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PRINCÍPIOS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO O preparo cavitário, do ponto de vista terapêutico, é o tratamento biomecânico da cárie e de outras lesões dos tecidos duros do dente, de forma que as estruturas remanescentes possam receber uma restauração que os proteja, seja resistente e previna a reincidência de cárie. FORMA DE CONTORNO: Define-se a área de superfície do dente a ser incluída no preparo cavitário. FORMA DE RESISTÊNCIA: característica dada à cavidade para que as estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir às forças mastigatórias FORMA DE CONVENIÊNCIA: etapa que visa possibilitar a instrumentação adequada da cavidade e a inserção do material restaurador; FORMA DE RETENÇÃO: forma dada à cavidade para torná-la capaz de reter a restauração, evitando o seu deslocamento REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE: procedimento para remover toda a dentina cariada que permaneça após as fases prévias do preparo. ACABAMENTO DAS PAREDES E MARGENS DE ESMALTE: consiste na remoção dos prismas de esmalte fragilizados, pelo alisamento das paredes internas de esmalte da cavidade, ou no acabamento adequado do ângulo cavossuperficial. LIMPEZA DA CAVIDADE: remoção de partículas remanescentes das paredes cavitárias possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade completamente limpa. FORMA DE CONTORNO: MATERIAIS PERMANENTES. Segue princípios básicos como: todo o esmalte sem suporte dentinário friável deve ser removido, ou então, quando não friável, apoiado sobre um material adesivo calçador (resina composta ou cimento de ionômero de vidro); o ângulo cavossuperficial do preparo deve se localizar em área de relativa resistência à cárie, e que possibilite um correto acabamento das bordas da restauração; e por fim, devem ser observadas as diferenças de procedimentos para as cavidades de cicatrículas e fissuras e aquelas de superfícies lisas. Extensão da cárie: considerando que a cárie se propaga como dois cones superpostos pelas bases, na junção amelocementária, a forma de contorno deve englobar tanto a extensão superficial da cárie como a sua propagação ao longo dessa junção. Extensão de conveniência: a forma de contorno também deve se englobar todas as cicatrículas, fissuras e sulcos muito profundos e próximos à cárie para permitir um bom acabamento das bordas da restauração. As estruturas de reforço dos dentes, como as cristas marginais, pontes de esmalte, arestas e vertentes de cúspides, devem ser preservadas durante o preparo da cavidade a menos que tenham sido envolvidas pela cárie. Idade do Paciente: em pacientes idosos, nos quais as faces triturantes apresentam desgaste oclusal funcional acentuado e sulcos praticamente desaparecido, a forma de contorno deve se limitar à remoção do tecido cariado CAVIDADES DE SUPERFÍCIES LISAS Mais extensão do que em profundidades; determinação da forma de contorno, pois a cárie propaga-se como dois cones superpostos (ápice contra base), na JAD; O ângulo cavossuperficial da cavidade deve ser estendido até que seja encontrada uma estrutura sadia e o preparo possibilite um bom acabamento da margem da restauração; e o esmalte remanescente deve estar suportado por dentina sã. Fatores que influenciam: extensão para gengival: seria aquela que pode ser determinada o mais distante possível do tecido gengival. Facilitando procedimentos como: acabamento de margem, isolamento do campo operatório, a adaptação da matriz, remoção de excessos, moldagens, etc. Cáries e outros tipos de lesões: a parede gengival da cavidade poderá localizar-se supragengivalmente, ao nível da gengiva ou subgengivalmente. Em cavidades proximais originadas de cáries incipientes, a localização da parede gengival está correta, após a remoção de todo tecido cariado e a realização da extensão paragengival, houver uma separação da superfície proximal de 0,2 a 0,5 mm para amálgama e de 0,5 e 1,0 mm para restaurações fundidas. Pacientes jovens: a parede gengival localiza-se subgengivalmente, pois a papila gengival preenche quase todo o espaço interproximal; Pacientes adultos: a parede gengival localiza-se ao nível ou ligeiramente abaixo da gengiva marginal livre, porque já ocorreu recessão fisiológica. Pacientes idosos: a recessão é mais pronunciada, a parede gengival e pode e deve se localizar aquém da gengiva marginal livre. A separação da parede gengival com o dente vizinho pode ser conseguida com a planificação dos prismas de esmalte pela ação dos recortadores de margem gengival. As cavidades cariosas extensas ou em casos de lesões cervicais secundárias, infiltrações, restaurações defeituosas, a localização da margem gengival dependerá da remoção total do tecido cariado ou do material restaurador. Outros fatores ainda considerados: posição e saúde da área do col; papila interdentária, crista alveolar; relação entre a crista óssea alveolar e o limite gengival da lesão cariosa (distância biológica). Estética: na região ântero-superior da boca é muito importante e determina a localização subgengival do limite cervical das restaurações fundidas estéticas (cerca de 0,5 mm) Retenção: extensão para vestibular e lingual: o término do preparo deve ser estendido para áreas que facilitem o acabamento das bordas da restauração; Quando a cárie for incipiente, após sua remoção, as terminações vestibular e lingual da cavidade devem ser estendidas em direção das respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho. MATERIAIS SEMIPERMANENTES (RESINA COMPOSTA E CIMENTOS IONOMÉRICOS) Deve-se limitar o preparo cavitário à remoção da cárie e à formação das paredes cavitários. Ser o mais conservador o possível, principalmente quanto às extensões oclusal, vestibulolingual e gengival. FORMA DE RESISTÉNCIA -Princípios mecânicos pois os movimentos mandibulares dão origem a forças que podem provocar a fratura das paredes cavitárias ou do material restaurador. -Black diz que as paredes circundantes da caixa oclusal devem ser paralelas entre si e perpendiculares ao eixo longitudinal do dente às forças mastigatórias. - Para dentes com acentuado grau de inclinação das vertentes de cúspides, confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal a fim de permitir um maior volume de borda para a restauração; - O ângulo cavossuperficial ideal para cavidades é 90° ou 70º (amálgama) - Paredes vestibular e lingual da caixa proximal devem ser convergentes para oclusal; - Vista por O, as paredes V e L da caixa proximal devem formar um ângulo de 90º de forma a acompanhar os prismas dos esmaltes pela V é obtida pela curva reversa do hollemback, pela lingual não é necessário. - Para restaurações metálicas fundidas, as paredes V e L da caixa proximal devem ser divergentes no sentido G-O, A-P, em função da resistência de borda que o material apresenta e também como forma de conveniência; - No caso de irregularidades das paredes pulpar e axial convém que elas sejam regularizadas com bases protetoras adequadas; -O esmalte deve ficar apoiado em dentina hígida, a fim de evitar prismas sem suporte, e consequentemente friáveis que fraturem sob ação dos esforços mastigatórios; - Atenção a forma de resistência dos dentes despolpados em virtude da estrutura dental remanescente apresentar-se quebradiça; assim as cúspides devem ser reduzidas pelo preparo cavitário, coberta com material restaurador adequado; - O ângulo axio pulpar deverá ser arredondado para diminuir a concentração de esforços capazes de provocar a fratura do material restaurador, como por exemplo, o caso de amalgama em cavidade de classe II. FORMA DE RETENÇÃO -Todos os princípios que regem a forma de resistência são válidos para as formas de retenção; - Conformação do preparo cavitário; retenção adicionais, por atrito do material restaurador com as paredes e adesão química proporcionada pelos materiais adesivos; - Evitar o deslocamento da restauração por: 1) Ação das forças mastigatórias; 2) Tração por alimentos pegajosos; 3) Diferença do coeficiente de expansão térmica entre o material restaurador e a estrutura dentária; TIPO DE RETENÇÃO Retenção por atrito do material restaurador; Retenções mecânicas adicionais, como cauda de andorinha; sulcos, canaletas, orifícios para pinos, condicionamento ácido do esmalte e da dentina para resinas compostas. CAVIDADE SIMPLES: para amálgama, pode se aplicar o príncipio geral: “Quando a profundidade de uma cavidade for igual ou maior que sua largura vestíbulo-lingual, por si só ela será retentiva.” - Deverão ser providenciadas retenções mecânicas adicionais internas determinadas em dentina, na base das cúspides; - Devem ser preparadas as paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal; CAVIDADE COMPOSTAS E COMPLEXAS - Retenções individuais de cada caixa, existe uma interdependência entre elas. Indo conseguir a estabilidade da restauração; - Cauda de andorinha oclusal e sulcos proximais; -Inclinação das paredes vestibular e lingual da caixa proximal; - Sulcos proximais; - Pinos metálicos; - Dupla inclinação da parede cervical. FORMA DE CONVENIÊNCIA -Depende das propriedades do material restaurador; dos métodos empregados para confecção da restauração e da localização e extensão da lesão; - Tipos de forma de conveniência: isolamento do campo operatório; separação de dentes são usados para obtenção do controle de saliva ou sangramento gengival e retração da gengiva para melhor visibilidade e acesso ao campo a ser operado * caso seja necessário aumentar a extensão da cavidade, o acesso deve ser feito pela lingual. REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA REMANESCENTE Remoção da dentina cariada é concomitantemente com outras fases do preparo, caso haja cárie incipiente; e após fases prévias, somente uma porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no assoalho cavitário; preenche-se com uma base protetora; Quando a cárie for extensa e profunda, a remoção deverá ser feita antes da delimitação da forma de contorno. A progressão da carie em dentina: Área de dentina afetada: é a dentina desmineralizada mas não infectada, sem presença de micro-organismos; essa dentina pode ser preservada no ato operatório; Área da dentina infectada: é a dentina significativamente invadida por micro-organismos e que deve ser removida. ACABAMENTO DAS PAREDES E MARGENS DE ESMALTE É promover a remoção das suas irregularidades e prismas de esmalte sem suporte, friáveis e fragilizados deixados pela instrumentação inicial de forma a proporcionar a melhor adaptação marginal possível entre o material restaurador e a estrutura dental. As paredes internas de esmalte são alisadas e o ângulo cavossuperficial recebe um tratamento restaurador a ser empregado, poderá ser biselado ou vivo, porém deve ser nítido, liso, e uniforme. LIMPEZA DA CAVIDADE É a remoção de detritos deixados durante a instrumentação, tais como raspas de dentina e esmalte, bactérias, pequenos fragmentos abrasivos, óleo. Os detritos (smear layer) deixados sobre a superfície do preparo podem obliterar os canalículos dentinários récem-cortados; interferir na adaptação do material restaurador às paredes cavitárias, favorecendo a infiltração marginal, inflamação da polpa (pulpite). É empregado de jatos de água, e de ar, para livrá-la de partículas remanescentes do preparo. EX: solução de hidróxido de cálcio, hipoclorito de sódio, água oxigenada, clorixidina, agua de hidróxido de cálcio.
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