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Distinção entre Ética e Moral
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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DISTINÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL
1. O QUE ESTUDAR?
Há uma série de normativos e de orientações relacionados à ética e à moral 
no serviço público: o Código de Ética do Servidor Civil do Poder Executivo 
Federal, que foi um anexo da publicação do Decreto n. 1.171/1994; o Decreto 
n. 6.029/1994, que foi publicado em 2007 e trata do sistema de gestão da ética 
do Poder Executivo Federal; algumas resoluções que foram publicadas pela 
Comissão de Ética Pública; códigos de ética específicos dos órgãos ou das ins-
tituições do Poder Executivo Federal; resoluções relacionadas às comissões 
de ética; e os regimentos internos dessas comissões.
O pulo do gato
Há editais que se estenderão mais nesse conteúdo e há outros que se limitarão, 
por exemplo, ao conceito de ética no serviço público. Para editais que tratam 
apenas de ética no serviço público, estude apenas a distinção entre ética, 
moral e Direito, e o Decreto n. 1.171/1994. Nos editais que cobram o Decreto 
n. 1.171/1994 e suas alterações, é necessário estudar também o Decreto n. 
6.029/1994, que é exatamente a norma que trouxe alterações em relação ao 
Decreto n. 1.171/1994. Há editais que já estão cobrando as resoluções que 
foram expedidas pela Comissão de Ética Pública e há outros, a exemplo do 
INSS, que cobram o regimento interno da comissão de ética do órgão em 
questão. 
Serão estudados os conceitos básicos que geralmente se observam por meio 
desses editais.
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Conceitos básicos:
 1. Distinção entre ética, moral e Direito.
 2. Decreto n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Serviço Público); 
Decreto n. 6.029/1994;
 3. Artigos – prazo, composição das comissões, SAF; 
• Capítulo I, Seção I – Das regras deontológicas; 
• Seção II – Dos principais deveres; 
• Seção III – Das vedações; 
• Das comissões de ética.
Atenção!
É fundamental que se estude a distinção entre ética e moral. Embora o edital 
não cobre isso taxativamente como uma matéria a ser estudada, essa distinção 
tem sido cobrada. 
2. ÉTICA E MORAL
Para diferenciar ética de moral, é possível seguir dois caminhos: pela etimo-
logia e pela filosofia.
2.1 Distinção etimológica
A distinção etimológica é uma maneira mais simples e direta de responder às 
questões da prova. A distinção filosófica é mais difícil e complexa de ser compre-
endida, porque entra no âmbito da filosofia.
Etimologia: estudo da origem e do significado das palavras.
Ética – grego – ethos – costumes, valores, hábitos, tradições (de um determi-
nado grupo social, de um determinado contexto, de um determinado país).
Moral – latim – mos – costumes, valores, hábitos, tradições (moris ou mores 
– no plural).
Os romanos traduziram ethos por mos, que está no singular do latim. Como 
o latim tem declinações, é possível que se observe a declinação finalizada por 
“is” ou “es”. 
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O mos é uma tradução do ethos que foi definido pelos gregos na língua deles. 
Os romanos fizeram uma tradução por mos, que, em português, também sig-
nifica costumes, valores, hábitos e tradições de um determinado grupo, de um 
determinado contexto, de uma determinada população.
Assim, no âmbito da etimologia, a única distinção entre as palavras ética 
e moral está na sua origem e não no seu significado, pois ambas possuem o 
mesmo: costumes, valores, hábitos e tradições de uma determinada população, 
de um determinado grupo, de um determinado contexto. Porém, uma tem origem 
grega (a ética), e a outra, latina (a moral).
Pegadinha da banca
Na prova, o examinador pode substituir características etimológicas que 
estejam relacionadas à ética e à moral. Por exemplo: “ética vem do latim ethos 
e significa costume.” O item estará errado, porque sabe-se que a palavra ética 
na verdade vem do grego. Outra possibilidade: “moral vem do latim ethos.” 
Colocou-se que moral é proveniente do latim, o que está correto; mas a definição 
dada para moral em relação à escrita que se tem na sua língua originária não 
está no latim, que seria mos, foi dada a palavra ethos, que é grega. Por isso, o 
item está incorreto.
Etimologicamente, o único ponto que pode ser cobrado em relação à distinção 
entre as palavras ética e moral diz respeito à origem e ao significado.
Atenção!
É importante que se tenha cuidado com a palavra éthos (acentuada). Para 
a prova, é necessário que se compreenda a distinção entre ética e moral no 
âmbito etimológico e também no âmbito filosófico. Quando houver questões 
de prova que trouxerem esse “éthos” acentuado, que é diferente do primeiro 
ethos, a definição dada é filosófica e não mais aquela que é dada no âmbito 
etimológico.
éthos – caráter, modo de ser, morada do ser (filosofia).
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2.2 Distinção filosófica
Quando se fala da distinção entre ética e moral no âmbito filosófico, observa-se 
uma linguagem muito rebuscada, que não é simples de se compreender. 
Há itens que requerem a capacidade de se distinguir ética e moral, que têm 
uma linguagem extremamente complexa (o que é proposital), a fim de que o 
candidato tenha dificuldade no momento da interpretação e não tenha tempo 
necessário para que toda a prova seja concluída, concretizada. Por esse motivo, 
a melhor maneira de não se prejudicar em relação à distinção entre esses dois 
conceitos, no aspecto filosófico, é a observação de algumas palavras que favo-
recem a compreensão. Se o candidato tiver consciência de que determinada 
palavra é característica de moral e não de ética, e o item se referir à ética, ele 
saberá respondê-lo com facilidade. 
Na filosofia, ética e moral se tornam completamente diferentes. A ética passa 
a ser uma ciência, e, para que esta possa existir, precisa ter um objeto de estudo. 
O objeto de estudo da ciência Ética é a moral. Assim, a Ética, como ciência, pre-
cisa ter seu objeto de estudo, e o que é estudado pela ciência no âmbito filosó-
fico é exatamente a prática social, a conduta moral que as pessoas adotam no 
seu convívio social. Então quando se fala em moral, no âmbito filosófico, fala-se 
de prática; e, quando se fala de ética, no âmbito filosófico, fala-se de teoria. Ou 
seja, a Ética é a teoria que embasa a prática, que é a conduta moral em socie-
dade. Por detrás de toda prática social, existe um princípio, um valor, que é do 
âmbito da Ética, da ciência, do princípio, que embasa essa atuação.
Então, quando se diz: “eu não vou roubar, nem furtar e nem fazer determi-
nada coisa porque isso vai contra os meus princípios”, afirma-se que há um prin-
cípio que é anterior à atuação. Esse princípio é a ética, essa atuação é a prática 
social. Quando o que se diz é exatamente o que se faz, há uma prática social 
de acordo com o princípio, e uma moral de acordo com a ética. Dessa forma, 
ser ético na situação de pegar o que não pertence a si mesmo é não fazer isso. 
Portanto, se não se pega o que não pertence a si mesmo, demonstra-se que há 
uma consolidação de um princípio que embasa essa prática, essa atuação.
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Ética é ciência, Moral é objeto de estudo; Ética é teoria, Moral é prática; Ética 
é o princípio que embasa a atuação; Ética está relacionadaa algo abstrato, 
enquanto Moral é algo concreto, porque a prática social é a atuação do indivíduo 
no contexto da sociedade. É necessário, no entanto, saber que o conceito de 
moral é variável, é cultural, pode mudar conforme o momento histórico vivido e a 
sociedade na qual se está inserido. 
Por exemplo: há quatro pessoas se namorando simultaneamente e, na pers-
pectiva destas, essa prática social é considerada uma prática correta, comum, 
natural. Essa atitude dessas quatro pessoas provavelmente não é um comporta-
mento moral que, de certa forma, outra sociedade adota de maneira mais ampla. 
Então, as pessoas que fazem parte dessa outra sociedade, ao observarem quatro 
pessoas que se namoram ao mesmo tempo, têm uma reação negativa em rela-
ção a isso, porque acreditam que aquele comportamento é imoral. 
A moral é mutável, é variável, muda de acordo com o momento histórico 
vivido, conforme a sociedade que se está inserido ou o grupo do qual se faz 
parte: dentro de uma mesma sala de aula, um comportamento que, para alguns, 
é tido como moral; para outros, é tido como comportamento imoral.
Embora a moral seja mutável, não se pode confundir seu conceito com o de 
ética, no âmbito da Filosofia. No âmbito da Ética, ser ético é fazer aquilo que 
atenda ao interesse da coletividade, principalmente na Administração Pública. 
Ser ético na Administração Pública é fazer com que os princípios individuais 
sempre estejam abaixo dos interesses coletivos. Logo, ser ético no serviço 
público é ter vocação para o coletivo, é lançar sempre de princípios da Admi-
nistração para embasar a prática como agente público, como servidor público e 
jamais fazer com que princípios pessoais prejudiquem o trato com o público.
Como mencionado anteriormente, Ética é uma ciência, e moral é o objeto de 
estudo dessa ciência. Justamente por ser ciência, Ètica é teoria, e Moral é prá-
tica social. Sendo uma ciência, não há como a Ética ser subjetiva, ela precisa 
ser objetiva; a moral, por sua vez, por variar de pessoa para pessoa, momento 
histórico vivido ou sociedade em que se esteja inserido, será subjetiva. A ética, 
por ser teoria, não existe concretamente, afirma-se então que esta é abstrata; a 
moral, em contrapartida, é uma prática social, uma conduta adotada pela popu-
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lação, logo, é concreta. A moral é mutável, pois varia; e a ética é imutável, pois, 
independentemente do contexto e do momento histórico vivido, quem é ético 
sempre buscará o bem e a decência pública, ou seja, na Administração Pública, 
estando em um setor onde há pessoas suscetíveis a incorrer improbidade admi-
nistrativa ou em um setor onde as pessoas são extremamente ilibadas, a pessoa 
ética adotará a mesma conduta, que é buscar o bem e a decência pública, o inte-
resse da coletividade e não seus interesses pessoais. 
A moral é cultural, ou seja, varia de cultura para cultura. Um comportamento 
tido como moralmente aceitável no Brasil pode ser tido como imoral em outro país. 
Por exemplo, no Brasil, é permitido que se tenha apenas uma esposa: tem-se aí, 
além de uma questão moral, também uma questão no âmbito do Direito, porque 
é proibido contrair mais que um casamento. Em alguns países do Oriente Médio, 
entretanto, sabe-se que se pode ter mais de uma esposa desde que o marido 
tenha dinheiro suficiente para sustentá-las da mesma forma, ou seja, o que lá é 
tido como moral, é tido como imoral em outro país, uma vez que a moral é cultu-
ral e temporal, variando de acordo com o contexto e momento histórico vivido. A 
Ética, em contrapartida, é universal, porque tende a variar. Na Administração, ser 
ético significa sempre buscar o bem comum, o interesse da coletividade. Assim, 
a Ética é uma tentativa de se alcançar uma universalidade. 
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Existem princípios e valores que embasam atitudes, esses princípios e valo-
res estão no âmbito da Ética, é o que faz o indivíduo refletir antes de executar 
uma determinada ação. Quando se entra no âmbito da atitude, fala-se de moral, 
que é prática social. É necessário compreender que essas atitudes podem ser 
virtuosas ou viciadas. Virtude pode ser escrita em latim da seguinte forma: virtus, 
que significa qualidade. Então, quando se pratica atitudes que consolidam virtu-
des, tem-se uma conduta na Administração Pública voltada para o bem e para 
decência pública. Quando há princípios e valores que consolidam atitudes vicia-
das, tem-se uma conduta moral na Administração Pública que consolida uma 
atitude voltada para o mal, aquilo que é contrário ao que se busca. É por esse 
motivo que se defende, na Administração, que busquemos sempre uma conduta 
moral voltada para o bem da Administração, ou seja, para o bem comum, para o 
interesse coletivo, para atendermos à sua finalidade.
O éthos (com acento) é uma definição filosófica do que seria a Ética, pois 
significa que a ética depende do caráter de cada um, dos princípios e valores 
que embasam a prática de cada pessoa. 
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A Administração Pública, por meio do Decreto n. 1.171/1994, orienta o servi-
dor a adotar uma conduta ética no serviço público, o que não quer dizer que há 
obrigação do indivíduo de ser ético, pois não é possível que uma pessoa seja 
inevitavelmente ética por imposição. Ética, na Administração, é educação, é pre-
venção, é orientação, porque isso depende do caráter de cada sujeito. Assim, 
é possível que um indivíduo afirme que é ético, mas, no momento de executar 
determinada ação, faz com que seus interesses pessoais se sobressaiam.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com 
a aula preparada e ministrada pelo professor Glauber Marinho.