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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
O presente trabalho tem como objetivo, abordar a ação de consignação em pagamento no novo Código de Processo Civil. Determinada ação esta prevista a partir do artigo 539 e seguintes do CPC, e artigo 334 e seguintes do CC.
 Demonstraremos que a consignação em pagamento ocorre quando o devedor pretende se desobrigar de uma obrigação de dar, quantia ou coisa, perante o credor, no caso de este recusar-se a receber o pagamento, não tomar a iniciativa de recebê-lo ou ainda quando seu paradeiro for desconhecido. 
Busca-se demonstrar também, os tipos de ações que poderão ser ajuizadas, através da consignação em pagamento, e também onde poderá ser realizada essa ação. Nesta esteira será demostrado detalhadamente todo o meio utilizado para impedir a mora e demonstrar o interesse de satisfação da obrigação por parte daquele que ajuíza a demanda, conforme será detalhado neste ensaio.
Consignação em pagamento é quando o devedor pretende liberar-se de uma obrigação, seja ela, um pagamento de uma quantia, ou até mesmo a entrega de uma coisa.
Existem duas possibilidades de consignar o pagamento e liberar-se da obrigação, pode ser feita de forma extrajudicial e judicial, portanto pode se dar numa instituição bancaria ou num processo judicial.
Consignação em pagamento extrajudicial
Extrajudicial é quando se sabe o credor certo e a quantia certa, desse modo não se busca a via judicial, mas a extrajudicial, onde deverá ir a uma instituição bancaria oficial e efetuar um depósito numa conta que será aberta para essa finalidade, feito isso o banco enviará uma correspondência notificando o credor do deposito e dando ciência do prazo de 10 dias para comparecer ao banco e levantar a quantia ou manifestar a recusa.
Caso na cidade não haja instituição bancária oficial o depósito poderá ser, excepcionalmente,em instituição bancária privada, conforme prevê o parágrafo 2º da resolução 2814/2011 do BACEN. 
RESOLUÇÃO 2814/2011 DO BACEN 
Parágrafo 2º Em se tratando de município desassistido de dependência das instituições referidas no parágrafo anterior, o acolhimento de depósitos de consignação em pagamento caberá aos bancos múltiplos com carteira comercial e bancos comerciais, privados, bem como às cooperativas de crédito que recebam depósitos à vista, no caso de a dívida relativa ao depósito em consignação envolver depositante e credor associados, instalados na localidade.
Casso o credor venha à instituição bancaria e levante a quantia, está liberado o devedor, todavia o credor também pode encaminhar ao banco uma carta manifestando a sua recusa, dizendo, por exemplo, que o valor não é integral, que obrigação não deveria se dar daquela forma, essa manifestação tem que ser expressa, caso contrário obrigação estará quitada.
Se o credor se recusar de receber a quantia consignada o devedor pode voltar ao banco e levantá-la. 
Consignação em pagamento judicial
Inicialmente devemos fala do juízo competente para instruir a ação que é o juízo do local onde a obrigação deve ser cumprida, conforme prevê o art. 337 do CC e o art. 540 do CPC.
Art. 337 do CC: O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente
Art. 540do CPC: Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for julgada improcedente.
A ação de consignação em pagamento deve, obrigatoriamente, ter o pedido vinculado ao disposto no art. 335 do CC, que são as situações que indicam que se pode consignar o pagamento de forma judicial. 
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento
Se por ventura a obrigação de consignar o pagamento for a prestações sucessivas, basta que se faça uma única ação e mensalmente vá depositando a parcela nos mesmo autos, podendo observar um atraso máximo de 05 dias, para que não haja uma quebra na sequência das prestações sucessivas.
Distribuído o processo e deferida à consignação pelo juiz o mesmo mandará citar o credor, que no caso é o réu, o qual terá duas opções, que é, ou comparecer em juízo para levantar a quantia ou contestar, dizendo, por exemplo, que o valor não é o valor integral. 
No caso de o valor consignado pelo devedor não ser integral pode o credor levantar a quantia consignada, desde que tenha prova disso e dar continuidade na ação quanto àquilo que ainda é devido. 
Por exemplo, deve 20 mil e consigna 15 mil, e o réu, credor, tiver prova disso poderá levanta essa quantia incontroversa e dar continuidade à ação para verificar se realmente é devido ou não o valor de 5 mil.
Quando ocorrer a situação de não saber o credor, deverá o devedor, no processo, chamar todos os possíveis credores, para assim, pague a quem de direito, conforme está prescrito no art. 547 do CPC. 
Art. 547.  Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito.
Se antes de consignar a ação judicial, houve a tentativa extrajudicial, no banco, e o credor se recusar de receber ou não ir receber, dentro de 30 dias da recusa do depósito, o devedor poderá ajuizar a ação e apresentar ao magistrado o comprovante do depósito, assim, aproveitando depósito extrajudicial e por consequência não precisando fazer o depósito judicial. 
No caso de entrar direto com a ação judicial, terá que distribuir e aguardar o juiz deferir a consignação, para que faça o depósito no prazo de 05 dias. Caso não faça o depósito neste prazo a ação será julgada extinta sem resolução de mérito 
Caso o credor, réu, levantar a quantia consignada, o processo será extinto, mas assim mesmo será condenado ao pagamento das custas, despesa e, também, dos honorários de sucumbência, evidentemente se ação é julgada improcedente que arcara com as verbas sucumbências será o autor da ação que é o devedor.
Quando a quantia depositada em juízo não for levantada, o devedor ficará liberado da divida, e o dinheiro será convertido em arrecadação de coisa vaga, conforme prevê o artigo 548 – I do CPC.
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem o seu direito. Art. 548. No caso do art. 547
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em arrecadação de coisas vagas;
Outro meio que é valido ressaltar é no que tange a consignação de aluguel, nestes casos, deverá utilizar a lei de locação, ou seja, a do inquilino, Lei 8.245/91. Na referida lei se encontram todas as regras para que possa vir a ocorrer uma consignação em pagamento de um aluguel. 
É de grande valor salientar o disposto no artigo 58, II, da Lei 8.245/91, onde informa que, a consignação de alugueis será ajuizada no lugar de foro contratual ou na falta no da situação do imóvel. 
Portanto concluímos que existem duas modalidades de consignar um pagamento, uma extrajudicial, diretamente no banco, e outra judicial com a ação especifica de consignação em pagamento, verificamos também que não são etapas obrigatórias, mas sim uma faculdade daquele que deseja consignar um pagamento, podendo utilizar a via administrativa, no banco, ou fazer o uso do judiciário com a ação especifica, todavia existem algumas peculiaridades de cada modalidade de consignação, que conforme o caso cabe a escolha do consignante o caminho
extrajudicial ou judicial e em determinados casos que só cabem na via judicial. 
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em: 29 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. 
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1045>. Acesso em: 29 nov. 2018.

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