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REGULAR CARREIRAS JURÍDICAS CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Processual Civil Professor: Eduardo Francisco Aula: 02 | Data: 19/02/2018 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO TEORIA GERAL DO PROCESSO 1. Jurisdição 1.1. Princípio do Juiz Natural 1.2. Princípio da Territorialidade 1.3. Princípio da Indelegabilidade 1.4. Princípio da Indeclinabilidade 1.5. Princípio da Inevitabilidade 1.6. Princípio da Inafastabilidade 2. Jurisdição Voluntária 3. Competência 3.1. Jurisdição Nacional 3.1.1. Jurisdição Nacional Exclusiva 3.1.2. Jurisdição Nacional Concorrente 1. Jurisdição (Continuação) c) Una – Poder indivisível do Estado. d) Imparcial. e) Substitutiva – O juiz substitui as partes na solução do conflito. f) Definitiva – Gera coisa julgada material (Ação Civil Pública e Ação Popular improcedentes por falta de provas não gera coisa julgada, cautelar provisória). g) Declaratória do Direito da parte – Significa dizer que não cria, apenas reconhece direito já existente h) Criativa – Quanto à regra (As decisões de mérito criam a regra do caso concreto e também cria precedentes. i) Exercida mediante processo j) Não admite controle externo. Página 2 de 7 PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO: 1.1. Princípio do Juiz Natural Visa garantir um julgamento imparcial. O juiz não pode ser suspeito ou impedido, a CF veda tribunais de exceção (Anterioridade ao fato a ser julgado). A criação de vara nova especializada (que atrai processo antigo) não fere o princípio quando atinge todos os casos sobre o assunto. 1.2. Princípio da Territorialidade Também chamado de aderência ao território. Cada juiz exerce seu poder na sua comarca. Devido a esse princípio existem as cartas precatória e rogatória. Existem exceções em que o juiz pratica validamente atos fora da sua comarca. Exemplo: Citação nas comarcas contíguas ou contínuas, citação pelo correio, por edital ou por e-mail, penhora online. 1.3. Princípio da Indelegabilidade A jurisdição é indelegável. Exceções: Art. 102, I, M, CF – STF pode delegar a execução para o primeiro grau. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; CPC - O relator pode delegar a instrução (a colheita da prova) ao juízo de origem. 1.4. Princípio da Indeclinabilidade A jurisdição é indeclinável, o juiz não pode se recusar a julgar, é um dever do magistrado. 1.5. Princípio da Inevitabilidade Atua sobre as partes independentemente da concordância delas. Há uma exceção: se houver convenção de arbitragem. Página 3 de 7 1.6. Princípio da Inafastabilidade Conhecido como garantia de acesso à justiça. Nenhuma lesão ou ameaça a direito será afastada da apreciação do poder judiciário. Dessa inafastabilidade decorre duas regras: a) Toda decisão administrativa pode ser revista pelo Poder Judiciário. b) É possível ir direto ao Poder Judiciário (não é necessário antes percorrer as esferas administrativas). Existem duas exceções: Justiça Desportiva (Art. 217, § 1º da CF) e Reclamação por Violação à Súmula Vinculante por autoridade administrativa que pressupõe recurso administrativo ao superior hierárquico. Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Falsas Exceções: Habeas Data (exige prévio requerimento administrativo). STF decidiu que ações previdenciárias exigem prévia negativa do INSS, salvo quando notória a negativa. Na verdade, nessas duas situações o que se exige é o interesse de agir na faceta necessidade. 2. Jurisdição Voluntária Assunto que pode ser visto em uma visão antiga e em uma visão mais moderna. Doutrina clássica ou administrativista: jurisdição voluntária não é jurisdição, é atividade administrativa. É a administração de interesses privados pelo Poder Judiciário. Essa teoria usa como argumento as características de que não há lide, partes (e sim interessados) e processo (e sim procedimento). Alguns dizem que o juiz não decide, apenas homologa. Doutrina revisionista ou jurisdicionalista: é jurisdição. A única diferença é o objeto pois na jurisdição contenciosa o objeto em regra é um conflito (lide), já na voluntária não há conflito e sim interesse comum das partes em uma situação jurídica que só se aperfeiçoa com uma decisão. Página 4 de 7 O CPC ao tratar da jurisdição voluntária nos artigos 719 e seguintes: Permite que o juiz instaure de ofício alguns procedimentos Permite julgamento por equidade, ou seja, não exige legalidade estrita (artigo 723, § único, CPC); A Fazenda Pública será intimada sempre que tiver interesse; O MP só intervirá nas hipóteses do artigo 178, CPC. Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial, regem os procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes desta Seção. Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da providência judicial. Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Ministério Público, nos casos do art. 178, para que se manifestem, querendo, no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse. Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna. Art. 724. Da sentença caberá apelação. Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de: I - emancipação; II - sub-rogação; III - alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos; IV - alienação, locação e administração da coisa comum; V - alienação de quinhão em coisa comum; Página 5 de 7 VI - extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a condição resolutória; VII - expedição de alvará judicial; VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer natureza ou valor. Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos procedimentos regulados nas seções seguintes. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz; III - litígios coletivos pela posse de terra rural ouurbana. Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público. 3. Competência Artigos 21 a 25 e artigos 42 a 66, CPC. Competência é a medida ou o limite da jurisdição a ser exercida por cada um dos órgãos. É fixada com base em alguns critérios. Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Página 6 de 7 Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. Página 7 de 7 Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo. § 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 3.1. Jurisdição Nacional Artigos 21 a 25. 3.1.1. Jurisdição Nacional Exclusiva Artigo 23. Hipóteses em que só o Brasil pode exercer a jurisdição (soberania): I) Ação sobre imóveis no Brasil; II) Questões sucessórias, ou seja, inventário, partilha e testamento de bens no Brasil; III) Partilha de bens no Brasil em razão de divórcio, separação, anulação de casamento e união estável. 3.1.2. Jurisdição Nacional Concorrente Artigos 21 e 22. O Brasil decide, mas admite que outro país também decida. Hipóteses: I) Qualquer ação contra réu domiciliado no Brasil; II) Quando a ação versar sobre obrigação a ser cumprida no Brasil; III) Ação baseada em fato ou ato ocorrido no Brasil. IV) Ação de Alimentos em duas hipóteses: quando o credor for residente ou domiciliado no Brasil ou quando o réu tiver bens, rendas ou vínculo no Brasil; V) Ações de consumo quando o consumidor for residente ou domiciliado no Brasil; VI) Quando as partes expressa (foro de eleição internacional) ou tacitamente (através da prorrogação da competência – quando escolhido outro país, as partes ajuízam ação no Brasil e o réu não alega a incompetência) escolherem o Brasil.
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