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ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 1 CAPÍTULO III – CIRCUITOS MAGNÉTICOS 3.1 INTRODUÇÃO Os circuitos magnéticos utilizam materiais ferromagnéticos no sentido de direcionar e elevar a indução magnética (e conseqüentemente o fluxo magnético). Isto é possível uma vez que os materiais ferromagnéticos possuem altas permeabilidades. A figura 3.1, a seguir, apresenta um exemplo típico de circuito magnético. Nesta configuração, pode-se notar o direcionamento do fluxo magnético proporcionado pela forma do núcleo. Figura 3.1 – Núcleo Magnético 3.2 EFEITO DA DISPERSÃO Os circuitos magnéticos também são sujeitos aos efeitos da dispersão. Assim, considere inicialmente a bobina ou solenóide da figura 3.2 a seguir. i N a b B dispersãodispersão Figura 3.2 – Efeito da Dispersão em um Solenóide Como pode ser observado, ocorre nas extremidades da bobina uma determinada dispersão do campo magnético através do ar (pode-se ver, na figura, uma redução da densidade de campo magnético “B”, nas extremidades). Este fenômeno é conhecido como “efeito das extremidades” ou “dispersão”. Considere agora o circuito magnético apresentado de forma esquemática à figura 3.3 a seguir. Neste caso, o efeito da dispersão também ocorre nas extremidades da bobina. Entretanto, devido à alta permeabilidade proporcionada pelo material ferromagnético que constitui o núcleo, este efeito de dispersão será bastante reduzido. Observar que a alta permeabilidade oferece um caminho mais adequado à “circulação” do fluxo magnético. Portanto, quanto maior for a permeabilidade do núcleo, menor será o efeito da dispersão de fluxo magnético pelo ar. Figura 3.3 – Efeito da Dispersão em um Núcleo Magnético Da figura 3.3 tem-se que: dt Onde: t = Fluxo magnético total produzido pela corrente; = Fluxo magnético que “circula” pelo núcleo; d = Fluxo magnético de dispersão pelo ar. Para materiais de alta permeabilidade tem-se que: d 3.3 EQUACIONAMENTO 3.3.1 Determinação de “B” e “H” Considere o circuito magnético da figura 3.4 a seguir. Para a linha média do mesmo pode-se escrever que: 2/ mWb A B (3.1) Onde: B= Densidade de campo magnético de cada uma das pernas do núcleo magnético; = Fluxo magnético que “circula” através de cada uma das pernas do núcleo magnético; ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 2 A= Área da seção reta transversal de cada uma das pernas do núcleo magnético. Figura 3.4 – Circuito Magnético A densidade de campo magnético “B” pode ser expressa por: HxB m 10 Ou ainda, HB Portanto, determinado o valor de “B” (conforme expressão 3.1), e de posse da curva de saturação do material, pode-se calcular o valor da intensidade de campo magnético “H” correspondente, para cada uma das pernas do núcleo magnético. Desta forma, considere a curva de saturação apresentada à figura 3.5 a seguir. Figura 3.5 – Curva de Saturação do Material Para cada valor de “B” haverá um valor de “H” correspondente. Assim, pode-se escrever também que: mAEBH / (3.2) 3.3.2 Definição de Força Magnetomotriz Foi visto anteriormente que: l iNinH Desta forma, pode-se escrever também que: iNlH Define-se como força magnetomotriz, o produto “ lH ” ou o produto “ iN ”, então: AEiNlHF (3.3) Onde: F= Força magnetomotriz (ou simplesmente f.m.m.). Esta definição é realizada como uma analogia à força eletromotriz nos circuitos elétricos. Tal correspondência será analisada no item seguinte. 3.4 ANALOGIA ELETROMAGNÉTICA 3.4.1 Introdução Seja o circuito elétrico da figura 3.6 a seguir. Figura 3.6 – Circuito Elétrico Para este circuito elétrico podem ser escritas as seguintes equações: iRe Sendo: A L A LR E ainda, L AG Onde: e Força eletromotriz (f.e.m.) R Resistência elétrica total do circuito; G Condutância elétrica total do circuito; i Corrente elétrica que passa pelo circuito elétrico; L Comprimento total do condutor; ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 3 A Área da seção reta transversal do condutor; Resistividade elétrica do material utilizado como condutor; Condutividade elétrica do material utilizado como condutor. Seja agora o circuito magnético apresentado à figura 3.7: Figura 3.7 – Circuito Magnético Na figura 3.7, tem-se que: F Força magnetomotriz (f.m.m.); N Número de espiras da bobina; i Corrente que circula na bobina; Fluxo magnético que “circula” pelo núcleo. Observando as figuras 3.6 e 3.7, pode-se concluir que: enquanto no circuito elétrico circula uma corrente elétrica “i”, no circuito magnético “circula” um fluxo magnético “ ”. Por outro lado, no circuito elétrico existe uma fonte de força eletromotriz “e” e no circuito magnético existe uma fonte de força magnetomotriz “F”. Portanto, pode-se fazer a seguinte analogia entre os dois circuitos: i e F Para o circuito magnético, pode-se escrever que: iNlHF lAl BlHF A lF (3.4) No circuito elétrico, pode-se escrever que: iRe A L A LR i A Le (3.5) Comparando as equações (3.4) e (3.5), pode- se observar uma analogia entre os seguintes termos: A LR e A l A primeira relação corresponde à resistência (R) do circuito elétrico. A segunda, portanto, corresponderia a uma certa “resistência” do circuito magnético. Através desta analogia, define-se: 1 HAlRe (3.6) Onde: Re Relutância magnética do núcleo ou do circuito magnético. Desta forma pode-se escrever que: eRF (3.7) Onde (3.7) é uma equação análoga à lei de Ohm no circuito elétrico. Por outro lado, o inverso da relutância magnética é definido como sendo a permeância magnética (Pe), de forma análoga a condutância (G) no circuito elétrico. Desta forma, pode-se escrever que: Hl A R P e e 1 (3.8) 3.4.2 Cálculo da Indutância do Circuito Magnético Sabe-se que: iLN Onde: Fluxo enlaçado ou concatenado; L Indutância da bobina. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 4 Portanto: i N i L Mas como, N lHiiNlH E ainda, AB Vem: lH ABNN lH ABN i NL 2 Mas, HB Assim, l ANL 2 Como, A lRe Tem-se que: HPN R NL e e 2 2 (3.9) 3.4.3 Resumo da Analogia Eletromagnética A seguir será apresentada uma tabela com o resumo das principais analogias verificadas entre os circuitos elétricos e magnéticos. Circuito Elétrico Circuito Magnético i = Corrente Elétrica (A) = Fluxo Magnético (Wb) e = Força Eletromotriz (V) Fmm = Força Magnetomotriz (Ae) R = Resistência Elétrica () Re = Relutância Magnética (Ae/Wb) G = Condutância (S) Pe=Permeância (Wb/Ae) = Condutividade (A/Vm) = Permeabilidade (Wb/Am) E=Ri (Lei de Ohm) F=Ni=Re i = 0 (Lei de Kirchhoff) = 0 A LR , L AG A lRe , l APe Tabela 3.1 – Resumo da Analogia Eletromagnética 3.4.4 Circuito Elétrico Análogo Um circuito elétrico simples pode ser representado de forma esquemática conforme a figura 3.8 a seguir. Figura 3.8 – Representação Esquemática de um Circuito Elétrico Seja agora um circuitomagnético como aquele apresentado na figura 3.9 a seguir. Figura 3.9 – Circuito Magnético Através da analogia com o circuito elétrico, o circuito magnético anterior pode ser representado por um circuito elétrico análogo, conforme ilustra a figura 3.10 a seguir. Figura 3.10 – Circuito Elétrico Análogo A analogia é utilizada para melhorar a compreensão e maior facilidade na solução dos circuitos magnéticos. 3.4.5 Efeitos da Saturação Seja a curva de saturação ou magnetização da figura 3.11 a seguir. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 5 Figura 3.11 – Curva de Saturação Como pode ser observado na figura (3.11) anterior, as permeabilidades dos pontos (1) e (2) são diferentes. Assim, pode-se concluir que a saturação afeta: a) A permeabilidade magnética do material (); b) A permeância (Pe) ou a relutância (Re) do circuito magnético; c) A indutância (L) da bobina ou do circuito elétrico. Vale lembrar que: l APe A lRe eR NL 2 3.5 CIRCUITOS MAGNÉTICOS SÉRIE Um circuito magnético série é aquele em que o fluxo magnético é o mesmo em todas as suas pernas. Este tipo de circuito magnético pode ser dividido em: a) Circuito magnético série homogêneo: quando as áreas das seções retas transversais de todas as pernas do núcleo forem iguais. A figura 3.12 a seguir ilustra esta condição. Figura 3.12 – Circuito Magnético Série Homogêneo Da figura 3.12, tem-se: AAAAA 4321 4 4 3 3 2 2 1 1 A B A B A B A B BBBBB 4321 b) Circuito magnético série não- homogêneo: quando pelo menos uma das áreas das seções retas transversais for diferente das demais. A figura 3.13 a seguir ilustra esta condição. Figura 3.13 – Circuito Magnético Série Não Homogêneo Da figura 3.13, tem-se que: 4321 AAAA 4 4 3 3 2 2 1 1 A B A B A B A B 4321 BBBB Para os circuitos magnéticos das figuras 3.12 e 3.13, pode ser desenvolvido o circuito análogo equivalente apresentado à figura 3.14 a seguir: Figura 3.14 – Circuito Elétrico Análogo Da figura 3.14, tem-se que: 4321 eeee RRRRF ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 6 Chamando, 4321 eeeee RRRRR TOTAL Vem, TOTALe RF Portanto, pode-se desenvolver o circuito elétrico análogo equivalente apresentado na figura 3.15 a seguir. Figura 3.15 – Circuito Elétrico Análogo Considere agora o circuito magnético da figura 3.16 a seguir. Figura 3.16 – Circuito Magnético Série Onde: lllll 4321 Sendo “l” sendo a linha média do circuito. Através da analogia eletromagnética pode-se desenvolver o circuito elétrico análogo à figura 3.17 a seguir. Figura 3.17 – Circuito Elétrico Análogo Conforme desenvolvimento anterior pode-se escrever que: TOTALe RF Ou de uma forma mais geral: n k eTOTAL RF 1 (3.10) Da equação 3.6, tem-se que: 1 HAlRe Ou ainda, kk k e A lR k Levando em 3.10, obtém-se: n k kk k A lF 1 (3.11) Mas, A B Ou ainda, k k A B Em (3.11), vem: n k k k k lBF 1 Como, HB Ou ainda, k k k BH Obtém-se finalmente que: n k kk lHF 1 (3.12) Ou seja, iNlHlHlHlHF ....44332211 Ou ainda, iNFFFFF ....4321 ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 7 As intensidades de campo magnético: H1, H2, H3, H4,...,Hn são determinadas através das curvas de magnetização dos materiais, respectivamente para B1, B2, B3, B4,..,Bn. 3.5.1 Tipos de Problemas Existem basicamente dois tipos de problemas de cálculo de circuitos magnéticos, a saber: a) Determinar o valor da corrente “i” injetada na bobina, necessária para produzir um determinado fluxo magnético “” no núcleo; b) Determinar o valor do fluxo magnético “”, no núcleo, produzido por uma dada corrente “i” na bobina. O primeiro tipo de problema é de solução muito simples (solução direta), já o segundo tipo requer uma solução iterativa mais trabalhosa. A seguir serão apresentados exemplos práticos dos dois tipos de problemas citados. 3.5.2 Exemplos Exemplo 1 Seja o circuito magnético serie não- homogêneo apresentado à figura 3.18 a seguir: Figura 3.18 – Circuito Magnético – Exemplo 1 Sabendo que: Espessura do Núcleo = 8 cm, N = 300 espiras (número total de espiras da bobina), = 0,0064 Wb (fluxo magnético no núcleo). Determinar a força magnetomotriz “F” e a corrente “i” injetada na bobina. As medidas na figura 3.18 são dadas em centímetros. Considerar a curva 1 de magnetização, do anexo 1. Solução: Cálculos Iniciais: O circuito magnético da figura 3.18 pode ser dividido em 2 partes (de seções iguais). Para estas partes podem ser calculados os comprimentos das linhas médias e as áreas das seções retas transversais do núcleo, ou seja: Parte 1 L1 = (05 + 30 + 04) x 02 + (05 + 22 + 05) = 110 cm, L1 = 1,10 m. A1 = 10 x 8 = 80 cm2, A1 = 0,0080 m2 Parte 2 L2 = 05 + 22 + 05 = 32 cm, L2 = 0,32 m. A2 = 08 x 08 = 64 cm2, A2 = 0,0064 m2. Circuito Elétrico Análogo O circuito magnético da figura 3.18 pode ser representado pelo circuito elétrico análogo da figura 3.19 a seguir. Figura 3.19 – Circuito Elétrico Análogo – Exemplo 1 Da figura 3.19 tem-se que: 21 ee RRF Ou ainda, 21 FFF Vale lembrar que: lHF Portanto, 111 lHF 222 lHF ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 8 Tabela de Valores Considerando os dados fornecidos e através das expressões anteriormente apresentadas, é possível montar a tabela de valores (3.5) a seguir. Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0064 0,0080 0,8 620 1,10 682 2 0,0064 0,0064 1,0 900 0,32 288 Tabela 3.2 – Tabela de Valores No desenvolvimento da tabela 3.2, considerou- se que: a) No circuito magnético série, o fluxo magnético é o mesmo em todas as partes. Portanto: Wb 0064,01 b) As áreas das seções retas transversais (A1 e A2) e os comprimentos das linhas médias (l1 e l2) foram determinados no item “cálculos iniciais”; c) Os valores B1 e B2 são determinados através da expressão: A B d) Os valores H1 e H2 são obtidos através da curva de saturação do material, para B1 e B2 respectivamente. Obs.: A curva de magnetização do material é apresentada no anexo 1 (curva 1). e) Os valores F1 e F2 são determinados através da seguinte expressão: lHF Determinação da Corrente A corrente “i” da bobina pode ser determinada da seguinte forma: 21 FFF Logo, AeF 970288682 Como, iNF Vem, A N Fi 233,3300 970 Determinação de outros Valores Da tabela podem ser extraídos diversos valores como: As relutâncias das diversas partes do núcleo magnético; As permeâncias das diversas partes do núcleo; A relutância equivalente do circuito magnético; As permeabilidades magnéticas absolutas e relativas das diversas partes; O fluxo enlaçado com a bobina; A indutância (L) da bobina. Fica como exercício para o leitor, a determinação destas grandezas. Exemplo 2 Para o mesmo circuito magnético do exemplo 1 anterior, determine o valor do fluxo magnético correspondente a uma corrente de 6,667 A na bobina. Solução: CálculosIniciais No exemplo 1, foram determinadas as áreas das seções e os comprimentos das linhas médias do núcleo. Foi desenvolvido também o circuito elétrico análogo. Sabe-se que: iNF Como, i = 6,667 A e N = 300 espiras Vem, AeF 2000667,6300 Circuito Elétrico Análogo A figura 3.20 a seguir apresenta o circuito elétrico análogo correspondente. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 9 Figura 3.20 – Circuito Elétrico Análogo – Exemplo 2 Admitindo por hipótese que: F1=1000 Ae, é possível desenvolver a tabela de valores (3.3) do item a seguir. Tabela de Valores – 1ª iteração Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0080 0,0080 1,00 909 1,10 1000 2 0,0080 0,0064 1,25 1600 0,32 512 Tabela 3.3 – Tabela de Valores A força magnetomotriz total (F) é igual a soma das parcelas F1 e F2, portanto; ][ 1512512100021 AeFFF Este valor (1512 Ae) está abaixo do valor real da força magnetomotriz total, ou seja, 2000 Ae. Desta forma, uma nova hipótese se faz necessária. Admitindo por hipótese que: F1 = 1400 Ae, pode-se desenvolver a tabela de valores (3.4) a seguir. Tabela de Valores – 2ª iteração Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0093 0,0080 1,16 1273 1,10 1400 2 0,0093 0,0064 1,45 3000 0,32 960 Tabela 3.4 – Tabela de Valores A força magnetomotriz total (F) é igual a soma das parcelas F1 e F2, portanto; ][ 2360960140021 AeFFF Este valor (2360 Ae) está acima do valor real da força magnetomotriz total, ou seja, 2000 Ae. Desta forma, uma nova hipótese se faz necessária. Admitindo agora F1 = 1250 Ae, pode-se desenvolver a tabela de valores (3.5) a seguir. Tabela de Valores – 3ª iteração Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0089 0,0080 1,11 1136 1,10 1250 2 0,0089 0,0064 1,39 2300 0,32 736 Tabela 3.5 – Tabela de Valores Somando F1 e F2 obtém-se: F = 1986 Ae. Este valor está muito próximo do valor real de 2000 Ae. Portanto, pode-se dizer que o fluxo magnético no núcleo vale 0,0089 Wb. Outros Valores Obtidos da Tabela Da tabela 3.5 podem ser obtidas inúmeras outras grandezas, conforme sugerido no exemplo 1 anterior. Alguns destes possíveis resultados são apresentados a seguir. 0,0089 (Wb) ReT 223147 (H-1) Re1 140450 (H-1) L 0,4033 (H) Re2 82697 (H-1) Tabela 3.6 – Outros Valores Obtidos O leitor deve comparar os resultados obtidos nos dois exemplos dados e verificar os efeitos causados pela não-linearidade do circuito magnético. 3.6 CIRCUITOS MAGNÉTICOS PARALELOS Em um circuito magnético paralelo, existem “nós” de bifurcação para o fluxo magnético. A figura 3.21 a seguir apresenta uma configuração típica. Figura 3.21 – Circuito Magnético Paralelo Para este circuito magnético, pode-se desenvolver o circuito elétrico análogo apresentado na figura 3.22. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 10 Figura 3.22 – Circuito Elétrico Análogo Da figura 3.22, tem-se: 321 Tem-se também, 21 2121 ee RRFFF 31 3131 ee RRFFF Portanto, podemos admitir que, 32 FF De onde retiramos: 3322 lHlH Considere agora o núcleo magnético apresentado à figura 3.23 a seguir. Figura 3.23 – Circuito Magnético Paralelo com Bobina Central Da figura anterior, tem-se que: 312 Considerando a simetria do núcleo, 2 2 31 Por analogia, pode-se desenvolver o circuito elétrico análogo da figura 3.24 a seguir. Figura 3.24 – Circuito Elétrico Análogo Da figura 3.24, pode-se escrever que: 3221 FFFFF E portanto, 31 FF Exemplo 3 Determinar o valor da corrente “i” na bobina do circuito magnético da figura 3.25, a seguir, tal que 3= 0,005 Wb. Para o material ferromagnético do núcleo, considere a curva 1 de magnetização, apresentada no anexo 1. Figura 3.25 – Circuito Magnético – Exemplo 3 Os dados referentes às dimensões do núcleo podem ser obtidos da tabela 3.7 a seguir. Parte A (m2) L (m) 1 0,0090 0,56 2 0,0032 0,26 3 0,0045 0,51 N = 300 espiras Tabela 3.7 – Dados do Exemplo 3 Solução: Cálculos Iniciais Os comprimentos das linhas médias, bem como as áreas das seções retas transversais ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 11 do núcleo magnético, estão relacionados à tabela 3.7, dada anteriormente. Circuito Elétrico Análogo Para o circuito magnético dado, pode-se desenvolver o circuito elétrico análogo apresentado à figura 3.26 a seguir. Figura 3.26 – Circuito Elétrico Análogo Da figura anterior, tem-se que: 321 3121 FFFFF 32 FF 11 1 eRF 22 2 eRF 33 3 eRF Tabela de Valores: Considerando os dados da tabela 3.7, e Wb005.03 , pode-se desenvolver a tabela de valores a seguir. Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0094 0,0090 1,044 980 0,56 549 2 0,0044 0,0032 1,375 2254 0,26 586 3 0,0050 0,0045 1,111 1150 0,51 586 Tabela 3.8 – Tabela de Valores – Exemplo 3 Obs.: Na elaboração da tabela anterior, considerou-se a curva 1 de magnetização apresentada no anexo 1. Da tabela 3.8, tem-se que: ][ 113558654921 AeFFF Como iNF ][783.3300 1135 A N Fi Cálculos Adicionais Propostos Fica para o leitor, a título de exercício, calcular os valores das relutâncias e permeâncias do circuito magnético dado, bem como o valor da indutância da bobina. As respectivas respostas são apresentadas a seguir. Re1 58404 (H-1) Pe1 1,7122x10-5 (H) Re2 133182 (H-1) Pe2 7,5080x10-6 (H) Re3 117200 (H-1) Pe3 8,5320x10-6 (H) ReT 120744 (H-1) PeT 8,2810x10-6 (H) L 0,7454 (H) Tabela 3.9 – Dados finais do Exercício 3 3.7 GAPs E ENTREFERROS A figura 3.27 a seguir apresenta um exemplo típico de introdução de gap em um circuito magnético. Figura 3.27 – Circuito Magnético Série com Gap Os gaps ou entreferros são muitas vezes utilizados em circuitos magnéticos no sentido de: a) Possibilitar certa linearização da curva de saturação; b) Possibilitar acesso físico ao fluxo em um núcleo magnético. 3.7.1 Espraiamento A introdução de gaps em circuitos magnéticos, como aquele apresentado à figura 3.27, causa certa dispersão do fluxo magnético pelo ar, no local onde este gap foi colocado. Este fenômeno é chamado de “espraiamento” do fluxo magnético e seu efeito pode ser verificado através da figura 3.28 a seguir. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 12 Figura 3.28 – Espraiamento do fluxo Magnético em um Gap Muitas vezes, o efeito do espraiamento é considerado nos cálculos de circuitos magnéticos através de um acréscimo da área correspondente à seção reta transversal no gap. Desta forma, se a área correspondente ao material ferromagnético for “A”, considera- se como área da seção reta transversal do gap (Ag), a relação: AkAg (3.13) Onde: k = Fator de acréscimo correspondente ao espraiamento (por exemplo: k = 1,05 elevação de 5% na área). É importante deixar claro que esta forma de representação do espraiamento, nos cálculos, constitui uma aproximação. 3.7.2 Efeito da Dispersão A introdução de gaps ou entreferros provoca a elevação da relutância total equivalente de um núcleo magnético. Em outras palavras pode-se dizer que: os gaps dificultam a “circulação” do fluxo magnético. Desta forma, haverá uma maior tendência de formação de fluxo de dispersão no ar, nas extremidades da bobina (cabeças de bobina), como pode ser observadoà figura 3.29 a seguir. Figura 3.29 – Efeito da Dispersão em um Núcleo com Gap Pode-se concluir, portanto que: quanto maior for o gap, maior será a relutância do núcleo magnético e consequentemente maior será o fluxo de dispersão pelo ar. 3.7.3 Cálculo da Relutância do Gap Da equação 3.6, tem-se que: A lRe Para o gap, pode-se escrever que: gg g ge A l R Onde: ge R = Relutância magnética do gap; gl = Comprimento do gap; g = Permeabilidade magnética do gap; Ag = Área da seção reta transversal do gap. Como a permeabilidade magnética do ar (e portanto do gap) é praticamente igual à permeabilidade magnética do vácuo, pode-se escrever que: g g ge A l R 0 (3.14) Exemplo 4 Seja o circuito magnético da figura 3.30 a seguir. Figura 3.30 – Circuito Magnético do Exemplo 4 Determinar o valor da corrente “i” na bobina do circuito magnético, tal que = 0,0064 Wb, espessura do Núcleo = 8 cm, N = 300 espiras ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 13 (número total de espiras da bobina), Gap = 0,1 cm. Obs: Considerar todas as medidas da figura 3.30 em centímetros; Utilizar a curva de saturação 1 do anexo 1; Observar que a única diferença do circuito magnético da figura 3.30, para o circuito magnético do exemplo 1, é exatamente o gap ou entreferro. Solução: Cálculos Iniciais O circuito magnético da figura 3.30 pode ser dividido em 3 partes: duas para o material ferromagnético e uma para o gap. Para estas partes podem ser calculados os comprimentos das linhas médias e as áreas das seções retas transversais do núcleo, ou seja: Parte 1 – Material Ferromagnético 1l = (5 + 30 + 4) x 2 + (5 + 22 + 5) = 110 cm 1l = 1,10 m 1A = 10 x 8 = 80 cm2 1A = 0,0080 m2 Tabela 3.10 – Medidas da Parte 1 do Circuito Magnético da Figura 3.30 Parte 2 – Material Ferromagnético 2l = (5 + 22 + 5) – 0,1 = 31,9 cm 2l = 0,319 m 2A = 8 x 8 = 64 cm2 2A = 0,0064 m2 Tabela 3.11 – Medidas da Parte 2 do Circuito Magnético da Figura 3.30 Parte 3 – Entreferro 2l = 0,1 cm 2l = 0,001 m 2A = 8 x 8 = 64 cm2 2A = 0,0064 m2 Tabela 3.12 – Medidas da Parte 3 do Circuito Magnético da Figura 3.30 Circuito Elétrico Análogo O circuito magnético da figura 3.30 pode ser representado pelo circuito elétrico análogo da figura 3.31 a seguir. Figura 3.31 – Circuito Elétrico Análogo Da figura 3.31, tem-se que: 321 eee RRRF Ou ainda, 321 FFFF Vale lembrar também que; lHF Portanto, 111 lHF 222 lHF 333 lHF Tabela de Valores: Considerando os dados fornecidos e calculados, e através das expressões anteriormente apresentadas, pode-se desenvolver a tabela de valores a seguir. Parte (Wb) A (m2) B (T) H (Ae/m) L (m) F (Ae) 1 0,0064 0,0080 0,8 620 1,10 682 2 0,0064 0,0064 1,0 900 0,32 288 3 0,0064 0,0064 1,0 795775 0,001 796 Tabela 3.13 – Tabela de Valores – Exemplo 4 No desenvolvimento da tabela 3.13, considerou-se que: a) No circuito magnético série, o fluxo magnético é o mesmo em todas as partes. Portanto: Wb 0064,0321 ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 14 b) As áreas das seções retas transversais (A1, A2, A3) e os comprimentos das linhas médias (l1, l2, l3) foram determinadas no item “cálculos iniciais”. c) Os valores B1, B2 e B3 são determinados através da expressão: A B d) Os valores H1 e H2 são obtidos através da curva de saturação do material, para B1 e B2 respectivamente. Obs.: Na elaboração da tabela anterior, considerou-se a curva 1 de magnetização apresentada no anexo 1. e) A intensidade de campo magnético no gap (H3) é determinada através da seguinte expressão: 7 0 3 3 104 0,1 BHH g f) Os valores F1, F2 e F3 são determinados da seguinte forma: lHF Determinação da Corrente Para a determinação da corrente “i” na bobina, deve-se considerar que: ][ 1766796288682321 AeFFFF ][ 887,5300 1766 A N Fi Determinação de outros Valores Da tabela 3.13, podem ser extraídos outros valores como: As relutâncias das diversas partes do núcleo; As permeâncias das diversas partes do núcleo; A relutância equivalente do circuito magnético; As permeabilidades magnéticas absolutas e relativas das diversas partes; O fluxo enlaçado com a bobina; A indutância (L) da bobina. Fica como exercício para o leitor, a determinação destas grandezas. Observações: Considere a tabela 3.14 a seguir, onde é realizada uma comparação dos valores obtidos nos exemplos 1 e 4. Variável Exemplo 1 Exemplo 4 (Wb) 0,0064 0,0064 i (A) 3,233 5,887 ReT (H-1) 151563 275938 L (H) 0,594 0,326 Tabela 3.14 – Comparação dos Resultados com e sem Gap Pode-se observar que a inserção do gap elevou a relutância equivalente do circuito magnético de 151563 H-1 para 275938 H-1. Com este novo valor de relutância, para se obter o mesmo fluxo magnético no núcleo, ou seja, 0,0064 Wb, foi necessária uma elevação no valor da corrente de 3,233 A para 5,887 A. Evidentemente que a qualidade magnética do núcleo diminui com a inserção do gap, este fato pode ser observado através da indutância (L), que passou de 0,594 H para 0,326 H. 3.8 CURVAS DE SATURAÇÃO Considere a característica B = f(H) da figura 3.32 a seguir. Figura 3.32 – Característica B = f (H) Esta característica B = f (H) é na verdade uma curva de saturação que determina a propriedade do material ferromagnético em termos de sua permeabilidade magnética (µ). Pode ser chamada, portanto, de curva de ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 15 saturação ou curva de magnetização do material ferromagnético. Por outro lado, sabe-se que: AB e FiNlH Portanto, através de mudanças de escalas, a característica da figura 3.32 pode ser alterada para aquela desenvolvida à figura 3.33 a seguir. Figura 3.33 – Característica = f (F) Esta nova característica Ff é na verdade uma curva de saturação que determina a propriedade do núcleo magnético em termos de sua permeância magnética (Pe) ou relutância magnética (Re). Pode ser chamada, portanto, de curva de saturação ou curva de magnetização do núcleo magnético. Sabe-se também que: N e iNf Portanto, através de novas mudanças de escalas, as características das figuras 3.32 e 3.33 podem ser alteradas para aquela desenvolvida à figura 3.34 a seguir. Figura 3.34 – Característica = f (i) Esta característica if é na realidade uma curva de saturação que determina a propriedade da bobina em termos de sua indutância (L). Pode ser chamada, portanto, de curva de saturação da bobina. As três curvas anteriormente apresentadas HfB , Ff , if ), podem ser representadas em uma única característica, considerando apenas as mudanças de escalas das ordenadas e abscissas. Este fato pode ser verificado na figura 3.35 a seguir. Figura 3.35 – Curva de Saturação Na figura 3.35, tem-se que: B = f(H) Característica do material; = f(F) Característica do núcleo magnético; = f(i) Característica da bobina. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 16 3.9 PERGUNTAS PROPOSTAS Responda as seguintes perguntas: 1) Por que são utilizados materiais ferromagnéticos na confecção de circuitos ou núcleos magnéticos? 2) O que é o efeito da dispersão? Quando ele deve ser considerado? 3)O que é a força magnetomotriz? Faça uma analogia com os circuitos elétricos. 4) O que são os circuitos elétricos análogos? Onde são utilizados? Por quê? 5) Quais são os respectivos análogos elétricos das seguintes grandezas magnéticas: , F, Re, Pe, µ? 6) O que é relutância de um circuito magnético? Qual é a sua unidade? 7) O que é permeância de um circuito magnético? Qual é a sua unidade? 8) Qual é a relação entre permeância e indutância? 9) Dada a área da seção reta transversal de um núcleo magnético série e homogêneo, e conhecido o fluxo magnético que atravessa a mesma, como seriam determinadas: a indução magnética no núcleo (B); a intensidade de campo magnético (H)? 10) Quais são as unidades usuais de “B” e “H”? 11) Quais são as características dos seguintes circuitos magnéticos? a) Circuito magnético série uniforme; b) Circuito magnético série não- uniforme; c) Circuito magnético paralelo uniforme; d) Circuito magnético paralelo não- uniforme; 12) Que tipo de cálculo de circuito magnético é mais trabalhoso? a) Dado um fluxo magnético “”, determinar a corrente necessária para produzi-la; b) Dada uma corrente “i”, determinar o fluxo magnético produzido pela mesma? Por quê? 13) Faça um análogo magnético das leis de Kirchhoff das tensões e correntes. 14) Os circuitos magnéticos devem ser tratados como lineares ou não-lineares? Por quê? 15) Quais são as dificuldades encontradas nos cálculos de circuitos não-lineares? Dê exemplos. 16) O que são gaps ou entreferros em um circuito magnético? Por que são utilizados? 17) Qual é o significado do espraiamento em um gap? De que forma seu efeito é considerado no cálculo de um núcleo magnético? 18) Qual é a relação entre a relutância de um gap e a relutância do material ferromagnético que constitui um núcleo? Explique. 19) Qual é o significado de cada uma das seguintes relações: B = f(H) = f(F) = f(i) Que grandezas representam? 20) Dê as unidades usuais das seguintes grandezas: a) Indutância; b) Permeabilidade magnética; c) Condutância; d) f.m.m.; e) f.e.m. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 17 3.10 EXECÍCIOS PROPOSTOS Resolva os seguintes exercícios: 1) Considere o seguinte circuito magnético: Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 10 cm, N = 500 espiras, Medidas na figura em centímetros. Determinar: a) O Valor da força magnetomotriz necessária para produzir um fluxo de 0,006 Wb; b) O valor da corrente correspondente; c) O valor da indutância “L” da bobina; d) A permeância total do circuito magnético; e) A permeabilidade magnética de cada parte do circuito magnético. Obs.: Considerar a curva de saturação anexa. 2) No circuito magnético do exercício anterior, determine o valor do fluxo magnético “” produzido por uma força magnetomotriz de 3000 Ae. 3) Considere o seguinte circuito magnético: Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 8 cm, N = 1000 espiras, Espraiamento no gap = 10% Medidas na figura em centímetros. Determinar o valor da corrente “i” que produz um fluxo magnético de 0,001 Wb na coluna direita do núcleo. Considerar para o material ferromagnético a curva de saturação anexa. 4) Refazer o exercício anterior considerando o circuito magnético sem o entreferro. 5) Faça uma análise comparativa dos resultados obtidos nos exercícios 3 e 4 anteriores. 6) No circuito magnético a seguir, determinar a indutância da bobina e o fluxo enlaçado com a mesma. Dados do Exercício: i = 5 A, N = 500 espiras, 1= 0,002 Wb, 3=0,003 Wb, L1 = 0,6 m, L2 = 0,4 m. Obs.: O núcleo foi elaborado com o material da curva de saturação anexa. 7) Considere o seguinte circuito magnético: Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 10 cm, N = 1000 espiras, =0,015 Wb, 1gl =0,10 cm e 2gl = 0,15 cm, dl=150 cm e de=180 cm. De posse dos dados acima, determinar: ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 18 a) A força magnetomotriz necessária para produzir o fluxo “”; b) A corrente “i” da bobina; c) A permeância total do circuito magnético; d) A indutância da bobina. Obs.: Considerar simetria dos gaps, espraiamento de 5% nos gaps de comprimento 2gl , para o material ferromagnético a curva de saturação anexa. 8) Considere o seguinte circuito magnético: Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 8 cm, i = 6,2 A, medidas na figura em centímetros. Sabendo-se que Wb 0056,03 , determinar o número de espiras da bobina. Obs.: O núcleo foi elaborado com o material da curva de saturação anexa. 9) Seja o seguinte circuito magnético toroidal, com gap e “N” espiras uniformemente distribuídas: Dados do Exercício: Espraiamento no Gap = 10%, N = 1000 espiras, gap = 12,0 x 10-7 H/m, gl = 1 mm, dl = 81,2 cm e de = 103,8 cm, Espiras justapostas. Desprezar o fluxo de dispersão e considerar o comprimento do arco equivalente à linha média do gap. De posse destes dados, determinar: a) A corrente necessária para produzir um fluxo de 0,012 Wb; b) As relutâncias equivalentes do ferro e do gap; c) A indutância da bobina. Obs.: Considerar a curva de magnetização anexa. 10) Considere o seguinte circuito magnético: Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 1 pol, i = 0,2 A, N = 1000 espiras. Medidas na figura em polegadas. Determinar o fluxo e a indução magnética em cada perna do circuito magnético. Desprezar os espraiamentos dos entreferros e os campos de dispersão. Supor que a permeabilidade relativa do ferro é tão alta que a força magnetomotriz do enrolamento está totalmente aplicada nos entreferros. Obs.: Desenvolva um circuito magnético equivalente. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 19 11) Refazer o exercício anterior, considerando agora a seguinte curva de magnetização para o material ferromagnético: 12) Na curva de magnetização anexa (curva 1), determinar o valor da permeabilidade magnética relativa para: a) B = 0,5 Wb/m2; b) B = 1,5 Wb/m2; c) H = 1400 AE/m; d) H = 3600 AE/m. 13) Considere o circuito magnético da figura a seguir, onde: i F N 18 26 6 10 10 202 Dados do Exercício: Espessura do Núcleo = 10 cm, espraiamento do núcleo = 20%, N = 1390 espiras. Medidas na figura em centímetros. Determinar: a) O circuito elétrico análogo; b) A corrente na bobina para que se obtenha um fluxo de 0,006 Wb no núcleo magnético; c) A indutância da bobina; d) A relutância total do circuito magnético. Obs.: Considerar simetria na coluna do núcleo onde está o gap; Para o material ferromagnético, considerar a curva de saturação (1) anexa; 3.11 BIBLIOGRAFIA [1] Milton Gussow, “Eletricidade Básica”, Coleção Schaum, Editora McGraw-Hill do Brasil, Ltda, 1985. (Cap. 9 - págs. 217 a 229); [2] Paul A. Tipler, “Física”, Volume 02a, Editora Guanabara Dois S.A., Segunda Edição, 1986. (Cap. 29 - págs. 803 a 819); [3] David Halliday e Robert Resnick, “Fundamentos de Física” , Parte 03 - Eletromagnetismo, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1991. (Cap. 34 - págs. 241 a 257); [4] L. Bessonov, “Applied Electricity for Engineers”, MIR Publishers - Moscow, 1973. (Cap. 3 - págs. 89 a 95); [5] Syed A. Nasar, “Máquinas Elétricas”, Coleção Schaum, Editora McGraw-Hill do Brasil, Ltda, 1984. (Cap. 1 - págs. 01 a 05); [6] Encyclopedia Britannica, “Magnetism”. ELE401 – Circuitos Magnéticos PEDRO PAULO DE CARVALHO MENDES / MAURICIO CAMPOS PASSARO/GUSTAVO LOPES 20