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Bases Farmacológicas Farmacologia Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a farmacologia tem objetivos de: atuar na descoberta de novos fármacos (MEDICAMENTOS). auxiliar os profissionais da área da saúde e a população em geral para o uso seguro, eficaz e racional de medicamentos Finalidades da Farmaco Preventiva: ex: vacina contra Hepatite B; Curativa: tem a finalidade a cura. Ex: Antimicrobiano; Paliativa: tem a finalidade a redução de sintomas em doença já está instalada. Ex: Analgésicos, atihipertensivos, etc; Diagnóstica: com finalidade de estudar órgãos patologias. Ex: contrates. Droga/ Fármaco: toda substância química que possa produzir efeito somático ou funcional; Medicamento: é a droga ou a preparação da mesma, com ação benéfica, desde que seja utilizada conforme suas indicações; Tóxico/ veneno: droga ou fármaco, que possa produzir efeito maléfico; Remédio: expressão utilizada de forma ampla que, com objetivo de tratar o doente. Medicamento de Referência: Medicamento de eficácia, segurança e qualidade comprovados cientificamente, por ocasião do registro junto ao Ministério da Saúde, através da ANVISA. Geralmente, se encontram há bastante tempo no mercado e tem uma marca comercial conhecida. Medicamento Similar x Referência Contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica. Administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica e segurança que o medicamento de referência. Obs: Sem testes de bioequivalência entre este e seu medicamento de referência. Medicamento Genérico x Referência Contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose e forma farmacêutica. Administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica e segurança que o medicamento de referência. MS (ANVISA) deve realizar os testes entre o genérico e seu medicamento de referência para comprovar BIOEQUIVALÊNCIA. Medicamento Genérico – Identificação : Embalagem –genéricos contêm em sua embalagem logo abaixo do nome do princípio ativo, a frase “Medicamento Genérico – Lei 9.787/99” e uma letra “G” azul impressa sobre uma tarja amarela. Obrigatoriedade de receitar Genérico: A prescrição (receita) de genéricos é obrigatória apenas no serviço público (SUS), mas pode ser solicitada ao médico. Se na farmácia não tiver o genérico prescrito, pode-se procurar outro estabelecimento que possua o medicamento genérico prescrito. Porque o Genérico é mais barato? Porque os fabricantes não precisam fazer investimentos em pesquisas, visto que as fórmulas já estão definidas pelo fabricante do medicamento de referência. E porque os fabricantes não precisam fazer “propaganda” pois não há marca para ser divulgada. FORMA FARMACÊUTICA É o conjunto das principais características químicas e físicas do medicamento (aparência e liberação de princípio ativo). No desenvolvimento de novas formulações deve sempre prevalecer o critério da premissa hipocrática “ Primo non nocere” (primeiro não causar mal). VIA DE ADMINISTRAÇÃO É o caminho pelo qual um medicamento é levado ao organismo para exercer seu efeito. Escolha – depende de propriedades físico-químicas do medicamento e da finalidade terapêutica. A Forma Farmacêutica e a Via de Administração devem ser levadas em conta objetivando o máximo de atividade farmacológica. FASES DOS PROCESSOS PARA AÇÃO DO FÁRMACO 1ª) Farmacêutica – liberação do composto de sua forma farmacêutica para ser absorvido. 2ª) Farmacocinética – absorção, distribuição e eliminação do fármaco. “O que o corpo faz ao fármaco”. 3ª) Farmacodinâmica – ação do fármaco e resposta do organismo. “O que o fármaco faz ao corpo”. TUBO DIGESTIVO: Sublingual – (mucosa oral) Absorção rápida de substâncias lipossolúveis. Redução parcial da biotransformação hepática. Prejudicada por substâncias irritantes ou de sabor desagradáveis. Oral – (mucosa do TGI) VANTAGENS: Segurança, comodidade e economia. Esquema terapêutico fácil de ser seguido. Grande superfície de absorção. DESVANTAGENS: Irritação de mucosas (náuseas, vômitos e diarréia). Absorção varia com (plenitude gástrica, enzimas digestivas, tipo de formulações e pH). Necessita de cooperação do paciente. FORMAS : Sólida a) Comprimido – aglomerado de pó obtido por compressão. b) Drágea – comprimido revestido por camada colorida (sabor agradável e boa aparência) objetivando alterar a dissolução e/ ou mascarar propriedades desagradáveis. c) Cápsula – o pó é colocado em envoltório gelatinoso composto de duas metades. (sofre rápida dissolução em meio ácido e portanto absorção mais rápida que drágeas e comprimidos. Retal VANTAGENS: Inconscientes, com náuseas, vômitos e lactentes Atinge diretamente a circulação sistêmica (sem passagem pelo fígado). DESVANTAGENS: Absorção irregular e incompleta. Ação irritante à mucosa. VIA INTRAMUSCULAR: Concentração sérica e duração do efeito depende da dissolução do fármaco no local de aplicação. VANTAGENS: Administração rápida e utilização em pacientes inconscientes. DESVANTAGENS: Dor; lesões pelo pH, por irritantes, inflamação e infecção. VIA INTRAVENOSA: VANTAGENS: Efeito imediato. Uso de substâncias irritantes diluídas. Infusão de grandes volumes. Maior controle de doses p/ prevenção de toxicidade. DESVANTAGENS: Superdosagem relativa. Embolia, flebite, infecções. Imprópria para solventes oleosos e insolúveis. VIA SUBCUTÂNEA: VANTAGENS: Absorção constante de soluções. Absorção lenta para suspensões e “pellets” (pequenas partículas sólidas). DESVANTAGENS: Absorção menor que intramuscular. Facilidade de sensibilização. Dor e necrose por irritantes. VIA INTRADERMICA: entre a derme e a epiderme Úteis para pequenos volumes e processos que envolvem reações imunológicas (sensibilização e aplicação de vacinas). INFILTRAÇÕES: Utilizada para injetar anestésicos locais. VIA INTRA-ARTERIAL: Usada para atingir determinado órgão com contrastes radiológicos, agentes antineoplásicos, vasodilatadores, e embolização de tumores. VIA INTRA-CARDÍACA: Indicação extremamente rara. VIA INTRA-PERITONEAL: Cavidade rica em vascularização (permite rápida absorção de fármacos). Usada em pesquisas laboratoriais, diálise e infusão de gases (cirurgias). VIA INTRA-TECAL (subaracnóidea = raqui): Direta no SNC ultrapassando a BHE Indicado em meningites, quimioterapia antineoplásica (leucemias) e raquianestesia. VIA PERIDURAL: (entre dura-mater e ligamento amarelo) Anestesia e analgesia (simples ou contínua). VIA PELE E MUCOSAS: AÇÃO TÓPICA ( local ): Pomadas – misturas de substâncias graxas ou untuosas. Quando contém resina, constituem ungüentos. Cremes (emulsões) – são misturas estáveis de substâncias graxas ou oleosas com água (usadas como umectantes e emolientes). VIA NASAL: Anti-sépticos, vasoconstritores e anestésicos locais. Pode ser utilizada para obter efeito sistêmico. (Desmopresssina – HAD, Ocitocina – estimula a lactação, Midazolam – pré-anestésico em pediatria) VIA CONJUNTIVAL: Colírios, pomadas ou cremes. VIA VAGINAL: Obtenção de efeitos locais. Anti-sépticos, antimicrobianos e antiinflamatórios. Cremes, óvulos e soluções. VIA TRANSDÉRMICA: Através da pele intacta. Hormônios, vasodilatadores, anestésicos e analgésicos. AÇÃO SISTÊMICA VIA MUCOSA: Inalação: Gases e substâncias voláteis (O2, N2O, anestésicos voláteis e aerossóis broncodilatadores). Implantes - “pellets”: geralmente subcutâneo (hormônios e AMB e em ossos nos casos de osteomielíte crônica). O FUTURO: NANOTECNOLOGIA (Tecnologia de manufatura endógena ) Ramo da ciência molecular que visa obtenção da tecnologia de manufatura endógena (separação, manipulação e modificação da molécula no local de ação desejado) obtendo “100% de eficácia e 0% de toxicidade”. FARMACODINÂMICA AÇÃO do FÁRMACO e RESPOSTA do ORGANISMO ou seja, relação DOSE/ EFEITO “O que o fármaco faz ao corpo” CURVADOSE-RESPOSTA Dose Eficaz – estimativas de frequência, que estabelece a dose que produz resposta desejada na população DE50: dose eficaz 50% – eficaz p/ 50% dos animais Dose Letal – estimativas de frequência, que estabelece percentual de animais exterminados DL50: dose letal 50% – letal para 50% dos animais ÍNDICE DE PROTEÇÃO/ ÍNDICE TERAPÊUTICO É a relação entre a dose letal 50% (DL50) e a dose eficaz 50% (DE50) Índice terapêutico: dose letal 50% ((DL50) / dose eficaz 50% (DE50) BENEFÍCIO E RISCO: “NÚMERO NECESSÁRIO A TRATAR E A CAUSAR EFEITOS ADVERSOS” N° de pacientes que precisam ser tratados para que um deles mostre efeito desejado ou ndesejado (NNT) Efeitos benéficos: Ex: antidepressivos X dor NNT = 3 para efeitos benéficos NNH = 3 para efeitos indesejáveis mínimos NNH = 20 para efeitos adversos significativos Para 100 pacientes tratados, 33 terão benefícios, 33 terão efeitos adversos mínimos e 5 terão efeitos significativos LIGAÇÕES DROGA-RECEPTOR: Agonistas – “ativam” o receptor ao ocupá-lo. Sua potencia depende da: Afinidade pelo receptor Capacidade de uma vez ligado, produzir efeitos Antagonistas – ligam-se aos receptores sem produzir resposta. TAQUIFILAXIA: Diminuição gradativa do efeito de uma droga quando administrada de modo contínuo ou repetida, após poucos minutos da utilização. TOLERÂNCIA: Diminuição mais lenta do efeito de uma droga quando administrada de modo contínuo ou repetida, após dias ou semanas MECANISMOS DE TAQUIFILAXIA E TOLERÂNCIA: Alteração na conformação do receptor. Perda dos receptores – por captação celular. Exaustão de mediadores – depleção de substâncias intermediárias essenciais. Ex: anfetamina liberação de noradrenalina nas terminações nervosas causando esgotamento das reservas. Aumento da degradação metabólica – Ex: etanol e barbitúricos Adaptação fisiológica – ativação gradual de sistemas fisiológicos. Ex: Efeitos colaterais – náuseas no início do uso da droga tendem a diminuir com administração contínua FARMACOGENÉTICA / FARMACOGENÔMICA: Farmacogenética: estuda a influência genética na resposta aos fármacos. Farmacogenômica: estuda o genoma humano na busca de genes relevantes para a susceptibilidade a doenças e ação de fármacos FARMACOCINÉTICA ABSORÇÃO, DISTRIBUIÇÃO/ ELIMINAÇÃO do FÁRMACO e a relação DOSE/ CONCENTRAÇÃO “O que o corpo faz ao fármaco” ABSORÇÃO Transferência do fármaco desde o local administrado até a corrente sanguínea (alvo) A velocidade e a eficiência dependem da via de administração Ex: IV – biodisponibilidade total; outras vias – pode haver biodisponibilidade parcial ABSORÇÃO – EFEITO DE FATORES FÍSICOS Fluxo sanguíneo no local de absorção: Intestino é maior que para o estômago Área de superfície disponível para absorção: transito do TGI (diarreia) – fármaco se move rápido transito do TGI (estresse – ativação simpática, enxaqueca) – fármaco se moverá lentamente Alimentos – dilui o fármaco e retarda absorção PROTEINAS PLASMÁTICAS ALBUMINA mais importante (alguns fármacos se ligam 99%) no final da gravidez ( forma livre de diversos fármacos (diazepam, propranolol, lidocaína, etc) GLOBULINA se liga a certos fármacos aumentada em doenças SÍTIO DE LIGAÇÃO: Muitos fármacos se ligam ao mesmo sítio na proteína concorrendo entre si a forma livre. Ex: Aspirina desloca o diazepam (potencializa seus efeitos) PARTIÇÃO – TECIDO ADIPOSO CORPORAL Constitui um grande compartimento apolar “Facilitaria” o acúmulo de substâncias lipossolúveis – Fluxo sanguíneo: de apenas 2% do débito cardíaco – Equilíbrio lento: (apenas substâncias altamente lipossolúveis como os anestésicos gerais e tiopental tem importância quando administrados agudamente ) DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO (Vd) Relação entre a concentração da droga no plasma e a quantidade total no organismo Ex: Heparina – alto PM a restringe ao LIV, ou seja a 4% do líquido corporal e assim seu Vd será 0,04 L.Kg-1 Gentamicina – lipossolubilidade, não penetra nas células, se distribui no LEC (20% do LC) – Vd = 0,2 L.Kg-1 DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS NO CORPO VOLUME DE DISTRIBUIÇÃO Etanol – se distribui por todo LC, com Vd de 0,6 L.Kg-1 Obs: distribuição por vários tecidos (fígado, pulmões, olhos, adiposo, transcelular, etc) pode aumentar o Vd. de um fármaco acima do LCT. Ex: Amiodarona possui Vd de 60 L.Kg-1 ACÚMULO SELETIVO DE DROGAS Rins (metalotioneina) – proteína com alta afinidade por metais, responsável pelo acúmulo renal de mercúrio, cádmio e chumbo Olhos (retina) – fenotiazinas (clorpromazina) e cloroquina se acumulam e pode causar toxicidade ACÚMULO SELETIVO DE DROGAS Gordura – drogas com alta lipossolubilidade tendem a se acumular, reduzindo a atividade terapêutica. Ex: DDT – inanição pode levar a mobilização e intoxicação ACÚMULO SELETIVO DE DROGAS Ossos: acumula substâncias por adsorção à superfície Tetraciclinas – desbotamento amarelo-acastanhado durante a odontogenese. Chumbo – substitui o Ca+ e leva a fragilidade óssea BARREIRAS FISIOLÓGICAS À DROGAS BP (Barreira Placentária) PM < 600d atravessam – (warfarin – anticoagulante) Alcoolismo materno – retardo no crescimento e malformações (articular e cardiovascular) Tabagismo – resulta em HbCO que resulta em baixo peso, abortamento espontâneo e parto prematuro REMOÇÃO DE FÁRMACOS DO CORPO VIAS: Rins – a grande maioria dos fármacos Fígado – sistema Hepato-biliar Pulmões Leite Suor METABOLISMO: Ocorre principalmente no fígado a metabólitos mais polares que o original (não reabsorvidos nos túbulos renais) Existem dois tipos de reações químicas: reações de fase I e de fase II METABOLISMO: FÍGADO Enzimas Intracelulares – “Microssômicas” (CYP3A4) Moléculas apolares – passam facilmente a membrana celular do hepatócito e as polares são eliminadas inalteradas na urina INDUÇÃO ENZIMÁTICA reversível da síntese de enzimas microssômicas (Ex: álcool, Fenobarbital, corticóide, cigarro, etc). INIBIÇÃO ENZIMÁTICA da síntese de enzimas microssômicas (Ex: cimetidina, cetoconazol, etc). METABOLISMO: METABOLISMO DE 1ª PASSAGEM Circulação porta fígado circulação sistêmica Obs: necessita dose maior VO que por outras vias. Ex: morfina, salbutamol, propranolol, verapamil, etc. METABOLISMO: PRÓ-FÁRMACOS Fármaco inativo Metabolismo surge atividade farmacologica enalapril metabolismo enalaprilat (inibidor da ECA) CINÉTICA DE 1ª ORDEM Dificilmente haverá saturação e, aumentando a dose, aumentará a taxa de eliminação. Ocorre com a maioria dos fármacos CINÉTICA DE SATURAÇÃO (ORDEM ZERO) Ocorre saturação do sistema de metabolismo e a duração de ação depende da dose. Ex: fenitoína CINÉTICA DE SATURAÇÃO (ETANOL): 120 mg.kg.h-1. ✔ Ex: Indivíduo de 70 Kg = 8.400mg/h ou 8,4g.h-1. 30 ml de Whisky (45% de álcool) – 13,5g 120 ml de Vinho (12% de álcool) – 14,4 g 360 ml de Cerveja (4% de álcool) – 14,4g ✔ Obs: Sem considerar; indução enzimática*, doenças* e farmacogenética*, 1 dose será eliminada em aproximadamente 3 horas, 2 doses em 6 horas e 3 doses em 9 horas e, 4 doses em 12 horas. FÁRMACOS USADOS NOS DISTÚRBIOS AFETIVOS “ANTIDEPRESSIVOS” Distúrbios afetivos: 5% da população americana adulta apresenta em algum momento da vida, um transtorno do humor Transtornos mais freqüentes Depressão Maior (Distúrbio Unipolar); Doença Maníaco-Depressiva (Distúrbio Bipolar). Depressão Maior (Distúrbio Unipolar): Em geral apresenta humor deprimido; Redução no interesse pelas atividades normais; Anorexia e perda de peso; Insônia, fadiga e incapacidade de concentração. Doença Maniaco-Depressiva (Distúrbio Bipolar): Oscilação entre depressão e mania; Humor expansivo (inapropriado para circunstância); Grandiosidade, auto-estimaexagerada, fala rápida, fuga de idéias, sono parcimonioso (3 h por noite). Diagnóstico diferencial: Hipotireoidismo; Doença de Parkinson; Medicamentos Anti-hipertensivos (reserpina). Teoria da Monoamina: Depressão – déficit funcional dos transmissores da monoamina em certos locais no cérebro; Mania – excesso funcional desses transmissores. Inibidores da MAO (IMAO): Década de 50 IMAO A: tranilcipromina, parnate®; Moclobemida, aurorix®; Fenelzina, nardil®; Isocarboxazida, marplan® Ação intracelular com atividade antidepressiva e menos efeitos colaterais que IMAO B – preferência maior Serotonina > Noradrenalina > Dopamina). Propriedades: Normais – euforia, agitação, agressão e hostilidade; Deprimidos – aumentam a atividade. Inibidores da MAO (IMAO): Ação: Início lento e efeitos prolongados (inibição irreversível - tempo aproximado de 15 dias para haver reversão) Efeitos colaterais: Insônia – não administrar a noite; Hipotensão Ortostática – postural; Antimuscarínico – impotência sexual e boca seca; Conversão – da Depressão em Mania. Inibidores da MAO (IMAO): Superdosagem: Hiperpirexia, hipertensão, hiperreflexia, agitação, movimentos involuntários, alucinação e coma Indicações: Depressão atípica - fadiga, excesso de sono, ansiedade fóbica, queixas somáticas e não resposta a tricíclicos. Antidepressivos Tricíclicos: Década 50/60 Mecanismo de Ação: Inibição da recaptação neural de NE (norepinefrina) e de 5-HT (serotonina) Efeitos: Não elevam o humor nem o nível de vigília em indivíduos normais; Em deprimidos aumentam o humor e a atividade paulatinamente. Antidepressivos Tricíclicos: Efeitos Anticolinérgicos: Visão embaçada, boca seca, retenção urinária, glaucoma agudo, etc. Efeitos Anti-histamínicos: Sedação e fadiga. Absorção Completa pelo TGI, sofre metabolismo de primeira passagem, T 1/2 de 10 a 20 h. Antidepressivos Tricíclicos: Interação Medicamentosa: IMAO – aminas biogênicas. Aminas simpatomiméticas – crise hipertensiva e arritmias cardíacas. Epilépticos – o limiar convulsivo. Hipoglicemiantes orais – os efeitos (regulação decrescente sobre os e 2 adrenoreceptores). Antidepressivos Tricíclicos: Escolha do Triciclico: Agitados e Ansiosos – (amitriptilina, tryptanol®) possui propriedades sedativas; Introvertidos – (imipramina, tofranil®); Fobia / Obsessão – (clomipramina, anafranil®); Dor neurológica – (amitriptilina, tryptanol®); Enurese noturna – (amitriptilina, tryptanol®). Inibidores da captação de 5-HT: Década de 80 Fluoxetina, prozac®,daforin®; Sertralina, zoloft®; Paroxetina, pondera®, aropax®; Citalopran, celexa®; Ação semelhante aos TCA; Efeito inicia em 2 semanas; Sem efeitos colaterais cardiovasculares e colinérgicos, além de baixa toxicidade aguda e com alimentos. Inibidores da captação de 5-HT: Efeitos colaterais Náuseas e vômitos; Aumento da agressividade (suicídio); Associação com IMAO (síndrome da serotonina - hipotermia, tremores e colapso cardiovascular). Indicações Depressão, ansiedade, distúrbio do pânico. Inibidores da captação de 5-HT e de Nor: Déc 90 Venlafaxina, effexor®; Duloxetina, cymbalta®; Desvenlafaxina, pristiq®, Mirtazapina, Remeron® Ação sobre 5-Ht e Nor; Regulam o humor e funções congnitivas; Efeitos colaterais: náuseas, sonolência, tontura, obstipação, hipertensão arterial, disfunção sexual. Inibidores da captação de Dopamina e de Nor: 90 Bupropiona, zyban®. Ação sobre Dopa e Nor, sem ação sobre serotonina; Melhoram o prazer, impulsividade, apetite, libido e auxilia a interrupção do tabagismo; Efeitos colaterais: náuseas, insônia, tontura, tremores, perda de peso, cefaléia, xerostomia.. Agonistas da melatonina: Agomelatina, valdoxan®. Ação sobre melatonina; Regulam o sono e promove liberação de Nor e Dopa, estabilizando o humor e funções cognitivas; Efeitos colaterais: náuseas, tontura e cefaléia.. Antidepressivos Atípicos: década de 60 Maprotilina, ludiomil®; Mianserina, tolvon®; Trazodona, donaren®. Mecanismo de ação obscuro; Resposta terapêutica semelhante ao TCA; Menos efeitos colaterais. Carbonato de Lítio: carbolim®, carbolitium® Não produz efeitos depressivos ou euforizantes em indivíduos normais; Estabiliza o humor sem produzir sonolência ou incoordenação; Início do efeito em duas a três semanas; Uso profilático na oscilação do humor (enfermidade bipolar). Carbonato de Lítio: carbolim®, carbolitium® Agudo – reduz a mania e é ineficaz na depressão; Janela terapêutica estreita – 0,5 a 1,5 mmol.l-1 ( > 3 mmol.l-1 confusão mental e deterioração motora). Efeitos tóxicos Náuseas, vômitos, sede, diarréia, poliúria, tremores, fraqueza, confusão mental, teratogênese, lesão tubular renal, inibição de TSH (hipotireoidismo com da glândula – bócio). TEC – Terapia Eletroconvulsiva: Eletrodos colocados em ambos os lados do crânio; Paciente anestesiado e curarizado (bloqueio da JNM); Eficácia semelhante aos antidepressivos (mais eficaz na depressão suicida grave); Confusão e perda da memória (dias ou semanas). Obs: 30% dos pacientes não melhoram com qualquer opção terapêutica FÁRMACOS NEUROLÉPTICOS Antiesquizofrênicos Antipsicóticos Tranquilizantes maiores Primariamente utilizados no tratamento da esquizofrenia, mas também eficazes em outros estados psicóticos, como a mania e delírio. Esquizofrenia – características: Sintomas positivos Ilusões, alucinações (na forma de vozes); Distúrbios ideativos (tira conclusões irracionais com sensação de que os pensamentos são introduzidos por intervenção externa “DIVINA”) Sintomas negativos Afastamento de contatos sociais; Nivelamento de respostas emocionais Tipo de psicose, ou seja, uma doença cerebral causada por alguma disfunção cerebral intrínseca; Ocorre em cerca de 1% da população, em geral tem início na adolescência, é crônica e incapacitante; Apresenta componente genético que reflete alguma provável anormalidade bioquímica fundamental, com aumento de receptores de dopamina no sistema límbico. Teorias: Da dopamina Substâncias que liberam dopamina no cérebro, pode produzir no homem síndrome indiferenciável à dos sintomas positivos da esquizofrenia Anfetamina – estimula a liberação de dopamina; Apomorfina e bromocriptina – agonistas do receptor D2 exacerbam os sintomas; Antagonistas – são eficazes no controle dos sintomas. Da 5-HT (serotonina): O LSD (dietilamida do ácido lisérgico) produz alucinações e distúrbios sensoriais e um metabólito da 5-HT, a (dimetiltriptamina) produz efeitos semelhantes ao LSD no homem; Muitos neurolépticos são antagonistas da 5-HT; A 5-HT exerce um efeito modulador sobre as vias da dopamina; CLASSIFICAÇÃO: NEUROLÉPTICOS CLÁSSICOS OU TÍPICOS Fenotiazinas: (clorpromazina – amplictil ®, haloperidol – haldol ®, flufenazina – flufenan ®, trifluperazina – stelapar ®, prometazina – fenergam ® e tioridazina – melleril ®). ATÍPICOS Benzamidas: (sulpirida – sulpan ®, pimozida – orap ®, closapina – leponex ®). PROPRIEDADES Controle dos sintomas de pacientes psicóticos sem produzir sedação excessiva. Bloqueio da ação de muitos mediadores diferentes: a) Dopamina (principal determinante da ação psicótica); b) Histamina; c) Catecolaminas; d) Acetilcolina; e) 5-HT. EFEITOS COMPORTAMENTAIS DOS NEUROLÉPTICOS Redução da atividade espontânea; Catalepsia (imobilidade, porém com capacidade de responder à estimulação); Suspensão de respostas condicionadas de fuga; Redução de interações sociais (arrumação, acasalamento, combate, etc); Inibição de tendências agressivas (sem causar sonolência e confusão como os hipnóticos); EFEITOS OUTROS (antagonizando a dopamina) Antiemético: Antagonismo dos receptores da dopamina na zona quimiorreceptora do bulbo (quimioterapia anti-cancerosa, gravidez e insuficiência renal) Sintomas de parkinsonismo: Rigidez muscular, perda da mobilidade e tremores, geralmente de início rápido e reversíveis Discinesia tardia Movimentos involuntários(face, língua, tronco e membros) costuma não ser reversível e muitas vezes são incapacitantes; Início desde alguns dias a vários anos após iniciado o tratamento; Menor incidência com os neurolépticos atípicos como sulpirida e clozapina. Endócrinos A dopamina, através da estimulação de receptores D2 inibe a secreção de prolactina; Bloqueando receptores D2 haverá da concentração sérica de prolactina (hipertrofia mamária e possível lactação tanto em homens como em mulheres) EFEITOS OUTROS (não relacionados ao antagonismo da dopamina) Bloqueio de receptores muscarínicos Boca e olhos secos; Constipação e retenção urinária; Obs: O déficit de efeito colinérgico pode reduzir os efeitos colaterais extra-piramidais (alta potência antimuscarínica – clozapina e tioridazina) Bloqueio de receptores -adrenérgicos Hipotensão ortostática; Maior bloqueio: clorpromazina (amplictil®, clozapina e tioridazina; Menor bloqueio: haloperidol (haldol®, flupentixol e flufenazina. EFEITOS INDESEJÁVEIS Reações indiossincrásicas e de hipersensibilidade Icterícia – mecanismo obscuro e reversível (mais comum com neurolépticos típicos). Leucopenia e agranulocitose – reação rara e reversível de hipersensibilidade que pode ser fatal. Reações cutâneas – comum nas primeiras semanas de tratamento e na exposição à luz UV. Síndrome malígna neuroléptica – rara, em geral reversível com da temperatura e confusão mental. TRATAMENTO E MANUTENÇÃO Volume de distribuição alto e individual, assim a relação concentração plasmática / efeito é muito variável. A posologia deve ser instituída na base da tentativa e do erro. ANTIMICROBIANOS Nomenclatura Quimioterápico – substância química sintética com atividade antimicrobiana e antiblástica Antibiótico (anti = contra; bios = vida) – substância produzida por microorganismos (fungos ou bactérias) capazes de inibir a reprodução ou destruir outros microorganismos Antimicrobiano – engloba quimioterápico e antibiótico, com tendência atual de ser utilizado Classificação A) Quanto a Origem Naturais Produzido por culturas de microorganismos e utilizados sem modificação na sua estrutura Ex: fungos – penicilina; bactérias – bacitracina Sintéticos Sintetizados em laboratório Ex: sulfas B) Quanto ao Espectro Curto Limitado a um pequeno grupo de microorganismos Ex: Penicilina natural (atua sobre germes G +) Amplo Atua sobre um grupo amplo de microorganismos Ex: Cloranfenicol (atua sobre germes G+ e G-) D) Quanto ao Modo de Ação Bactericidas Produzem a lise (morte) das bactérias Ex: Penicilina Bacteriostáticos Impedem a reprodução bacteriana (pela ação mais lenta, imunodeprimidos podem sofrer prejuízos) Ex: cloranfenicol E) Quanto ao Local de Ação Atuam Sobre a Parede Bacteriana Causa destruição do microorganismo. Bactericidas Ex: Penicilina Atuam Sobre a Membrana Celular Alteram a fisiologia da membrana, causando a morte do microorganismo. Bactericidas Ex: Polimixinas Aspectos Gerais da Administração Farmacocinética – Dosagem e posologia. Ex: Ampicilina Atinge concentração mínima eficaz em 1 hora, e após 7 horas, sua concentração fica sub-ótima. Reações alérgicas Pode ocorrer com todos os antimicrobianos Toxicidade específica ao grupo Aminoglicosídeo causa oto e ou nefrotoxicidade Superinfecção (infecção se sobrepõe a outra) Desequilíbrio ecológico entre as floras de um trato (intestinal, genito-urinário, respiratório, etc). Ex: proliferação de fungos no TGI Resistência Bacteriana Incapacidade do microorganismo de responder ao antimicrobiano a) Resistência Bacteriana Natural Resistência que determinado gênero de microorganismo apresenta a um antimicrobiano. Ex: Penicilina natural não atua sobre G(-) – entre a parede e a membrana celular há uma camada lipídica onde a penicilina natural não se difunde b) Resistência Bacteriana Adquirida Determinado microorganismo que era sensível torna-se resistente àquele antimicrobiano Cromossômica – seleção de cepas resistentes originárias de mutantes Extra-cromossômica – transmissível / plasmídica (características genéticas de uma bactéria é transmitida a outra, até de espécies diferentes) Mecanismos de Resistência Bacteriana a) Alteração do local alvo do AMB O AMB não se liga e não exerce seu efeito b) Produção de Enzimas Induzíveis O microorganismo tem potencial de produzi-las quando estimulado. Ex: Stafilococos passam a produzir -lactamase (inativa a penicilina) c) Alteração no Papel da Membrana Certos antimicrobianos precisam de sistema transportador para penetrarem na bactéria. Ex: Tetraciclinas – espécies resistentes são capazes de estruturar um sistema para bombear o AMB para fora d) Alteração da Via Metabólica Produção de bases purínicas e pirimídicas por via alternativa (não aquela que o AMB inibe) Ex: sulfametoxazol + trimetropin (inibe a enzima di-hidro-folato-redutase e as bases serão sintetizadas por outra via sem a participação da di-hidro-folato-redutase Seleção da Terapia Antimicrobiana a) De Maneira Lógica Após identificação da causa da infecção (cultura e antibiograma) b) De Maneira Profilática Antes da provável infecção (para preveni-la) c) De Maneira Empírica Pela impressão clínica, não sendo apropriado esperar a identificação. Ex: Penicilina – Amigdalite estreptocócica Antibioticoterapia e Gravidez Categoria A Estudos adequados não demonstraram risco para o feto (mesmo no 1 trimestre de gravidez) Categoria B Estudos em animais não demonstraram riscos para o feto, embora não se tenham estudos bem controlados em grávidas humanas Categoria C Estudos em animais demonstraram efeitos adversos no feto. Embora, sem estudos em humanos, os benefícios podem justificar o uso Categoria D Evidências positivas de risco para o feto humano, porém benefícios potenciais podem justificar o uso Categoria X Estudos demonstraram anomalias fetais e ou evidência positiva de risco para o feto humano. Os riscos implicados no uso em gestantes superam claramente os benefícios potenciais
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