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Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita Agente Etiológico Gênero: Rubivirus Família: Togavididae Vírus envelopado; Esférico; Tamanho: 50 – 70 nm de diâmetro; Genoma: RNA de fita simples; Glicoproteína Nucleocapsídeo RNA Bicamada lipídica Fonte: images.google.com Genoma Proteínas que se ligam ao hospedeiro Síntese da fita molde Ciclo do Vírus Padrão misto de resposta: Th1 início Th2 final Produção de anticorpos IgM, IgG e IgA (neutralizantes) Definição É uma doença exantemática aguda; Altamente contagiosa; Possui curso benigno; Rubéola Se ocorrer durante a gravidez Síndrome da Rubéola Congênita: grave, e traz grandes problemas de saúde aos recém-nascidos; Rubéola pós-natal Rubéola congênita Epidemiologia Vírus descoberto em 1866; 1997: 30 mil casos de Rubéola no Brasil; 1999 – 2001: surtos da doença em vários estados do país; 1999: plano de erradicação do sarampo impulsionou a vigilância e controle da rubéola; 2002: 1.480 casos no Brasil - 95% 2003: 561 casos; Fonte: images.google.com Transmissão Período de incubação: 14 – 21 dias; Período de transmissibilidade: 5 – 7 dias antes do início do exantema, até 5 – 7 dias após; Fonte: images.google.com Fonte: images.google.com Transmissão Pré-Natal Materno-fetal Pode ocorrer durante todo o período de gravidez mais grave no início Ocorrência de modificação na estrutura da placenta. Pós-Natal Pode ocorrer ano todo (inverno e primavera) Células epiteliais do TRS Tecido linfóide da nasofaringe Disseminação sistêmica Atinge vários órgãos VÍRUS Excreção viral 9º-11º dia da infecção Trato respiratório, rins, cérvice uterina, trato gastrintestinal, etc. Manifestações Clínicas – Rubéola Pós-Natal Fonte: images.google.com Exantema maculopapular (2-3 dias) Sentido crânio-caudal Febre Cefaléia Anorexia Linfadenopatia retroauricular Linfadenopatia suboccipital Manifestações Clínicas – Rubéola Congênita Podem ser agrupadas em 3 categorias: 1. Manifestações transitórias no RN: Púrpura trombocitopênica; Anemia hemolítica; Hepatites; Fonte: images.google.com 2. Manifestações permanentes no RN: Surdez; Doença cardíaca congênita; Catarata; Retardo mental; 3. Manifestações tardias no RN: Diabetes mellitus; Hipo ou hipertireoidismo; Panencefalite; Fonte: images.google.com Fonte: images.google.com Resposta Imune à Infecção por RV Padrão misto de resposta: Th1 início Th2 final Produção de anticorpos IgM, IgG e IgA (neutralizantes) IgM: são detectados precocemente 3 dias – 1 mês. Níveis máximos: 7 – 10 dias HAI e 4 – 35 dias ELISA. Esses anticorpos permanecem positivos: 4 – 6 semanas pela HAI, e 2 – 6 meses por ELISA; IgG: são detectáveis no soro de 3 – 4 dias após o início da doença. Atingem níveis máximos em duas semanas. Após esse período, declinam lentamente, porém persistem por toda a vida. Subclasse de IgG predominante: IgG1; Rubéola Pós-Natal IgA: são detectados no início da doença, após o IgM. Atingem níveis máximos em torno de uma semana, e tornam-se indetectáveis em períodos variáveis – podem ser transitórios ou persistir por anos; 1ª amostra: deve ser colhida imediatamente após os sintomas ou assim que houver suspeita de contato com caso suspeito de rubéola, entre o 1º e 28º dias; IgG +/ IgM - Imunidade vacinal IgG - / IgM - Colher 2ª amostra 2ª amostra: deve ser colhida após o 28º dia, quando a 1ª amostra tiver sido obtida poucos dias após o início dos sintomas; Se o resultado for considerado inconclusivo (a segunda amostra apresentar título apenas duas vezes maior que a primeira), é necessária a coleta de uma 3ª amostra para confirmação de diagnóstico; IgG - / IgM - Ausência de infecção pelo RV IgG - / IgM + Diagnóstico sorológico de Rubéola Pós-Natal Perfil sorológico relativo na Rubéola Pós-Natal Fonte: Ferreira, A. M. Resposta Imune à Infecção por RV Rubéola Congênita Após a infecção por RV, este se dissemina através do sangue, e infecta múltiplos tecidos maternos, entre eles a placenta; Com o desenvolvimento da resposta imune materna, o vírus é eliminado do sangue, porém pode permanecer na placenta por meses, e acabar infectando o feto; No primeiro trimestre, o feto é extremamente susceptível, por não possuir resposta imune adequada; IgG: a passagem transplacentária de IgG materno ocorre a partir do 38º dia de gestação. Porém, a transferência maciça de IgG só é observada nas últimas semanas de gravidez; IgM: a produção se inicia ao redor da 10ª semana de gestação, e alcança níveis detectáveis a partir da 22ª semana. Ele continua sendo sintetizado após o nascimento, por até 24 meses. Níveis elevados de IgM indicam infecção congênita; IgA: podem estar aumentados em fetos infectados, porém em níveis mais baixos que os IgM. Perfil sorológico relativo na Rubéola Congênita Fonte: Ferreira, A. M. Diagnóstico Laboratorial Sorológico No efeito dos anticorpos sobre a função biológica específica do vírus: técnica de neutralização (NT) e inibição de hemaglutinação (IHA); Na reação entre o anticorpo e qualquer componente antigênico relevante do vírus da rubéola: técnicas imunoenzimáticas, imunofluorescência, aglutinação em látex; Baseia-se: Técnica de Neutralização (NT) Determina a capacidade do anticorpo presente no soro do paciente de neutralizar a infecsiosidade viral; É a melhor técnica relacionada com o nível de proteção do paciente; Uso limitado na rotina: necessidade de culturas celulares; Teste mais comumente empregado: ASO pesquisa de antiestreptolisina O; SORO DO PACIENTE (Ac) HEMOLISINA ESPECÍFICA (Ag) + HEMÁCIAS DO GRUPO O HEMÁCIAS NÃO LISAM (+) HEMÁCIAS LISAM (-) HEMOLISINA FOI NEUTRALIZADA HEMOLISINA NÃO FOI NEUTRALIZADA Inibição de Hemaglutinação (IHA) Baseado na capacidade que certos antígenos virais tem de aglutinarem hemácias; É considerado um teste de referência, por apresentar resultados estritamente concordantes com os obtidos pela NT; Todos os novos testes para a detecção de anticorpos anti-rubéola devem ser avaliados em relação ao teste IHA; Sensibilidade do teste: 95 – 100%; especificidade: > 98% Os anticorpos presentes na amostra revestem as partículas virais, inibindo a aglutinação, indicando um teste positivo para a presença de anticorpos; Fonte: images.google.com Teste de Aglutinação Passiva (HAP) Utiliza hemácias estabilizadas e sensibilizadas com antígeno da rubéola; Sensibilidade e especificidade > 95%; Não é recomendado para diagnóstico de doença recente, pois a positivação do HAP é lenta; Pode ser útil no diagnóstico, detectando soroconversão quando os anticorpos estão em níveis máximos; Fonte: Ferreira, A. M. Imunofluorescência Indireta (IF) Permite definir as classes de imunoglobulinas anti-rubéola; Baseia-se na capacidade dos anticorpos se ligarem a fluorocromos sem perder sua reatividade com o antígeno; Possui sensibilidade limitada ao nível de fluorescência detectável pelo olho humano; Pode ser utilizado para a pesquisa de antígenos ou anticorpos; antígeno anticorpo fase sólida conjugado substrato COR Fonte: images.google.com CONJUGADO Ag Ac LUZ ELISA É hoje a técnica mais empregada para o diagnóstico sorológico de rubéola; Dentre as diferentes modalidades, o método indireto e de captura de IgM são os mais empregados; Devido à capacidadedo ELISA detectar anticorpos da classe IgM e IgA com grande sensibilidade e facilidade, o emprego desta técnica tornou- se rotineiro na maioria dos laboratórios; Antígeno Ac (Amostra) lavagem lavagem lavagem Anti-Ig marcada Substrato cromógeno COR ELISA Indireto Modificado de: images.google.com IgM (amostra) Anti-IgM Antígeno Ac marcado (antiantígeno) Cromógeno + C COR ELISA para captura de IgM Modificado de: images.google.com Teste de Avidez Ac IgG (capacidade de ligação dos anticorpos IgG) Recurso diagnóstico para infecção primária pelo VR, SRC e reinfecções Início da infecção Ac IgG de baixa avidez e vai aumentando conforme o tempo Ac provenientes de infecções antigas e reinfecções ↑ avidez! Detecção: ELISA Dissociação da ligação prévia entre IgG de baixa avidez e o Ag de fase sólida utilizando-se lavagens com solução contendo uréia Uma única diluição do soro na presença ou não de uréia Relação absorbância com e sem uréia índice de avidez. Quanto > a avidez > relação. Resumo dos principais dados laboratoriais no diagnóstico de Rubéola Fase da Doença Anticorpos Infecção Primária • IgM + a partir de 3 dias após início da doença, até 6 meses; • IgG + a partir de 3 a 4 dias da doença; • IgG de baixa avidez presente até 3 a 5 meses; Reinfecção • Sorologia + anterior à infecção; • IgG + com elevação de 4 vezes no título da segunda amostra; • IgM às vezes presente; • IgG de alta avidez presente; Rubéola Congênita • IgM +; • IgG materno presente até cerca de 6 meses; • IgG positivo por mais de 6 meses; Imunes e Vacinados • IgG +; • IgM -; • IgG de alta avidez presente; Modificado de: Ferreira, A. M. Referências Bibliográficas FERREIRA, A. W. Diagnóstico laboratorial das principais doenças infecciosas e autoimunes. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde – ANVISA. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br>. Acesso em: 10/03/2016.
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