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DISCIPLINA: QUÍMICA EXPERIMENTAL I DOCENTE: PROF. DR. JOSÉ DANIEL RIBEIRO DE CAMPOS AULA 05: CARACTERIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS COM INDICADORES Rafaella Santos Renata Almeida Thábita Mota ANÁPOLIS-GO MARÇO/2016 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3 OBJETIVOS..........................................................................................................................5 PARTE EXPERIMENTAL...................................................................................................6 1. MATERIAIS E REAGENTES..................................................................................6 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL.....................................................................6 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................................7 CONCLUSÃO......................................................................................................................12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................13 3 INTRODUÇÃO Ácidos e bases são duas das categorias mais importantes da química, abrangendo uma vasta área de aplicação, tanto em processos biológicos quanto em inúmeros processos industriais e laboratoriais (ATKINS e JONES, 2012). Por conseguinte, a identificação destes compostos é de grande relevância no estudo da química, sendo anteriormente realizada através da observação de suas propriedades características como sabor azedo, comum de substâncias ácidas, ou o sabor amargo, específico de substâncias básicas (BROWN et al, 2005). Contudo, a partir de estudos experimentais estabeleceu-se noções que otimizaram o processo de identificação, como o uso de indicadores ácido-base através de extrato de flores, explorado por Boyle no século XVII, fomentando posteriores estudos que contribuiram para a definição dos conceitos que hoje conhecemos sobre ácidos e bases (TERCI e ROSSI, 2002). A definição de ácidos e bases de Brønsted-Lowry proposta em 1923, por exemplo, além de contribuir na melhor compreensão do que seriam ácidos e bases de forma não tão limitada como o conceito de Arrhenius, proposto na década de 1880, (BROWN et al, 2005) articulou o desenvolvimento do conceito de par conjugado, ideia fundamental na assimilação do funcionamento do indicador (RUSSELL, 1994). Sabe-se que o indicador é um par conjugado (RUSSELL, 1994) de normalmente orgânico, que poderá ser fracamente ácido (indicadores ácidos) ou fracamente básico (indicadores básicos) que manifestará diferentes cores para suas formas protonadas e desprotonadas, ou seja, de acordo com a mudança de pH (TERCI e ROSSI, 2002). Isso ocorre já que numa reação ácido-base haverá a transferência de protóns, que ao ser adicionada numa solução ácida por exemplo, formará uma base conjugada através da remoção de um próton do ácido, logo, assumirá a cor característica de sua forma desprotonada, já numa solução básica, o ácido conjugado será formado pela adição de próton na base, consequentemente o indicador revelará a cor específica de sua forma protonada (BROWN et al, 2005). O indicador também é utilizado nas titulações ácido-base, no qual o ponto de equivalência é indicado pela mudança de coloração do indicador, uma vez ao se aproximar do ponto de equivalência o pH da solução mudará apressadamente com a adição de algumas gotas titulantes. Lembrando que o ponto de equivalência não ocorrerá necessariamente no pH 7, já que uma neutralização nem sempre produzirá uma solução neutra. Posto isto, usualmente 4 é previsto o pH aproximado no ponto de equivalência e assim sendo, escolhe-se um indicador na tabela que mais encaixa na situação (RUSSELL, 1994). Graficamente, o pH de uma solução a ser titulada poderá ser expressa a partir da curva de titulação, desde que se tenha conhecimento da concentração do ácido e da base (RUSSELL, 1994). Usualmente, os principais indicadores são: violeta de metila, azul de timol, alaranjado de metila, vermelho de metila, azul de bromotimol e fenolftaleína, sendo os quatro últimos utilizados na experiência aqui relatada. 5 OBJETIVOS Descrever os procedimentos que devem ser usadas para determinar se uma solução é ácida ou básica, usando indicadores apropriados. Relacionar as cores características do indicador usado em meio ácido ou básico. Identificar uma solução de função desconhecida (ácida ou básica) através do teste do indicador. 6 PARTE EXPERIMENTAL MATERIAIS E REAGENTES Vinagre (CH3COOH) Leite de Magnésia (Mg(OH)2) Detergente Solução 20% de Cloreto de Sódio (NaCl) Alaranjado de metila (C14H14N3NaO3S) Vermelho de metila (C15H15N3O2) Azul de bromotimol (C27H28Br2O5S) Fenolftaleína (C20H16O4) 16 tubos de ensaio 4 pipetas de Pasteur PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL I. Inicialmente, dividiu-se os 16 tubos de ensaio em 4 séries compostas por 4 tubos e em cada série adicionou-se um tipo de reagente. Série 1: Vinagre Série 2: Mg(OH)2 Série 3: Detergente Série 4: Solução 20% de NaCl II. Sem demora, os 4 tubos de cada série foram enumerados de 1 a 4. Em seguida, de acordo com a numeração, estabeleceu-se um padrão na adição de indicadores: 1. Alaranjado de metila 2. Vermelho de metila 3. Azul de bromotimol 4. Fenolftaleína III. Assim, no tubo 1 de cada série, adicionou-se 6 gotas do indicador alaranjado de metila e agitou-se. Da mesma forma, fez-se com os outros tubos, onde adicionou-se o indicador respectivo de cada número. IV. Após a preparação das misturas, observou-se a mudança de coloração. V. Em seguida descartou-se as misturas na pia. 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para constatar, de forma subjetiva, o pH dos reagentes após entrarem em contato com os indicadores, utilizou-se uma tabela, representada a seguir, como parâmetro, pois a mesma contém as colorações padrão, referentes a cada um dos indicadores utilizados. Tabela 1. Indicadores ácido-base, intervalo de viragem e cores apresentadas. Fonte: CAMPOS, 2016. O Quadro 1 logo abaixo demonstra as cores iniciais dos reagentes: Quadro 1 - Coloração inicial dos reagentes utilizados Reagente Coloração inicial do Reagente Vinagre (1) Incolor Mg(OH)2 (2) Branco Detergente (3) Branco NaCl (20%) (4) Incolor Fonte: Próprio autor. Após a adição do indicador alaranjado de metila em cada um dos quatro tubos contendo, respectivamente, vinagre, Mg(OH)2, detergente e solução 20% de NaCl, os mesmos adquiriram, respectivamente, as colorações: vermelha, laranja esbranquiçado, laranja e laranja claro. Conforme representado no Quadro 2 a seguir: 8 Quadro 2 - Coloração adquirida pelos reagentes após entrarem em contato com o indicador alaranjado de metila Indicador Reagentes Coloração final do Reagente Alaranjado de metila Vinagre Vermelho Hidróxido de Magnésio Laranja Detergente Laranja Cloreto de Sódio Laranja Fonte: Próprio autor. Portanto, apenas o vinagre, conforme o Quadro 2, apresentou coloração vermelha, referente ao pH abaixo da zona de transição deste indicador, que é de 3,1 – 4,4, como explícito na Tabela 1. Enquanto os outros três reagentes apresentaram tons de coloração próximos à cor amarela, que representa pH acima da faixa de transiçãodo alaranjado de metila, preconizando, desta maneira, que estes três possuem pH na faixa de transição deste indicador. Já ao entrarem em contato com o indicador vermelho de metila os mesmos reagentes (vinagre, hidróxido de magnésio, detergente e cloreto de sódio) adquiriram as colorações: rosa escuro, amarelo, amarelo esbranquiçado e rosa, na devida ordem. O Quadro 3 contendo os resultados se encontra logo abaixo: Quadro 3 - Coloração adquirida pelos reagentes após entrarem em contato com o indicador vermelho de metila Indicador Reagentes Coloração final do Reagente Vermelho de metila Vinagre Rosa escuro Hidróxido de Magnésio Amarelo Detergente Amarelo Cloreto de Sódio Rosa Fonte: Próprio autor. O vinagre e o detergente apresentaram, coloração próxima ao vermelho, configurando assim, que os mesmos possuem pH na zona de transição do indicador vermelho de metila, que conforme a Tabela 1, é de 4,4 – 6,2. Já o hidróxido de magnésio e o cloreto de sódio apresentaram coloração amarela, e, portanto, pH acima da zona de transição do indicador usado. Ao ser adicionada o indicador azul de bromotimol em outros tubos contendo os reagentes de 1 a 4, os mesmos adquiriram as seguintes cores: laranja, azul esbranquiçado, amarelo e amarelo. Conforme ilustrado no Quadro 4 logo abaixo: 9 Quadro 4 - Coloração adquirida pelos reagentes após entrarem em contato com o indicador azul de bromotimol Indicador Reagentes Coloração final do Reagente Azul de bromotimol Vinagre Laranja Hidróxido de Magnésio Azul Detergente Amarelo Cloreto de Sódio Amarelo Fonte: Próprio autor. O reagente 1 possui, portanto, pH dentro da zona de transição do azul de bromotimol, que é de 6,0 – 7,6 (Tabela 1). O reagente 2 por ter apresentado coloração azul apresenta pH acima da zona de viragem do azul de bromotimol. Já os reagentes 3 e 4 possuem pH abaixo da zona de viragem do indicador, pois apresentaram coloração amarela. Ao entrar em contato com o indicador fenolftaleína os reagentes de 1 a 4 apresentaram as seguintes colorações: incolor, rosa carmim, branco e branco. Representado no Quadro 5, abaixo: Quadro 5 - Coloração adquirida pelos reagentes após entrarem em contato com o indicador fenolftaleína Indicador Reagentes Coloração final do Reagente Fenolftaleína Vinagre Incolor Hidróxido de Magnésio Rosa carmim Detergente Branco Cloreto de Sódio Branco Fonte: Próprio autor. O reagente 1 possui pH abaixo da zona de transição do fenolftaleína, que é de 8,2 – 10,0, de acordo com a Tabela 1, enquanto apenas o reagente possui pH acima da zona de viragem deste indicador, pois apresentou coloração rosa carmim. Os reagentes 3 e 4 possuem pH na faixa de transição do fenolftaleína. Seguidamente foram anexadas imagens expositivas dos tubos contendo os quatros reagentes utilizados após os mesmos entrarem em contato com os quatro indicadores diferentes. 10 Figura 1. Tubo 1: Vinagre após adição de alaranjado de metila; Tubo 2: vinagre após adição de vermelho de metila; Tubo 3: Vinagre após adição de azul de bromotimol; Tubo 4: Vinagre após adição de fenolftaleína. Fonte: Próprio autor. Figura 2. Tubo 1: Hidróxido de magnésio após adição de alaranjado de metila; Tubo 2: Hidróxido de magnésio após adição de vermelho de metila; Tubo 3: Hidróxido de magnésio após adição de azul de bromotimol; Tubo 4: Hidróxido de magnésio após adição de fenolftaleína. Fonte: Próprio autor. 11 Figura 3. Tubo 1: Detergente após adição de alaranjado de metila; Tubo 2: Detergente após adição de vermelho de metila; Tubo 3: Detergente após adição de azul de bromotimol; Tubo 4: Detergente após adição de fenolftaleína. Fonte: Próprio autor. Figura 4. Tubo 1: Solução de cloreto de sódio após adição de alaranjado de metila; Tubo 2: Solução de cloreto de sódio após adição de vermelho de metila; Tubo 3: Solução de cloreto de sódio após adição de azul de bromotimol; Tubo 4: Solução de cloreto de sódio após adição de fenolftaleína. Fonte: Próprio autor. 12 CONCLUSÃO O experimento aqui relatado, descreveu os procedimentos para determinar se uma solução é ácida ou básica. Após a realização dos testes dos indicadores foram relacionadas as cores características do indicador adicionado em cada solução, para determinar se as mesmas eram ácidas ou básicas, onde cada reagente apresentou uma determinada cor para um determinado indicador. 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Propriedade dos Líquidos e Gases. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Bookman. 5º Edição. Porto Alegre, 2012. BROWN, Theodore L.; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Equilíbrio ácido-base. Química: A Ciência Central. Pearson Hall. 9º Edição. São Paulo, 2005. CAMPOS, José Daniel Ribeiro de. Química Experimental I – Química Industrial. Universidade Estadual de Goiás, 2016. RUSSELL, John B. Soluções aquosas: equilíbrio ácido-base. Química Geral. Volume II. Pearson Makron Books. 2º Edição. São Paulo, 1994. TERCI, Daniela Brotto Lopes; ROSSI, Adriana Vitorino. Indicadores Naturais De pH: Usar Papel Ou Solução? Química Nova, Campinas, SP. v. 25, n. 4. 2002. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol25No4_684_25.pdf>. Acesso em: 21 de março de 2016.
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