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BIOQUÍMICA Profª Drª SANDRA MARIA SILVEIRA DENADAI 2008 UNIDADE VII METABOLISMO DE CARBOIDRATOS VISÃO GERAL GLICOSE Forma como a maioria dos carboidratos é metabolizada para fornecer energia - principal combustível da maioria dos organismos, ocupando uma posição central no metabolismo. Único combustível utilizado pelo sistema nervoso, eritrócitos maduros (não tem mitocôndrias), cristalino, córnea, medula renal, testículo e músculo ativo - vários tecidos atuam para garantir um suprimento contínuo de glicose para estes tecidos. Relativamente rica em energia – glicose CO2 + H2O – G -680.000 cal/mol. VISÃO GERAL GLICOSE Excesso proveniente da dieta é armazenada e quando as demandas energéticas aumentam é liberada rapidamente. Precursora de ácidos graxos, aminoácidos, nucleotídeos entre outros. Destino no organismo – armazenada na forma de glicogênio (glicogênese), metabolizada até piruvato (glicólise), oxidada a pentoses (via das pentoses fosfato) ou a glicuronato (via do glicuronato). DESTINO DA GLICOSE NO ORGANISMO Via das Pentoses Fosfato Via do Glicuronato Produtos Específicos O2 O2 Glicogênio CTE ATP Digestão dos Carboidratos da Dieta Boca Glândula salivar -amilase (ligações 14) amilose glicose maltose maltotriose dextrina amilopectina glicose maltose maltotriose dextrina limite Digestão dos Carboidratos da Dieta Estômago -amilase continua a digestão por até meia hora no interior do bolo alimentar; -amilase inativada pelo baixo pH gástrico. Digestão dos Carboidratos da Dieta Intestino Alimento Pâncreas -amilase amilase pancreática continua a digestão do amido e do glicogênio -amilase x -amilase pancreática seqüência de aminoácidos diferentes; propriedades catalíticas idênticas; atuam em pH neutro ou alcalino. Digestão dos Carboidratos da Dieta Intestino - enzimas da mucosa intestinal Isomaltase intestinal Dissacaridases maltose maltase glicose + glicose sacarose sacarase glicose + frutose lactose lactase glicose + galactose -1,6 glicosidase glicoamilase isomaltase Absorção de Carboidratos da Dieta Monossacarídeos da dieta – duodeno e jejuno superior absorvem a maior parte – insulino-independente. Transportadores de hexoses: co-transportadores Na+/glicose - transporte ativo - SGLT1 e SGLT2 (rins); transportadores Na+-independentes - GLUT1, GLUT2, GLUT3, GLUT4 e GLUT5. Transportador Tecido Glicose Galactose Frutose SGLT1 Intestino Delgado e Rins + + - GLT1 Eritrócitos + + - GLT2 Fígado + + + GLT5 Intestino Delgado - - + Absorção de Carboidratos da Dieta Glicose Difusão facilitada por GLUT1 Glicose Galactose Glicose Glicose Galactose Frutose Frutose Frutose 2Na+ 2Na+ Glicose Galactose Metabolismo Na+ K+ Na+/K+ ATPase Difusão facilitada por GLUT5 Difusão facilitada SGLT1 Difusão facilitada por GLUT2 K+ ABSORÇÃO DE GLICOSE A PARTIR DA CORRENTE SANGÜÍNEA MÚSCULO E ADIPÓCITOS Alterações na Digestão de Carboidratos Hereditárias ou adquiridas: Intolerância à lactose – deficiência de lactase - mais da ½ dos adultos (negros e asiáticos - 90%) – retira-se a lactose da dieta. Deficiência de isomaltase-sacarase – intolerância à sacarose - 10% dos esquimós da Groenlândia – retira-se a sacarose da dieta. Diagnóstico – teste de tolerância oral com os dissacarídeos individuais e medida de H2 no hálito. VIA GLICOLÍTICA OU GLICÓLISE OU VIA DE EMBDEN-MEYERHOF Do grego glykys (doce) e lysis (quebra) - seqüência de reações que converte a glicose em piruvato com a concomitante formação do ATP. Considerada a via metabólica mais primitiva, presente em todas as formas de vida e em todas as células do nosso corpo. Principal via do metabolismo de glicose, frutose e galactose - ocorre no citosol da célula. VIA GLICOLÍTICA OU GLICÓLISE OU VIA DE EMBDEN-MEYERHOF Produz ATP na ausência e presença de oxigênio: músculo esquelético - alta capacidade glicolítica sobrevive a episódios anóxicos; músculo cardíaco - aerobiose - baixa capacidade glicolítica e pouca sobrevivência sob condições de isquemia. A reação global da glicólise é: glicose + 2NAD+ + 2ADP + 2Pi → 2 piruvato + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H2O 1ª fase ativação ou fosforilação da glicose com gasto de ATP 2ª fase conversão de gliceraldeído 3- fosfato em piruvato e formação acoplada de ATP X 2 G L I C Ó L I S E -D-Glicose D-Glicose-6-fosfato D-Frutose-6-fosfato ATP ADP Mg++ Fosfofrutoquinase 1 (PFK-1) Fosfoglico isomerase ATP ADP Mg++ D-Frutose-1,6-bisfosfato Hexoquinase Aldolase A Dihidroxiacetona fosfato Gliceraldeído-3-fosfato Triosefosfato isomerase Gliceraldeído-3-fosfato Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase 2NAD++ 2Pi 2NADH 1,3-bisfosfoglicerato 2ADP 2ATP 2-Fosfoglicerato H2O Piruvatoquinase Mg++ Piruvato + Mg++ Fosfoglicerato quinase 3-Fosfoglicerato Fosfoglicerato mutase Enolase Fosfoenolpiruvato 2ADP 2ATP Reação de fosforilação e oxidação Reação de fosforilação ao nível de substrato Reação de fosforilação ao nível de substrato Hexoquinase Fosfoglico isomerase PFK-1 Aldolase A Triosefosfato isomerase GAP-DH Fosfoglicerato quinase Fosfoglicerato mutase Enolase Piruvato quinase GLICÓLISE Importante Grupos Fosfatos: acrescentam uma carga líquida negativa aos carboidratos retendo-os no interior da célula sem gasto de energia; essenciais na conservação da energia metabólica na forma de ATP; ligam-se ao sítio das enzimas fornecendo energia de ligação que contribui para diminuir a energia de ativação e aumentar a especificidade das enzimas – formam complexos com o Mg++. GLICÓLISE INIBIÇÃO Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase – GAPDH: iodoacetato e Hg++ - ligam-se ao grupo sulfidrila. arsenito - utilizado como substrato - substitui o Pi e impede a produção de ATP - inibe a fosforilação oxidativa e enzimas que usam o ácido lipóico como coenzima (piruvato desidrogenase, -cetoglutarato desidrogenase e -cetoácido desidrogenase). Enolase – Mg++ e Pi formam um complexo com o íon fluoreto. REGULAÇÃO Hexoquinase (HK) - inibida pela [G6P] - KM baixo para a glicose. Glicoquinase (GK - hepática) – inibida pela [F6P] e ativada pela [F1P] - KM alto para a glicose – síntese é induzida pela insulina – diabetes deficiente. Fosfofrutoquinase 1 (PFK-1) - reação marca-passo – efetores sinalizam o estado energético da célula, ambiente interno da célula, disponibilidade de combustível e a relação insulina/glucagon no sangue. Piruvatoquinase – inibida pela [ATP] e [AMPc] - ativada pela [F1,6diP] - insulina aumenta a síntese. REGULAÇÃO Controle hormonal da PFK-1 Fígado – F2,6-diP e AMP são efetores positivos: glucagon (sinaliza um baixo nível de açúcar) e epinefrina – diminui o nível de F2,6-diP no fígado inibindo a PFK-2 e ativando a F1,6diPase - inibição da glicólise – economiza glicose para outros tecidos. insulina efeito oposto – mecanismo não elucidado. Coração – altas concentrações de epinefrina estimula a glicólise - atender a demanda aumentada de ATP, devido ao aumento na carga de trabalho. Efeito Pasteur – Louis Pasteur descobriu que o consumo de glicose em condições anaeróbicas (2 ATP/molécula de glicose) era maior do que emcondições aeróbicas (36 ou 38 ATP/molécula de glicose). IMPORTÂNCIA BIOMÉDICA Anemias hemolíticas – deficiência de piruvato quinase. Células cancerosas – crescimento rápido – velocidade da glicólise é alta. Acidose láctica - várias causas - deficiência de piruvato desidrogenase. Metabolismo da glicose é defeituoso na diabetes e obesidade (aterosclerose, hipertensão, cegueira e doenças vasculares e renais) – doenças metabólicas. GLICONEOGÊNESE Formação de glicose a partir de precursores não- glicídicos – lactato, glicerol ou aminoácidos que são transformados em piruvato ou entram na via como oxaloacetato ou dihidroxiacetona fosfato - ocorre nos hepatócitos. Aminoácidos - exceto Leu e Lys (cetogênicos) - piruvato ou oxaloacetato e intermediários do ciclo de Krebs e NH3 uréia. Ocorre entre o fígado e tecidos que não oxidam a glicose a CO2 e H2O - importante no jejum prolongado e consumo inadequado de carboidratos. GLICONEOGÊNESE Manutenção dos níveis de glicose sangüínea. Necessidade diária de um adulto - cérebro (120g), glicose nos líquidos orgânicos (20g) – glicogênio (190g) - suficiente para um dia de jejum. CICLO DE CORI E CICLO DA GLICOSE-ALANINA Ciclo da Glicose-Alanina - 6 moléculas de ATP/ molécula de glicose e o grupo amino - gasta 4 ATP. Ciclo de Cori - 2 ATP/molécula de glicose. Ciclo de Cori Ciclo da Glicose-Alanina Alanina Piruvato PiruvatoAlanina Oxaloacetato Malato Malato Oxaloacetato Oxaloacetato Piruvato Piruvato Lactato Citosol Mitocôndria PEP CO2 NADH + H + NADH + H + NADH + H + NAD + NAD + NAD + Lactato desidrogenase Piruvato carboxilase PEP carboxiquinase mitocondrial Piruvato carboxilase Malato desidrogenase citosólica PEP carboxiquinase citosólica PEP CO2 CO2 CO2 Acetil- CoA Acetil- CoA Estes passos são os mesmos da glicólise, mas no sentido contrário. A GLICONEOGÊNESE não é o contrário da glicólise, as reações diferentes estão indicadas em vermelho. Na glicólise é utilizada a enzima fosfofrutoquinase (PFK-1) - requer de ATP. Na glicólise é utilizada a enzima hexoquinase e requer de ATP. TRANSPORTE DE GLICOSE PARA O EXTERIOR DA CÉLULA Glicose 6-fosfatase (G6Pase) - enzima da membrana do retículo endoplasmático associada a uma translocase - músculo esquelético não possui G6Pase - não libera glicose para o sangue. GLICONEOGÊNESE Balanço Energético Gasto de 6 moléculas de ATP/molécula de glicose a partir de 2 moléculas de piruvato. 2 piruvato + 4ATP + 2 GTP + 2NADH + H2O glicose + 4ADP + 2GDP + 6Pi + 2NAD + + 2H+ ATP - oxidação de ácidos graxos – durante a gliconeogênese aumenta a concentração de ácidos graxos no sangue - oxidados nas mitocôndrias hepáticas – corpos cetônicos + ATP. GLICONEOGÊNESE Regulação Processo é desencadeado com a interrupção da glicólise. A oxidação dos ácidos graxos fornece o ATP e promove a síntese através do aumento de acetil CoA (ativador da piruvato carboxilase) e aumenta a síntese de citrato (inibidor da PFK-1). A inibição da PFK-1 eleva a concentração de F1,6diP que inibidor da PK e ativador da piruvato carboxilase e PEP carboxiquinase). GLICONEOGÊNESE Regulação Aumento de ATP e diminuição de AMP – inibe a PFK-1 e ativa a F1,6diPase - induzindo a gliconeogênese. Redução na quantidade de O2 e de ácidos graxos ou qualquer inibição ou desacoplamento na produção de ATP (fosforilação oxidativa) o fígado passa da gliconeogênese para a glicólise. R E G U L A Ç Ã O Precursores da Gliconeogênese PRECURSORES DA GLICONEOGÊNESE PRECURSORES DA GLICONEOGÊNESE Outros Carboidratos Frutose – consumo de frutose é grande (sacarose): frutólise - fígado - G6P ou lactato; principal fonte de energia para os espermatozóides. Galactose - lactose ou açúcar do leite – G6P ou intermediário da glicólise. Manose – quantidade limitada na nossa dieta. hexoquinase D-Manose + ATP Manose 6-fosfato + ADP manose fosfoisomerase D-Manose 6-fosfato D-Frutose 6-fosfato GLICONEOGÊNESE Controle Hormonal Envolve a regulação do suprimento de ácidos graxos para o fígado das e enzimas da glicólise e da gliconeogênese. Glucagon - eleva a [ácidos graxos] plasmáticos – induzindo a lipólise, [acetil Co-A], induzindo a gliconeogênese - insulina tem efeito oposto. Insulina e glucagon (indução e repressão da síntese e fosforilação das enzimas hepáticas) - [glucagon] aumenta a síntese das enzimas da gliconeogênese e [insulina] - aumenta a síntese das enzimas da glicólise. ETANOL X GLICONEOGÊNESE Oxidado no fígado pela álcool desidrogenase (ADH). Elevada produção de NADH no citosol ativa a malatoDH e LDH - síntese de glicose é limitada pela quantidade de piruvato e oxaloacetato. álcool desidrogenase Etanol + NAD+ acetaldeído + NADH + H+ LDH Piruvato + NADH + H+ lactato + NAD+ ou malatoDH Oxaloacetato + NADH + H+ malato + NAD+ Ingestão de álcool - crianças (dependente da gliconeogênese no jejum), indivíduos subnutridos e após exercício extenuante – hipoglicemia e acidose láctica. Metabolismo da Frutose 15% a 20% das calorias da dieta supridas pela frutose ( 100g/dia) - sacarose, frutas, vegetais e mel. Transporte insulino-independente - fonte de energia das células espermáticas. Metabolismo - mais rápido que o da glicose - formação das trioses não passa pela PFK-1 - etapa limitante na glicólise. Distúrbios do metabolismo da frutose: Dietas ricas - produção de F1P é rápida e a reação da aldolase B é lenta – acúmulo de F1P e diminuição de Pi (seqüestro de fosfato): diminui ATP e aumenta ADP e AMP (hiperurecemia e gota). Doenças genéticas – deficiência de FK (benigna) e de aldolase B - diminuição de frutose e sacarose na dieta. Músculos e rins hexoquinase ATP ADP Frutose Frutose 6-P Fígado Frutose 1-P + triosequinase ATP ADP Frutose ATP ADP frutoquinase aldolase B Gliceraldeído 3-P Dihidroxiacetona-P Gliceraldeído Glicólise ou Gliconeogênese Glicólise ou Gliconeogênese Via do Sorbitol Carboidratos - fosforilados para serem utilizados, mas em alguns tecidos (cristalino, retina, rim, fígado, placenta e vesículas seminais) - reduzidos a álcool - hidrofílicos e não atravessam a membrana. Hiperglicemia - eleva a produção de sorbitol - edema celular (rim, retina, cristalino e células nervosas) - catarata, neuropatia periférica e problemas vasculares. Sorbitol desidrogenase Aldose redutase METABOLISMO DA GALACTOSE Fonte dietética - lactose do leite e laticínios, e glicoproteínas e glicolipídeos de membranas - captação insulino-independente. METABOLISMO DA LACTOSE Dissacarídeo - -D-galactose + -D-glicose (- 14) - açúcar do leite, produzido pelas glândulas mamárias da maioria dos mamíferos. Síntese - lactose sintase (UDP-galactose:glicose galactosil transferase) - proteína A (-D-galactosil transferase - síntese de glicoproteínas) e a B (- lactoalbumina - glândulas mamárias em lactação). Secretada no leite juntamente com proteínas e lipídeos. Controle hormonal - antes e durante a gestação - glândula mamária sintetiza N-acetil-lactosamina. Síntese de lactose Mama - durante a gestação - progesterona a síntese da proteína B; após o parto - [progesterona], estimulando a síntese de prolactina a síntese de proteína B que forma um complexo com a proteína A, alterando a sua especificidade - síntese de lactose. Tecidos não lactantes DESVIO DA HEXOSEMONOFOSFATO OU VIA DAS PENTOSES FOSFATO Ocorre no citosol - quando houver excesso de glicose - integrada a glicólise. Nenhum ATP é produzido ou consumido na via: produção de NADPH para reações de redução - fígado e glândulas mamárias (síntese de ácidos graxos), córtex adrenal (síntese de esteróides); hemácias (glutationa reduzida); ribose 5-P - nucleotídeos. Duas etapas: oxidativa (irreversível) e não oxidativa (reversível). Fase oxidativa Fase não oxidativa VIA DAS PENTOSES FOSFATO Fase Oxidativa Descarboxilação e redução da G6P - produção de ribulose 5-fosfato e 2 NADPH (inibidor competitivo da G6PDH - reguladora da via). FIGURA 16.2Reações não-oxidativas da via das pentoses fosfato: interconversões de pentoses fosfato. Fase não Oxidativa Conversão de açúcares com 3, 4, 5 e 7 carbonos – produção de ribose 5-fosfato - síntese de nucleotídeos ou intermediários da glicólise . SÍNTESE DO ÁCIDO GLICURÔNICO OU VIA DO GLICURONATO Componente dos glicosaminoglicanos e utilizado nas reações de detoxicação de compostos insolúveis - bilirrubina, esteróides e drogas. Fonte - pequena quantidade da dieta, degradação de glicosaminoglicanos ou via do ácido glicurônico. Icterícia fisiológica do recém-nascido – aumento na degradação do heme associada a deficiência na conjugação com o ácido glicurônico (2 semanas). FIGURA 16.8Via de oxidação do ácido glucurônico. METABOLISMO DO GLICOGÊNIO Fonte contínua de glicose sangüínea - necessidade absoluta para a vida humana. Glicose sangüínea - três fontes: dieta - ingesta de glicose e seus precursores (amido, frutose, lactose e sacarose) é esporádica; gliconeogênese - provem a síntese de glicose, mas é lenta na resposta a uma queda do nível de glicose; degradação do glicogênio - ausência de uma fonte dietética ela é rapidamente liberada pelo glicogênio hepático. METABOLISMO DO GLICOGÊNIO Depósitos: músculo esquelético (400g – 1 a 2% do peso do músculo em repouso) e fígado (100g – 6 a 8% do peso), mas a maioria dos tecidos armazena em quantidades pequenas. Músculo - reserva de combustível (ATP) para a contração muscular - não é afetado por períodos curtos de jejum (poucos dias) e é moderadamente diminuído no jejum prolongado (semanas). Fígado - manter a glicemia no início do jejum - concentração aumenta no estado pós-prandial e é exaurido no jejum. METABOLISMO DO GLICOGÊNIO Por que não armazenar glicose como gordura em vez de glicogênio? gordura não pode ser mobilizada tão rapidamente quanto o glicogênio, ser usada como fonte de energia em ausência de oxigênio e ser convertida em glicose para manter a glicemia. Por que não armazenar glicose em vez de glicogênio? haveria um gasto alto de ATP para bombeá-la contra um gradiente de concentração (400 mM) e haveria captação de água e lise da célula. GLICOGENÓLISE Via catabólica que mobiliza o glicogênio armazenado no fígado e músculo esquelético - citosol. Libera - glicose 1-fosfato (G1P) - ligações glicosídicas -14, e glicose livre a partir das ligações -1 6. Pequena quantidade é degradada pela enzima lisossômica -1,4-glicosidase ou ácido maltase - deficiência da enzima causa a doença de depósito de glicogênio tipo III - doença de Pompe. glicogênio fosforilase Glicogênio Glicogênio Glicose 1-P GLICOGENÓLISE Glicogênio glicogênio fosforilase – atividade alfa 1,4 Glicose 1-P amilo - 1,6 glicosidase enzima desramificadora Glicogênio amilo 1,6 glicosidade enzima desramificadora Glicogênio – cadeia não ramificada G L I C O G E N Ó L I S E Enzima desramificadora Amilo 1,6- glicosidase Razão 8:1 Glicólise Liberada no sangue Glicose GlicoseGlicose-1-P H2O Glicose 1-P Glicose 6-P Fosfoglicomutase Músculo H2O Pi Fígado Glicose 6-fosfatase carbamil fosfato pirofosfato T1 Lúmen do RE Citosol Membrana do RE Glicose-6-fosfato Glicose-6-fosfato SP G-6-Pase GLUT7 T2 T2 Glicose Glicose Fosfato Fosfato Fosfato Fosfato+ carbamil fosfato pirofosfato Ca+ + GLICOGÊNESE Síntese do glicogênio a partir de moléculas de -D-glicose - citosol - gasto de ATP. Glicogênio sintase – exige um primer: molécula pequena de glicogênio; glicogenina – enzima que se auto-glicosila. Glicose 6-P fosfoglicomutase Glicose 1-P UTP UTP-glicose 1-P uridil transferase PPi UDP-Glicose glicogênio sintase G L I C O G E N Ê S E Glicogenina glicogenina glicosiltransferase Glicogenina glicosilada - ativada glicogênio sintase Insulina Glucagon glicogenina glicosiltransferase glicogênio sintase glicogênio sintase + enzima ramificadora glicogênio sintase glicogenina glicogênio REGULAÇÃO Devido a importância da manutenção da glicemia, síntese e degradação do glicogênio, são intimamente reguladas. Fígado - glicogênese é acelerada durante períodos pós-alimentares e glicogenólise no jejum. Músculo esquelético - degradação ocorre durante o exercício e a síntese quando o músculo está em repouso. Dois níveis: alostérico e hormonal. REGULAÇÃO Regulação Alostérica Glicogênio sintase e glicogênio fosforilase respondem aos níveis metabólicos e necessidade de energia da célula. síntese é estimulada quando os níveis de energia e disponibilidade de substrato estão elevados; degradação quando os níveis de energia e suprimentos disponíveis de glicose estão baixos. Glicogênio sintase é ativada pela [G6P] e glicogênio fosforilase é inibida pela G6P e ATP REGULAÇÃO Regulação Alostérica Fígado - glicose é um inibidor da glicogênio fosforilase. Músculo esquelético: efeito do Ca++ - durante a contração muscular, há necessidade rápida de ATP (glicogênio muscular) ocorre liberação de Ca++ que se liga a calmodulina (subunidade da fosforilase quinase) – ativando-a; efeito do AMP – glicogênio fosforilase b é ativada por altos níveis de AMP sem foforilação. Fosforilase do Glicogênio Muscular Fosforilase a fosfatase Fosforilase a Fosforilase b Fosforilase b quinase Acelera a quebra do glicogênio muscular suprindo a G-1-P para a produção de ATP necessário para fornecer energia para a contração. Fosforilase do Glicogênio Hepática Fosforilase a Fosforilase b Fosforilase b quinase Fosforilase a fosfatase glucagon [glicose] no sangue Liberação de glicose no sangue Níveis de glicose normais REGULAÇÃO Regulação hormonal Nível elevado de insulina aumenta a síntese de glicogênio e nível elevado de glucagon ou epinefrina aumenta a degradação. Glucagon e epinefrina no fígado e epinefrina no músculo aumentam os níveis de AMPc e a insulina diminui. Glicogênio sintetase – fosforilação catalisada por quinases, reguladas por 2º mensageiros – AMPc, Ca++ e diacilglicerol - proteína quinase C – fosforila a glicogênio sintase, mas não a fosforilase. Regulação Hormonal do Metabolismo do Glicogênio Adenilil ciclase Adenilil ciclase ATP AMPc Proteína cinase A (PKA) Proteína cinase A (PKA) Fosforilase quinase Fosforilase quinase P Glicogênio fosforilase b Glicogênio fosforilase a P Glicogênio sintase a Glicogênio sintase b P Forma ativa Forma inativa AMP ATP Glicose-6P Fosforilase b ativa Fosforilase b inativa Regulação do Metabolismo do Glicogênio músculo P P Glic Glic 2 ATP 2 ADP 2 ATP 2 ADP Fosforilase quinase FosfataseFosforilase a inativa P P Fosforilase a ativa fígado Glicose GLICOSE E OS TECIDOS Cérebro do adulto utiliza 120g de glicose/dia - GLT3 - insulino-dependente: glicólise piruvato CO2, H2O e ATP; via das pentoses - NADPH – glutationa reduzida (GSH) destruição de peróxidos orgânicos e H2O2. Eritrócitos – GLT1 - insulino-independente: não metabolizam aminoácidos ou lipídeos; glicólise ácido láctico, liberado no sangue (desprovidos de mitocôndria); via das pentoses - NADPH - GSH. Córnea, cristalino, retina, medula renal, testículos, leucócitos e músculo branco – glicose é a fonte de ATP - 40g/dia. GLICOSE E OS TECIDOS Células musculares esqueléticas e cardíacas – GLT4 – insulino-dependente: glicólise piruvato CO2 e H2O; glicogênio – sintetiza (glicogênese), armazena e degrada (glicogenólise). Adipócitos – GLT4; glicólise piruvato acetil CoA ácidos graxos; via das pentoses (NADPH) - síntese de ácidos graxos; glicogênese e glicogenólise – limitadas. GLICOSE E OS TECIDOS Fígado – GLT2 - insulino-independente: via das pentoses – NADPH e ribose fosfato; glicogênese - maior armazém de glicogênio; via do ácido glicurônico - desintoxicação de drogas e bilirrubina; glicólise piruvato acetil CoA - ciclo de Krebs e síntese de ácidos graxos; gliconeogênese – lactato, alanina, piruvato e glicerol - glicose.
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