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1 Organização Administrativa – VIII DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA VIII A empresa estatal só possuirá o teto remuneratório constitucional quando receber recursos do ente central para pagamento de pessoal ou custeio em geral. Ou seja, quando se tratar de uma estatal independente, não haverá o teto. CF/1988, Art. 37. (...) § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Esta- dos, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pes- soal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) OOb..:� um exemplo de estatal independente é a Petrobras, que consegue se manter sozinha sem a ajuda do ente central. Devido a essa característica, seus funcionários podem receber salários acima do teto constitucional, que atualmente é a remuneração do Ministro do STF. LICITAÇÃO Até o ano de 2016, as empresas estatais possuíam uma regulamentação separada a respeito de licitações conforme disposição da Constituição Federal. No período de tempo entre o ano de 1998, quando a Constituição foi alterada, e o ano de 2016, houve uma lacuna legislativa, pois não havia lei que regulamen- tasse as licitações. Nesse período, o entendimento do Supremo era de que as estatais prestado- ras de serviço público seguiriam as orientações constantes na Lei n. 8.666/1993. Já em relação às estatais que atuam na atividade comercial, não seria necessá- ria a licitação em sua atividade-fim. Na atividade-meio, por sua vez, era neces- sário seguir a disposição da Lei n. 8.666/1993. No ano de 2016, foi publicada a Lei n. 13.303/2016, a qual regulamentou a disposição do art. 173 da CF/1988, disciplinando como e quando uma estatal deve realizar a licitação. Conforme o art. 28 dessa lei, quando se tratar de uma contratação contemplada em seu objeto pessoal, não há a necessidade de lici- AN O TA Ç Õ ES 2 Organização Administrativa – VIII DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online AN O TA Ç Õ ES tação (objeto social: finalidade para a qual a empresa foi constituída). Porém, quando não se tratar da área-fim, há a necessidade de realizar a licitação, con- forme o disposto na Lei n. 13.303/2016 (Lei de Licitação das Estatais). OOb..:� a Petrobras, antes da Lei n. 13.303/2016, seguia um decreto próprio para a realização de licitações. Atualmente, segue a Lei da Licitação das Estatais. FALÊNCIA As empresas estatais não podem decretar falência, conforme disposto na Lei n. 11.101/2001. BENS Para definir a natureza de um bem, é necessário verificar a disposição do art. 98 do Código Civil: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas ju- rídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Sendo a estatal pessoa de direito privado, seus bens serão privados. Isso quer dizer que podem ser alienados, adquiridos por usucapião etc. OOb..:� quando for uma estatal prestadora de serviço público, os bens que forem afetados à prestação do serviço serão impenhoráveis. O STF entendeu pela possibilidade de se condicionar a invebtidura de Pre- sidente de Autarquia à autorização legiblativa, inclusive em todos os níveis da Federação em razão do princípio da simetria. (ADI 2225 MC, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2000) e (ADI 1281, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 11/03/2004) 3 Organização Administrativa – VIII DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Entretanto, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, exigência de aprovação legislativa prévia para a exoneração de ocupantes de cargos do Poder Executivo, ou previsão de exoneração direta de tais servidores pelo próprio Poder Legislativo são inconstitucionais, por ofensa ao princípio da separação entre os poderes (ADIMC 1.949/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 18/11/1999). Os pagamentos devidos, em razão de pronunciamento judicial, pelos Conse- lhos de Fiscalização (exemplos: CREA, CRM, COREN, CRO) não se submetem ao regime de precatórios. STF. Plenário. RE 938837/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 19/04/2017 (repercussão geral) (Info 861). Apesar de os Conselhos de Fiscalização Profissional serem considerados autarquias especiais, eles não participam do orçamento público, não recebem aporte do Poder Central nem se confundem com a Fazenda Pública. Por essa razão, não se submetem ao regime de precatórios. O Banco Central tem o dever de exercer o controle do crédito e fiscalizar a atividade das instituições financeiras. O Serasa não é uma instituição financeira, considerando que não exerce coleta, intermediação nem aplicação de recursos financeiros, nem a custódia de valor de propriedade de terceiros, seja como atividade principal ou acessória. Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do Serasa. STJ. 4ª Turma. REsp 1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 01/12/2016 (Info 595). É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista pres- tadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial. STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/03/2017 (Info 858). Compete à jubtiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual. Com base nessa orientação, o Plenário deu provimento a recurso extraor- dinário interposto em face de acórdão que assentara a competência da justiça estadual para processar execuções ajuizadas pela OAB contra inscritos inadim- plentes quanto ao pagamento das anuidades. 4 Organização Administrativa – VIII DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Afirmou que a OAB, sob o ângulo do conselho federal ou das seccionais, não seria associação, pessoa jurídica de direito privado, em relação à qual é vedada a interferência estatal no funcionamento (CF, art. 5º, XVIII). Consubstanciaria órgão de classe, com disciplina legal — Lei n. 8.906/1994 —, cabendo-lhe impor contribuição anual e exercer atividade fiscalizadora e censória. A OAB beria, portanto, autarquia corporativibta, o que atrairia, a teor do art. 109, I, da CF, a competência da jubtiça federal para o exame de açõeb — de qualquer natureza — nab quaib ela integrabbe a relação procebbual. Abbim, beria impróprio ebtaOelecer dibtinção em relação aob demaib con- belhob exibtenteb. RE 595332/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 31/08/2016. (RE-595332) OOb..:� apesar de o julgado acima considerar a OAB como uma autarquia corpo- rativista, na visão do Supremo, a OAB não é considerada uma autarquia. Em prova, qualquer uma das afirmações pode ser considerada verdadeira. O STF vem conferindo a empresas estatais (empresa pública ou sociedade de economia mista) privilégios de fazenda pública, conforme o caso concreto, tendo como pressuposto dois requisitos: (i) prebtar berviço púOlico em caráter de exclubividade; (ii) não dividir eventuaib lucrob com ob acionibtab. RE 599628, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2011, REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-199 DIVULG 14/10/2011. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
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