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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Higiene do Trabalho: Riscos Físicos e Biológicos Agentes Biológicos Responsável pelo Conteúdo: Profa. Esp. Erika Gambeti Viana de Santana Revisão Textual: Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema • Leitura Obrigatória • Material Complementar Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Apresentar os agentes biológicos. Falar sobre a exposição do trabalhador a esses agentes, avaliação quantitativa e qualitativa e classificação e medidas de controle. Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Agentes Biológicos UNIDADE Agentes Biológicos Introdução ao Tema A exposição a agentes biológicos pode ocorrer, durante a jornada de trabalho, sob diversas atividades e/ ou situações, ocasionando diferentes graus de risco. Dessa maneira, é necessário que medidas adequadas sejam adotadas, para que se reduza o risco de exposição dos trabalhadores a tais agentes. A Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978 (BRASIL, 1978), aprovou as Normas Regulamentadoras (NRs) adjuntas ao Capítulo V (Título II) da Consolidação das Leis do Trabalho e que são pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho. Foram aprovadas 29 Normas Regulamentadoras. Nesse cenário, destaca-se a Norma Regulamentadora nº. 1 (BRASIL, 1978), que confere ao empregador o dever, dentre outros, de informar aos trabalhadores: “i) os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho e ii) os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa”. A Norma Regulamentadora nº. 9 (BRASIL, 1978) considera como agentes biológicos: as bactérias, os fungos, os bacilos (bactérias na forma de bastonetes), os parasitas (seres vivos que vivem às custas de outros), os protozoários, os vírus, etc. De acordo com a Norma, os riscos biológicos fazem parte do conjunto dos riscos ambientais que englobam, também, os riscos físicos e os riscos químicos, conforme trecho: Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador (BRASIL [a], 1978; item 9.1.5, p.1). Na Norma Regulamentadora nº. 9 é, também, previsto o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) que determina: A obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais [...] (BRASIL, 1978; item 9.1.1, p. 1). Há também a Norma Regulamentadora nº. 15 (BRASIL, 1978), relativa às “Atividades e Operações Insalubres”. Tal Norma possui 14 anexos, sendo cada um específico para um agente físico, químico ou biológico. O Anexo 14 refere-se aos agentes biológicos, trazendo a listagem de atividades que envolvem exposição a tais riscos. No âmbito internacional, tem-se destaque o Decreto-Lei nº. 84, de 16 de abril de 1997 (PORTUGAL, 1997), que exige normas específicas para atividades profissionais com risco de exposição a agentes biológicos. De acordo com tal Decreto, a proteção dos trabalhadores passa pela avaliação dos riscos à exposição, o que permite a escolha das medidas de proteção adequadas. Ainda segundo o mesmo Decreto, agentes biológicos “são os microrganismos, incluindo os geneticamente modificados, as culturas 6 7 de células e os endoparasitas humanos suscetíveis de provocar infecções, alergias ou intoxicações”. Por microrganismo entende-se “qualquer entidade microbiológica, celular ou não celular, dotada de capacidade de reprodução ou de transferência do material genético”. Já organismo geneticamente modificado (OGM) é o organismo cujo material genético (DNA ou RNA) foi modificado por qualquer técnica de engenharia genética (BRASIL, 2005). A observância dos riscos ambientais é etapa essencial à tomada de decisões referentes às ações com vistas a preveni-los, eliminá-los e/ou controlá-los. Tal reconhecimento traduz-se na identificação, no ambiente de trabalho, dos fatores ou situações com potenciais danos à saúde dos trabalhadores ou, simplesmente, na identificação da possibilidade de haver tal dano. Para tanto, é necessária uma observação criteriosa e in loco das condições às quais os trabalhadores estão expostos. Agentes biológicos podem oferecer riscos aos trabalhadores. Tais riscos são em decorrência da presença destes no ambiente de trabalho e, embora possam ser encontrados em qualquer ambiente, certos locais e atividades são mais propícios à exposição dos trabalhadores a eles. Incorrem em maiores riscos aqueles trabalhadores que possuem atividades ligadas à saúde (médicos, enfermeiros, laboratoristas, etc.) ou manuseio de resíduos (tratadores de efluentes, recolhedores de lixo, etc.). 7 UNIDADE Agentes Biológicos Leitura Obrigatória Riscos biológicos Risco Biológico, segundo a Norma Regulamentadora nº. 32 (BRASIL, 2005), é designado como a probabilidade da exposição ocupacional aos agentes biológicos. Consideram-se riscos biológicos aqueles ocorridos pela exposição humana aos microrganismos, podendo acarretar o surgimento de doenças nesses indivíduos. Algumas atividades expõem o trabalhador ao contato direto com os riscos. São exemplos destas: coletores de lixo; indivíduos que trabalham em hospitais, ambulatórios ou laboratórios; e manipuladores de resíduos orgânicos, como o esgoto. Podem-se citar como agentes biológicos as bactérias, os fungos, os vírus, os protozoários, etc. Algumas doenças às quais os trabalhadores estão expostos, dependendo do seu local de trabalho e atividade, são: tuberculose, malária, febre amarela ou amebíase. Bactérias As bactérias são organismos simples que possuem a capacidade de sobreviver e multiplicar-se sem a necessidade de um hospedeiro para seu completo desenvolvimento. Para tanto é necessário que o ambiente ofereça condições favoráveis ao seu desenvolvimento. Algumas bactérias possuem a capacidade de formar esporos. Essa forma esporulada lhes confere resistência, permitindo sua sobrevivência, que pode chegar a muitos anos. A esporulação ocorre sob condições adversas para as bactérias, como temperaturas extremas, falta de água, falta de nutrientes essenciais a elas, etc. Quando o ambiente torna a voltar favorável às bactérias, o esporo germina, dando origem à bactéria, com seu potencial infectante ativo. Há bactérias que parasitam o homem e aquelas que são benéficas a ele, como aquelas que fazem fermentação e são utilizadas na indústria alimentícia, produzindo queijos e iogurtes. Um exemplo de bactéria que parasita o homem é o popularmente conhecidocomo Anthrax (Bacillus anthracis). Os profissionais mais expostos são aqueles que lidam diretamente com carne animal, como veterinários, açougueiros e fazendeiros. A forma de contágio é pelo contato direto com os animais infectados ou seus produtos e pela ingestão ou inalação dos esporos. 8 9 Vírus Os vírus são as formas de vida mais simples que existem, pois são constituídos apenas por material genético, que pode ser o DNA (ácido desoxirribonucleico) ou o RNA (ácido ribonucleico), nunca os dois juntos. Por essa razão, eles precisam sempre de um hospedeiro (ser vivo que será infectado) para poder se reproduzir. Logo, são parasitas obrigatórios. Comumente, os vírus infectam o hospedeiro injetando seu material genético nas células deste. Após a infecção, os vírus se replicam no interior das células e, normalmente, as destroem, passando então a infectar novas células sadias do hospedeiro. Um exemplo de vírus é o da Hepatite Tipo B. Os profissionais expostos a esse tipo de vírus são os da saúde, como técnicos de laboratório, médicos, enfermeiros, etc. A forma de contágio é através de material biológico contaminado, como o sangue e outros líquidos/ secreções corporais, destacando-se o contato sexual. Protozoários São organismos constituídos por apenas uma célula (unicelulares). Alguns são de vida livre e outros são parasitas, sendo necessário, em muitos casos, passarem por vários hospedeiros até completarem seu ciclo de desenvolvimento. Em muitos casos, a passagem (transmissão) de um hospedeiro para outro é feita por insetos que, nesse caso, recebem o nome de vetores. Um exemplo de doença causada por protozoários é a Amebíase (Entamoeba histolytica). A contaminação é direta, ou seja, não há a necessidade de um vetor para que ocorra a contaminação, que se dá pela ingestão de cistos do parasita (forma de resistência dos protozoários) presentes na água, nos alimentos contaminados ou na matéria fecal de indivíduos com a doença. Profissionais expostos a esse tipo de agente são aqueles que trabalham diretamente com material fecal humano, como os trabalhadores de laboratório de análises clínicas. Helmintos (vermes) Os helmintos frequentemente passam por vários hospedeiros até completarem seu ciclo de desenvolvimento (ovo-larva-adulto). A transmissão de um hospedeiro para outro é feita por meio de vetores. Quando o parasita está em fase larval (ou de reprodução assexuada), o hospedeiro que o abriga é chamado de hospedeiro intermediário. Já hospedeiro definitivo é aquele que apresenta o parasita na fase adulta, onde ele pode reproduzir-se sexuadamente. 9 UNIDADE Agentes Biológicos Dividem-se em dois grandes grupos, conforme o formato de seu corpo e suas segmentações: vermes cilíndricos (nemátodos) e vermes achatados (platelmintos), podendo ser estes últimos segmentados (céstodos) ou não segmentados (tremátodos). Artrópodes Assim como os helmintos, possuem um ciclo vital que envolve a passagem por vários hospedeiros para completarem seu ciclo. Muitas espécies são endoparasitas, ou seja, penetram no interior do organismo do hospedeiro para parasitá-lo. Outras, no entanto, parasitam apenas regiões superficiais do corpo do hospedeiro, podendo, entretanto, inocular toxinas neste. Fungos Os fungos são muito conhecidos popularmente como bolores, mofos, fermentos, leveduras ou cogumelos (champignon). Os fungos podem ser parasitas tanto do homem quanto de animais ou vegetais, pois são incapazes de fazer fotossíntese para produzir seu próprio alimento. No ser humano as doenças de maior incidência, causadas por fungo, acometem a pele, podendo-se manifestar, entretanto, em qualquer parte do corpo. Exemplos comuns são as micoses que infestam o couro cabeludo, as unhas e outras regiões da pele (dos pés e das mãos), onde podem se desenvolver as “frieiras”. As micoses podem acometer também as mucosas, como a bucal, causando a doença conhecida vulgarmente como “sapinho”. Os fungos são constituídos de hifas, que são filamentos formados por células que formam um emaranhado, denominado micélio. As hifas estendem-se até o alimento, realizando a digestão dele e a sua posterior absorção. As hifas também são responsáveis pela reprodução sexuada e assexuada dos fungos. A reprodução assexuada nos fungos pode ser feita por fragmentação, brotamento ou esporulação. Já a sexuada é feita pela formação de esporos. A maioria dos fungos alterna entre estes dois tipos de reprodução – sexuada e assexuada – porém, em alguns casos, pode ocorrer apenas um tipo ou outro. Exemplo de doença causada por fungo é a popularmente conhecida como pé-de- atleta, causada pela espécie Trichophytum rubrum. Os profissionais expostos são aqueles que possuem contato com o fungo, através de objetos, animais ou outros seres humanos infectados. A infecção é facilitada se houver lesões na pele, umidade ou má higiene. Classificação quanto ao risco biológico A Norma Regulamentadora nº. 32 (BRASIL, 2005) classifica os agentes biológicos em classes de risco, numeradas de 1 a 4, conforme Figura1. Essa Norma leva em conta o risco de incidência destes na saúde dos trabalhadores, a sua capacidade de dispersão e a existência (ou inexistência) de medidas profiláticas (formas de prevenção) e tratamento 10 11 médico. Deve-se mencionar que uma avaliação de risco das condições do trabalhador deve levar em conta os possíveis efeitos causadores de alergias, intoxicações ou câncer, ocasionados por esses agentes biológicos. Características de cada classe de risco. Norma Regulamentadora nº 32 Classe de Risco Risco Individual Risco de Propagação à coletividade Tratamento Eficaz 1 Baixo Baixo ---- 2 Moderado Baixo Existe 3 Elevado Moderado Nem sempre existe 4 Elevado Elevado Atualmente não existe Risco individual refere-se à probabilidade de o trabalhador adquirir a doença e a gravidade dos danos à sua saúde (BRASIL 2008). De forma semelhante à NR 32, o Decreto-Lei nº. 84, de 16 de abril de 1997 (PORTUGAL, 1997), classifica os agentes biológicos em quatro grupos, conforme o seu nível de risco infeccioso. Abaixo seguem alguns exemplos elucidativos de cada caso, aplicáveis também ao Brasil: Grupo 1 de risco (baixo risco): nesse grau incluem-se os agentes biológicos que não causam doenças nas pessoas ou nos animais, como, por exemplo, o Lactobacillus sp, e não tem risco de propagação na coletividade; · Grupo 2 de risco (risco moderado): nesse grau temos os agentes biológicos que causam infecções tanto nos homens quanto nos animais, podendo causar doenças e, por isso, constituir perigo para os trabalhadores. Podem se propagar para a comunidade, mas a disseminação é limitada no meio ambiente, e existem medidas eficazes para tratá-los; por exemplo, o Schistosoma mansoni; · Grupo 3 de risco (alto risco): nesse grau estão inclusos os agentes biológicos que são transmitidos por vias respiratórias e que causam problemas tanto em animais quanto no homem, podendo causar doença grave e constituir perigo grave para os trabalhadores; são letais, mas existem tratamentos e prevenções. Apresentam riscos à comunidade e ao meio ambiente e podem se propagar entre as pessoas; por exemplo, o Bacillus anthracis; · Grupo 4 de risco (alto risco): nesse grau estão inclusos os agentes que são transmitidos por vias respiratórias e outras formas que são desconhecidas. Não se tem ainda medidas para combater as infecções que são ocasionadas por esses agentes. Podem causar doenças em humanos e animas com nível de gravidade alta, e podem se disseminar por toda uma comunidade e também no meio ambiente, como, por exemplo, os vírus, inclusive o vírus ebola. 11 UNIDADE Agentes Biológicos Observações sobre a classificação dos agentes biológicos Seguem algumas considerações importantes, para melhor entendimento quanto àclassificação dos agentes biológicos: 1. Quando temos que mais de uma espécie é patogênica, serão destacadas as mais importantes, as demais serão apresentadas pelo gênero mais spp, isso indica que animais de outras espécies também podem ser patogênicos. 2. Os parasitas são classificados e têm medidas de contingenciamento apenas nos estágios em que são infecciosos para os homens e para os animais. 3. Na área específica serão manipulados os agentes que forem inclusos na classe especial; se não transitarem pelo país ainda, deverá ser restrita sua importação, necessitando de autorização prévia das autoridades competentes. Se forem detectados no território, estes deverão ser tratados e apresentados os critérios de sua avaliação de risco. 4. Estão sendo considerados apenas os agentes biológicos que causam riscos e efeitos aos indivíduos sadios. Não foram considerados efeitos em indivíduos com patologia prévia, portadores de transtornos, gravidez, fazendo uso de medicação e lactação. 5. Avaliação dos agentes biológicos Adotando a metodologia de pesquisa higiênica, em primeiro lugar temos que identificar o contaminante; em segundo lugar, coletar a amostra, da forma mais representativa possível; e em terceiro lugar, avaliar o problema de higiene exposto. Os contaminantes biológicos são em sua maioria microrganismos vivos, geralmente de tamanho microscópico, sem cheiro e cor, impossibilitando-nos de detectá-los por meio de nossos sentidos. Existem também os contaminantes biológicos transportados por partículas de pó ou suspensão no ambiente de trabalho. Temos os encontrados na água, nas matérias- primas, equipamentos utilizados nas indústrias, na superfície da pele dos trabalhadores, nas superfícies de trabalho, etc. Tendo em vista suas características e necessidades vitais, os tipos de contaminantes biológicos aerotransportados conseguem ter formas resistentes ao ar seco. Porém, ao mesmo tempo, nesses ambientes podem encontrar aerossóis formados por gotículas que contenham microrganismos em condições de umidade adequadas para a sua sobrevivência. Considerando essas características, a amostragem deve ser feita com um equipamento que permita uma ampla faixa de coleta e que assegure a sobrevivência dos organismos coletados. Então, como podemos perceber, a avaliação dos agentes biológicos consiste na comparação de resultados de medições e critérios adotados que contenham uma série de fatores: 12 13 · efeitos individuais e coletivos e tipo de contaminante; · contaminação e suas causas; · canais de entrada; · tempo de exposição; · proteção utilizada e real eficiência; · melhorias técnicas adotadas; · tipo de atividade. Técnicas de amostragem ambiental São conhecidas várias técnicas para coleta de microrganismos existentes no ar que respiramos, para que seja feita uma avaliação no ambiente de trabalho, como: sedimentação, coleta em meio líquido, filtração, impactação, etc. Sedimentação É a exposição de placas de Petri ao ambiente durante um certo tempo, tornando-se o método mais sensível de avaliar a contaminação biológica no ar. Incide na distribuição de zonas escolhidas para a amostragem, placas de Petri que contenham meios de cultura adequados e durante um tempo controlado. Vantagens: · custo baixo; · manipulação fácil. Desvantagens: · não é possível avaliar os microrganismos quantitativamente; · não são permitidas correntes de ar no ambiente; · uma quantidade de microrganismos morre seca se os tempos de amostragem forem maiores que 20 minutos; · Se os microrganismos tiverem menos de 3 micrometros, não poderão ser coletados. Coleta em meio líquido (impinger) É realizada de maneira com que o ar amostrado passe através de um meio líquido contido em um recipiente de lavagem (impinger), em seguida é feita a contagem do número de microrganismos segundo métodos microbiológicos habituais. Vantagens: · é possível determinar o número de microrganismos; · não tem risco da morte dos microrganismos por secagem. · 13 UNIDADE Agentes Biológicos Desvantagem: · para amostragem do material é necessário um certo tempo; · pode acontecer a contaminação do líquido, e com isso gerar erros. Filtração Nesse método, o ar amostrado passa através de um filtro de gelatina. Em seguida, o filtro é colocado em uma placa com um meio de cultura, ou dissolvido por um líquido apropriado, efetuando a contagem por métodos apropriados. Vantagens do método: · é adequado para coleta de microrganismos aerotransportados; · permite a avaliação quantitativa. Desvantagens: · permite um volume máximo de coleta de 250 litros (valores maiores promovem a secagem do ar, produzindo alterações nos microrganismos); · não consegue detectar contaminações inferiores a 1 unidade formadora de colônias por metro cúbico de ar (ufc/m³), que é o limite máximo permitido nas unidades dotadas de fluxo laminar; · alguns microrganismos são sensíveis à passagem de ar durante o processo de filtração. Impactação Nesse método, um determinado volume de ar sofre um choque sobre um meio de cultura. Vários equipamentos baseados nesse princípio são encontrados no mercado. Coletor de Andersen Trata-se de um dispositivo de coleta formado por seis placas circulares de impactação, dotadas de orifícios com diâmetros progressivamente decrescentes, e o ar que passa de uma placa para outra sofre uma aceleração, variando o tamanho das partículas que se sedimentarão por impactação. Desvantagem do método: · possui baixa sensibilidade (acima de 7 ufc/m³). Coletor de fenda Através de uma fenda estreita, mediante uma turbina, o ar é aspirado, sendo conduzido a uma placa de cultura dotada de movimento de rotação. 14 15 Coletor RCS (Sistema Centrífugo Reuter) Aqui, um certo volume de ar amostrado é impulsionado por uma hélice sobre uma cinta de plástico portadora de alvéolos justapostos que contêm o meio de cultura adequado. As partículas e microrganismos aerotransportados são projetados pela ação da força centrífuga sobre o meio de cultura. Vantagens do método: · grande amplitude de medição; · tempo de trinta segundos a cinco minutos; · vazão de quarenta litros/minuto; · sensibilidade de manipulação; · baixos níveis sonoros: 49 dB (A); · grande reprodutibilidade dos valores obtidos. Desvantagens: · medições prolongadas em condições de ar seco e alta temperatura podem secar o meio de cultura; · é difícil avaliar a quantidade de ar que entra e sai pelo mesmo ponto. Dispositivo SAS (Sistema de Ar Superficial) No dispositivo SAS, o ar amostrado passa através de uma superfície perfurada a uma velocidade pré-estabelecida, durante certo período, para ser conduzido sobre uma placa de Petri. Vantagens do método: · facilidade de manejo; · baterias de alimentação recarregáveis; · o técnico pode selecionar os meios de cultura adequados; · ampla faixa de medição (tempo de 5 minutos para 15 unidades de 20 segundos e vazão de 90 a 180 litros/minuto); · as placas de Petri utilizadas permitem realizar amostragens de superfície. Desvantagens: · medição em ambientes muito secos e com temperaturas e velocidades de ventos altos podem ocasionar o ressecamento do meio de cultura. · · 15 UNIDADE Agentes Biológicos Técnicas de amostragem em superfícies São utilizadas as técnicas quando há possibilidade de contaminação dos equipamentos de trabalho, roupas, mobiliário, elementos de construção que, por suas características ou como consequência de desinfecção ineficiente, atuem como possíveis depósitos de contaminantes biológicos. Placa de contato A placa é um meio de cultura solidificado. Coloca-se a placa sobre a superfície a ser avaliada e se pressiona, mantendo-a imóvel durante o contato. EsfregaçoOcorre quando passamos um chumaço de algodão estéril sobre a superfície a ser avaliada. Esse método objetiva amostrar locais de difícil acesso pelas placas de contato. Medidas de controle de riscos biológicos As medidas de prevenção aos riscos biológicos devem ser concebidas tanto na fase de projeto das instalações, onde os trabalhadores exercerão suas atividades, quanto no início da jornada diária de cada trabalhador. Tais medidas passam dessa maneira, desde a concepção da estrutura física do ambiente de trabalho até a utilização de dispositivos, equipamentos ou instrumentos, que deverão ser usados para conter os agentes biológicos em sua origem ou mesmo por meio de medidas a serem tomadas durante a jornada laboral. As medidas estruturais, tanto relacionadas às instalações quanto aquelas organizacionais, são de responsabilidade da entidade empregadora, seja ela pública ou privada, sendo que todo o pessoal técnico, administrativo e/ou auxiliar deve contribuir para o controle dos riscos, tanto pela implementação das boas práticas quanto pela observância das regras de funcionamento estabelecidas pelo contratante. Para que as doenças se manifestem em um indivíduo, devem-se levar em conta as características dos agentes biológicos (virulência, formas de entrada no organismo, etc.) bem como as características do próprio indivíduo (grau de imunidade, idade, hábitos de higiene, histórico de doenças anteriores, fumo, etc.). Segundo a NR 9 (BRASIL, 1978), o reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens: “i) a sua identificação; ii) a determinação e localização das possíveis fontes geradoras; iii) a identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho; iv) a identificação das funções e determinação do número de trabalhadores expostos; v) a caracterização das atividades e do tipo da exposição; vi) a obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho; vii) os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados, disponíveis na literatura técnica; viii) a descrição das medidas de controle já existentes” (BRASIL, 1978; item 9.3.3, p.2). 16 17 Sempre que forem constatados riscos aos trabalhadores, deve-se procurar minimizá-los o máximo possível. Os agentes perigosos devem ser substituídos por outros que não sejam perigosos ou por aqueles que ofereçam menos perigo à segurança dos trabalhadores, considerando-se o atual conhecimento tecnológico. Para obter as medidas de controle, há uma hierarquia a ser seguida, adotando-se primeiramente as mais eficientes, que são as que se referem à fonte, seguida das medidas em relação ao percurso, no caso de as medidas relativas à fonte não serem suficientes. Por fim, se essas medidas ainda forem insuficientes, as relativas aos colaboradores devem ser tomadas. Medidas adotadas na fonte Referente a essas medidas, a contaminação tem por objetivo evitar a presença de microrganismos, ou evitar que passem para o meio ambiente. · Seleção dos equipamentos de trabalho; · Substituição de microrganismos; · Modificação do processo; · Encerramento do processo. · Medidas corretivas adotadas no percurso As medidas visam evitar a proliferação dos contaminantes no meio ambiente. · Limpeza e desinfecção; · Ventilação; · Controle de vetores; · Sinalização. Medidas preventivas adotadas para o colaborador As medidas adotadas em relação ao colaborador complementam as medidas relativas à fonte e à trajetória dos contaminantes. No caso de todas as medidas anteriores (fonte, percurso e colaborador) não serem suficientes, deve-se implementar, ainda, as seguintes: · reduzir a liberação de agentes biológicos por meio do estabelecimento de procedimentos de trabalho e técnicas apropriados; · minimizar a exposição dos trabalhadores; · associar medidas de proteção coletiva a medidas de proteção individual (quando na impossibilidade de evitar a exposição por outros métodos). É importante mencionar aqui que os equipamentos de proteção individual (EPI’s) podem vir a se tornar perigosas fontes de contaminação. Um exemplo são as luvas, que, ao serem usadas para manipulação de material contaminante, devem ser descartadas (e nunca reutilizadas) assim que forem utilizadas, já que podem facilmente espalhar os agentes biológicos infectantes; 17 UNIDADE Agentes Biológicos · aplicar ações seguras para manipular, recepcionar e transportar agentes biológicos; · tratar com segurança os resíduos durante seu transporte e armazenamento. Isso inclui identificá-los e colocá-los em recipientes adequados e protegidos; · sinalizar adequadamente os locais com riscos biológicos (ou outros); · firmar planos emergenciais no caso de liberação acidental de agentes infecciosos; · treinar os trabalhadores adequadamente, conforme sua função; · fazer acompanhamento médico, de acordo com a atividade laboral, dos trabalhadores. Os trabalhadores devem ser informados sobre: · potenciais riscos acentuados à saúde; · cuidados a tomar para minimizar os riscos; · procedimentos de higiene; · uso de acessórios ou instrumentos de proteção; · ações a serem tomadas, em caso de acidentes. Há inúmeras maneiras de anunciar informações importantes aos trabalhadores, desde publicações com procedimentos de como agir em caso de incidentes até a formação em sala de aula ou exposição de cartazes educativos. Os exames médicos dos trabalhadores são obrigatórios pela legislação e devem ser feitos periodicamente. Entretanto, quando agentes biológicos estão envolvidos, esse período pode ser alterado pelo médico do trabalho e, além disso, devem-se considerar todos os exames realizados anteriormente a quaisquer possíveis exposições. A Norma Regulamentadora nº. 7 (BRASIL, 1978) institui como obrigatória, para os empregadores e instituições empregadoras, a elaboração e a implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O objetivo da Norma é a manutenção da saúde dos trabalhadores. Todas as corporações, independentemente do número de funcionários ou do grau de risco ao qual estão expostos, são obrigadas a preparar e a implantar o PCMSO (BRASIL, 2008). Vias de transmissão do agente biológico As vias de transmissão podem ser através de contato direto ou indireto, vias aéreas, ingestão ou percutânea. No contato direto, a transmissão é efetuada durante o contato entre uma pessoa contaminada e outra (pele com pele), geralmente quando a higienização é deixada de lado. Um exemplo é a lavagem inadequada das mãos. Já no contato indireto, a transmissão se dá por meio de objetos contaminados. Alguns exemplos que podem causar tal contaminação são a desinfecção inadequada de dispositivos cortantes (facas, tesouras, etc.) ou outros materiais de utilização pessoal. 18 19 Outra via de transmissão é a aérea. Nesse caso, as bactérias permanecem em escamas da pele ou em suspensão, através de gotículas liberadas durante, por exemplo, o espirro de um indivíduo doente. Tais gotículas se fixam a superfícies planas ou secam e, devido à sua baixa densidade, suspendem-se no ar, podendo ser, então, inspiradas por outros indivíduos. Os riscos de contaminação por via aérea se acentuam quando não há um sistema adequado de isolamento ou quando não há um sistema de ventilação por pressão negativa nas dependências do local de trabalho. O sistema de condicionamento do ar (“ares condicionados”) também pode ser uma fonte de contaminação, quando seus filtros não são trocados com frequência, disseminando, assim, aerossóis contaminantes. A ingestão é outra via de entrada de contaminantes; apesar de não ser a via mais recorrente, ocasionalmente pode haver, por acidente, a ingestão de materiais contaminados. Há que se ressaltartambém a via percutânea, cuja contaminação se dá pela invasão do tecido cutâneo e consequente modificação de sua integridade. Exemplos que elucidam esse caso são os cortes e perfurações na pele causados por objetos cortantes ou por picadas de insetos. A via de transmissão externa mais comum é pelo contato, que pode ser direto (de pessoa a pessoa) ou indireto (pelo contato com objetos contaminados). Há também outras vias, menos habituais, como a ingestão de alimentos ou a inalação de ar, ambos contaminados. “Portas” de entrada do agente biológico Além das vias de transmissão, há também as portas de entrada para o agente, que podem ser pelo aparelho respiratório ou digestivo, pela pele ou placenta. No aparelho respiratório, a contaminação pode ocorrer pela inalação do agente infecioso. Exemplos de doenças são a gripe, a meningite meningocócica, a difteria, a tuberculose e o anthrax. No aparelho digestivo, a infecção se dá pela ingestão dos alimentos e água contaminados. Exemplos de doenças são as salmoneloses, disenteria e poliomielite. Na pele e mucosas, a inoculação ou implantação pode ocorrer devido a lesões ocorridas nestas. Exemplos de doenças são a febre amarela (causada pela picada do mosquito infectado) e hepatite B. Os agentes contaminantes também podem entrar via placenta, passando da mãe para o filho. Deve-se levar em conta, ainda, fatores que aumentam o risco de contaminação por características dos próprios trabalhadores, como: doenças passadas, gravidez, uso de medicamentos, baixa imunidade, má higiene, etc. 19 UNIDADE Agentes Biológicos Acidentes e incidentes envolvendo agentes biológicos Ainda que sejam tomadas medidas de proteção, acidentes ou incidentes de trabalho sempre estarão sujeitos a ocorrer. Segundo Brasil (2006), todos os casos de acidente envolvendo material biológico devem ser comunicados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), conforme previsto na Portaria nº. 777, de 28 de abril de 2004, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004 apud BRASIL, 2006). Além disso, a instituição deve manter um registro interno com os dados do acidente, setor de ocorrência, data e hora do acidente, função exercida pelo acidentado, tipo de acidente (contato com mucosa, perfuro cortante, pele íntegra ou lesada), material biológico envolvido (sangue, soro, outros), uso de EPI, modo e condições que podem ter levado à ocorrência do acidente, etc. De posse desses dados, deve-se proceder de acordo com os itens ordenados: 1º) Relacionar todas as causas do acidente; 2º) Verificar os motivos de ocorrência mais frequentes; 3º) Dar início ao processo de busca por soluções; 4º) Implementar as ações corretivas como parte de um projeto piloto; 5º) Verificar a eficácia das ações corretivas; 6º) Implementar as ações corretivas definitivamente. Tais passos devem entrar em discussão junto aos funcionários e à Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). Todas as medidas corretivas devem passar por uma fase de verificação que visa à adequação e ao seu melhoramento para, posteriormente, serem implantadas de modo definitivo. Os controles laboratoriais dos acidentes devem ser registrados e mantidos em um prontuário (BRASIL, 2006). Métodos de desinfecção de materiais Abaixo seguem informações sobre algumas das formas de desinfecção de materiais contaminados. Esterilização por vapor (autoclavagem) As autoclaves utilizam calor úmido na forma de vapor saturado sob pressão para destruir microrganismos. Esse processo é dependente da temperatura, do período, contato e umidade para ser efetivo e o mais eficiente método para a destruição dos riscos biológicos ou resíduos infecciosos. 20 21 Tendo a temperatura recomendada de 121°C a 123°C, que é atingida na pressão de 15 psi (libra por polegada quadrada), o período necessário para a esterilização é de 30 minutos, depois de atingida a temperatura ideal. Todas as áreas de carga devem ter contato com o vapor. Sacos e recipientes devem ser abertos para a total penetração do vapor. É essencial para a máxima transferência de calor a saturação do vapor. Bolsões de ar ou suprimento inadequado de vapor podem causar uma falha na esterilização. A água pode ser adicionada aos recipientes para auxiliar a umidade. Vale ressaltar que as autoclaves têm microrganismos vivos e vapor pressurizado. Queimaduras podem ocorrer quando as portas não forem fechadas corretamente ou quando forem abertas existindo pressão de vapor na câmara. Embalagens que contenham resíduos infecciosos devem ser armazenadas no laboratório quando transportadas para a autoclave, que seja realizada em recipientes secundários e rígidos, à prova de vazamentos e com tampa selada. O recipiente secundário deve ser rotulado com os dizeres “Resíduo biológico perigoso” ou com o símbolo internacional de risco biológico, com as palavras “Risco biológico” na tampa e nas laterais, de forma que possa ser visto de qualquer ponto em que esteja o indivíduo, indicando o laboratório de origem também. Desinfetantes químicos São utilizados para descontaminar superfícies utilizadas com experimentos biológicos. Os desinfetantes químicos e sua seleção é feita com base em alguns dados: · natureza do agente biológico; · o tipo de superfície a ser desinfetada; · o tempo de contato necessário para a inativação do agente biológico; · o volume do desinfetante necessário para a desinfecção; · a toxidade do desinfetante químico; · a possibilidade de reação do desinfetante com a carga. Quando fizer uso de um desinfetante químico, lembre-se de que você está manipulando produtos que podem ser tóxicos, inflamáveis, corrosivos e carcinógenos. Utilize sempre proteção adequada. Como selecionar desinfetantes químicos É essencial para a segurança e a qualidade do serviço de desinfecção a seleção correta dos desinfetantes químicos. 21 UNIDADE Agentes Biológicos A seguir, questões importantes na utilização de produtos químicos para a desinfecção: · ele é inativado por média orgânica? · é afetado por água quente? · deixa resíduos? · é corrosivo? · irrita a pele, os olhos e os pulmões? · é toxico (por absorção da pele, ingestão ou inalação)? · possui meia vida efetiva maior que uma semana? Possíveis aplicações do produto: · superfícies de trabalho; · limpeza de vidraria; · desinfecção de superfícies de equipamentos estacionários ou portáteis; · líquidos tratados para descarte (amostra de culturas, culturas em placas de Petri, amostra de sangue, urina, entre outras). Composto de cloro desinfetante O cloro geralmente utilizado na forma de hipocloritos é um desinfetante universal, sendo ativo contra todos os microrganismos, incluindo esporos de bactérias. As aplicações em potenciais do cloro no laboratório como desinfetante são: · superfícies de trabalho; · vidraria contaminada; · descontaminação de superfície de equipamentos fixos ou portáteis; · líquidos tratados para descarte. Diversos compostos ativos de cloro são disponíveis em várias concentrações, porém a mais utilizada no campo de desinfecção química é o hipoclorito de sódio. Os branqueadores de roupa são soluções de hipoclorito de sódio a 5,25% ou a 52.500 ppm (partes por milhão). As soluções de cloro gradativamente perdem a atividade; assim, soluções novas devem ser preparadas frequentemente. Soluções diluídas devem ser repostas a cada 24 horas. A estabilidade das soluções de cloro é afetada pelos seguintes fatores: · concentração de cloro; · presença de concentração de catalisadores como cobre ou níquel; · PH da solução; · temperatura da solução; · presença de material orgânico; · radiaçãoultravioleta. 22 23 Graus de insalubridade (NR 15, Anexo 14) São considerados dois graus de insalubridade para agentes biológicos, grau máximo e grau médio, que são caracterizados por avaliação qualitativa através de inspeção nos locais de trabalho. Características do grau máximo de insalubridade São considerados de grau máximo os trabalhos ou operações em contato permanente com: · pessoas que estão isoladas devido a doenças infectocontagiosas, passando pelo mesmo processo os objetos de seu uso não esterilizados adequadamente; · dejetos de animais com algum tipo de doença infectocontagiosa, em decomposição, couro, pele ou sangue, etc.; · esgotos (galerias); · lixo urbano. Características do grau médio de insalubridade A seguir veremos alguns dos locais de trabalho que se encaixam nesse grau, sendo os trabalhos realizados em contato permanente com animais infectados ou pacientes. · Grande parte desse nível se encontra em hospitais, ambulatórios, enfermarias e postos de saúde, até mesmo dentro de uma ambulância. Por isso salientamos a importância do manuseio dos objetos utilizados nesses pacientes, devido a falha ou falta de esterilização adequada; · Temos também os laboratórios que são especializados na preparação de vacinas e soro, tendo em vista que são realizados por experiências em animais infectados com diferentes substâncias; · Basicamente em locais onde ocorrem análises clínicas em geral, autópsias, de anatomias e histoanatomopatologia, ou até mesmo posteriores, caso de exumação (cemitérios), por exemplo. Estábulos e cavalariças; · Resíduos de animais em processo de decomposição ou deteriorados. 23 UNIDADE Agentes Biológicos Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) Limites de segurança https://goo.gl/HVnIii Livros Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos. 5. ed., p. 95. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006. Leitura Classificação de risco dos agentes biológicos MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Classificação de risco dos agentes biológicos. Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília, DF: Editora MS, 2006 https://goo.gl/96tB0F Classificação de risco dos agentes biológicos MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos. 2 ed. Série A. Normas e manuais técnicos. Brasília, DF: Editora MS, 2010 https://goo.gl/gnt8Cv Avaliação dos riscos ocupacionais entre trabalhadores da coleta de resíduos sólidos domiciliares da cidade de Sinop – MT – um estudo de caso OLIVEIRA, Ana Paula Slovinski de; ZANDONADI, Francianne Baroni; CASTRO, Joicy Marina de. Avaliação dos riscos ocupacionais entre trabalhadores da coleta de resíduos sólidos domiciliares da cidade de Sinop – MT – um estudo de caso. https://goo.gl/U9ENIs Ciência & Saúde Coletiva SOUZA, Vladimir Ferreira de; QUELHAS, Osvaldo Luís Gonçalves. Avaliação e controle da exposição ocupacional à poeira na indústria da construção. Ciência & Saúde Coletiva, 8(3): 801 - 807, 2003. https://goo.gl/S3ROfQ 24 25 Referências ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists). Limites de segurança. Disponível em: <http://www.acgih.org/>. Acesso em: 26 abr. 2016. AIHA (American Industrial Hygiene Association). Disponível em: <http://www.aiha. org>. Acesso em: 02 mai. 2016. ARAUJO, Adely Fátima Dutra Vieira; et al. Identificação de fatores de riscos ocupacionais no processo de abate de bovinos. Cad. Pesq., São Luís, v. 19, n. 3, set./dez. 2012. Disponível em: <http://www.pppg.ufma.br/cadernosdepesquisa/ uploads/files/Artigo%206(40).pdf>. Acesso em: 29-08-2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora nº. 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR-09atualizada2014III.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. BRASIL [b]. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora nº. 1, de 6 de julho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/ SST/NR/NR1.pdf> Acesso em: 23 ago. 2016. BRASIL [c]. Ministério do Trabalho e Previdência Social. Norma Regulamentadora nº. 15, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/ SST/NR/NR15/NR15-ANEXO15.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2016. BRASIL [d]. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº. 3.214, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <www.camara.gov.br/sileg/integras/839945.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2016. BRASIL [e]. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº. 7 - Programa de controle médico de saúde ocupacional, de 8 de junho de 1978. Disponível em: <trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR7.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. BRASIL [f]. Norma Regulamentadora nº. 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de saúde, de 11 de novembro de 2005. Disponível em: <trabalho.gov.br/ images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. BRASIL. Lei nº. 11.105, de 24 de março de 2005. Disponível em: <www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11105.htm> Acesso em: 23 ago. 2016. 25 UNIDADE Agentes Biológicos BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Exposição a materiais biológicos. Série A. Normas e Manuais Técnicos, Saúde do Trabalhador; 3. Protocolos de Complexidade Diferenciada. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: <bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_expos_mat_biologicos.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2016. BRASIL. Secretaria de Inspeção do Trabalho. Riscos biológicos: guia técnico. Os riscos biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora nº. 32. Brasília: 2008. Disponível em: <acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BCB2790012BD509161913AB/ guia_tecnico_cs3.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2016. INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método: NIOSH 7602 – Espectrofotometria de infravermelho. INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método: NIOSH 7400 – Microscopia. INSTITUTO NACIONAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL. Método OSHA — ID 121. PORTUGAL. 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