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Curso: PEDAGOGIA
Disciplinas Integradoras: Ética, Política e Cidadania Políticas Públicas da Educação Básica Educação e Diversidade Psicologia da Educação e da Aprendizagem Práticas pedagógicas – Gestão da Aprendizagem.
 “Temática Interdisciplinar: Direito à Educação.”
Produção Interdisciplinar das disciplinas: Ética, Política e Cidadania Políticas Públicas da Educação Básica Educação e Diversidade Psicologia da Educação e da Aprendizagem Práticas pedagógicas – Gestão da Aprendizagem: Identidade Docente do Curso de Pedagogia da Universidade XXXXXXXXXXXXXXXXX. Apresentado como requisito parcial de avaliação sob a orientação da Professora Tutora de Ensino a Distância: 
São Paulo-SP
2018
INTRODUÇÃO
Todo ser humano tem direito à Educação, garantido pelas Leis brasileiras, a LDB e também a Constituição Federal que protege a pessoa humana. É importante que o indivíduo participe do processo de formação pessoal para fazer parte da sociedade a que pertence e participar como sujeito ativo dela. 
Dessa forma esta pesquisa propôs a análise de um texto escrito por Marília Freitas de Campos Tozoni Reis sobre “A Contribuição da Sociologia da Educação para a Compreensão da Educação Escolar” e de um texto expondo uma situação problema sobre desigualdade social, indicados para serem analisados sobre o papel formador da escola, na perspectiva do Direito à Educação, que compõe o titulo desta pesquisa.
Os objetivos propostos são de compreender como é a organização politica, social da escola; entender como a escola pode influenciar na desigualdade social e qual o papel da escola enquanto formadora da sociedade. 
No decorrer das leituras propostas a busca pela consolidação dos objetivos, tratou de observar o papel da escola como formadora social e as transformações que esta passou no período de configuração da sua trajetória histórica. 
A educação é sim um direito de todos em que todos sem exceção devem batalhar para exercê-lo. A sociedade tem passado por transformações e junto dela a escola também tem se transformado para melhor atender sua clientela. Acontece que muitos entraves tem impedido a escola de exercer seu papel transformador. 
DESENVOLVIMENTO
A Educação é um direito de todos, garantido pela Constituição Federal de 1988, independente de raça, cor, credo e qualquer espécie de definição que se possa atribuir à pessoa humana. Por ser um direito inerente à pessoa humana é, portanto, intransferível, estendendo esse direito ao dever do estado e da família, na formação do sujeito. 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).
Apesar dessa garantia, esse direto vem sendo questionado quanto a sua funcionalidade dentro do quadro social e pela desigualdade entre as escolas públicas e particulares estampada.
Diante do exposto acima e fazendo menção ao texto da Situação Geradora de Aprendizagem, em que o aluno Bruno, cursando o 9º ano, questiona a coordenadora pedagógica Vitória da escola em que estuda, sobre ter lido uma reportagem a qual mostrava índices de aprovação no vestibular, sendo que alunos de escolas particulares obtinham os maiores índices de aprovação que os demais da escola pública, o porquê de tanta desigualdade, uma vez que a educação é para todos, se as chances dos alunos das escolas públicas são menores, quais os fatores dessa interferência. . 
A coordenadora, intrigada com tudo que ouvira, estendeu esta discussão aos professores da sua equipe para que juntos pudessem refletir, assim como ela, sobre o papel de cada um enquanto formadores. Que diferenças estavam apresentando no papel social desse aluno? a interferência das desigualdades sociais dos alunos e sua formação, a formação acadêmica dá subsídios para atender as necessidades existentes? Estes e outros questionamentos foram apresentados para que os professores pudessem fazer uma reflexão apresentando posteriormente um resultado a respeito de contribuições positivas frente ao que foi apresentado.
Outra proposta da orientadora foi a leitura de um texto chamado “A contribuição da sociologia da educação para a compreensão da educação escolar”, escrito por Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis, para que os professores pudessem refletir mais uma vez a respeito da aprendizagem, da questão social, dos direitos á educação, do papel formador do professor, para que fossem apresentados argumentos em uma reunião posterior.
O texto acima citado trata-se de como a escola vem se transformando com a sociedade que se forma ao seu redor, influenciada por essas transformações sociais, politicas e também econômicas direcionando os saberes educacionais. A educação, a escola e a sociedade, se fundem em uma única perspectiva que é a formação da pessoa humana.
Marilia Freitas cita Saviani (2005) com a melhor definição do papel da educação afirmando que: “o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. O homem se constrói, portanto, através da experiência e vivência social ao qual pertence, ao longo da construção da sua própria história.
Nas contribuições de Marx (1993) nota-se que o homem é visto como ser natural, universal, social e consciente, que mesmo possuindo uma carga biológica, faz-se necessário que este passe por um processo de humanização, ou seja, participar do conhecimento educacional, conhecer sua história e os seres históricos que compõem sua trajetória, para então se projetar nas ações futuras.
Esse processo de humanização acontece deste os tempos mais remotos através de instituições que sempre buscaram os interesses da sociedade vigente, como é o caso de preparar o jovem para o mercado de trabalho. Essa preparação e responsabilidade eram transmitidas pela família no passado, que foi considerada a primeira instituição, com o poder de investir em seus descendentes.
Esse poder delegado ao Estado atualmente, diferente dos tempos passados, tornando as instituições públicas as principais responsáveis por esta preparação, diz muito sobre o modelo de sociedade em cada período. Por exemplo, na Idade Média, em que a burguesia dominava, evidenciando a base mais forte da sociedade, na crescente Revolução industrial, explodindo o capitalismo, modelou a sociedade antes aristocrata para uma sociedade mais capitalista, exigindo cada vez mais a mão de obra qualificada.
Com essa mudança social emergente, a escola destacava-se como principal instituição modelo de preparação da formação humana para o mercado de trabalho que se preocupava basicamente com o capitalismo, em suprir as necessidades da sociedade da época. Apesar de a escola preocupar-se somente com a quantidade na formação e não com a qualidade, a escola ainda era considerada um privilégio se compara a tempos ainda mais remotos da história.
A escola já foi restrita à nobreza e clero, deixando de fora as demais classes sociais menos favorecidas, as mulheres e as crianças que nem se quer eram reconhecidas como tal. A criança já foi vista como adulto em miniatura, sem reservas até para o trabalho. Elas despendiam de cuidados nos primeiros anos de vida e depois faziam parte do mundo adulto como qualquer outra pessoa.
Na concepção de Ariès (1981), citado por Marília Freitas, a divisão da escola após o período do século XVIII, como instituição pública, começou entre as classes sociais, mas a preocupação era pelo desempenho intelectual e não pela idade do indivíduo, concluindo esse ajuste posteriormente. Quando a escola iniciou a regularização da idade por série e também do ciclo anual, perto do século XIX, houve necessidade de se estruturar também o investimento em uma nova pedagogia e ajuste tanto de conteúdos como de número de alunos por turma. 
Mesmo com essa divisão a escola
continuava a separar as classes sociais, surgindo nessa época a divisão definitiva, dando inicio à escola secundária para a burguesia e a escola primária para a classe menos favorecida, de acordo com Ariès (1981), que reafirma que a escola seria a principal formadora da formação humana, tornando-a instituição moderna. 
Nessa perspectiva pode-se observar que a escola se configura de acordo com a sociedade em que atua, prevalecendo os interesses sociais, culturais e políticos, portanto existe um conjunto de valores formados transformando a escola em instituição social, na opinião de Marilia Freitas, mas não em instituição neutra trabalhando a favor de todos de igual forma. 
De acordo com Luckesi (1990) a escola se configura nos valores, ideologias e intenções dos seus grupos sociais que na sua maioria são distintos, buscando a melhor posição social. Dessa forma a escola executa variados papéis enquanto formadora da sociedade que pode ser de acordo com estudos da sociologia: redentora, reprodutora e transformadora.
Na perspectiva de Saviani (2008) a escola luta contra as desigualdades sociais, mas com pouco sucesso devido à teoria e a prática educativa tão divergente. Mas essa realidade social que envolve o papel transformador da escola aborda discussões que vem á toda e que a escola pode incluir em sua prática cotidiana e formar sim um cidadão de bem e qualificado para o que a sociedade espera.
É preciso rever o papel da escola como motivadora da ordem social, de forma comprometida com a dinâmica que ocorre em cada tipo de sociedade, formando sujeitos e não os excluindo. Dessa forma há que se considerar o questionamento do aluno Bruno à coordenadora Vitória a respeito dessas desigualdades existentes entre escolas públicas e também as oportunidades a eles oferecidas.
Em primeiro lugar, a escola deve garantir que seus professores estejam preparados para receber a clientela, seja ela qual for; segundo, que a escola deve estar ciente de seu papel transformador dentro daquela sociedade, conhecendo sua clientela, apresentando subsídios para que esta possa buscar seus ideais e alcançá-los.
As diferenças de classes sempre existiram como já expostas mais acima, problema este que a escola não dará conta de resolver, pois envolvem interesses políticos, mas a escola poderá oferecer subsídios para que a pessoa busque por mudanças reais. 
A escola precisa estar na mesma sintonia da sua sociedade e não dispersa. Trabalhar em prol da construção de uma sociedade igualitária e não privilegiar os interesses particulares de um grupo. Instrumentalizar sua clientela para que esta busque subsídios para melhor enfrentar suas carências.
A escola passou e ainda passa por importantes transformações polícias e sociais e podemos afirmar que sobreviveu a cada uma delas. Ainda não é modelo ideal de educação, mas as conquistas legais demonstram que a escola pode reunir formas de se transformar.
Uma dessas conquistas está na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de número 9394/96 que garante o acesso e permanência na escola, conta com matrícula obrigatória, a fim de acabar com o analfabetismo, organização de ciclos, inclusão de pessoas especiais, garantindo seus direitos específicos. Além da constituição que garante o direito da pessoa humana, entre outros.
A escola moderna exclui o modelo de professor autoritário e trabalha com a perspectiva de um aluno critico, que constrói seu próprio saber junto com o professor e seu grupo. Dessa forma podemos concluir que a escola emergiu de muitas lutas, com diferentes conquistas, portanto é capaz de apoderar seu aluno e transformá-lo através do saber educativo. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola passou por diferentes contrapontos que influenciaram na sua estruturação desde os tempos mais antigos, privilegiando algumas classes sociais e também os interesses particulares da burguesia, do clero e políticos da época, deixando de fora os menos favorecidos, as mulheres e as crianças que não eram consideradas crianças.
 A trajetória escolar veio se moldando conforme surgiam as necessidades da sociedade em relação às transformações politicas e sociais como o crescimento da indústria, do capitalismo e a emergência em qualificar a mão de obra. 
No entanto, há que se destacar as conquistas legais e o direito de pertencer à Educação alcançados nas últimas décadas. Essas conquistas minimizam alguns problemas enfrentados pela escola, mas não resolve problemas sociais mais íntimos sofridos pela população, mas nos faz refletir sobre o verdadeiro papel transformador que a escola tem sobre sua clientela.
Fazendo uma análise da trajetória histórica da escola e os questionamentos do aluno Bruno à coordenadora Vitória, nas oportunidades desiguais no vestibular, podemos concluir que apesar das mudanças e conquistas da escola moderna, a escola ainda não encontrou seu real papel, sabendo que sua influência sobre a clientela é importante para sua transformação.
A escola pública, a meu ver, segue manipulada por interesses maiores e políticos, obedecendo a uma hierarquia, que a impede de instruir seus alunos para serem independentes e motivados a lutarem pelos seus interesses e tornar a sociedade mais justa e igualitária. Em contrapartida a escola tem se contentado, sem poder exercer sua real força de mudança, em transmitir o que lhe é oferecido. 
Existe possibilidade de transformação. Basta a escola retomar as rédeas da luta pela qualidade educacional, equiparando aos interesses sociais e coletivos, instrumentalizando seu aluno, trabalhando com ferramentas da sua realidade e transformando em arma para lutar pelos interesses de todos.
Para isso o professor deve inteirar da clientela que atende, buscar subsídios para que esta possa se conscientizar do seu verdadeiro papel na sociedade e portanto, transforma-la. Investir na formação também faz parte desse processo de crescimento da comunidade escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v.1.
REIS, Marília Freitas de Campos Tozoni. A Contribuição da Sociologia da Educação para a Compreensão da Educação Escolar. Professora Livre Docente do Departamento de Educação do Instituto de Biociências da UNESP-Botucatu. Disponível em (https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/169/3/01d09t03.pdf).

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