pode ser obtida utilizando-se uma estufa ou um germinador. 
É bom ressaltar que esta operação deve ser realizada no escuro, uma vez que 
a solução de tetrazólio é sensível à luz 
Lavagem e conservação da amostra – alcançada a coloração ideal, as 
sementes são retiradas do ambiente a 35ºC a 40ºC e são, em seguida, lavadas 
com água comum e devem ser mantidas submersas em água até o momento 
da avaliação. Caso as amostras não sejam avaliadas de imediato, devem ser 
mantidas em refrigerador, por até 12 horas. 
 
5.2.4 Identificação das Classes 
Utilizar lupas de seis aumentos (6x), com iluminação florescente. As sementes devem 
ser avaliadas uma a uma, seccionando-as longitudinalmente através do centro do eixo 
embrionário, com o auxilio de uma lâmina de barbear ou bisturi, remove-se o 
tegumento, expondo a superficie externa, o analista observa a superficie externa e 
interna da semente, procurando todos os tipos de danos. 
Diferenciação de cores do tecidos: 
• Vermelho carmim: tecido vivo e vigoroso 
• Vermelho carmim forte: tecido em deterioração 
• Branco leitoso: tecido morto 
Os tecidos vigorosos colorem uniformemente e quando embebidos apresentam-se 
túrgidos. 
Fatores que afetam a qualidade da semente de soja: 
Danos mecânicos: resultam de impactos físicos durante as operações de colheita, 
trilha, secagem, beneficiamento, transporte e semeadura das sementes de soja 
(rachaduras, amassamento e abrasões). 
18 
 
Deterioração por umidade: resulta da exposição das sementes de soja a ciclos 
alternados de condições ambientais úmidas e secas na fase final de maturação, antes 
da colheita (rugas nos cotilédones, na região oposta ao hilo, ou sobre o eixo 
embrionário). 
Danos por percevejo: resultante da picada do inseto, ao se alimentar das sementes o 
percevejo inocula com a levedura Nematospora coryli Peglion, que coloniza os tecidos 
das sementes, deteriorando-os. 
Danos por seca e altas temperaturas: ocorre em algumas cultivares quando altas 
temperaturas (acima de 30ºC) associadas com períodos de baixa disponibilidade 
hídrica (seca). (presença de uma covinha nos cotilédones até o completo enrugamento 
da semente) 
5.2.4.1 Classes 
➢ As classes de 1 a 3 correspondem as sementes viáveis e vigorosas 
Classe 1: é representada pelas sementes de mais alto vigor, ou seja, com todas as 
estruturas do embrião intactas e com coloração uniforme e superficial. Os tecidos do 
embrião estão normais e túrgidos. 
Classe 2: é representada pelas sementes de alto vigor. São incluídas sementes com 
danos pequenos e superficiais, ocorrendo na superfície externa dos cotilédones. A 
superfície interna dos cotilédones e eixo embrionário não apresentam nenhum sinal 
de dano. 
Classe 3: compreendem as sementes classificadas como médio vigor. É representada 
por aquelas que apresentam estrias superficiais de coloração vermelho carmim forte 
ou áreas brancas presentes na superfície externa dos cotilédones; danos superficiais 
no córtex do eixo radícula hipocótilo, mas não alcançando o cilindro central. A 
superfície interna dos cotilédones pode apresentar pequenas áreas mais escuras 
correspondentes ás estrias externas. 
As classes 4 e 5 correspondem as sementes apenas viáveis 
Classe 4: os danos são caracterizados por áreas de coloração vermelho carmim forte 
(tecido em estádio avançado de deterioração) ou branco leitoso (tecido morto). Os 
danos são visíveis na superfície interna dos cotilédones. A região vascular não está 
19 
 
afetada bem como a junção entre o eixo embrionário e os cotilédones. O cilindro 
central apresenta-se intacto. 
Classe 5: os cotilédones estão danificados severamente, mas 50% ou mais do tecido de 
reserva permanece viável e funcional. A região vascular, próxima ao ponto de ligação 
entre o eixo embrionário está bem definida e viável. Sementes classificadas nesta 
classe germinarão e produzirão plântulas normais somente sob condições ideais. 
As classes de 6 a 8 correspondem às sementes que não são viáveis. 
Classe 6: as sementes são caracterizadas pela presença de lesões similares as descritas 
para a classe 5, mas a extensão e profundidade de tecido danificado é grande, 
tornando a semente não viável. 
Classe 7: as sementes apresentam dano profundo no cilindro central. A região vascular 
entre o eixo embrionário e ambos os cotilédones está severamente danificada. A 
plúmula pode apresentar danos. Mais de 50% do tecido de reserva está deteriorado. 
Classe 8: as sementes apresentam todas as estruturas do embrião esbranquiçadas 
(mortas), com tecidos flácidos e quebradiços. 
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Após a avaliação de cada semente, registra-se na ficha o nível de viabilidade e a 
identificação dos tipos de danos que possam ter determinado o referido nível com a 
utilização dos símbolos abaixo: 
 
 
5.2.5 Interpretação dos resultados 
O nível de vigor pode ser interpretado através da seguinte classificação: 
Vigor muito alto: igual ou superior a 85% 
Vigor alto: entre 84% e 75% 
Vigor médio: Vigor baixo: entre 74% e 60% 
Vigor baixo: entre 59% e 50% 
Vigor muito baixo: igual ou inferior a 49% 
As porcentagens de danos mecânicos, deterioração por umidade e danos por 
percevejo nos níveis 6 a 8, indicam a porcentagem de perda de viabilidade ocasionada 
pelos referidos danos, sendo consideradas com relação à quantidade de semente 
como: 
• sem restrição: inferior a 6% 
• problema sério: entre 7% a 10% 
• problema muito sério: superior a 10% 
 
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Referências 
ABRATES – ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE TECNOLOGIA DE 
SEMENTES, Vigor de sementes: conceitos e testes, Londrina, PR 
1999. 
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 
O Teste de Tetrazólio em Sementes de Soja, Londrina, PR 1998. 
UFLA/FAEPE, Desenvolvimento e formação de sementes - 
morfologia e anatomia de sementes e plântulas, Renato 
Mendes Guimarães, João Almir Oliveira, 2000. 
UFLA/FAEPE, Fisiologia de sementes, Renato Mendes 
Guimarães, 2000.

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