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1 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online SERVIÇOS PÚBLICOS II (LEI N. 8.987/1995) PRINCÍPIOS a) Cortesia: urbanidade no tratamento; trato educado para com o público. b) Continuidade: não devem sofrer interrupção. Art. 6º, § 3º, II, da Lei n. 8.987/1995 – permite suspender a prestação em situ- ação de emergência ou após prévio aviso, quando: I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instala- ções; e (mediante prévio aviso) II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletivi- dade. Assim, se um usuário está inadimplente, é possível que o prestador de ser- viço público interrompa o serviço desde que realize com aviso prévio. É preciso ter cuidado, pois há alguns julgados do STJ que relativizam essa situação. O STJ não admite o corte de energia elétrica quando for inadimplente pessoa jurídica de direito público ou nas situações em que o corte possa causar dano irreversível ao usuário. Ex.: um órgão da Administração Pública, um hospital par- ticular ou mesmo uma residência onde viva uma pessoa que precisa permanecer ligada a aparelhos de maneira contínua. Obs.:� outra situação em que o STJ não admite o corte de energia elétrica é em caso de débitos do antigo morador. Ou seja, se alguém adquire um imóvel e o proprietário anterior está em dívida com a concessionária de energia elétrica, esta não pode deixar de fornecer o serviço para o novo proprie- tário alegando débitos do antigo morador. c) Modicidade: quando forem cobradas, as tarifas devem ter preços razoáveis. 2 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Obs.:� não há uma regra que disponha que os serviços públicos devem ser gra- tuitos ou cobrados. Na realidade, a regra é que se o serviço for cobrado, o preço deve ser módico (acessível) para que todos possam ter acesso. O art. 11 da Lei n. 8.987/1995 prevê possibilidade de outras fontes provenien- tes de receitas. Quando há uma concessão, quem remunera o concessionário não é o Estado, mas sim o particular que utiliza o serviço. Ex.: pedágio, conta de luz etc. Para reduzir o valor de cobrança, a lei prevê que podem ser fixadas fontes alternativas de receita, o que deve refletir em uma menor tarifa a ser cobrada do usuário. Ex.: a concessão de uma rodovia em que o Estado permite ao concessionário alugar terrenos ao logo do trajeto para a construção de hotéis, postos de com- bustíveis etc. Outro ponto importante está previsto no art. 9º da Lei n. 8.987/1995: Art. 9º (...) § 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. Assim, em uma licitação que visa a uma concessão, após a apresentação da proposta e também durante a execução do contrato, qualquer alteração/majora- ção de tributos deverá ser discutida entre a empresa concessionária e o Estado. Desse modo, é necessário fazer uma revisão do contrato para definir a tarifa que será cobrada do usuário. A exceção é quanto ao imposto sobre a renda. Também é necessário conhecer outro artigo da mesma lei: Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técni- cas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. 3 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A depender do custo da prestação do serviço ou do seguimento do usuário que será atendido, é possível que haja a cobrança de uma tarifa diferenciada. d) Generalidade (princípio da universalidade): os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, para beneficiar maior número de pessoas. Dupla vertente: atender a todos com a mesma qualidade. Princípio da isonomia. Assim, pessoas que se encontram na mesma situação precisam perceber a mesma qualidade nos serviços. Nesse sentido, pode-se entender que os servi- ços devem ser prestados com regularidade, ou seja, devem manter a mesma qualidade para todos. e) Segurança: não causar danos aos usuários. f) Atualidade: art. 6º, § 2º – os serviços devem ser prestados com base na modernidade das técnicas, ou seja, com as técnicas mais modernas existentes no mercado. g) Eficiência: devem possuir uma execução eficiente. Ex.: um ônibus que não quebra com frequência, um metrô que não para por qualquer motivo, um serviço de energia elétrica que não apresente quedas constantes etc. Obs.:� é importante lembrar que um serviço público é considerado adequado quando atende a todos os princípios elencados pela lei (acima). CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS – HELY LOPES MEIRELLES Serviços públicos e de utilidade pública Serviços públicos: propriamente ditos, são os que a Administração presta diretamente à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e necessidade para sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Ex.: defesa nacional, polícia e fiscalização de atividades. 4 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Serviços de utilidade pública: são os que a Administração, reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam prestados por terceiros (concessionários, permissionários ou autorizatários), nas condi- ções regulamentadas e sob seu controle, mas por conta e risco dos prestadores, mediante remuneração dos usuários. Assim, são convenientes, mas não essen- ciais: Ex.: telefonia, transporte etc. SERVIÇOS PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS DO ESTADO Serviços próprios do Estado: conforme Dirley da Cunha Jr., são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado os assume como seus e os presta diretamente (por meio de seus órgãos e agentes) ou indiretamente (por meio de entidades da Administração indireta e concessionários, permissionários e autorizatários). Serviços impróprios do Estado: conforme a lição do mesmo autor, são os que, embora também destinados à satisfação das necessidades coletivas, não são assumidos nem prestados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas apenas autorizados, regulamentados e fiscalizados. Eles correspondem a ativi- dades privadas e recebem impropriamente o nome de serviços públicos, porque atendem a necessidades de interesse geral. Por serem atividades privadas, são exercidas por particulares, mas, por atenderem a necessidades coletivas, dependem de autorização do Poder Público, estando sujeitas a maior ingerência do poder de polícia do Estado. Maria Sylvia denomina de serviços autorizados. Hely Lopes Meireles coloca como exemplo de serviços autorizados o de táxi, despachantes, de pavimentação de ruas por conta dos moradores, guarda particular de estabelecimento e residências. Assim, pode-se dizer que os serviços impróprios do Estado são atividades privadas que o particular deseja desempenhar, mas que para isso depende de autorização do Estado. Não se trata, por exemplo, de uma delegação por con- 5 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online cessão, mas sim de uma autorização que o Estado, em seu poder de polícia, concede ao particular para executar atividade privada mas que deve ser previa- mente autorizada pelo Estado.Hely Lopes Meirelles apresenta a seguinte classificação: “os serviços pró- prios são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene e saúde públicas etc.) para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por essa razão, só devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas, sem delega- ção a particulares”. “Os serviços impróprios são os que não afetam necessaria- mente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros, e, por isso, a administração os presta remuneradamente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas, ou delega sua realização a conces- sionários, permissionários ou autorizatários.” QUANTO AO OBJETO: SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E INDUSTRIAIS Serviços administrativos: são os que a Administração executa para atender às suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão prestados ao público, tais como o da imprensa oficial, das estações experimentais e outros dessa natureza. Serviços comerciais ou industriais: são os que produzem renda para quem os presta, mediante a remuneração da utilidade usada ou consumida, remuneração, esta, que, tecnicamente, se denomina tarifa ou preço público, por ser sempre fixada pelo Poder Público, quer quando o serviço é prestado por seus órgãos e entidades, quer quando por concessionários, autorizatários ou permissionários. Esse tipo de serviço pode ser prestado direta ou indiretamente pelo Estado (por concessionários, autorizatários ou permissionários). Ex.: ser- viço de energia elétrica. 6 Serviços Públicos II (Lei n. 8.987/1995) DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online QUANTO À MANEIRA COMO OCORREM PARA SATISFAZER O INTERESSE GERAL: SERVIÇOS UTI UNIVERSI E UTI SINGULI Serviços uti universi ou gerais: são aqueles que a Administração presta sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública, calçamento e outros dessa espécie. Serviços uti singuli ou individuais: são os que têm usuários determina- dos e utilização particular ou mensurável para cada destinatário, como ocorre com o telefone, a água e a energia elétrica domiciliares. Obs.:� os serviços uti universi são prestados mediante o pagamento de impos- tos. Já os serviços uti singuli são prestados mediante taxas ou tarifas pagas pelo usuário do serviço. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
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