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A visão do Operário da Construção Civil Quanto À Ocorrência de Acidentes (TCC)

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‘ 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA 
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
MICAELLA CAVALCANTE SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISÃO DO OPERÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUANTO À 
OCORRÊNCIA DE ACIDENTES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feira de Santana 
2018 
‘ 
 
Micaella Cavalcante Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
A VISÃO DO OPERÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUANTO À 
OCORRÊNCIA DE ACIDENTES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Departamento de Tecnologia da Universidade 
Estadual de Feira de Santana, como requisito para 
obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientador: 
Prof. Esp. Sérgio Tranzillo França. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Feira de Santana 
2018 
‘ 
 
Micaella Cavalcante Silva 
 
 
 
A VISÃO DO OPERÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUANTO À 
OCORRÊNCIA DE ACIDENTES. 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora, para obtenção 
do título de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
Feira de Santana, 10 de dezembro de 2018. 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
 
________________________________________________ 
Prof. Esp. Sérgio Tranzillo França 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
________________________________________________ 
Prof. MSc. Cristovão César Carneiro Cordeiro 
Universidade Estadual de Feira de Santana 
 
________________________________________________ 
Prof. MSc. Eduardo Antônio Lima Costa 
Universidade Estadual de Feira de Santana - Aposentado 
 
 
 
 
‘ 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço a todos aqueles que foram cruciais no meu caminho até aqui. Aos 
meus pais, pelo apoio incondicional e incentivo durante todos esses anos. À minha 
irmã, também pelo apoio e por ser uma inspiração. 
Aos meus amigos, Alexandre, Giovanna e Karoline, por sempre terem me 
apoiado e incentivado. E ao meu amigo Allan, por além do apoio, ter contribuído com 
este trabalho ao me ajudar tantas vezes. 
Às minhas amigas da faculdade, Bruna, Keilla e Priscila, por estarem presentes 
desde o início e terem tido suas parcelas de contribuição para que eu chegasse até 
este momento. 
Ao professor Sérgio Tranzillo, pela orientação e, além disso, por ter sempre 
sido uma inspiração profissional. 
A todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho: as 
empresas e os profissionais que cederam de seu espaço e tempo. 
 
 
‘ 
 
RESUMO 
 
É fato que o setor da construção civil é conhecido pela responsabilidade de uma 
parcela significativa do número de acidentes de trabalho ocorridos. Em 2016, o setor 
foi responsável por 12% de todos os acidentes de trabalho que resultaram em óbitos. 
Observa-se, porém, que o conceito de acidente do trabalho, ainda é muito 
diversificado: a definição legal de acidente o restringe às lesões ou perturbações 
funcionais, no entanto, o conceito prevencionista indica que acidente é qualquer 
ocorrência que interfira no fluxo normal das atividades. Esse trabalho buscou, por meio 
de pesquisa em campo de caráter quantitativo, estudar o conceito de acidente do 
ponto de vista do operário e também verificar como e se os operários percebem os 
sintomas orgânicos relacionando-os aos acidentes sofridos. Além disso, foi avaliado 
como o conceito legal de acidente interfere nos resultados estatísticos, onde 
percebeu-se que os acidentes típicos que não geram lesões graves ou as doenças de 
trabalho podem acabar minorando esses dados. 
 
 
Palavras-chave: Construção civil, acidente de trabalho, segurança do trabalho. 
 
‘ 
 
ABSTRACT 
 
The construction industry is responsible for a large portion of the total number of work 
accidents. In 2016, the area was responsible for 12% of all work accidents that ended 
up in obits. Despite that, the concept of work accident is still very diversified: the legal 
definition of work accident restricts it to injuries or functional disturbances, however, 
the preventionist concept indicates that an accident is any occurrence that interferes 
in the regular flow of activities. For this paper to be made, a field quantitative research 
was developed, in which the objectives were to study the point of view of the 
construction industry worker about the concept of what it is an accident and to verify 
how and if the workers notice the organic symptoms relating them to work accidents. 
Furthermore, it was evaluated how the legal concept of accident interferes in the 
statistical, and it was noted that the work accidents that do not result in serious injuries 
or the work-related diseases may end up decreasing the statistics. 
 
 
Key-words: Civil construction, work accident, work safety. 
 
‘ 
 
LISTA DE APÊNDICES 
 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO............................................................... ............... 49 
APÊNDICE B – RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO................................. ............ .. 50 
 
 
‘ 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Filtro das atividades econômicas que compões a ICC ............................. 31 
Figura 2 - Diagrama representando a distribuição final de acidentes ........................ 42 
 
 
‘ 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 - Quantidade de operários que disse já ter sofrido um acidente ................ 36 
Gráfico 2 - Caracterização dos acidentes percebidos ............................................... 36 
Gráfico 3 - Quantidade de acidentes não percebidos ............................................... 37 
Gráfico 4 - Caracterização dos acidentes não percebidos ........................................ 38 
Gráfico 5 - Quantidade total de acidentes típicos ...................................................... 38 
Gráfico 6 - Quantidade de operários que apresentaram algum sintoma ................... 39 
Gráfico 7 - Distribuição por tipo de sintoma............................................................... 39 
Gráfico 8 - Quantidade de operários que procurou médico ....................................... 40 
Gráfico 9 - Total de acidentes somando todas as categorias .................................... 42 
Gráfico 10 - Total final de acidentes .......................................................................... 43 
 
 
 
‘ 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos ............... 27 
Quadro 2 - Número de acidentes por setor econômico ............................................. 29 
Quadro 3 - Distribuição de acidentes liquidados ....................................................... 31 
Quadro 4 - Quantidade total de acidentes com e sem CAT ...................................... 33 
Quadro 5 - Quantidade de acidentes, de acordo com cada classificação. ................ 34 
Quadro 6 - Distribuição quanto ao tempo de serviço ................................................ 35 
 
 
 
 
 
 
‘ 
 
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS 
 
AT 
AEAT 
AEPS 
CAT 
CIPA 
CLT 
CNAE 
DATAPREV 
EPC 
EPI 
IBGE 
ICC 
INSS 
MPS 
MT 
MTE 
NR 
NTEP 
SST 
 
 
Acidente de Trabalho 
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho 
Anuário Estatístico da Previdência Social 
Comunicação de Acidente de Trabalho 
Comissão Interna de Prevenção de Acidente 
Consolidação das Leis do Trabalho 
Classificação Nacional de Atividades Econômicas 
Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social 
Equipamento de Proteção Coletiva 
Equipamento de Proteção Individual 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
Indústria da Construção CivilInstituto Nacional do Seguro Social 
Ministério da Previdência Social 
Medicina do Trabalho 
Ministério do Trabalho e Emprego 
Norma Regulamentadora 
Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário 
Saúde e Segurança do Trabalho 
 
 
 
 
 
 
‘ 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14 
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14 
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 14 
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 15 
1.3 METODOLOGIA .................................................................................................. 15 
1.3.1 Revisão Bibliográfica ..................................................................................... 15 
1.3.2 Pesquisa de Campo ....................................................................................... 15 
1.3.3 Análise dos Resultados ................................................................................. 16 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 16 
2 VISÃO GERAL SOBRE A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO ................. 18 
2.1 OS CONCEITOS DE ACIDENTE ........................................................................ 18 
2.2 RISCOS OCUPACIONAIS .................................................................................. 19 
2.3 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................................ 20 
2.4 “E QUE ARTE EXERCE? “ – RAMAZZINI E OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE 
A AREA ..................................................................................................................... 22 
2.5 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E A CRIAÇÃO DAS NORMAS 
REGULAMENTADORAS .......................................................................................... 23 
2.5.1 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção .............................................................................................................. 25 
2.5.2 NR 35 – Trabalho em Altura ........................................................................... 26 
2.5.3 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) ...................... 26 
2.5.4 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI) ...................................... 27 
3 ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A SST ..................................... 29 
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 35 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS ..................................................................... 35 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................... 35 
4.3 ACIDENTES TÍPICOS......................................................................................... 36 
4.4 DOENÇAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO ................................................ 38 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 41 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46 
‘ 
 
APÊNDICES ............................................................................................................. 49 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................. 50 
APÊNDICE B – RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO ................................................ 51 
 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A Indústria da Construção Civil (ICC) abrange uma ampla parcela de serviços. 
De acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), podemos restringi-la às 
atividades tais como: incorporação de empreendimentos imobiliários; construção de 
edifícios, de rodovias e ferrovias, de obras de arte especiais; obras de urbanização, 
de construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto; demolição e 
preparação de canteiros de obras; perfurações e sondagens; obras de terraplenagem 
e de fundações; instalações elétricas, hidráulicas, de ventilação e refrigeração, dentre 
outras relacionadas (IBGE, 2017). Essa diversidade de serviços implica em uma 
grande quantidade de diferentes riscos de ocorrência de acidentes e de doenças 
ocupacionais. Junto a isso, a ICC também é marcada por apresentar alta taxa de 
rotatividade e mão de obra informal e não qualificada. 
Segundo o Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT), divulgado 
pelo Ministério da Previdência Social (MPS), em 2016 foram registrados 595.153 
acidentes de trabalho. Na ICC, foram registrados 34.786 acidentes em 2016, o que 
representa 6% do total de todas as atividades econômicas (ANUÁRIO..., 2016). 
Em todo o mundo, por ano, ocorrem mais de 60.000 acidentes, na área da 
construção civil, que resultam em morte (LINGARD, 2013 apud DADI, JAZAYERI, 
2017). No Brasil, em 2016, a ICC foi responsável por 12% de todos óbitos derivados 
de acidente de trabalho (ANUÁRIO..., 2016). 
Apesar de as estatísticas já apontarem o alto número de acidentes, na 
realidade ele é ainda maior, isso porque muitos não são notificados. Essa notificação 
se dá por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Por conta da cultura 
de priorizar a produtividade na execução, é de se esperar que os trabalhadores 
busquem ao máximo evitar perder dias ou horas úteis de trabalho e, como resultado 
disso, é comum que acidentes considerados por eles como de menor importância não 
sejam, então, comunicados. Ainda assim, o AEAT computa também os acidentes sem 
CAT. No entanto, essa contabilização depende do local de atendimento à saúde, onde 
o atendimento dos indivíduos acidentados ou enfermos é priorizado e isso leva a uma 
carência de detalhes das anotações no momento do atendimento, que não permite 
encontrar a relação dos pacientes trabalhadores com as empresas em que trabalham. 
Parte disso porque muitos realizam atividade por conta própria, sem registro oficial ou 
14 
 
ainda porque não permitem que se registre o nome da empresa, por temerem eventual 
punição (SILVEIRA et al., 2005). 
Este trabalho busca estudar a relação do operário com a ideia de acidente, que 
comumente se contrapõe com a definição teórica, ressaltando a importância do real 
entendimento desse operário dos riscos que ele é submetido diariamente e, com isso, 
destacar a relevância da Saúde e Segurança do Trabalho (SST) para a ICC. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
Os estudos que envolvem a área da Segurança na ICC vão, a princípio, se 
pautar nos dados estatísticos fornecidos pelo Ministério da Previdência Social (MPS). 
A observação da vivência do operário no canteiro de obras, por outro lado, mostra que 
na verdade esses dados podem apresentar uma ideia equivocada da realidade vivida 
por estes trabalhadores, pois, para esses operários, o entendimento do que é acidente 
está diretamente relacionado ao incidente que resulta em lesão, sendo essa, 
geralmente, de maior gravidade. 
Por conta disso, as doenças profissionais e do trabalho, os acidentes que 
geram lesão de menor gravidade, que não necessariamente incapacitam o operário 
de continuarcom seu trabalho naquele momento, ou ainda os que nem sequer geram 
lesões ao operário, acabam não sendo contabilizados de maneira nenhuma. 
A partir do momento que entendemos a relevância do investimento em 
Segurança do Trabalho para a ICC não só para evitar acidentes, mas também para 
aperfeiçoar a produtividade e diminuir os custos causados por essas ocorrências, 
compreendemos que é necessário entender o comportamento do trabalhador diante 
do risco, visto os impactos provocados para a empresa, para o Estado e para o próprio 
operário devido à ocorrência desses acidentes. 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
• Estudar o conceito de acidente do ponto de vista do operário. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
15 
 
 
• Avaliar a influência do conceito de acidente nos resultados estatísticos de 
acidentes de trabalho na ICC; 
• Verificar como o operário da ICC, do subsetor de edificações, percebe os 
sintomas orgânicos no âmbito de acidente de trabalho. 
 
1.3 METODOLOGIA 
 
1.3.1 Revisão bibliográfica 
 
• Revisão bibliográfica sobre o assunto geral, a Segurança e Saúde no Trabalho, 
a partir de livros, artigos, monografias, dissertações, teses, normas técnicas, 
legislações pertinentes e quaisquer outros materiais que abordem o tema de 
maneira que contribuam para o embasamento teórico deste trabalho. 
• Elaboração do referencial teórico sobre a área de estudo, com base na revisão 
da etapa anterior. 
• Análise das estatísticas de acidentes de trabalho divulgadas oficialmente. 
 
1.3.2 Pesquisa de campo 
 
1.3.2.1 Elaboração do questionário 
 
O questionário, que se encontra no Apêndice A, foi elaborado de forma a ser o 
mais simples e direto possível, com objetivo de reduzir o tempo de interrupção das 
atividades nos canteiros de obras visitados. 
É importante ressaltar que algumas das perguntas não foram apresentadas aos 
entrevistados da mesma maneira em que estão dispostas aqui, dado o nível de 
conhecimento dos operários sobre termos específicos da área de Segurança. Por 
exemplo, ao invés de perguntar à pessoa se ela “já sofreu um acidente típico”, na 
verdade foi questionado se esse acidente aconteceu enquanto ela estava trabalhando. 
Outras decisões desse mesmo caráter foram tomadas, cujo objetivo era sempre tornar 
o entendimento mais simples e não haver falhas nas respostas por conta da falta 
desse conhecimento específico. Além disso, outras informações foram acrescidas 
16 
 
devido ao próprio interesse dos entrevistados em fornecê-las, como, por exemplo, ao 
dizerem que o acidente sofrido não tinha sido um acidente típico, era explicado que 
tipo de acidente tinha ocorrido, então. 
Também se destaca que, claramente, a autora entende que perguntar se 
alguém “já sofreu alguma lesão no trabalho” é o mesmo que questionar se esta pessoa 
já sofreu um acidente típico. No entanto, por ser justamente o caráter desse trabalho 
buscar encontrar quantos acidentes acontecem e não são percebidos pelo próprio 
trabalhador como um acidente de fato, o questionário seguiu-se dessa forma. 
 
1.3.2.2 Aplicação do questionário 
 
Escolheu-se três empreendimentos imobiliários situados na cidade de Feira de 
Santana, sendo dois deles da empresa A e um da empresa B, para aplicar o 
questionário aos operários destas obras, levando em consideração a viabilidade da 
realização e buscando o maior número possível de entrevistados. 
 
 
1.3.3 Análise dos resultados 
 
Os resultados foram analisados seguindo as seguintes etapas: 
• Levantamento dos dados obtidos com o questionário, transformando-os 
primeiramente em uma tabela (APÊNDICE B) contendo o registro de todos os 
resultados. 
• Elaboração de gráficos e quadros a partir dos resultados produzidos. 
• Interpretação dos resultados, gerando conclusões que exprimam a análise dos 
dados que foram levantados com a pesquisa. 
 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
O presente trabalho é composto por cinco capítulos que estão estruturados da 
seguinte forma. O capítulo 1 apresenta a introdução, justificativa, objetivos e 
metodologia. O capítulo 2 é formado pelo levantamento bibliográfico, trazendo um 
breve desenvolvimento da área de estudo hoje chamada de Saúde e Segurança do 
Trabalho. No capítulo 3 foi feito um levantamento dos dados estatísticos de acidentes 
17 
 
de trabalho. O capítulo 4 apresenta os resultados encontrados na pesquisa e o 
capítulo 5 apresenta uma discussão sobre esses resultados. O capítulo 6 traz as 
considerações finais e sugestões de tema para trabalhos futuros. 
 
18 
 
2 VISÃO GERAL SOBRE A SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
2.1 OS CONCEITOS DE ACIDENTE 
 
Na área da SST, encontramos definições diferentes para o termo “acidente”. 
Do ponto de vista legal, o artigo 19 da Lei Nº. 8.213 de 24 de julho de 1991 define 
acidente de trabalho (AT) como: 
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de 
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos 
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 1991, 
p.11). 
 
O artigo 20, também pertencente à Lei 8.213/91, acrescenta à definição de 
acidente o conceito de doenças profissionais e do trabalho, distinguindo-as entre si 
como: 
Doença profissional: “assim entendida a produzida ou desencadeada pelo 
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva 
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social” (BRASIL, 
1991, p.12). 
E doença do trabalho: “assim entendida a adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione 
diretamente, constante da relação mencionada no inciso I” (BRASIL, 1991, p.12). 
Complementar à definição dada pelo artigo 19, a Lei Nº. 8.213/91 traz em seu 
artigo 21: 
Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: 
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, 
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou 
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija 
atenção médica para a sua recuperação; 
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em 
consequência de: 
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou 
companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa 
relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de 
companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão; 
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes 
de força maior; 
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no 
exercício de sua atividade; 
19 
 
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de 
trabalho: 
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da 
empresa; 
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar 
prejuízo ou proporcionar proveito; 
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada 
por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, 
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de 
propriedade do segurado; 
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, 
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do 
segurado. (BRASIL, 1991, p.12-13). 
 
Por definição legal, apenas se considera umacidente se houver lesão ou 
perturbação. É compreensível que legalmente essa seja a definição, já que ela é 
usada para respaldar questões referentes à cessão de benefícios para o trabalhador 
quando há afastamento ou perda da capacidade de trabalho. Portanto, não cabe à 
definição legal considerar um conceito de acidente mais abrangente, que não apenas 
envolve a existência de lesões. Esse conceito mais abrangente é o prevencionista, 
onde acidente de trabalho não se define apenas por ocorrências que resultem em 
lesões, e sim qualquer ocorrência, não programada, que interfira no fluxo normal de 
determinada atividade. E que não só pode resultar em danos físicos (lesões), como 
também danos para as empresas e o meio ambiente, sendo eles financeiros ou 
materiais. 
Consideradas essas definições, temos que a segurança do trabalho tem como 
intuito proteger o trabalhador, diminuindo as chances de acidentes ou do 
desenvolvimento de doenças ocupacionais, a partir do controle de riscos presentes 
no ambiente de trabalho em questão. 
 
2.2 RISCOS OCUPACIONAIS 
 
Risco ocupacional é a existência de chance de que um trabalhador sofra algum 
dano, seja por meio de um acidente típico ou por desenvolvimento de uma doença 
profissional ou do trabalho. Esses riscos dependem da natureza do trabalho e, sendo 
a ICC muito diversa na questão de atividades possíveis de serem executadas, é 
natural observar que são muitos os riscos aos quais os trabalhadores da construção 
são expostos todos os dias. 
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a partir das Normas 
Regulamentadoras (NR) aprovadas pela Portaria Nº 3.214 de 08 de junho de 1978, 
20 
 
define os riscos ocupacionais em riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e 
de acidentes (BRASIL, 1978). 
Na NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, definem-se os riscos 
ambientais como “os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos 
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade 
e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador” 
(BRASIL, 1978. p.1, grifos da autora). 
Ainda na NR 9, definem-se esses agentes da seguinte maneira: agentes físicos 
são “as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, 
tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom” (BRASIL, 
1978, p.1). Os agentes biológicos são compostos pelas “bactérias, fungos, bacilos, 
parasitas, protozoários, vírus, entre outros”. Já os riscos químicos têm os seguintes 
agentes: 
[...] substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo 
pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases 
ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão 
(BRASIL, 1978, p.1). 
 
A Portaria Nº 25 de 29 de dezembro de 1994 incluiu ao texto da NR 5 – 
Comissão Interna de Prevenção de Acidente o Anexo IV, que classificava os riscos 
ocupacionais em grupos. De acordo com NR 17 – Ergonomia, podemos definir os 
riscos ergonômicos como aqueles que interferem nas “características psicofisiológicas 
dos trabalhadores” (BRASIL, 1978, p.1), tais como monotonia e repetitividade das 
atividades, jornadas de trabalho prolongado, imposição de ritmos excessivos, controle 
rígido de produtividade, exigência de postura inadequada, entre outros (BRASIL, 
1994, p.6). 
Os riscos de acidente representam os riscos diretos devido ao arranjo físico do 
local de trabalho e os materiais e máquinas nele inseridos, como iluminação ou 
armazenamento inadequados (BRASIL, 1994, p.6). 
 
2.3 “E QUE ARTE EXERCE? ” - RAMAZZINI E OS PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE 
A ÁREA 
 
21 
 
O trabalho surgiu com o homem e, como consequência dele, o acidente. Isso 
se tomarmos o termo “acidente” como qualquer perturbação na ordem natural das 
coisas. Assim como o trabalho, a construção civil é inerente à sociedade, pois a 
proteção, por meio de uma habitação fixa, tornou-se uma das necessidades básicas 
do homem, à medida que ele deixou o nomadismo. Ou seja, o ato de construir vem 
muito antes de quaisquer teorias, conhecimentos técnicos específicos ou normas 
regulamentadoras sequer existirem. 
De acordo com Tavares (2009, p.9), os primeiros registros de estudos 
relacionando as relações entre trabalho e acidentes e/ou doenças profissionais datam 
de 400 a 300 a.C., quando “Aristóteles estudou as enfermidades dos trabalhadores 
nas minas e, principalmente, a forma de evitá-las”. E Hipócrates, pai da Medicina, 
“estudou a origem das doenças das quais eram vítimas os trabalhadores que exerciam 
suas atividades em minas de estanho”. 
Bernardino Ramazzini, médico italiano nascido em 1633, realizou estudos que 
relacionavam de forma direta as enfermidades às atividades laborais, em 1700. 
Naquele ano, ele publicou o livro “De Morbis Artificum Diatriba” (As doenças dos 
trabalhadores), e foi este o responsável por imortalizá-lo como o “Pai da Medicina do 
Trabalho”. Em seu livro, Ramazzini (1700, p.22) justifica a importância de seu estudo 
ao afirmar que: 
Enquanto exercia minha profissão de médico, fiz frequentes observações, 
pelo que resolvi, no limite de minhas forças, escrever um tratado sobre as 
doenças dos operários; mas, o que se pode notar nas artes mecânicas, em 
que qualquer descoberta, por sua natureza incompleta, apresenta-se ao 
artífice sob um aspecto rudimentar, devendo ser aperfeiçoado por outro, a 
mesma coisa acontece nas obras literárias. Assim acontecerá com o meu 
tratado sobre as doenças dos operários. Ninguém, que eu saiba, pôs o pé 
nesse campo onde se podem colher messes não desprezíveis acerca da 
sutileza e da eficácia das emanações. Publico esta obra imperfeita, na íntima 
intenção de que sirva de estímulo aos outros que nela colaborem, até que se 
possa obter um completo tratado que mereça um lugar digno no foro médico. 
 
Ramazzini (1700, p.24) também destaca a importância de se relacionar os 
sintomas às profissões, ao explicar como essa abordagem deveria acontecer: 
Um médico que atende um doente deve informar-se de muita coisa a seu 
respeito pelo próprio e pelos seus acompanhantes, segundo o preceito do 
nosso Divino Preceptor, “quando visitares um doente convém perguntar-lhe 
o que sente, qual a causa, desde quantos dias, se seu ventre funciona e que 
alimento ingeriu”, são palavras de Hipócrates no seu livro “Das Afecções”; a 
estas interrogações devia-se acrescentar outra: “e que arte exerce?”. Tal 
pergunta considero oportuno e mesmo necessário lembrar ao médico que 
trata um homem do povo, que dela se vale para chegar às causas ocasionais 
do mal, a qual quase nunca é posta em prática, ainda que o médico a 
conheça. 
 
22 
 
Seu livro foi responsável por identificar e organizar as doenças, separando-as 
em 54 capítulos, cada um sobre uma atividade laboral específica. No capítulo sobre 
as “Doenças dos pedreiros”, por exemplo, ele alerta para a periculosidade do uso e 
manuseio da cal. Mais de 300 anos depois, ainda estamos tentando conscientizar os 
trabalhadores sobre esses mesmos riscos. 
 
2.3 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
Ao mesmo tempo em que é sabida a importância da Revolução Industrial, que 
ocorreu em meados do século XVIII, no cenário econômico e tecnológico, já que ela 
transformou todas as relações de trabalho e produção até então existentes, também 
observamos que foi àquele tempo que se tornou mais evidente a importância de 
garantir a saúde e segurança do trabalhador. 
Segundo Freitas (2016, p.26): 
Claro que as condições higiênico-ambientais constituíamuma 
importantíssima fonte de doenças. É neste período que se constata de forma 
mais consistente que os trabalhadores sofrem doenças com características 
distintas da demais população, até porque estão expostos a agentes nocivos 
que não estão presentes na natureza, por decorrerem de múltiplos 
tratamentos industriais. Alguns autores defendem que este é o momento em 
que nasce verdadeiramente a medicina do trabalho, como consequência do 
crescimento do trabalho industrial. 
 
De acordo com Dias e Mendes (1991), o surgimento da Medicina do Trabalho 
(MT), como uma especialidade médica é marcado pela situação considerada como o 
primeiro registro da MT enquanto serviço, pois foi quando um empresário do setor 
têxtil, ao consultar seu médico pessoal quanto à forma de resolver sua preocupação 
com a saúde médica de seus operários, já que estes não dispunham de nenhum 
cuidado a não ser o fornecido por instituições filantrópicas, obteve a seguinte resposta: 
Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de 
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a 
fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira 
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar 
que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que 
possam ser prevenidas, a ele competirá fazer tal prevenção. Dessa forma 
você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele dei toda a minha 
autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas 
dos meus operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, 
o médico unicamente é que deve ser responsabilizado. (NOGUEIRA, s.d. 
apud DIAS; MENDES, 1991, p.341). 
 
Nas primeiras fábricas que surgiram com o advento da Revolução Industrial, as 
condições de trabalho eram extremamente precárias. Essas condições ainda se 
23 
 
agravaram com a inserção da mão-de-obra feminina e infantil, do aumento da carga 
horária, somados à locais de trabalho deficientes, o que resultou em inúmeros danos 
de saúde por “força da fadiga física” que, à época, era considerado “fadiga industrial”. 
(FREITAS, 2016, p.26). 
A mudança da produção manufaturada para a industrial colocou o trabalhador 
na posição de ser apenas encarregado de cumprir ordens, sem mais poder controlar 
os meios de produção e, com isso, os riscos profissionais aos quais estavam sujeitos. 
A periculosidade do trabalho agravou-se substancialmente com o advento das 
máquinas, pois, subitamente, aquele trabalhador antes apenas artesão e sem preparo 
para essas novas tecnologias, viu-se defronte a maquinas que traziam com elas a 
exposição desse operário a diferentes novos riscos. Quanto a esses riscos, Freitas 
(2016, p.27) considerou como os principais: 
⎯ Incêndio ou explosão nas fases de produção de vapor e transformação do 
vapor em energia mecânica; 
⎯ Doenças profissionais, como a surdez, associada ao ruído das caldeiras e 
a fuligem decorrente do fumo da combustão, o qual estava na origem de 
tumores de vária ordem; 
⎯ Acidentes por ruptura das correias de transmissão dos motores (das 
máquinas a vapor). 
 
2.5 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E A CRIAÇÃO DAS NORMAS 
REGULAMENTADORAS 
 
As mudanças nas relações de trabalho advindas da Revolução Industrial 
culminaram no que hoje se reconhece como percursor do Direito do Trabalho, o “Moral 
and Health Act” ou Lei de Peel, promulgada em 1802 na Inglaterra, que buscava, 
conforme aponta Martins (2000, p.173), 
Dar amparo aos trabalhadores, disciplinando o trabalho dos aprendizes 
paroquianos nos moinhos e que eram entregues aos donos das fábricas. A 
jornada de trabalho foi limitada e m doze horas, excluindo-se os intervalos 
para refeição. O trabalho não poderia se iniciar antes das seis horas e 
terminar após as 21 horas. Deveriam ser observadas normas relativas à 
educação e higiene. 
 
A Lei de Peel em 1802 marcou o que é considerado como a primeira (fase de 
“formação”) de quatro fases do Direito do Trabalho. A última fase, “autonomia”, iniciou-
se em 1919. Um dos marcos foi a criação da Constituição do México, a primeira a 
incluir o Direito do Trabalho, que no seu artigo 123 estabelecia, entre outros, valores 
máximos para a duração da jornada diária de trabalho, proibição do trabalho de 
24 
 
menores de 12 anos, igualdade salarial, direito ao salário mínimo e proteção contra 
acidentes de trabalho (CASTRO, 2013). 
A Constituição do México foi logo seguida pela criação da Constituição de 
Weimar em 1919 que, segundo Martins (2000, p.176): 
Disciplinava a participação dos trabalhadores nas empresas, autorizando a 
liberdade de coalização dos trabalhadores; tratou, também, da representação 
dos trabalhadores na empresa. Criou um sistema de seguros sociais e 
também a possibilidade de os trabalhadores colaborarem com os 
empregadores na fixação de salários e demais condições de trabalho. Daí em 
diante, as constituições dos países passaram a tratar do Direito do Trabalho 
e, portanto, a constitucionalizar os direitos trabalhistas. 
 
No Brasil, poucos anos após a Abolição da Escravatura em 1888, o cenário era 
de aumento da demanda por trabalho, com mão de obra desqualificada. Diante desse 
contexto surge a primeira Constituição do país, enquanto república presidencialista, 
em 1891. Nesse mesmo, ano foi publicado o Decreto Nº 1.313 que estabelecia 
“providências para regularizar o trabalho dos menores empregados nas fábricas da 
Capital Federal” (BRASIL, 1891, n.p.). 
Castro (2013, n.p.) destaca como avanços notáveis, os seguintes 
acontecimentos: 
Até a promulgação da Constituição Federal de 1934 [...] houve uma série de 
avanços neste tema, como: em 1919, a criação do instituto do acidente do 
trabalho; em 1923, foi criado o Conselho Nacional do Trabalho que pode ser 
considerado como o embrião da Justiça do Trabalho no Brasil; em 1925 foi 
estendido o direito de férias de 15 dias úteis para os trabalhadores de 
estabelecimentos comerciais, industriais e aos bancários; em 1930, Getúlio 
Vargas tornou-se presidente e criou o Ministério do Trabalho, Indústria e 
comércio com o propósito de coordenar as ações institucionais a serem 
desenvolvidas, resultando em um aumento significativo nas legislações sobre 
o tema inclusive em relação à previdência social. 
 
O próximo elemento importante na trajetória das leis específicas do Direito do 
Trabalho deu-se em 1º em maio de 1943 quando, por meio do Decreto Nº 5.243, a 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi promulgada, trazendo uma compilação 
das leis trabalhistas do Brasil. 
Todos esses avanços culminaram no que temos hoje de maior relevância 
quanto à legislação referente à SST, que são as Normas Regulamentadoras (NR). As 
NR surgiram em 1978, quando o MTE aprovou a Portaria Nº 3.214, onde: 
[...] no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no art. 200, 
da consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n.º 6.514, 
de 22 de dezembro de 1977, resolve: 
Art. 1º Aprovar as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título 
II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e 
Medicina do Trabalho. (BRASIL, 1978, n.p., grifos da autora). 
 
25 
 
À época, foram aprovadas 28 NR relativas à SST e hoje, com algumas 
revogações e outras adições, existem um total de 36 NR. 
Algumas normas regulamentadoras abrangem aspectos relativos à SST de 
forma geral, independente do setor de atividade produtiva, como, por exemplo, a NR 
5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ou a NR 6 – Equipamento 
de Proteção Individual (EPI), que discorrem sobre aspectos específicos da área de 
SST. Existem certos setores que, seja pelo grau de especificidade, seja pelaquantidade significativa de riscos, demandam de NRs que falem mais diretamente 
sobre esses pontos. Como exemplo, a NR 18 – Condições e Meio Ambiente na 
Indústria da Construção. 
A constante atualização e ampliação das normas se vê necessária quando 
observamos que, por exemplo, as disposições sobre trabalho em altura eram apenas 
aquelas contidas na NR 18, no item 18.13, “Medidas de Proteção contra Quedas de 
Altura” e só mais tarde, em 2012, foi aprovada a NR 35 – Trabalho em Altura, sendo 
essa uma norma mais específica. 
 
2.5.1 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da 
Construção 
 
A NR 18 é a principal norma com abrangência focada para o ambiente de 
canteiro de obras. Portanto, essa norma regulamentadora tem um importante papel, 
uma vez que: 
(...) estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de 
organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e 
sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio 
ambiente de trabalho na Indústria da Construção (BRASIL, 1978, p.2). 
 
Essas diretrizes passam por desde a regulamentação de todas as 
especificidades e requisitos mínimos para as áreas de vivência, até as exigências 
cobradas, relativas à SST, durante a execução de diversas atividades, tais como 
demolição; escavações; trabalhos em carpintaria, armações de aço, estruturas de 
concreto e estruturas metálicas; operações de soldagem e corte a quente; transporte 
de materiais; armazenagem e estocagem de materiais; e traz também considerações 
sobre sinalização de segurança, realização de treinamentos. 
2.5.2 NR 35 – Trabalho em Altura 
 
26 
 
Outra NR cujo foco é relevante para os serviços realizados na ICC é a NR 35 
que, por sua vez, estabelece: 
Os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, 
envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir 
a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente 
com esta atividade (BRASIL, 2012, p.1). 
 
Esta norma também define que trabalho em altura é “toda atividade executada 
acima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda” (BRASIL, 
2012, p.1). 
No item 35.4.1.1 são definidos os critérios para execução desse tipo de 
trabalho: “considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele 
capacitado, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido considerado apto para 
executar essa atividade e que possua anuência formal da empresa” (BRASIL, 2012, 
p.2). 
 
2.5.3 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) 
 
A NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) define as 
atribuições da CIPA, sendo que uma delas é a elaboração do Mapa de Riscos. 
Vale ressaltar que nas atividades da construção civil é possível encontrar riscos 
pertencentes a todas as categorias, principalmente nos grupo 2, riscos químicos; 
grupo 4, riscos ergonômicos e grupo 5, riscos de acidentes (Quadro 1), pois elementos 
bastante comuns na ICC são, por exemplo: substâncias químicas em geral, veículos 
pesados, diversos tipos de máquinas, pesadas ou não, ferramentas cortantes, 
andaimes, escadas, entre outros. 
27 
 
 
Quadro 1 - Classificação dos Principais Riscos Ocupacionais em Grupos 
Fonte: BRASIL, 1994. 
 
2.5.4 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
 
Apesar de não ser direcionada à construção civil, essa norma regulamenta o 
uso do EPI, elemento necessário na maioria das atividades da ICC. A NR 6 define que 
Equipamento de Proteção Individual é “todo dispositivo ou produto, de uso individual 
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho” (BRASIL, 1978, p.1). 
No item 6.6.1 são definidas as seguintes responsabilidades: 
Cabe ao empregador quanto ao EPI: 
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; 
b) exigir seu uso; 
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional 
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; 
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e 
conservação; 
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; 
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, 
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. 
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, 
fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT/DSST 107/2009) 
(BRASIL, 1978, p.2). 
 
28 
 
Quanto às responsabilidades do empregado, o 6.7.1 da mesma NR define que 
cabe: 
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; 
b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para 
uso; e, 
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado (BRASIL, 
1978, p.2). 
 
Sabe-se que o EPI não é responsável por evitar o acidente. Pelo contrário, 
antes do uso adequado do EPI há outros itens que devem ser analisados, planejados 
e implementados, em um contexto de canteiro de obras, por uma equipe técnica de 
Segurança do Trabalho. A própria NR 18 discorre sobre itens que devem ser atendidos 
e que vão além do simples uso do EPI pelo operário. 
De forma geral, a Segurança do Trabalho deve ser encarada como responsável 
por tomar as medidas necessárias para diminuir os riscos, melhorando o ambiente de 
trabalho com a sinalização adequada, implementando Equipamentos de Proteção 
Coletiva (EPC), entre outros. Além disso, todas as medidas devem ser pensadas para 
cada obra em específico, tomando decisões que façam sentido para o contexto, e não 
apenas repetindo o que já foi feito anteriormente e, principalmente, sem cumprir 
medidas apenas pela obrigatoriedade onde, por vezes, não é verificado o real 
aproveitamento delas, como acontece, por exemplo, com os treinamentos dados aos 
operários. 
Existe uma grande resistência quanto ao uso do EPI, que vem de diversos 
fatores incluindo, inclusive, o desconforto do trabalhador, sendo comum que eles 
aleguem que o equipamento dificulta na execução do trabalho. Por conta disso, é 
melhor simplificar para esse operário, que por vezes já busca boicotar o uso do EPI, 
que o equipamento é, sim, responsável por “evitar acidentes”. Pois, assim, cria-se uma 
motivação maior no operário para que ele use o equipamento de forma adequada. 
No entanto, essa ideia criada em torno do EPI de que ele é a peça fundamental 
para a prevenção de acidentes, é tanto comum quanto perigosa, pois a partir do 
momento que o operário deposita toda a sua saúde e segurança no equipamento de 
proteção, ele minimiza ou até desconsidera a importância de outros elementos (sendo 
todos eles descritos da NR 18) que não são de imediata responsabilidade dele, como 
os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), mas que, em tese, deveriam ser 
fiscalizados e cobrados também por eles, às empresas, em caso de não 
conformidades. 
29 
 
3 ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A SST 
 
O Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) apresenta dados “sobre 
acidentes de trabalho, suas principais consequências, os setores de atividades 
econômicas e a localização geográfica de ocorrência dos eventos” (ANUÁRIO..., 
2016). 
Usando dos dados do AEAT para contextualizar o setor da Construção Civil no 
Brasil temos o exposto no Quadro 2, que mostra a quantidade de acidentes 
registrados no ano de 2016, separados em setor de atividade econômica, e ordenados 
pelo maior número de acidentes registrados. 
 
 
Quadro 2 - Número de acidentes por setor econômico 
Fonte: ANUÁRIO..., 2016. 
 
Observa-se que o setor da ICC ocupa o sexto lugar dentre todas as categorias.Pode-se considerar como quinto lugar, levando em conta que o item “ignorado” pode 
englobar setores distintos. 
30 
 
Os números anteriores representam os acidentes registrados em 2016. O 
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) diferencia os acidentes registrados de 
acidentes liquidados, a partir da definição de que acidentes liquidados são aqueles 
que tiveram seus processos finalizados naquele ano. 
O AEAT (2016, p.288) classifica os acidentes liquidados nas seguintes 
categorias: 
Simples assistência médica – atendimento médico seguido da pronta 
recuperação do segurado para o exercício da atividade laborativa; 
Incapacidade com afastamento inferior a 15 dias – entende-se por 
incapacidade temporária a interrupção do exercício laboral durante o período 
de tratamento psicofísico-social por ocasião do acidente do trabalho. Para o 
segurado empregado o afastamento, quando inferior ou igual a 15 dias, não 
gera pagamento por parte do INSS, com a cobertura financeira (remuneração 
salarial) desse período ficando sob responsabilidade do empregador. Para os 
demais segurados a proteção previdenciária começa desde o prime iro dia de 
incapacidade; 
Incapacidade com afastamento superior a 15 dias – entende-se por 
incapacidade temporária a interrupção do exercício laboral durante o período 
de tratamento psicofísico-social por ocasião do acidente do trabalho. Para o 
segurado empregado, somente o afastamento superior a 15 dias gera direito 
ao recebimento de benefício acidentário pago pelo INSS; 
Incapacidade permanente – refere-se aos segurados que ficaram 
permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A incapacidade 
permanente pode ser de dois tipos: a) parcial é quando após o devido 
tratamento psicofísico-social, o segurado apresenta sequela definitiva que 
implique redução da capacidade laborativa devidamente enquadrada em 
legislação específica, redução da capacidade laborativa com exigência de 
maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exercia na época 
do acidente ou em impossibilidade de desempenho da atividade que exercia 
à época do acidente, permitido, porém, o desempenho de outra após 
processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia 
médica do INSS; e b) total é quando o segurado apresenta incapacidade 
permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa. No 
primeiro caso a informação é captada a partir da concessão do benefício 
auxílio-acidente por acidente do trabalho (espécie de benefício 94), e no 
segundo o benefício é a aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho 
(espécie de benefício 92); 
Óbito – é o falecimento do segurado ocorrido em função do acidente do 
trabalho durante o exercício laboral. Esta informação é captada a partir do 
registro da CAT por morte decorrente de acidente do trabalho e da habilitação 
de pensão por morte por acidente do trabalho em caso de morte de segurado 
em gozo de benefício acidentário, tendo em vista que estas pensões são, 
necessariamente, vinculas as ao óbito decorrente de acidente do trabalho. 
 
Dadas essas definições, o Quadro 3 mostra a distribuição de acidentes 
liquidados apenas para o setor da construção civil, a partir dos dados do AEAT de 
2016 que, portanto, traz também os dados dos dois anos anteriores. É importante 
destacar como o número de acidentes menos graves, ou seja, aqueles de apenas 
simples assistência médica é desproporcional ao crescimento do número de acidentes 
das outras categorias. Espera-se que esses acidentes devam acontecer em proporção 
31 
 
significativamente maior do que aqueles que geraram afastamento, ou incapacidade, 
ou morte. 
 
Quadro 3 - Distribuição de acidentes liquidados 
 Fonte: ANUÁRIO..., 2016. 
 
Complementar aos dados expostos a partir do AEAT de 2016, foi feito um 
levantamento usando a Base de Dados Históricos da Previdência Social, sendo esses 
dados os equivalentes àqueles presentes do Anuário Estatístico da Previdência Social 
(AEPS) de 2016. Para representar a ICC, foram selecionadas, dentre todas as 
categorias da CNAE, as dispostas conforme apresenta a Figura 1, no setor 
denominado “categorias selecionadas”. 
 
 
Figura 1 - Filtro das atividades econômicas que compões a ICC 
Fonte: DATAPREV, 2016. 
 
Os acidentes podem ser classificados em: 
Acidentes Típicos – são os acidentes decorrentes da característica da 
atividade profissional desempenhada pelo acidentado; 
Acidentes de Trajeto – são os acidentes ocorridos no trajeto entre a 
residência e o local de trabalho do segurado e vice-versa; 
2014 2015 2016
1281041.653
453
53.190 44.107 35.447
279335
Total
8.065 5.989 3.979
21.51027.63928.262
14.757 10.040 9.551
Consequência
Assistência Médica
Menos de 15 dias
Mais de 15 dias
Incapacidade 
Permanente
Óbito
32 
 
Acidentes Devidos à Doença do Trabalho – são os acidentes ocasionados 
por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determinado ramo de 
atividade constante na tabela da Previdência Social. (ANUÁRIO..., 2016, 
p.13). 
 
Quanto ao registro, o AEAT também traz as seguintes denominações: 
Acidentes com CAT Registrada – corresponde ao número de acidentes cuja 
Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT foi cadastrada no INSS. Não 
são contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento 
de lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados 
anteriormente ao INSS; 
Acidentes sem CAT Registrada – corresponde ao número de acidentes cuja 
Comunicação de Acidentes do Trabalho – CAT não foi cadastrada no INSS. 
O acidente é identificado por meio de um dos possíveis nexos: Nexo Técnico 
Profissional/Trabalho, Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP 
ou Nexo Técnico por Doença Equiparada a Acidente do Trabalho. Esta 
identificação é feita pela nova forma de concessão de benefícios acidentários. 
(ANUÁRIO..., 2016, p.13). 
 
As empresas devem, segundo o INSS (2018), “informar à Previdência Social 
todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja 
afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência”. 
O AEAT (2016, p.13) esclarece que, 
Tendo em vista as mudanças na metodologia de caracterização de acidentes 
de trabalho na concessão de benefícios previdenciários a partir de abril de 
2007, entendem-se como acidentes do trabalho aqueles eventos que tiveram 
Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT registrada no INSS e aqueles 
que, embora não tenham sido objeto de CAT, deram origem a benefício por 
incapacidade de natureza acidentária. 
 
Assim, já que o número de acidentes sem CAT só passou a ser registrado a 
partir de 2007, o Quadro 4 mostra que, em um período de dez anos, ocorreram 
101.448 acidentes que não geraram CAT, o que pressupõe uma possível falta de 
clareza por parte do trabalhador de que esse caso foi, de fato, um acidente. Logo, 
esse valor considerável de AT sem registro de CAT pode ser, justamente, um dos 
indicativos da percepção errônea de acidente por parte dos operários da ICC, do 
subsetor de edificações, onde “acidente” é apenas aquele que leva à lesão grave e 
consequente afastamento, excluindo as doenças profissionais e os acidentes leves. 
 
33 
 
 
Quadro 4 - Quantidade total de acidentes com e sem CAT 
Fonte: DATAPREV, 2016. 
 
Além disso, o AEAT não fornece a distribuição dos acidentes sem CAT de 
acordo com a classificação de: típico, trajeto e doença do trabalho. Pode-se supor que 
a maior parte desses acidentes sem CAT são compostos pelas doenças, tendo em 
vista que se um acidente ocorre e não surge a necessidade para o trabalhador de 
comunicar o caso, para que a CAT seja registrada, então, dificilmente, esse mesmo 
acidente levaria o trabalhador a procurar atendimentomédico, mais tarde, fora da 
empresa. Isso porque, para ele, aquele caso não foi nem considerado como acidente. 
Porém, quando essas doenças se manifestam e fazem com que o operário busque 
atendimento médico, ele não associa essa doença à sua atividade profissional, 
principalmente pelo fato de que os sintomas da maioria dessas doenças relacionadas 
à ICC se apresentam tardiamente. 
Ainda devemos levar em consideração os acidentes que não são sequer 
computados no AEAT. Isso acontece, pois, o processo de contabilizar os acidentes 
sem CAT depende de como se dá o atendimento do acidentado, pois, como afirma 
Silveira e outros (2005, p. 40): 
Uma grande parcela de pessoas desconhecedoras de seus direitos faz com 
que os trabalhadores acabem admitindo a culpa pelos AT, não chegando a 
procurar atendimento à saúde ou, quando o fazem, omitem o seu problema 
de saúde como sendo relacionado ao trabalho. 
 
Independente de como se dá o atendimento, ainda há aqueles acidentes que 
não têm a menor chance de serem computados no AEAT. Podem ser os acidentes 
típicos que geram lesões leves ou médias, que levam o trabalhador a não procurar 
atendimento de qualquer espécie. Ou, ainda, os acidentes que resultam em doenças 
ANO COM CAT SEM CAT TOTAL
2006 29.054 29.054
2007 30.362 7.032 37.394
2008 38.822 14.008 52.830
2009 41.418 14.252 55.670
2010 43.323 12.597 55.920
2011 46.548 13.867 60.415
2012 49.301 14.860 64.161
2013 48.818 13.590 62.408
2014 47.687 2.975 50.662
2015 38.646 4.688 43.334
2016 31.207 3.579 34.786
TOTAL 445.186 101.448 546.634
34 
 
ocupacionais ou do trabalho, cujo processo de diagnóstico não associa a atividade 
executada pelo operário como uma causa dessa doença. É interessante notar que 
esse ainda é um dos pontos responsáveis pela possível defasagem dos dados 
apresentados pelo AEAT, quando o livro escrito por Ramazzini há mais de 300 anos 
já chamava atenção para esse fator. 
O Quadro 5 mostra como, nos últimos 10 anos, o número de registros para 
acidentes que provocaram perturbação funcional (doenças) é significativamente 
menor que o número de acidentes típicos. 
 
Quadro 5 - Quantidade de acidentes, de acordo com cada classificação. 
Fonte: DATAPREV, 2016. 
 
Considerando todos esses fatores, observamos como não bastando a ICC ter 
índices muito altos do número de AT, em relação às outras atividades econômicas 
desenvolvidas no Brasil, esses números ainda não representam a totalidade de 
acidentes que ocorrem diariamente. 
 
TÍPICO TRAJETO DOENÇA
2006 0 24.592 3.294 1.168
2007 7.032 25.797 3.540 1.025
2008 14.008 33.288 4.594 940
2009 14.252 35.265 5.042 1.111
2010 12.597 36.611 5.660 1.052
2011 13.867 39.282 6.335 931
2012 14.860 41.748 6.759 794
2013 13.590 40.694 7.324 800
2014 2.975 39.520 7.486 681
2015 4.688 32.110 5.963 573
2016 3.579 25.493 5.324 390
Total 101.448 374.400 61.321 9.465
COM CAT
SEM CAT
35 
 
4 RESULTADOS 
 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS OBRAS 
 
Foram selecionadas as obras I, II e III, das empresas A e B, todas situadas na 
cidade de Feira de Santana. 
A obra I, da empresa A, é um empreendimento composto por 163 casas de um 
pavimento e com 140 operários à época da pesquisa. 
A obra II, da empresa B, é um empreendimento composto por 341 unidades 
residenciais de um pavimento e com 312 operários à época da pesquisa. 
A obra III, da empresa B, é um empreendimento vertical, com 16 blocos de 3 
pavimentos cada e com 140 operários à época da pesquisa. 
 
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
 
Dentre o total de operários entrevistados em todas as três obras, a distribuição 
conforme a função foi de 24 pedreiros e 22 serventes, totalizando 46 pessoas. O 
motivo de restringir os entrevistados àqueles com essas duas funções foi pela 
abrangência de atividades que cada um exerce. No caso, são atividades mais 
variadas, que expõem os trabalhadores a um número maior de riscos. 
Quanto ao tempo de serviço, o Quadro 6 mostra que a maior parte dos 
serventes apresentam menos experiência na ICC, enquanto a maioria dos pedreiros 
já exerce a função há mais tempo. 
 
Quadro 6 - Distribuição quanto ao tempo de serviço 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
TOTAL PEDREIRO SERVENTE
Menos de 1 ano 3 0 3
Entre 1 e 5 anos 13 2 11
Entre 5 e 10 anos 9 6 3
Entre 10 e 20 anos 12 10 2
Entre 20 e 30 anos 6 4 2
Mais que 30 anos 3 2 1
DISTRIBUIÇÃO POR FUNÇÃO
36 
 
4.3 ACIDENTES TÍPICOS 
 
O número de operários que afirmou já ter sofrido algum acidente foi o 
apresentado no Gráfico 1. 
 
 
Gráfico 1 - Quantidade de operários que disse já ter sofrido um acidente 
 Fonte: AUTOR, 2018. 
 
Ou seja, temos que 11% do total de 46 entrevistados já sofreu algum acidente 
e identificou esse acidente como tal. 
Complementar à primeira pergunta, foi também questionado àqueles que 
responderam “sim”, a caracterização desse acidente, segundo o exposto no Gráfico 
2. 
 
 
Gráfico 2 - Caracterização dos acidentes percebidos 
 Fonte: AUTOR, 2018. 
 
Apenas três dos cinco acidentes foram acidentes típicos, os outros dois 
acidentes foram acidentes de trajeto. Dois estavam usando EPI no momento do 
5
11%
41
89%
Pergunta 1: "Já sofreu algum acidente?"
SIM NÃO
3
2
2
2
3
1 2
0 1 2 3 4 5 6
FOI UM ACIDENTE TÍPICO?
HOUVE AFASTAMENTO?
ESTAVA USANDO TODOS OS
EPIs NO MOMENTO?
SIM NÃO NÃO SE APLICA (NA)
37 
 
acidente, e o um que não usava, disse ter se tratado de um acidente durante trabalho 
informal, onde as condições de segurança mínimas não costumam ser cumpridas. 
Quanto a perguntar se o operário ficou ou não afastado após o acidente, buscava-se 
observar se esse acidente tinha sido grave ou não, visto que uma das suposições que 
este trabalho buscava confirmar era a de que os acidentes que são percebidos pelos 
trabalhadores são os acidentes graves. 
Somente àqueles que disseram não ter sofrido acidente (o total agora passa a 
ser 41 e não mais 46) foi questionado se a pessoa não havia se lesionado de qualquer 
forma, durante a execução de seu trabalho. Apesar da pergunta ser bem direcionada 
para possíveis lesões, no momento da entrevista, a autora explicitou que qualquer tipo 
de incidente poderia ser considerado, como testemunhar a queda de materiais, além 
das lesões menos graves (pois assim costumam ser consideradas), como cortes, 
quedas de menor impacto e afins. O Gráfico 3 mostra os resultados para esta 
pergunta. 
 
 
Gráfico 3 - Quantidade de acidentes não percebidos 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
Quanto à caracterização destes acidentes não percebidos, os resultados 
mostrados no Gráfico 4 indicam que a maioria não usava todos os EPIs necessários 
quando o acidente aconteceu e também não parou de trabalhar por conta deste 
acidente. Essa última característica pode ser um motivo para explicar o porquê esses 
acidentes não são sequer percebidos, já que é uma ocorrência que não afeta o 
cumprimento das atividades do dia. Quanto ao não uso adequado de EPIs, este é 
13
32%
28
68%
Pergunta 1.4: "Já sofreu alguma lesão no 
trabalho?"
SIM NÃO
38 
 
mais um reforço da importância de usá-los para evitar que certos acidentes resultem 
em lesões. 
 
 
Gráfico 4 - Caracterização dos acidentes não percebidos 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
 
Observa-se que ao perguntar de forma indireta se o operário já sofreu algum 
acidente, o número de acidentados aumenta-se consideravelmente. Destaca-se que 
a pergunta 1.4 foi feita apenas para aqueles que responderam não terem sofrido 
acidente. Considerando-se apenas os acidentes típicos, somam-se mais 13 acidentes 
ao total inicial de 3, como mostra o Gráfico 5. 
 
 
Gráfico5 - Quantidade total de acidentes típicos 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
4.4 DOENÇAS PROFISSIONAIS E DO TRABALHO 
 
Mais significativo que os acidentes que não geram lesões graves e não 
costumam ser percebidos, são os possíveis sintomas de doenças profissionais ou do 
4
6
9
7
0 2 4 6 8 10 12 14
FOI NECESSÁRIO PARAR O TRABALHO
POR CAUSA DESTE ACIDENTE?
ESTAVA USANDO TODOS OS EPIs NO
MOMENTO?
SIM NÃO
16
36%
28
64%
SOFREU ACIDENTE TÍPICO NÃO SOFREU ACIDENTE TÍPICO
39 
 
trabalho. O Gráfico 6 mostra a proporção de quantos operários disseram sentir algum 
desses sintomas, sendo que aqui também foi considerado como total o universo 
daqueles que disseram, primeiramente, não terem sofrido acidente, como mostrou o 
Gráfico 1. 
 
 
Gráfico 6 - Quantidade de operários que apresentaram algum sintoma 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
A distribuição por tipo de sintoma, dos 41% que disseram apresentar algum 
deles, é o que mostra o Gráfico 7. Os valores percentuais indicados são em relação 
ao total que disse não ter sofrido acidente, conforme mostrou o Gráfico 1. 
 
Gráfico 7 - Distribuição por tipo de sintoma 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
O último questionamento foi para aqueles que disseram apresentar algum dos 
sintomas característicos, onde os resultados estão expressos no Gráfico 8. 
17
41%
24
59%
Pergunta 2: "Já apresentou algum dos 
sintomas?"
SIM NÃO
29%
15%
5%
DORES NA COLUNA
DESCAMAÇÃO NA PELE
PROBLEMA RESPIRATÓRIOS
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Distribuição dos sintomas em relação ao total de 
operários
40 
 
 
Gráfico 8 - Quantidade de operários que procurou médico 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
A grande quantidade de operários que nunca procurou um médico por conta de 
algum dos sintomas questionados indica que, provavelmente, estes sintomas não são 
vistos como algo importante ou preocupante e sim como mais um fenômeno natural e 
inerente a profissão, e, portanto, que não precisam ser investigados. 
4
13
0 2 4 6 8 10 12 14
SIM
NÃO
Pergunta 2.1: "Já procurou um médico por conta 
de algum desses sintomas?"
41 
 
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
No que se refere aos acidentes típicos, os resultados encontrados foram 
coerentes com o esperado, ou seja, o número de acidentes que ocorreram e foram 
desconsiderados, por não terem sido percebidos pelos operários, foi significativo. 
Inicialmente, ao questionar se o operário já havia sofrido algum acidente, obteve-se 
um total de 5 que afirmou já ter sofrido. Ao perguntar se eles já haviam se lesionado 
de alguma maneira, sem usar a terminologia “acidente”, obteve-se um aumento de 13, 
chegando a 18 operários que de fato sofreram um acidente, independente se esse 
acidente gerou ou não uma lesão grave. 
Quanto às doenças do trabalho, ao restringir os sintomas para “dores na 
coluna”, “problemas respiratórios” e “descamação da pele”, buscava-se rastrear os 
sintomas de possíveis doenças comuns aos operários da construção civil. Como a 
amostra restringiu-se a pedreiros e operários, o que se espera encontrar mais 
comumente são problemas respiratórios devido a inalação constante de cimento, cal, 
areia, sem o devido uso de máscara; problemas na pele, como descamação da pele 
nas mãos, devido ao manuseio de cimento e materiais similares, sem o uso de luvas; 
e problemas de coluna, como a escoliose, devido aos problemas de ergonomia 
durante a execução das atividades. Dentre os que falaram não terem sofrido acidente, 
41% disse apresentar algum sintoma. Não se pode afirmar que, necessariamente, 
todos esses que disseram ter algum dos sintomas também tem alguma doença do 
trabalho. No entanto, como esses sintomas são indicativos de algumas dessas 
doenças, pode-se imaginar que, caso investigado a partir de exames médicos, 
teríamos um número significativo de pessoas que apresentariam doenças do trabalho 
que são, também, consideradas acidentes do trabalho. 
Essas proporções são indicativos de que os trabalhadores da ICC só percebem 
o acidente quando ele resulta em uma lesão grave, visto que esses acontecem em 
menor proporção quando comparado ao total geral de acidentes do trabalho. 
A Figura 2 mostra a quantidade em comum e isolada para os acidentes 
percebidos, não percebidos e as (possíveis) doenças do trabalho. 
42 
 
 
Figura 2 - Diagrama representando a distribuição final de acidentes 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
Tem-se, então, que esses 8 que sofreram um acidente e não perceberam e que 
também apresentam os sintomas citados, na verdade somariam 16 acidentes ao total 
inicial. Isso, pois, a doença e o acidente típico seriam contados cada um como um 
acidente diferente, já que são de fato ocorrências diferentes. Considerando-se que 
esses sintomas representam, de fato, doenças do trabalho, passaríamos a um total 
conforme mostra o Gráfico 9. 
 
 
Gráfico 9 - Total de acidentes somando todas as categorias 
Fonte: AUTOR, 2018. 
 
5
36
0
5
10
15
20
25
30
35
40
ACIDENTE PERCEBIDOS TODOS OS ACIDENTES
Total de acidentes considerando todas as 
perguntas
43 
 
Houve um crescimento de 620% da quantidade de acidentes, ao considerar os 
sintomas que provavelmente indicam doenças do trabalho e os acidentes que não 
geraram lesões, ou geraram lesões menores a ponto de não serem consideradas 
pelos operários como acidente. No Gráfico 10 estão representados como seria a 
distribuição desses acidentes. 
 
 
Gráfico 10 - Total final de acidentes 
 Fonte: AUTOR, 2018. 
 
Por fim, percebemos que poderíamos ter 36 (66%) acidentes registrados, ao 
contrário de apenas 5 (11%) demonstrados no início. 
 
 
ACIDENTE 
TÍPICO
16
29%
NENHUM 
ACIDENTE
19
34%
DOENÇA DO 
TRABALHO
18
33%
ACIDENTE 
DE TRAJETO
2
4%
44 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
É nítida que a ideia de que acidente é apenas aquele que gera lesão grave está 
associada ao operário da construção civil. Ainda que os resultados para uma amostra 
de 46 operários não possam ser considerados tão conclusivos para determinados 
parâmetros, foram expressivos o suficiente para mostrar como o conceito legal de 
acidente, que acaba dando enfoque nos acidentes que levam às lesões, pode por 
vezes minorar o quantitativo estatístico de acidentes. Pois, a partir do momento que a 
ocorrência não provoca interrupção do trabalho, ou causa alguma perturbação grave, 
dificilmente o operário interpretará esta ocorrência como acidente. 
Já as investigações a respeito dos sintomas mais comuns para as profissões 
pesquisadas evidenciaram que, ao contrário do que se esperava, a maioria (59%) dos 
operários afirma não sentir nenhum dos sintomas. Considerando-se o quão comum 
são esses sintomas, principalmente o item “dor nas costas”, pode-se levantar algumas 
hipóteses que expliquem este número. Como, por exemplo, que estes que afirmam 
não sentir nada na verdade não percebem esses sintomas como algo atípico, pois já 
os internalizaram como algo normal, inerente à profissão. Inclusive, esse tipo de 
explicação foi dada diversas vezes, no momento que a autora fazia esse 
questionamento em relação aos sintomas. Esses resultados podem indicar a falha 
existente nos operários em perceber os sintomas orgânicos no âmbito de acidente de 
trabalho. 
Essas questões levantadas apontam como ainda é escassa a falta de 
conhecimentos relativos a SST aos operários da ICC. Um maior discernimento do 
conceito real de acidente levaria a dados do AEAT mais próximos a realidade. Isso 
mostraria que a Construção Civil é responsável por ainda mais acidentes do que 
aqueles que mostram o AEAT. O aumento hipotético de 620% do número inicial de 
acidentes é ainda mais alarmantequando pensamos na quantidade de acidentes que 
a construção civil já é responsável. Ou seja, se a ICC ocupa o 5º com maior registro 
de acidentes dentre todos os setores de atividades econômicas, caso houvesse esse 
registro mais preciso como o mostrado neste trabalho, o setor poderia estar em uma 
posição ainda mais preocupante. 
A partir dos resultados encontrados, sugere-se, para trabalhos futuros, abordar 
apenas a questão da ergonomia, de forma tal que fosse possível comprovar os 
resultados das prováveis doenças do trabalho e, também, investigar os motivos da 
45 
 
quantidade de respostas que disse nunca ter sentido sequer dores, pois, acredita-se 
que isso diz mais respeito aos operários não reconhecerem esses sintomas como algo 
advindo de suas funções do que o fato de eles realmente nunca terem sentido nenhum 
desconforto. 
 
 
46 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANUÁRIO Estatístico de Acidentes do Trabalho: AEAT 2016 / Ministério da 
Fazenda [et al.]. Vol. 1. Brasília: MF, 2016. 992 p. Disponível em: 
<http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/dados-abertos-sst/> Acesso em: 19 de 
mai. 2018. 
 
BRASIL. Decreto Nº 1.313, de 17 de janeiro de 1891. Estabelece providências para 
regularizar o trabalho dos menores empregados nas fábricas da Capital Federal. 
Lex: Coleção de Leis do Brasil, 1891, p. 326, vol. 4. Disponível em: < 
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1313-17-janeiro-1891-
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BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Lei Nº. 8.213 de 24 de julho 
de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras 
providências. Diário Oficial da União, 1991. Disponível em: 
<http://ftp.medicina.ufmg.br/osat/legislacao/Lei_8213_MPAS_22092014.pdf> Acesso 
em: fev. 2018. 
 
BRASIL. Ministério de Trabalho e Emprego. NR 17 - Ergonomia. Brasília: Ministério 
do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em: 
<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf>. Acesso em: 06 
de fev. 2018. 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18 - Condições e Meio Ambiente 
de Trabalho na Indústria da Construção. Brasília: Ministério do Trabalho e 
Emprego, 1978. Disponível em: 
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR18/NR-18.pdf>. Acesso em: 
06 de fev. 2018. 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 35 – Trabalho em Altura. Brasília: 
Ministério do Trabalho e Emprego, 2012. Disponível em: 
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR35.pdf>. Acesso em: 06 de 
fev. 2018. 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 5 - Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. 
Disponível em: <http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR5.pdf>. 
Acesso em: 06 de fev. 2018 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 - Equipamentos de Proteção 
Individual - EPI. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 1978. Disponível em: 
47 
 
<http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/nr-06-atualizada-
2018.pdf>. Acesso em: 16 de nov. 2018. 
 
BRASIL. Portaria N° 3.214, 08 de junho de 1978. Aprova as Normas 
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Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Brasília, 1978. Disponível 
em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso em: 06 de fev. 
2018. 
 
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https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/Portaria+n.+25+SSST+MTb+29+
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mbientais_000gvpl14yq02wx7ha0g934vgrnn5ero.PDF>. Acesso em: 06 de fev. 
2018. 
 
CASTRO, Brunna Rafaely Lotife. A Evolução histórica do Direito do Trabalho no 
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DADI, Gabriel B.; JAZAYERI, Elyas. Construction Safety Management Systems 
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<https://cnae.ibge.gov.br/?view=divisao&tipo=cnae&versao=9&divisao=41>. Acesso 
em: 20 de dez. 2017. 
 
48 
 
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Comunicação de Acidente 
de Trabalho – CAT, 2018. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/servicos-do-
inss/comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat/ >. Acesso em: 03 de mai. 2018. 
 
FREITAS, Luís Conceição. Manual de Segurança e Saúde do Trabalho. 3. Ed. 
Lisboa: Sílabo, 2016. Disponível em: 
<http://www.silabo.pt/Conteudos/8667_PDF.pdf> Acesso em: 06 de fev. 2018. 
 
MARTINS, Sergio Pinto. Breve Histórico a Respeito do Trabalho. São Paulo, p. 
169-176, 2000. Disponível em: 
<http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67461/70071>. Acesso em: 03 de 
mai. 2018. 
 
RAMAZZINI, Bernardino. As doenças dos trabalhadores; tradução de Raimundo 
Estrêla. 4. ed. São Paulo: Fundacentro, 2016. 321 p. 
 
SILVEIRA, Cristiane Aparecida; ROBAZZI, Maria Lúci do Carmo Cruz; WALTER, 
Elisabeth Valle; MARZIALE, Maria Helena Palucci. Acidentes de trabalho na 
construção civil identificados através de prontuários hospitalares. Revista Escola de 
Minas, Ouro Preto, 58(1):39-44, jan. mar. 2005. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/rem/v58n1/a07v58n1.pdf>. Acesso em: 20 de dez. 2017. 
 
TAVARES, Cláudia Régia Gomes. Segurança do Trabalho I – Introdução à 
Segurança do Trabalho. Curso Técnico em Segurança do Trabalho. UFRN, 2009. 
Disponível em: 
<http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seg
uranca/seg_trabalho/291012_seg_trab_a01.pdf > Acesso em: 10 de abr. 2018 
 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
50 
 
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO 
 
Nº OBRA: 
FUNÇÃO: 
TEMPO DE SERVIÇO: 
 
1. JÁ SOFREU ALGUM ACIDENTE? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
 
SE 1: “SIM” 
1.1. FOI UM ACIDENTE TÍPICO? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
1.2. HOUVE AFASTAMENTO? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
1.3. ESTAVA USANDO TODOS OS EPIs NO MOMENTO DO ACIDENTE? 
 SIM ( ) NÃO ( ) 
 
SE 1: “NÃO” 
1.4. JÁ SOFREU ALGUMA LESÃO NO TRABALHO? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
 
SE 1.4: “SIM” 
1.4.1. PRECISOU INTERROMPER O TRABALHO? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
1.4.2. ESTAVA USANDO TODOS OS EPIs NO MOMENTO DO 
ACIDENTE? 
SIM ( ) NÃO( ) 
SE SIM 
2. APRESENTA OU JÁ APRESENTOU ALGUM DOS SINTOMAS ABAIXO? 
A. PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS*? SIM ( ) NÃO ( ) 
B. DORES NA COLUNA? SIM ( ) NÃO ( ) 
C. DESCAMAÇÃO NA PELE? SIM ( ) NÃO ( ) 
 
SE A E/OU B E/OU C: “SIM” 
 
2.1 JÁ PROCUROU UM MÉDICO POR CAUSA DE ALGUM DESSES 
SINTOMAS? 
SIM ( ) NÃO ( ) 
 
 
51 
 
APÊNDICE B – RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO 
 
 
 
1
1.
1
1.
2
1.
3
1.
1
1.
1.
1
1.
1.

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