Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS 1 Ailton Soares IPTESP/UFG 2 INCIDÊNCIA MUNDIAL DAS MICOSES Ailton Soares IPTESP/UFG MORTALITY DUE TO INVASIVE MYCOSES PATHOGEN OVERALL MORTALITY Candida spp 40% Aspergillus spp 62% Other Invasive moulds (Fusarium spp., Zygomycetes) ~80% Scedosporium spp. 100% *Adults hospitalized in the US; †Hospitalized patients with IA; ‡HSCT recipients. 1. Pappas PG, et al. Clin Infect Dis. 2003;37:634-643; 2. Wisplinghoff H, et al. Clin Infect Dis. 2004;39:309- 317; 3. Perfect J, et al. Clin Infect Dis. 2001;33:1824-1833; 4. Marr KA, et al. Clin Infect Dis. 2002;34:909-917. O UNIVERSO DOS FUNGOS • Existem aproximadamente 150.000 espécies de fungos identificados atualmente • Para cada espécie identificada provavelmente existem mais 9 não identificadas. (1.500.000 espécies) • Aproximadamente 15 gêneros causam as micoses humanas mais prevalentes • Aproximadamente 300 espécies podem causar micoses incomuns em seres humanos 4 Ailton Soares IPTESP/UFG DIVISÃO DAS MICOSES • MICOSES SUPERFICIAIS ( CUTÂNEAS ) - SÃO AS MAIS PREVALENTES • MICOSES SUBCUTÂNEAS • MICOSES PROFUNDAS • LOCALIZADAS • DISSEMINADAS Exemplos: Dermatofitoses, Candidíases mucocutâneas e Pitiríase versicolor 5 Ailton Soares IPTESP/UFG DIVISÃO DOS FUNGOS QUANTO A FORMA • Fungos filamentosos • Fungos leveduriformes • Fungos dimórficos 6 Ailton Soares IPTESP/UFG ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES EM MICOLOGIA QUE FACILITAM A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS o PORTADOR - indivíduo (são ou doente) que transporta no seu corpo microrganismos capazes de causar doença, atuando como possível propagador da mesma o INFECÇÃO - entrada e multiplicação de microrganismos no organismo que podem ou não produzir doença o DOENÇA - entrada e multiplicação de microrganismos no organismo produzindo alteração do estado fisiológico e produzindo um conjunto de sinais e sintomas o FUNGO AMBIENTAL- SAPRÓBIO o FUNGO DA MICROBIOTA HUMANA o FUNGOS ANTROPOFÍLICOS, GEOFÍLICOS E ZOOFÍLICOS o SÍTIOS ANATÔMICOS ESTÉREIS E NÃO ESTÉREIS o FUNGO CONTAMINANTE – DA LESÃO OU DO CULTIVO 7 Ailton Soares IPTESP/UFG Conhecer os mais comuns SISTEMA IMUNOLÓGICO INESPECÍFICA ESPECÍFICA IMUNIDADE INATA IMUNIDADE ADQUIRIDA PRIMERA LINHA DE DEFESA Barreiras Naturais SEGUNGA LINHA DE DEFESA Pele Células fagocitárias Humoral – Linfócito B Mucosas Substâncias antimicrobianas Celular - Linfócito T Ácidos graxos da pele Complemento - via alternativa Anticorpos Microbiota residente Febre pH vaginal Inflamação Cílios e epitélio respiratório Células NK RESPOSTA IMUNOLÓGICA 8 Ailton Soares IPTESP/UFG Defesa contra patógenos extracelulares Facilita a fagocitose Linfócito T citotóxico ativo Defesa contra patógenos intracelulares e células cancerosas Fagócitos & APC ESTIMULA Linfócito T Linfócito Tc Linfócito B Plasmócito Anticorpos Linfócito B Memória Linfócito T Memória IMUNIDADE CELULAR IMUNIDADE HUMORAL PATÓGENO ESTIMULA ESTIMULA Se o MO não morrer poderá ser disseminado Th 1 9 Ailton Soares IPTESP/UFG OBS: Anticorpos não têm acesso a MO que vivem e dividem dentro de células infectadas • IDADE • PROFISSÃO • REGIÃO GEOGRÁFICA • TIPOS DE LESÃO • LOCALIZAÇÃO DA LESÃO • MICOSES NÃO RELACIONADAS A IMUNODEFICIÊNCIA- Patógenos primários • MICOSES RELACIONADAS A IMUNODEFICIÊNCIA – QUE TIPO ? DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE (EPIDEMIOLOGIA) Quebra das barreiras físico-químicas Imunidade natural Imunidade humoral Imunidade celular 10 Ailton Soares IPTESP/UFG FACTORS INVOLVED IN THE DEVELOPMENT OF OPPORTUNISTIC MYCOSES M. A. Pfaller and D. J. Diekema Epidemiology of Invasive Candidiasis: a Persistent Public Health Problem Clinical microbiology reviews, Jan. 2007, p. 133–163 11 Ailton Soares IPTESP/UFG EXEMPLOS DE ALTERAÇÕES QUE LEVAM A DIMINUIÇÃO DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA THERAPEUTIC PROCEDURES Solid organ or bone marrow transplant surgery catheters Artificial heart valves Radiation therapy Chemotherapy OTHER FACTORS Severe burns Diabetes Tuberculosis IV Drug use HIV Chronic granulomatous disease 12 DRUG THERAPIES Anti-neoplastics Steroids Immunosuppressive drugs MALIGNANCIES Leukemias Lymphomas Hodgkins Disease IV Drug use Ailton Soares IPTESP/UFG Anti-TNFalfa: Inibem a reposta TH1 ( infliximabe, adalimumabe e etanercepte) Corticóides inibem a resposta dos neutrófilos e macrófagos via diminuição de ROI EPIDEMIOLOGIA SEMIOLOGIA ANÁTOMOPATOLOGIA IMUNOLOGIA – Pesquisa de antígenos e anticorpos DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO OUTRAS ÁREAS DE INTERESSE 13 Ailton Soares IPTESP/UFG • ORIGEM – Paciente de área endêmica ou epidêmica - Penicillium marneffei : Ásia - Coccidioidomicose : EUA - Micose de Jorge Lobo: Região Amazônica - Dermatofitose: Cosmopolita - Dermatofitose: Surtos de Trichophyton tonsurans (ANTROPOFÍLICO) • TIPO DE DEFICIÊNCIA IMUNOLÓGICA - Zigomicose: Diabéticos descompensados - Aspergilose: Transplantados de MO e outros transplantados DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ( EPIDEMIOLOGIA ) 14 Ailton Soares IPTESP/UFG • PROFISSÃO - Cromoblastomicose: lavradores - Tinha pedis: militares - Micetomas: trabalhadores rurais • IDADE - Tinha do couro cabeludo: Pré-púberes - Ptiríase versicolor: Pós-púberes • HISTÓRICO DO INÍCIO DA DOENÇA - Cromoblastomicose : Inicia após trauma - Fusariose : Inicia de forma espontânea - Sedosporiose: Inicia após episódios de afogamentos - Ptiríase versicolor: Pode iniciar após a volta da praia DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ( EPIDEMIOLOGIA) 15 Ailton Soares IPTESP/UFG • LOCAL DA LESÃO - Rinocerebral e região Peri orbital : Zigomicose - Pelos : Trichosporon sp e dermatofitos - Couro cabeludo : Dermatofitose - Plantas dos pés e unhas dos pés : Dermatofitose - Boca : Histoplasmose e PbMicose - Pulmão : Aspergilose - Membros : CBM - Pés : Micetoma • CARACTERÍSTICAS DA LESÃO - Lesão com alopécia com ou sem formação de querion : Tinha captis - Abscessos com fístulas : micetomas, - lesão queloideana: Micose de Jorge Lobo, - Placas : Cromoblastomicose , - Ptiríase versicolor : descamativas • EVOLUÇÃO DAS LESÕES - Cromoblastomicose: evolução crônica - Micetomas: evolução crônica - Mucormicose: evolução rápida - Ptiríase versicolor: recidivante DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO PACIENTE ( SEMIOLOGIA) 16 Ailton Soares IPTESP/UFG LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA Penicillium marneffei : Sudesteda Ásia (Tailândia, Vietnã, Hong Kong, Taiwan e sul da China) T . Concentricum : Oceania , América Central (México) e Brasil 17 Ailton Soares IPTESP/UFG LOCAL DA LESÃO A – MICETOMA B – ONICOMICOSE C – TINHA NIGRA D – TINHA CAPITIS A D C B 18 Ailton Soares IPTESP/UFG IDADE DO PACIENTE PTIRIÁSE VERSICOLOR: Rara em crianças TINHA CAPITIS: Rara em adultos 19 Ailton Soares IPTESP/UFG TIPOS DE LESÃO FUSARIOSE DISSEMINADA: Lesões cutâneas tipo ectima gangrenoso DERMATOFITOSE: Borda serpiginosa MUCORMICOSE: Lesão necrótica 20 Ailton Soares IPTESP/UFG TINHA CAPITIS TRICOFÍTICA QUERION FÁVICA TIPOS DE LESÃO 21 Ailton Soares IPTESP/UFG Lacasiose lesão queloidiana 22 Ailton Soares IPTESP/UFG TIPOS DE LESÃO PTIRÍASE VERSICOLOR Pityriasis versicolor: a clinicomycological and epidemiological study from a tertiary care hospital Sudip Kumar Ghosh, Sunil Kumar Dey, Indranil Saha, Jayasree Nath Barbhuiya, Arghyaprasun Ghosh, Aloke Kumar Roy Indian J Dermatol. 2008; 53(4): 182–185 23 Ailton Soares IPTESP/UFG QUEBRA DAS BARREIRAS NATURAIS ASPERGILOSE SUPERFICIAL EM QUEIMADURA ZIGOMICOSE EM FERIDA OPERATÓRIA 24 Ailton Soares IPTESP/UFG A - ASPERGILOSE : PACIENTE COM CÂNCER B - ZIGOMICOSE : IMUNOSSUPRESSÃO INDUZIDA EM PACIENTE TRANSPLANTADO DE FÍGADO C - FUSARIOSE : EM PACIENTE HIV POSITIVO IMUNODEFICIÊNCIAS B C 25 Ailton Soares IPTESP/UFG o MICROBIOLÓGICO: - EXAME DIRETO – KOH - CULTIVO o CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E TESTES FISIOLÓGICOS/BIOQUÍMICOS o TESTES SOROLÓGICOS ( IMUNOLOLÓGICOS ) o ESTUDO HISTOPATOLÓGICO ( vários métodos de coloração) o TESTES MOLECULARES - não utilizado em rotina OBS: Utilizar sempre culturas puras DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS ESTUDOS RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 26 MICROMORFOLOGIA (estruturas vegetativas - estruturas reprodutivas (microcultivo) MACROMORFOLOGIA DAS COLÔNIAS : Cor, Consistência, Relevo, Textura e etc 26 Ailton Soares IPTESP/UFG MACROMORFOLOGIA COLÔNIAS: DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS FILAMENTOSOS • Cor • Consistência • Relevo • Textura • etc 27 OBS: Sempre que possível usar uma fonte luminosa e lupa Ailton Soares IPTESP/UFG • MICÉLIO AÉREO LONGO Mucor sp, Absidia sp, algumas espécies de Aspergillus • MICÉLIO AÉREO CURTO Microsporum gypseum • COR DAS COLÔNIAS - ANVERSO E REVERSO Aspergillus niger : Anverso - negro e reverso claro Fungos agentes da CBM : Colônias negras Especies de Penicillium : Colônias de cores variadas Microsporum gypseum : Bege • TOPOGRAFIA Trichosporon sp : Elevação no centro da colônia Paracoccidioides brasiliensis : Semelhantes a pipoca 28 CARACTERÍSTICA DA COLÔNIA - MACROMORFOLOGIA Ailton Soares IPTESP/UFG M. canis M. gypseum VERSO E ANVERSO 29 Ailton Soares IPTESP/UFG COLÔNIA DE FUNGO DEMÁCEO X COLÔNIA DE FUNGO HIALINO DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 30 Ailton Soares IPTESP/UFG CARACTERÍSTICA DA COLÔNIA MICÉLIO AÉREO MICÉLIO AÉREO LONGO MICÉLIO AÉREO CURTO 31 Ailton Soares IPTESP/UFG CORES DAS COLÔNIAS 32 Ailton Soares IPTESP/UFG • ESPESSURA Hifas grossas: Zigomicetos Hifas finas: Sporothrix schenckii • SEPTAÇÃO Asseptadas ou esparsamente septadas: Zigomicetos Septadas: Dermatófitos e vários outros fungos • COR DAS HIFAS Demáceo: Agentes da Cromoblastomicose , feohifomicose, micetomas e etc Hialinos: Dermatófitos, histoplasma, fusarium, micetomas e etc MICROMORFOLOGIA (estruturas vegetativas) DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 33 Ailton Soares IPTESP/UFG TIPOS DE HIFAS DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO HIFAS SEPTADAS HIFAS ASSEPTADAS 34 Ailton Soares IPTESP/UFG DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO – CORES DAS HIFAS HIFAS HIALINAS HIFAS DEMÁCEAS 35 Ailton Soares IPTESP/UFG EXEMPLO DE GÊNEROS DE FUNGOS DEMÁCEOS COMUNS 36 Ailton Soares IPTESP/UFG TESTES IMUNOLÓGICOS /SOROLÓGICOS IMUNODIFUSÃO RADIAL CONTRAIMUNOELETROFORESE TESTE DE AGLUTINAÇÃO EM LÁTEX TESTES CUTÂNEOS – INTRADERMOREAÇÃO ( pesquisa epidemiológica e acompanhamento do TTO ) OUTROS POUCO UTILIZADOS OBS: TESTES IMUNOLÓGICOS SÃO POUCO UTILIZADOS EM MICOLOGIA 37 Ailton Soares IPTESP/UFG CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 38 Ailton Soares IPTESP/UFG • VELOCIDADE DO CRESCIMENTO Espécies de Candida, Zigomicetos e Aspergillus sp: 3 a 5 dias Dermatófitos: 8 a 12 dias Paracoccidioides brasiliensis: Até um mês • RESISTÊNCIA A CICLOHEXIMIDA Todos os dermatófitos e os dimórficos térmicos: Crescem Aspergillus sp, C. neoformans, C. gattii, Fusarium sp, Penicillium sp e etc: não crescem • TESTE DA UREÁSE Trichophyton rubrum: negativa Trichophyton mentagrophytes: positiva DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 39 Ailton Soares IPTESP/UFG CRESCIMENTO EM CICLOHEXIMIDA DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO AMBOS OS TUBOS FORAM SEMEADOS COM O MESMO MATERIAL 40 Ailton Soares IPTESP/UFG DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO Aspergillus niger Colônia com 3 dias Colônia com 7 dias Analisar somente colônias maduras VELOCIDADE DE CRESCIMENTO 41 Ailton Soares IPTESP/UFG TESTE DA UREÁSE Trichophyton rubrum : negativa Trichophyton mentagrophytes : positiva positivo negativo 42 Ailton Soares IPTESP/UFG PRODUÇÃO DE PIGMENTOS P. marneffei T.rubrum 43 Ailton Soares IPTESP/UFG DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO IDENTIFICAÇÃO D FUNGOS FILAMENTOSOS TERMO-TOLERÂNCIA DE ALGUNS FUNGOS FILAMENTOSOS DE INTERESSE MÉDICO 44 Ailton Soares IPTESP/UFG MICROMORFOLOGIA - ESTRUTURAS REPRODUTIVAS (MICROCULTIVO) 45 Ailton Soares IPTESP/UFG MICROCULTIVO EM LÂMINA Método de cultivo utilizado para estimular a esporulação assexuada dos fungos filamentosos - estruturas de frutificação - com a finalidade de identificá-los a nível de gênero e, se possível, a nível de espécie. Sempre que a identificação do fungo for possível através de uma preparação direta da cultura, o microcultivo será desnecessário DIAGNÓSTICO DAS MICOSES CAUSADAS POR FUNGOS FILAMENTOSOS FATORES RELACIONADOS AO MICRORGANISMO 46 Ailton Soares IPTESP/UFG MICROCULTIVO EM LÂMINA Tem a finalidade de estimular a produção dos elementos de frutificação fúngica Permite a identificação do gênero e possivelmente da espécie do fungo FUNDAMENTO : Fornecimento de meio de cultura pobre e em pequena quantidade ao microrganismo, induzindo assim a frutificação. DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO IDENTIFICAÇÃODOS FUNGOS FILAMENTOSOS 47 Ailton Soares IPTESP/UFG ...pelos frutos conhecereis a árvore... (Matheus 12:33) 48 Ailton Soares IPTESP/UFG Preparar e esterilizar com antecedência um conjunto formado por : placa de petri, lâmina , lamínulas (2), papel filtro, suporte para a lâmina. Esterilizar também água destilada e pipetas de 5 ou 10 ml antes da realização do microcultivo Preparar com antecedência as placas com o Ágar BATATA que serão utilizadas no microcultivo Cortar pequenos cubos de meio ( 1x1cm ou 2x2cm ) com auxílio de bisturi, ou pequenos pedaços circulares utilizando a boca de um tubo de ensaio estéril. Em condições assépticas, colocar os recortes do meio de cultura sobre a lâmina estéril que está dentro do conjunto esterilizado previamente. Inocular com auxílio de alça em L, pequenos fragmentos da cultura do fungo filamentoso a identificar, nos cantos ou nas bordas do pedaço de meio. MICROCULTIVO EM LÂMINA TÉCNICA 49 Ailton Soares IPTESP/UFG Sobrepor a lamínula sobre o inóculo que foi colocado sobre o bloco de meio; Adicionar água esterilizada sobre o papel filtro (o suficiente para ficar bem molhado). Repetir este procedimento durante o período de incubação sempre que for necessário; Tampar a placa, embrulhar e incubar à temperatura ambiente por tempo necessário de acordo com cada fungo; Terminado o tempo de incubação, retirar apenas a lamínula tomando cuidado para não destruir as frutificações e colocar sobre uma nova lâmina com uma gota de azul de lactofenol; Examinar ao microscópio para verificar o tipo de frutificação apresentada; Fazer mais de um microcultivo de cada amostra. OBS: Não desprezar a cultura original até que se chegue a identificação do fungo. Obs: usar cabine de fluxo laminar sempre que possível. Cuidado principalmente com P. brasiliensis e H.capsulatum. MICROCULTIVO EM LÂMINA CONTINUAÇÃO 50 Ailton Soares IPTESP/UFG Disposição: - Cachos - Cadeias - Unitários - Internos ou externos Tamanho: - Microconídio - Macroconídio DIAGNÓSTICO MICOLÓGICO IDENTIFICAÇÃO DOS FUNGOS FILAMENTOSOS CONÍDIOS OBS: Fungos demáceos sempre produzem conídios demáceos, mas fungos hialinos podem produzir conídios escuros MICROMORFOLOGIA - ESTRUTURAS REPRODUTIVAS Cor: - Escuros - Hialinos Forma: - Rugoso - Liso - Fusiforme - Muriforme - Arredondados - Septado-longitudinal, transversal ou ambos - Asseptado 51 Ailton Soares IPTESP/UFG - Longo - Séssil - Fino - Espesso - Ramificado - Etc. MICROMORFOLOGIA DA ESTRUTURA REPRODUTIVA CONIDIÓFOROS FORMAS: 52 Ailton Soares IPTESP/UFG TIPOS DE CONIDIÓFOROS 53 Ailton Soares IPTESP/UFG EXEMPLOS DE FRUTIFICAÇÕES 54 Ailton Soares IPTESP/UFG Histoplasma capsulatum Epidermophyton floccosum Trichophyton sp Paecilomyces sp 55 Ailton Soares IPTESP/UFG Epidermophyton flocosum Alternaria sp Curvularia sp Microsporum canis Microsporum gypseum 56 Ailton Soares IPTESP/UFG Cladophyalophora bantiana Sedosporium apiospermum Trychophyton tonsurans Trychophyton rubrum 57 Ailton Soares IPTESP/UFG Acremonium falciforme Aspergillus sp 58 Ailton Soares IPTESP/UFG EXAME HISTOPATOLÓGICO IMPORTÂNCIA NA MICOLOGIA • Nem todos os fungos são cultiváveis • Fungos sapróbios e da microbiota humana podem ser apenas colonizadores ou contaminantes. Sua presença em cultivos nem sempre significa doença. • Terapias antifúngicas prévias podem inibir o crescimento dos fungos em culturas. • Fragmentos de tecidos podem ser pequenos e não serem suficientes para cultivo devido a necessidade de vários exames na mesma peça: BAAR, anaeróbios, aeróbios, fungos e anatomopatológico e etc • Fungos podem estar presentes, mas não viáveis. • Certos fungos tem crescimento muito lento levando a opção por exame anatomopatológico. OBS: Exame histopatológico não identifica o agente, apenas sugere. 59 Ailton Soares IPTESP/UFG EXAME DIRETO Algumas observações • KOH – Utilizado nas concentrações de 10 a 40% • Preparar com cuidado – muito corrosivo • Pesar KOH em papel alumínio • Guardar em frasco de plástico • O tempo de clarificação depende da concentração do KOH e do material a ser examinado • Aguardar o tempo suficiente para o clareamento do material • Evitar o uso de lamínula da mesma largura da lâmina • Pressionar levemente a lamínula antes de levar ao microscópio • Não utilizar excesso de material em exame direto • Tecidos obtidos por biópsias devem ser cortados em pequenos fragmentos antes da semeadura e do exame direto • Utilizar objetivas de aumento de 10 e 40X- nunca usar a de 100X quando utilizar KOH. • Exames diretos também podem ser feitos em materiais fixados e corados • Em casos suspeitos de Cryptococcus utilizar tinta nanquim • Em tinha capitis observar o tipo de invasão do pelo 60 Ailton Soares IPTESP/UFG PARASITISMO DO PELO ENDOTRIX ECTOTRIX 61 Ailton Soares IPTESP/UFG PELOS PARASITADOS POR ESPOROS DE DERMATÓFITOS Trichophyton tonsurans Masculino, 6 anos em 02-12-2013 Micologia do IPTESP EXAME DIRETO COM KOH X CULTURA EM ONICOMICOSES 85 AMOSTRAS A study on the etiological agent and clinico-mycological correlation of fingernail onychomycosis in eastern india - Indian J dermatol v.53(2); 2008 Culture Culture Total 42 CULTURAS POSITIVAS: 62% KOH POSITIVAS 38% KOH NEGATIVAS 43 CULTURAS NEGATIVAS: 95% NEGATIVAS 5% DE KOH POSITIVAS 63 Ailton Soares IPTESP/UFG SITUAÇÕES DE CULTURA POSITIVA E EXAME DIRETO NEGATIVO • O fungo é apenas colonizador (Microbiota) : pouca quantidade na amostra tornando ED negativo. • O fungo isolado é um contaminante do processo. • O exame direto é falso negativo devido a pobreza de elementos fúngicos. • O exame direto é falso negativo devido a pouca habilidade do analista para reconhecer os vários elementos fúngicos. • O exame direto é falso negativo devido a não clarificação correta do material antes da análise. • O exame direto não foi colhido da mesma lesão que foi colhida a cultura 64 Ailton Soares IPTESP/UFG SITUAÇÕES DE CULTURA NEGATIVA E EXAME DIRETO POSITIVO • Amostra agredida através de cortes ou moagem para a semeadura – biópsias. Quanto maior for o MO maior a probabilidade da agressão. • Fungos inviáveis nos tecidos – tratamentos prévios com antifúngicos. • Tempo de incubação insuficiente – noções de tempo de crescimento dos principais agentes das micoses. • O exame direto é falso positivo devido a pouca habilidade do analista para reconhecer os vários elementos fúngicos. • O exame direto é falso positivo devido a presença de uma estrutura chamada mosaico. • O exame direto não foi colhido da mesma lesão que foi colhida a cultura 65 Ailton Soares IPTESP/UFG • Presença de um fungo não cultivável (Pneumocystis jirovecii e Lacasia loboi ) ou cultivável em meio complexo. Ex. Malassezia sp • Meios de cultura inapropriados – Ex. Cicloheximida ou com antibiótico quando necessário isolar agentes de actinomicetoma • Incubação em temperatura imprópria – utilizar temperaturamaior ou igual a 37º só nos casos indicados • Amostras contaminadas com excesso de bactérias – ASD sem antibiótico. • Biópsias conservadas em formol • Crescimento de sapróbio junto com patógeno (O SAPRÓBIO CRESCE MUITO RÁPIDO TOMANDO TODA A SUPERFÍCIE DO MEIO) SITUAÇÕES DE CULTURA NEGATIVA E EXAME DIRETO POSITIVO CONTINUAÇÃO 66 Ailton Soares IPTESP/UFG SITUAÇÕES DE CULTURA NEGATIVA E EXAME DIRETO “POSITIVO” MOSAICO 67 Ailton Soares IPTESP/UFG • Não colher na lesão apropriada, principalmente quando o local da coleta não vem especificado (vem escrito apenas raspado de lesão) Ex: Coleta em lesão de ides • Não colher no local apropriado da lesão • Coleta de material onde foram usados medicamentos tópicos • Interpretação incorreta do pedido médico – noções dos nomes dos sítios de coleta • Amostra em swabs ressecados • Considerar como contaminante fungos oportunistas • Amostra Transportada Incorretamente SITUAÇÕES DE CULTURA E EXAME DIRETO FALSOS NEGATIVOS AMOSTRAS INSUFICIENTES OU MAL COLHIDAS 68 Ailton Soares IPTESP/UFG SENSIBILIDAD DEL HEMOCULTIVO EN MICOSIS Candidiasis diseminada 50-60% Candidiasis diseminada. Oncohematológicos 20% Trichosporonosis ~ 64% Aspergilosis ~ 1% Zigomicosis < 1% Fusariosis oncohematológicos ~ 42-56% Penicillium marneffei en SIDA > 70% Cryptococosis en SIDA ~ 60% Histoplasmosis en Sida ~ 70% 69 Ailton Soares IPTESP/UFG DERMATOFITIDES Lesão primária - micose DERMATOFÍTIDES SITUAÇÕES DE CULTURA E EXAME DIRETO NEGATIVOS Coleta na lesão inapropriada DERMATOFÍTIDES 70 Ailton Soares IPTESP/UFG ONICOMICOSE PSORÍASE SITUAÇÕES DE CULTURA E EXAME DIRETO FALSOS NEGATIVOS Coleta na lesão inapropriada 71 Ailton Soares IPTESP/UFG Micetoma Piedra branca Onicomicose subungueal Onicomicose sobreungueal SITUAÇÕES DE CULTURA E EXAME DIRETO FALSOS NEGATIVOS Coleta no local inapropriado da lesão 72 Ailton Soares IPTESP/UFG Coleta no local inapropriado da lesão SITUAÇÕES DE CULTURA E EXAME DIRETO FALSOS NEGATIVOS 73 Ailton Soares IPTESP/UFG Fim !!! 74 Ailton Soares IPTESP/UFG
Compartilhar