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Artigo Original 
Pós Graduação Lato Sensu Treinamento de Força e Musculação – Universidade Gama Filho 
 
ESTUDO COMPARATIVO DO DUPLO PRODUTO NO TREINAMENTO DE 
FORÇA EM SÉRIES PIRAMIDAIS CRESCENTE E DECRESCENTE 
 
I STUDY COMPARATIVE OF THE DOUBLE PRODUCT IN THE TRAINING OF FORCE IN 
GROWING AND DECREASING PYRAMIDAL SERIES 
 
FLÁVIO MENDES DE ANDRADE 
OTACÍLIO ALVES BARBOSA JÚNIOR 
ORIENTADOR: PROFº ADAUTO JOÃO PULCINELLI 
 
BRASÍLIA - DF 
______________________ 
Otacílio Alves Barbosa Júnior 
QNM 34 Conj “G” casa 30 Taguatinga Norte 
722050-360 Brasília - DF 
E-mail: personaltata@yahoo.com.br 
 
RESUMO 
O objetivo do presente estudo foi comparar a resposta do Duplo Produto (PAS x FC) no 
treinamento de força DRV em séries piramidais crescente e decrescente no supino reto. 
Participaram do estudo 35 indivíduos (idade = 20 a 30 anos), voluntários, fisicamente ativos, 
praticantes de musculação, do sexo masculino. O estudo observou os seguintes parâmetros 
hemodinâmicos: freqüência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial 
diastólica (PAD) e o duplo produto (DP) no exercício. Realizaram-se testes de força com 1RM 
para encontrar as cargas de 65%, 75% e 85% a serem utilizados nas séries piramidais. Os 
dados foram coletados ao final da última repetição de cada série. Realizou-se uma estatística 
descritiva e um teste de hipótese para amostras dependentes (p<0,05) no software Statistic 5.0 
e suporte do Office 2000 “Excel” processados em microcomputador. Os resultados mostraram 
que os valores atingidos pelos parâmetros hemodinâmicos durante o método piramidal 
crescente foram significativamente superiores, porém as respostas não excederam os limites 
de segurança cardiovascular. Com base nestes dados, conclui-se que o método piramidal 
crescente representa uma maior sobrecarga de trabalho ao miocárdio. 
Palavras-chave: Duplo-produto, Treinamento de força, Segurança cardiovascular 
 
ABSTRACT 
The objective of the present study was to compare the answer of the Double Product 
(SHOVELS x FC) in the training of force DRV in growing and decreasing pyramidal series in the 
supine straight. Participated of the study 35 individuals (age = 20 to 30 years), volunteers, 
physically assetses, muscular activity apprentices, of the masculine sex. The study observed 
the following parameters hemodinâmicos: heart frequency (HF), systolic arterial pressure 
(SHOVELS), pressure arterial diastólica (PAD) and the double product (DP) in the exercise. 
Took place tests of force with 1RM to find the loads of 65%, 75% and 85% will be used in the 
pyramidal series. The data were collected at the end of the last repetition of each series. Took 
place a descriptive statistics and a hypothesis test for dependent samples (p < 0,05) in the 
software Statistic 5.0 and support of Office 2000 “Excel” processed in microcomputer. The 
results showed that the values reached by the parameters hemodinâmicos during the growing 
pyramidal method were superiors significantly, even so the answers didn't exceed 
cardiovascular safety's limits. Based on these data, ended that the growing pyramidal method 
represents a larger work overload to the miocárdio. 
Key Word: Double-product, Training of force, Cardiovascular safety 
 
 
Artigo Original 
Pós Graduação Lato Sensu Treinamento de Força e Musculação – Universidade Gama Filho 
 
INTRODUÇÃO 
Em seu mais recente 
posicionamento sobre a questão do 
exercício e do condicionamento o 
ACSM (1994), citado por POWERS 
& HOWLEY (2000), adicionou o 
treinamento de força, cujos objetivos 
incluem a manutenção da massa 
corporal magra (MCM). Esta variável 
é importante na manutenção do 
balanço energético durante toda a 
vida. A força é importante para 
realizar as atividades cotidianas com 
conforto e segurança (POWERS & 
HOWLEY, 2000). Para CARNAVAL 
(1998), a força muscular é, das 
valências físicas, a mais importante 
de todas, pois ela é elemento 
indispensável na realização de 
qualquer tipo de movimento, do mais 
simples ao mais complexo. No 
entanto, existem populações, as 
chamadas “necessidades especiais”, 
como idosos, hipertensos, 
cardiopatas e outras, que merecem 
atenção reservada na hora da 
prescrição de exercícios. 
O exercício faz com 
que o coração trabalhe mais e 
desafia a capacidade das artérias 
coronárias de liberar sangue 
suficiente para suprir a demanda de 
oxigênio (O2) do miocárdio. A 
Freqüência Cardíaca (FC) e a 
Pressão Arterial Sistólica (PAS) 
aumentam com a intensidade do 
exercício, de modo que a demanda 
de O2 do miocárdio aumenta 
(POWERS & HOWLEY,2000). 
Segundo KITAMURA (1972) e 
NELSON (1974), citados por 
POWERS & HOWLEY (2000), uma 
estimativa do trabalho cardíaco é o 
Duplo Produto (DP), o produto da FC 
e PAS. Segundo ARAÚJO (1981), o 
DP apresenta uma correlação de 
0,88 com o consumo de O2 
miocárdio, sendo, portanto o seu 
melhor preditor indireto. Dessa 
forma, seria conveniente usar este 
parâmetro como referência no 
momento de prescrever uma 
atividade física com segurança, pois 
ele permite verificar em qual 
atividade o sistema cardiovascular 
recebe maior carga de esforço e, 
portanto, maiores riscos. 
O duplo produto tende 
a aumentar durante as atividades 
físicas, mas seu comportamento 
depende do tipo de exercício, a 
intensidade, a duração e as 
condições ambientais sob as quais o 
trabalho foi realizado (FARINATTI & 
ASSIS,2000). Por outro lado, 
segundo BENN et al (1996), citado 
por FARINATTI & ASSIS (2000), o 
DP em exercícios com pesos 
 3
costuma ser baixo. CRAWFORD & 
MARON (1992) e FLECK (1998), 
citados por SANTARÉM (1999), 
afirmam que o sistema 
cardiovascular reage às sobrecargas 
de treinamento impostas pelos 
exercícios resistidos de maneira 
fisiológica. 
Segundo POLLOCK & 
EVANS (1998), citados por 
BALSAMO (2002), a musculação é 
um dos exercícios que têm sido 
indicada para reduzir a incidência de 
doenças cardiovasculares e a 
Pressão Arterial (PA) (WESCOTT & 
BAECHLE, 2001). Vários estudos 
citados por SANTARÉM (1999) têm 
documentado importantes benefícios 
do treinamento com pesos para a 
reabilitação e profilaxia de 
incapacidade física em pessoas 
idosas (ADES et al.,1996; DUPLER 
& CORTES,1993; FIATARONE et 
al.,1990; FRONTERA et al.,1988; 
HEISLEN et al.,1994; JUDGE et 
al.,1994; McCARTEY et al.,1993; 
MENKES et al.,1993; MEREDITH et 
al.,1992; PYCA et al.,1994; 
THOMPSON,1994). Contudo, um 
dos métodos de treinamento de 
força mais realizado é o Dinâmico de 
Resistência Variável (DRV), como o 
piramidal, onde a cada série há um 
acréscimo ou decréscimo na carga 
e/ou no número de repetições a 
serem utilizadas. 
No entanto, estudos 
comparando somente o DP em 
treinamento de força com o método 
DRV (piramidal) não foram 
encontrados na literatura 
especializada. A quantificação do DP 
em diferentes situações de 
intensidade e freqüência poderia 
preencher este espaço, servindo 
como indicador do esforço imposto 
ao miocárdio e, portanto, de 
segurança cardiovascular no 
momento de prescrever um exercício 
físico. 
Diante do exposto, este 
estudo busca comparar a resposta 
do duplo produto no treinamento de 
força DRV, entre as séries de 
pirâmide crescente e decrescente, 
no exercício de supino reto. A 
expectativa desta pesquisa é 
verificar a existência ou não de 
diferenças significativas em alguns 
parâmetros hemodinâmicos quando 
se utiliza uma carga ascendente e 
outra descendente. 
 
 
MATERIAIS E MÉTODOS 
A amostra foi composta 
de 35 homens voluntários (idade = 
20 a 30 anos), fisicamenteativos e 
 4
praticantes de musculação há pelo 
menos um ano; foi adotado como 
critério de exclusão após anamnese, 
se o individuo tinha algum problema 
cardiovascular, respiratório ou 
estava tomando medicamento que 
pudesse alterar as respostas 
fisiológicas durante os testes. 
Para a aferição da FC 
e PA, levou-se em consideração que 
as respostas de picos normalmente 
ocorrem durante as últimas 
repetições de uma série ou até a 
falha concêntrica voluntária, sendo 
maiores durante as séries com 
cargas submáximas, do que séries 
de 1RM (FLECK,1992; 
MACDOUGALL et al.,1985; SALE et 
al.,1994), citados pôr FLECK & 
KRAEMER (1999). Sendo assim, a 
coleta dos dados ocorreu ao final da 
última repetição do exercício de 
supino reto, o qual foi escolhido por 
ser um “exercício primário estrutural” 
(FLECK & KRAEMER, 1999) e de 
fácil execução. 
Os aparelhos utilizados 
para aferição da FC e PA durante a 
realização dos exercícios de supino 
reto foram, respectivamente, um 
freqüencímetro da marca POLAR, 
modelo TYTANIUM e um 
esfigmomanômetro aneróide da 
marca BECTON DICKINSON, 
através do método auscultatório. 
Para a execução do 
teste de 1 repetição máxima (1RM), 
o individuo realizou um mínimo de 
15 minutos de aquecimento e 5 
minutos de alongamento, priorizando 
o alongamento da musculatura do 
peitoral. Não executou mais do que 
3 tentativas para aferição da carga 
máxima, o qual utilizou-se o método 
de teste crescente, descrito por 
Bittencourt (1984), citado por 
VIANNA (2002). Entre cada tentativa 
foi obedecido um intervalo de 3 a 5 
minutos, para que as reservas de 
ATP-CP fossem totalmente repostas. 
No exercício de supino 
reto, pirâmide crescente, o individuo 
realizou 3 séries de 10, 8 e 6 
repetições com 65%, 75% e 85% de 
1RM, respectivamente, com 1 
minuto de descanso. 
Para a série de 
pirâmide decrescente foi feito o 
procedimento contrário ao da série 
anterior, partindo de 85% para 65% 
de 1RM, e de 6 para 10 repetições, 
com o mesmo tempo de intervalo. 
Um intervalo de 48 horas foi 
observado entre a execução das 
séries de pirâmide crescente e 
decrescente. As séries foram 
acompanhadas por professores de 
 5
musculação, para não permitir o uso 
da manobra de valsalva. 
No tratamento 
estatístico dos dados, foi realizado 
um teste de normalidade para a 
amostra. Num segundo momento foi 
realizada estatística descritiva 
(média e desvio padrão) e um teste 
de hipótese para amostras 
dependentes com um nível de 
significância de a=0,05. 
Todos os cálculos 
foram processados em 
microcomputador através do 
software Statistic 5.0 e suporte do 
Office 2000 “Excel”. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Os valores médios e 
desvios padrões dos parâmetros 
hemodinâmicos coletados durante a 
realização dos 2 exercícios de 
musculação nas diferentes 
intensidades são apresentados nas 
Tabelas 1,2,3 e 4. 
Tabela 1: Valores médios, desvio padrão e testes t para a Freqüência Cardíaca (FC), Pressão 
Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Duplos Produtos (DP) 
obtidos durante a realização do supino reto piramidal crescente e decrescente. 
 Piramidal 
 Crescente 
Piramidal 
Decrescente 
Teste t 
 
FC(bpm) 104,94±23,78 90,43 ±14,57 2,757* 
PAS(mm/hg) 153,31±14,38 134,20 ±14,14 6,263* 
PAD(mm/hg) 97,17 ± 29,06 63,71 ±12,28 5,980* 
DP 15.534,06 ± 4.637,97 11.707,59 ± 2.783,05 3.960* 
N 35 35 
* significância p< 0,05 
 
Pela tabela 1 podemos 
observar que todos os parâmetros 
hemodinâmicos foram superiores 
durante a realização do exercício de 
supino reto através do método 
piramidal crescente. Os resultados 
do desvio padrão mostraram uma 
menor variação dos escores durante 
o exercício no método decrescente. 
Isto aparentemente pode ser uma 
resposta observada em função da 
execução (48 horas antes) do 
exercício no método piramidal 
crescente. O método crescente foi o 
que resultou em maiores 
sobrecargas de trabalho para o 
ventrículo esquerdo do coração. 
 Os parâmetros 
hemodinâmicos também 
demonstraram variação significativa 
 6
entre as diferentes intensidades de 
execução do supino reto, em ambos 
os métodos (com exceção da 
pressão arterial distólica a 75% e 
freqüência cardíaca a 75 e 85%. 
Estes resultados são apresentados 
nas tabelas 2, 3 e 4). 
Tabela 2: Valores médios, desvio padrão e testes t para a Freqüência Cardíaca (FC), Pressão 
Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Duplo Produto (DP) obtidos durante 
a realização do supino reto piramidal crescente e decrescente na intensidade de 65% de 1RM. 
 Piramidal 
 Crescente (65%) 
Piramidal 
Decrescente (65%) 
Teste t 
 
FC(bpm) 99,53±30,30 78,53 ±18,15 3,723* 
PAS(mm/hg) 148,70±20,04 137,99 ±12,30 2,417* 
PAD(mm/hg) 81,94 ±34,78 63,21 ±15,59 3,016* 
DP 14.766,90 ± 4.828,15 10.761,88 ± 2.307,19 4,616* 
N 35 35 
 * significância p< 0,05 
 
Os resultados da tabela 2 mostram que a uma intensidade de 
65% de 1RM os valores observados na FC, PAS, PAD e DP foram 
significativamente diferentes (p<0,05) entre os dois métodos. O método 
crescente foi o que proporcionou maiores escores, conseqüentemente, maiores 
níveis de sobrecarga imposta ao miocárdio. 
Tabela 3: Valores médios, desvio padrão e testes t para a Freqüência Cardíaca (FC), Pressão 
Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Duplo Produto (DP) obtidos durante 
a realização do supino reto piramidal crescente e decrescente na intensidade de 75% de 1RM. 
 Piramidal 
 Crescente (75%) 
Piramidal 
Decrescente (75%) 
Teste t 
 
FC(bpm) 89,87±34,26 91,22 ±27,53 0,187 
PAS(mm/hg) 157,75±17,55 136,37 ±18,58 5,605* 
PAD(mm/hg) 84,92 ± 37,29 76,32 ±26,37 1,124 
DP 14.387,70 ± 6.152b,67 12.368,15 ± 3.998,53 1,740 
N 35 35 
* significância p< 0,05 
 
Pela tabela 3 observamos que a 75 % de 1 RM com exceção da 
FC os demais parâmetros foram maiores no método crescente. Entretanto, 
somente a PAS foi significativamente diferente entre os dois métodos de 
treinamento. 
 
 7
Tabela 4: Valores médios, desvio padrão e testes t para a Freqüência Cardíaca (FC), Pressão 
Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Duplo Produto (DP) obtidos durante 
a realização do supino reto piramidal crescente e decrescente na intensidade de 85% de 1RM. 
 Piramidal 
 Crescente (85%) 
Piramidal 
Decrescente (85%) 
Teste t 
 
FC(bpm) 111,27±30,57 98,48 ±35,07 1,491 
PAS(mm/hg) 152,21±15,75 134,46 ±26,66 3,588* 
PAD(mm/hg) 79,74 ± 30,63 62,64 ±14,59 2,593* 
DP 16.856,89 ± 4.820,83 13.205,79 ± 5.532,48 2,845* 
N 35 35 
 * significância p< 0,05 
 
Pela tabela 4 observamos 
que a 85% de 1 RM somente a FC não 
foi significativamente diferente entre os 
dois métodos. Os valores obtidos no 
método crescente foram superiores. 
FLECK (1992) e STONE et 
al.(1991), citados por FLECK & 
KRAEMER (1999) afirmam que a FC e 
pressão sangüínea aumentam 
substancialmente durante o treinamento 
dinâmico de força. Entretanto, em 
ambos os métodos, as respostas 
hemodinâmicas não excederam os 
limites de segurança para o sistema 
cardiovascular, que segundo o ACSM 
(1993), citado por POWERS & 
HOWLEY (2000), é PAS>260mm/Hg, 
PAD>115mm/Hg. 
Como em toda forma de 
atividade física, a PA se eleva nos 
exercícios resistidos, mas dentro de 
limites seguros, mesmo com cargas 
elevadas, desde que não se realizem 
contrações isométricas em apnéia. 
Devido ao caráter 
interrompido do treinamento de força, a 
FCeleva-se em níveis discretos. O 
resultado é um DP de baixo risco 
cardíaco, pois o número de repetições 
também é baixo (BERNE & LEVY,1989; 
AMORETTI & BRION,2001; 
SANTARÉM,1999). 
McARDLE, KATCH & 
KATCH (1998) afirmam que o DP varia 
de aproximadamente 6000 em repouso 
a 40000 ou mais, dependendo da 
intensidade e da modalidade do 
exercício. Observou-se em nosso 
estudo que tanto no exercício piramidal 
crescente quanto o decrescente a 
variação do DP não alcançou o limiar de 
isquemia do miocárdio, que segundo 
POWERS & HOWLEY (2000) é a partir 
de 30000, quando se costuma 
considerar como ponto de corte para a 
angina pectoris. 
A análise dos resultados 
não revelou diferenças significativas no 
comportamento do DP entre as 
 8
diferentes intensidades do exercício 
supino reto (65%, 75% e 85%), no 
método piramidal crescente. No mesmo 
exercício, agora realizado segundo o 
método piramidal decrescente, 
ocorreram diferenças significativas no 
comportamento do DP entre 65% e 85% 
de 1RM 
A principio os exercícios 
realizados através do método piramidal 
crescente acarretam maiores 
sobrecargas de trabalho ao coração. 
Entretanto, pode-se questionar aqui, se 
os ganhos em termos de força e 
hipertrofia são os mesmos, quando 
comparamos os dois métodos. 
FARINATTI & ASSIS (2000) observaram 
que o DP varia mais em função do 
número de repetições do exercício do 
que em relação à carga absoluta 
mobilizada. Nossos dados 
demonstraram que a carga do exercício 
piramidal crescente aumentou 
significativamente o DP, contrariando a 
observação dos autores acima. 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 Com base nos resultados 
anteriormente apresentados, verificou-
se que no exercício de supino reto, 
houve diferença significativa no DP 
entre as séries piramidais crescente e 
decrescente e os valores atingidos 
foram maiores na primeira série de 
exercícios (crescente). Acreditamos que 
isso ocorreu mais em função da carga 
progressiva, que do número de 
repetições propriamente dito. 
Ficou evidenciado 
também, que o treinamento de força 
DRV (piramidal) com cargas 
progressivas e regressivas para 6-10 
repetições não impõe sobrecarga 
excessiva ao miocárdio, já que o DP 
não alcançou os parâmetros de “angina 
pectoris”. 
Dessa forma, seria 
interessante que, estudos posteriores 
comparando outros métodos de 
treinamento de força muscular fossem 
realizados para fornecerem informações 
à cerca dos parâmetros fisiológicos 
importantes para uma prescrição de 
atividade física segura e eficaz. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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