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UNIDADE II
Fundamentos da Atividade Empresarial:
Regime Jurídico da Livre Iniciativa
Empresa
Empresário
Livros Comerciais
Estabelecimento Empresarial
Nome Empresarial
Propriedade Industrial
(continuação aula passada)
Observação apenas para conhecimento: Vale ressaltar que para fins penais, os livros mercantis se equiparam ao documento público (art. 297, § 2.°, Código Penal):
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Consequências para o empresário que não faz a escrituração do livro obrigatório, ou o escriture irregularmente. 
Impossibilidade de se requerer recuperação da empresa. Artigo 51, V, da Lei de Falências (n° 11.101/2005). 
O empresário pode ser condenado pela prática de crime falimentar, previsto no artigo 178 da Lei Falência (Lei 11.101/2005). (é uma sanção penal). Em sede de crimes falimentares existe uma condição objetiva de punibilidade, qual seja a sentença que decreta a falência ou que concede a recuperação judicial ou extrajudicial, ou seja, se tem sentença de falência decretada, o empresário que não escriturou seus livros incide em crime tipificado na lei de falência: (caí em prova)
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Não pode se beneficiar da eficácia probatória dos livros comerciais: (é uma sanção cível). Os livros empresariais possuem força probante, sendo em alguns casos usados para resolução do litígio relacionados ao exercício da atividade econômica, tais como: relações contratuais, o adimplemento ou inadimplemento de um contrato, uma fraude contábil etc. 
Sobre a força probatória dos livros empresariais, assim dispõe o artigo 378 do CPC: Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
Se o livro é prova contra o empresário que escriturou, independe de estarem corretamente escriturados.
Entretanto, para que os livros façam prova a favor do empresário é preciso que eles estejam regularmente escriturados. Observa-se a redação do artigo 379, CPC: Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.
O Código Civil é mais profundo, diz que a força probante do livro a favor do empresário, além da regularidade exige correspondência com as demais provas no processo: Se o conjunto probatório não corresponder com as informações do livro, o juiz irá atribuir valor relativo ao livro.
Artigo 226, do Código Civil: os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a favor pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.
Obrigação de Levantar Balanço Patrimonial e Resultado Econômico a Cada Ano (Art. 1.179 do CC) (pouco cobrado em prova):
O balanço é um reflexo do que consta dos livros em determinado período. 
O balanço pode ser ativo e passivo. 
Balanços, quais são obrigatórios? O empresário tem que escriturar dois balanços:
Balanço patrimonial; é o balanço que demonstra a situação patrimonial, levantamento do ativo e do passivo, do empresário em um determinado momento. Uma coluna com todos os ativos (créditos, bens, direitos), outra coluna com o passivo, daí demonstrará a situação patrimonial daquele momento. (artigo 1188, CC/2002)
Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas.
Balanço de resultado econômico: resultado econômico quer dizer a demonstração de lucros e prejuízos em determinado período. Demonstrará a evolução ou não em determinado período, demonstra se houve lucro ou prejuízo. (artigo 1189 CC/2002).
Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial.
 Sanções para o empresário descumpridor da obrigação de balanço: 
Ilegitimidade ativa para as recuperações;
Configuração de crime falimentar;
Na sociedade anônima a falta de balanço pode gerar a responsabilidade dos administradores, perante a SA se a falta de balanço gerar prejuízos. OBS. Só há previsão específica para a SA – pode ser responsabilizado pelos prejuízos decorrentes da falta de balanço. 
Guarda dos documentos: Em algumas provas, a guarda dos documentos, previsto no artigo 1.194 do Código Civil, está sendo cobrada como a quarta obrigação do empresário!
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
Irregularidade na Atuação Empresarial: 
Atuando de maneira irregular, sem cumprimento dos requisitos acima expostos – obrigações do empresário, recairão sobre a empresa mercantil ou ao empresário individual, implicações como:
Reconhecimento de Inatividade da empresa mercantil – com consequente cancelamento do registro:
É considerada inativa a firma individual ou a sociedade empresarial que, durante 10 (dez) anos consecutivos, não arquivar nenhuma alteração contratual ou não comunicar à Junta Comercial que segue em atividade. 
Como eleito, tem-se que, se for considerada inativa pela Junta Comercial, terá seu registro cancelado (art. 60 da Lei de Registro Público das Empresas Mercantis e atividades afins). Lei 8.934/1994.
Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição.
b) Sanções. 
1) O comerciante credor que não comprova sua regularidade não tem legitimidade ativa para requerer a falência de outro comerciante. Artigo 97. inciso IV c/c o §1.° c artigo 105 da Lei de Falências (n. 11.101/2005): 
2) O empresário irregular ou de fato não pode requerer a recuperação judicial ou extrajudicial. Artigo 48 caput e artigo 161 da Lei de Falências (n. 11.101/2005). 
3) Não pode participar de licitação.
4) Não podei obter CND – certidão negativa de débito.
5) Artigo 379 do Código de Processo Civil: os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.O comerciante que não escritura regularmente seus livros, além de os livros irregulares fazerem prova contra ele, não pode se valer da eficácia probatória em seu favor. Também não pode propor ação de verificação de contas para com base em seus livros, requerer a falência de outro comerciante.
6) Artigo 178 da nova Lei de Falências: considera-se crime falimentar a inexistência dos livros obrigatórios ou sua escrituração atrasada, lacunosa, defeituosa ou confusa.
7) Art. 990, CC: todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Dispositivos do Código de Processo Civil pertinentes à matéria: 
SeçãoV
Da Prova Documental
SubseçãoI
Da Força Probante dos Documentos
(...)
Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes.
Art. 380. A escrituração contábil é indivisível: se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros Ihe são contrários, ambos serão considerados em conjunto como unidade.
Art. 381. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo:
I - na liquidação de sociedade;
II - na sucessão por morte de sócio;
III - quando e como determinar a lei. (artigo 1191 do Código Civil)
Art. 382. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.

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