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Rubéola e rubéola Congênita

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RUBÉOLA
Definição: Doença exantemática viral aguda causada por um vírus RNA de única hélice, gênero Rubivirus, família Togaviridae.
Fisiopatologia: É transmitido através da inalação de partículas aerolizadas geradas no trato respiratório de pessoas doentes. Tem período de incubação de 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias. O vírus replica no epitélio respiratório e em seguida dissemina para linfonodos regionais. Há uma viremia mais intensa do 10o ao 17o dia após a infecção.
Apresentação Clínica
A apresentação clássica é febre baixa, exantema maculopapular que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço e se espalha para tronco, membros e extremidades. Geralmente também há dor de garganta, olhos vermelhos com ou sem dor nos olhos, cefaleia, mal estar e anorexia.
A erupção cutânea desaparece da face à medida que se estende para o restante do corpo, tendo duração em torno de 3 dias, geralmente desaparecendo sem descamação.
No período de 5 a 10 dias antes do exantema há uma linfadenopatia generalizada, principalmente sub-occipital, pós-auricular e cervical posterior. Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse. Até metade das infecções não apresentam sinais e sintomas clínicos característicos da doença.
Sinal de Forchheimer: Presença de enantema com petéquias ocorrendo no palato mole durante o período prodrômico.
Pode complicar com:
Trombocitopenia pós-infecciosa (púrpura trombocitopênica), manifestando-se cerca de 2 semanas após o início da erupção cutânea com petéquias, epistaxe, sangramento do TGI e hematúria, sendo autolimitada. 
Artrite após rubéola, que é mais comum entre mulheres adultas. 
Encefalite, que é a complicação mais grave da rubéola pós-natal, podendo ocorrer tanto como uma síndrome pós-infecciosa que acompanha a rubéola aguda (surge 7 dias após o início da erupção cutânea com cefaleia, convulsões, confusão, coma, sinais neurológicos focais e ataxia), como na forma de panencefalite progressiva rara que se manifesta como distúrbio neurodegenerativo anos após a rubéola.
A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) pode se expressar com catarata, retinopatia do tipo sal e pimenta, cardiopatia congênita, microcefalia, retardo psicomotor, surdez neural, baixo peso ao nascer, púrpura neonatal e até óbito.
Abordagem Diagnóstica
O diagnóstico é feito pela história clínica e epidemiológica associada aos achados laboratoriais comuns, que são leucopenia, neutropenia e trombocitopenia.
Sorologia: O diagnóstico específico é confirmado através da IgM para rubéola.
Diagnóstico Diferencial
Sarampo;
Infecção por adenovírus;
Infecção por parvovírus B19 (eritema infeccioso);
Mononucleose infecciosa;
Infecção por enterovírus;
Infecção por Mycoplasma pneumoniae.
Acompanhamento
Tem curso benigno. Sua maior importância epidemiológica se dá quando a infecção ocorre nos primeiros 5 meses de gestação, podendo levar à SRC, responsável por casos de aborto, natimorto e malformações congênitas (cardiopatias, surdez, catarata).
O exame de audição é de especial importância na SRC, pois a intervenção precoce pode melhorar os desfechos. O acompanhamento dessas crianças é fundamental, pois muitas manifestações podem não ser imediatamente aparentes no início ou podem piorar com o tempo.
Abordagem Terapêutica
O tratamento é apenas de suporte, com analgésicos e antitérmicos. A imunoglobulina pode ser considerada para trombocitopenia grave, não remitente.
Já o tratamento de crianças com a SRC é mais complexo e requer avaliação pediátrica, cardíaca, audiológica, oftalmológica, neurológica e acompanhamento contínuo.
Profilaxia
A vacinação é extremamente importante e é feita em dose única aos 12 meses de idade na forma de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Com 4-6 anos há necessidade de reforço da vacina
RUBÉOLA CONGÊNITA
Definição: Infecção congênita pelo ví­rus da rubéola.
Fisiopatologia: As infecções adquiridas intraútero (infecções congênitas) geralmente se dão por via hematogênica transplacentária.
Apresentação Clí­nica
Muitas vezes, a mãe não apresenta história evidente de infecção na gestação. Os achados clí­nicos e/ou laboratoriais orientam a suspeita de infecção congênita ou perinatal sintomática.
As manifestações clí­nicas podem ser transitórias (púrpura, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, icterí­cia, meningoencefalite, osteopatia radioluscente), permanentes (deficiência auditiva, malformações cardí­acas, catarata, glaucoma, retinopatia pigmentar), ou tardias (retardo do desenvolvimento, diabetes mellitus).
Abordagem Diagnóstica
O diagnóstico laboratorial de infecção na mãe e no recém-nascido baseia-se em reações sorológicas. Os anticorpos IgA, IgM ou IgE especí­ficos podem auxiliar no diagnóstico de infecções congênitas e perinatais, pois esses anticorpos não atravessam a placenta devido ao seu elevado peso molecular, mas o método diagnóstico definitivo é o isolamento do agente em tecidos e/ou fluidos corporais.
Sorologia: IgM indica infecção ativa, estando presente desde o nascimento. Perdura, em geral, até os 180 dias de vida. Se IgM positivo, confirma o caso; se IgM negativo, solicitar IgG: negativo descarta; se positivo, repetir após 3 meses (quando há manutenção do tí­tulo de IgG, confirma o caso, mas uma queda acentuada descarta).
Detecção por PCR: Detecta material genético do ví­rus em amostra clí­nica (urina e secreção nasofaríngea).
Isolamento viral em cultura de células: Útil para identificar o genótipo do ví­rus.
Diagnóstico histopatológico: Realizado a partir de coleta de material “post-mortem”.
Diagnóstico Diferencial
Sí­filis;
Toxoplasmose;
CMV;
Herpes-ví­rus simples neonatal;
HIV;
Hepatite B;
Varicela;
Septicemia bacteriana;
Doenças hemolí­ticas;
Distúrbios metabólicos;
Trombocitopenia imune;
Histiocitose;
Leucemia congênita.
Acompanhamento
Solicitar hemograma e plaquetas a cada 15 dias durante o uso de sulfadiazina e pirimetamina.
Avaliação neurológica, avaliação auditiva, fundo de olho a cada 3 meses, avaliação clí­nica mensal, encaminhamento para fisioterapia e fonoaudiologia quando necessário.
Após o 1º ano de vida: avaliação clí­nica, neurológica, fundo de olho a cada 6 meses, acompanhamento fisioterápico e fonaudiológico se necessário.
Abordagem Terapêutica
O tratamento de crianças com a Síndrome da Rubéola Congênita é de suporte e requer avaliação pediátrica, cardíaca, audiológica, oftalmológica, neurológica e acompanhamento.
Profilaxia
A profilaxia é feita através da vacinação, que é extremamente importante e se dá em dose única aos 12 meses de idade na forma de tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Com 4-6 anos há necessidade de reforço da vacina.
Lembrar que a mulher em idade fértil deve ser vacinada, caso tenha perdido a oportunidade na infância, mas gestantes não devem receber a vacina contra rubéola.

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