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Ciência e Tecnologia dos Materiais - Estrutura Cristalina - Ciência e tecnologia dos Materiais Rede cristalina/Sistemas Alotropia Defeitos macroscópicos e microscópicos F.E.A. Dorotéia/UNIFACS 2 Ligações Químicas Primárias Dorotéia/UNIFACS 3 Ligações iônicas Ligações covalentes Ligações metálicas Qual a diferença entre átomo e molécula? Átomo é o elemento químico em si isolado. Molécula é a menor parte da matéria que ainda mantém suas características fisico-químicas. Por exemplo, na molécula da água (H2O) temos 2 átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Átomo é a menor parte de um elemento. Molécula é a combinação de átomos de um ou mais elementos. 4 Por quê estudar? Propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina Exemplo: Mg e Be possuem a mesma estrutura se deformam muito menos que Au e Ag que têm outra estrutura cristalina) Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição Exemplo: materiais cerâmicos e poliméricos não-cristalinos tendem a ser opticamente transparentes enquanto cristalinos não. ARRANJO ATÔMICO 5 ARRANJO ATÔMICO propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. • Vidro é um SÍLICA SiO2 :ESTADO CRISTALINO –QUARTZO 6 ARRANJO ATÔMICO • Materiais não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos Vidro é um líquido super-resfriado – ordem de curto alcance Ordenamento a curto alcance Ângulos, distâncias e simetria com ordenação a curto alcance. Ocorre na H2O, que apresenta uma orientação preferencial, no SiO2 e no polietileno. em materiais não-cristalinos ou amorfos H O O H2O SiO2 Polietileno Ordem a longo alcance x material amorfo Dorotéia/UNIFACS 8 ORDENAÇÃO DE ÁTOMOS Cristal Vidro Gás Ordem a longo alcance Ordem a curto alcance Sem ordenamento Os materiais sólidos podem ser classificados de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos. Dorotéia/UNIFACS 9 Importância da estrutura cristalina Grande parte da diferença das propriedades dos materiais é de interesse tecnológico, assim as diferenças na estrutura cristalina de um mesmo composto é de grande importância na Engenharia. Carbono grafite hexagonal diamante cúbico Nitreto de boro cúbico grafite Fe CCC CFC Alotropia ou Polimorfismo: Dorotéia/UNIFACS 10 Ordem a longo alcance Na solidificação SOLIDIFICAÇÃO Cristais se formam no sentido contrário da retirada de calor SATURAÇÃO de uma solução. Como os cristais se formam? ou por saturação de uma solução. Dorotéia/UNIFACS 11 Defeitos macroscópicos Dorotéia/UNIFACS 12 Dendritas em uma liga cobre-chumbo. Dendritas de magnésio crescendo a partir do líquido Defeitos macroscópicos Dorotéia/UNIFACS 13 Rechupe em um lingote de nióbio Defeitos macroscópicos Dorotéia/UNIFACS 14 Segregação Estrutura do lingote Grãos refinados equiaxiais na superfície Grãos colunares em direção ao centro Linha central de segregação e porosidade Defeitos microscópicos Microestrutura de materiais cristalinos: grão (contorno, forma, tamanho, orientação) e fases sujeitas à observação microscópica. grão contorno de grão poro Dorotéia/UNIFACS 15 Ordem a longo alcance Material cristalino Átomos ordenados em longas distâncias atômicas formam uma estrutura tridimensional rede cristalina Metais, muitos cerâmicos e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação Modelo atômico da esfera rígida Dorotéia/UNIFACS 16 Ordem a longo alcance A rede é formada por átomos que se repetem regularmente REDE:conjunto de pontos espaciais que possuem vizinhança idêntica. Na rede a relação com vizinhos é constante: - simetria com os vizinhos; - distâncias definem o parâmetro de rede; - ângulos entre arestas PARÂMETROS PELOS QUAIS SE DEFINE UM CRISTAL Dorotéia/UNIFACS 17 Conceitos de Cristalografia Substância cristalina: átomos estão dispostos em posições regulares no espaço. Descrição: rede + base Rede = estrutura geométrica Base = distribuição dos átomos em cada ponto da rede. CÉLULA UNITÁRIA menor subdivisão da rede cristalina que retém as características de toda a rede. Célula unitária Arranjo de átomos em um cristal Rede cristalina Representação da célula unitária CFC CÉLULA UNITÁRIA Dorotéia/UNIFACS 19 As estruturas ideais apresentam baixa energia e maior empacotamento, já as reais compreendem os defeitos possíveis nas ideais. As estruturas ideais compreendem: - diferentes sistemas cristalinos ângulos a,b,g tamanho das arestas a, b, c - sistemas cristalinos 7 diferentes - redes de Bravais 14 diferentes SISTEMAS CRISTALINOS CÉLULA UNITÁRIA existem diferentes tipos de células unitárias, que dependem da relação entre seus ângulos e arestas. Existem 14 tipos diferentes: redes de Bravais, agrupadas em sete tipos de estruturas cristalinas (sistemas cristalinos). Três diferentes tipos de estruturas cristalinas Dorotéia/UNIFACS 21 22 AS 14 REDES DE BRAVAIS Dos 7 sistemas cristalinos podemos identificar 14 tipos diferentes de células unitárias, conhecidas como redes de Bravais. Dorotéia/UNIFACS Número de átomos por célula unitária É o número específico de pontos da rede que define cada célula unitária. Átomo no vértice da célula unitária cúbica: partilhado por sete células unitárias em contato somente 1/8 de cada vértice pertence a uma célula particular. Átomo da face centrada: partilhado por duas células unitárias Dorotéia/UNIFACS 23 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico (simples). Dorotéia/UNIFACS 24 Número de átomos por célula unitária Resposta: CS n° pontos da rede = 8(cantos) *1 = 1 átomo célula unitária 8 Dorotéia/UNIFACS 25 Número de átomos por célula unitária Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico (corpo centrado) Dorotéia/UNIFACS 26 Número de átomos por célula unitária Resposta: CCC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 1 (centro)= 2 átomos célula unitária 8 Dorotéia/UNIFACS 27 Exemplo 1: Determine o número de átomos da rede cristalina por célula no sistema cristalino cúbico (face centrada). Número de átomos por célula unitária Dorotéia/UNIFACS 28 Resposta: CFC n° pontos da rede = 8(cantos)*1 + 6 (faces)*1= 4 átomos célula unitária 8 2 Número de átomos por célula unitária Dorotéia/UNIFACS 29 Número de átomos porcélula unitária CS 1 átomo CCC 2 átomos CFC 4 átomos Dorotéia/UNIFACS 30 Estrutura Cristalina Dorotéia/UNIFACS 31 Exemplo 1: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CS). CÚBICO SIMPLES a = 2r Contato entre os átomos ocorre através da aresta da célula unitária a = r + r Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Dorotéia/UNIFACS 32 Exemplo 2: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CFC). CÚBICO DE FACE CENTRADA Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Dorotéia/UNIFACS 33 Contato entre os átomos ocorre através da diagonal da face da célula unitária dface 2 = a2 + a2 (4r)2 = 2a2 a = 4r 21/2 CÚBICO DE CORPO CENTRADO Exemplo 3: Determine a relação entre o raio atômico e o parâmetro da rede cristalina para as células unitárias do sistema cristalino cúbico (CCC). Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Dorotéia/UNIFACS 34 Contato entre os átomos ocorre através da diagonal do cubo da célula unitária Dcubo 2 = a2 + dface 2 (4r)2 = 3a2 a = 4r 31/2 Exemplo 4: O raio atômico do ferro é 1,24 Ȧ Calcule o parâmetro de rede do Fe CCC e CFC. aCCC = 4r 31/2 aCCC = 4 x 1,24 = 2,86 Ȧ 31/2 aCFC = 4r 21/2 aCFC = 4 x 1,24 = 3,51 Ȧ 21/2 Relação entre raio atômico e parâmetro de rede Dorotéia/UNIFACS 35 Fator de empacotamento atômico Fator de empacotamento é a fração de volume da célula unitária efetivamente ocupada por átomos, assumindo que os átomos são esferas rígidas. FEA = (n° átomos / célula) * volume cada átomo volume da célula unitária Dorotéia/UNIFACS 36 CS FEA = (1 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 CCC FEA = (2 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 CFC FEA = (4 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 Exemplo 1: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico. Fator de empacotamento atômico Dorotéia/UNIFACS 37 CS FEA = (1 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE A= (1 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,52 (2r)3 CCC FEA = (2 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FE A= (2 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,68 (4r/31/2)3 CFC FEA = (4 átomo / célula) * (4r3/3) ao 3 FEA = (4 átomo / célula) * (4r3/3) = 0,74 (4r/21/2)3 Exemplo 1: Calcule o fator de empacotamento do sistema cúbico. Fator de empacotamento atômico Dorotéia/UNIFACS 38 NÚMERO DE COORDENAÇÃO Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos Para a estrutura CCC o número de coordenação é 8. ESTRUTURA CFC Dorotéia/UNIFACS 40 NÚMERO DE COORDENAÇÃO Número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos Para a estrutura CFC o número de coordenação é 12. CÚBICO DE FACE CENTRADA NC = 12 NÚMERO DE COORDENAÇÃO HEXAGONAL COMPACTO NC = 12 Número de coordenação Rede Átomos Número de Parâmetro Fator de por célula coordenação de rede empacotamento CS 1 6 2R 0,52 CCC 2 8 4R/(3)1/2 0,68 CFC 4 12 4R/(2)1/2 0,74 CS CCC CFC Resumo da estrutura cúbica Cálculo da densidade Dorotéia/UNIFACS 44 O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade (): 𝛒 = 𝒏𝑨 𝑽𝒄𝑵𝑨 n= número de átomos da célula unitária A= peso atômico Vc= Volume da célula unitária NA= Número de Avogadro (6,02 x 10 23 átomos/mol) Cálculo da densidade Dorotéia/UNIFACS 45 Cobre têm raio atômico de 0,128nm (1,28 Å), uma estrutura CFC, um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do cobre. Resposta: 8,89 g/cm3 Valor da densidade medida= 8,94 g/cm3 46 SISTEMA HEXAGONAL SIMPLES - CS Os metais não cristalizam no sistema hexagonal simples porque o fator de empacotamento é muito baixo Entretanto, cristais com mais de um tipo de átomo cristalizam neste sistema 47 SISTEMA HEXAGONAL COMPACTO - HC O sistema Hexagonal Compacto é mais comum nos metais (ex: Mg, Zn) No sistema HC cada átomo de uma dada camada está diretamente abaixo ou acima dos interstícios formados entre as camadas adjacentes Dorotéia/UNIFACS 48 Cada átomo tangencia 3 átomos da camada de cima, 6 átomos no seu próprio plano e 3 na camada de baixo do seu plano O número de coordenação para a estrutura HC é 12 e, portanto, o fator de empacotamento é o mesmo da cfc, ou seja, 0,74. SISTEMA HEXAGONAL COMPACTO - HC Relação entre R e a: a= 2R Dorotéia/UNIFACS 49 RAIO ATÔMICO E ESTRUTURA CRISTALINA DE ALGUNS METAIS Dorotéia/UNIFACS 50 Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimorficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. POLIMORFISMO - ALOTROPIA Ex.:Ferro, Titânio, Carbono (grafite e diamante), SiC (chega ter 20 modificações cristalinas), Etc. Dorotéia/UNIFACS 51 ccc cfc ccc Até 910°C De 910-1394°C De 1394°C- PF A 1394°C o ferro passa novamente para CCC. A 910°C, o Ferro passa para estrutura CFC, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å. Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura CCC, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å. ALOTROPIA DO FERRO POLIMORFISMO - ALOTROPIA Dorotéia/UNIFACS 52 ALOTROPIA DO TITÂNIO POLIMORFISMO - ALOTROPIA FASE a Existe até 883ºC Apresenta estrutura hexagonal compacta É mole FASE b Existe a partir de 883ºC Apresenta estrutura ccc É dura Calcule a mudança de volume que ocorre quando o FeCCC é aquecido e transforma-se em FeCFC. Na transformação o parâmetro de rede muda de aCCC = 2,863A para aCFC = 3,591A. 53 EXERCÍCIO Volume da célula CCC = a3 = 23,467A3 Volume da célula CFC = a3 = 46,307A3 FeCCC 2 átomos FeCFC 4 átomos 1FeCFC 2FeCCC Mudança de Volume = Vf - Vi * 100 = 46,307 - 46,934 * 100 Vi 46,934 Mudança de Volume = -1,34%
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