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Material Complementar para estudo da Disciplina de Planejamento Tributário Lucro Presumido x Lucro Real O planejamento tributário elementar consiste em anualmente a empresa fazer uma avaliação de qual a melhor forma de tributar seu resultado. Não é preciso entrar em detalhe, mas o contribuinte deve recolher o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o lucro com bases no lucro real, presumido ou arbitrado. O lucro real é o resultado contábil (receita menos os custos e despesas), ajustado pelas adições e exclusões. Quando analisado somente o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro, na maioria dos casos é a melhor opção, porque a empresa somente paga os referidos tributos quando obtém lucro. O lucro real, na maioria das vezes, é a melhor opção, porque grande parte das empresas esta deficitária, ou com margem de lucro muito pequena. Entretanto, com a instituição da não cumulatividade das contribuições para o PIS e COFINS, essas contribuições devem ser avaliadas em conjunto com relação aso tributos sobre o lucro. Para surpresa das empresas prestadoras de serviços foi instituída a famigerada não cumulativa das Contribuições para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e Programa de Integração Social (PIS), passando as alíquotas de 3% e 0,65% para 1,65% e 7,60%, respectivamente, para todas as empresas que declaram com base no lucro real O legislador, com intuito de minimizar os efeitos do aumento das referidas alíquotas, instituiu o direito ao crédito presumido sobre os pagamentos às outras pessoas jurídicas referente a fornecimento de insumo, como também referente a outras despesas, tais como energia, aluguéis etc. O planejamento tributário pode ser classificado em três categorias: conservador, moderado e agressivo. O conservador é aquele em que técnico aplica o que está na lei ordinária, não sendo necessária qualquer interpretação jurídica, aplicação de princípios ou conhecimento da Constituição Federal ou Código Tributário Nacional. Já para o moderado, é necessário haver um maior conhecimento da legislação tributária, assim como afinidade com a Constituição Federal e com o Código Tributário Nacional, bem como o acompanhamento do posicionamento do Poder Judiciários sobre matérias polêmicas. Ainda sobre o moderado, quando se trata de matéria polêmica, o contribuinte antes de fazer qualquer modificação em seus procedimentos contábeis e fiscais, dever realizar consulta administrativa aos órgãos competentes ou ingressar com ação no Poder Judiciário em busca de uma declaração do seu direito. O planejamento tributário agressivo é a escolha de uma ação que não está autorizada na lei ordinária, somente com base em interpretação do código tributário nacional e na CF. Mas o contribuinte não ingressa com o pedido judicial, ou seja, ele faz a escolha e realiza o procedimento e espera ser interpelado pelas autoridades fiscais e, caso seja autuado, ingressa com os recursos administrativos e judiciais, se necessários. Lucro Arbitrado O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Quando conhecida a receita bruta, e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado. Ocorridas quaisquer das hipóteses que ensejam o arbitramento de lucro, previstas na legislação fiscal (v. pergunta 563), poderá o arbitramento: ser aplicado pela autoridade fiscal, em qualquer dos casos previstos na legislação do imposto de renda (RIR/1999, art. 530); ser adotado pelo próprio contribuinte, quando conhecida a sua receita bruta (RIR/1999, art. 531). Impostos Incidentes a Receitas Lei Complementar 116/2003 Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. § 1o O imposto incide também sobre o serviço proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País. § 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias. § 3o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. § 4o A incidência do imposto não depende da denominação dada ao serviço prestado. A Lei complementar 116/2003 deu clareza aos municípios que de imediato alteraram os seus Regulamentos de ISSQN. O ISS tem sua alíquota definida em lei competente, observando no entanto, os parâmetros no artigo 8 II da Lei Complementar 116/2003 e no artigo 88, I, do Ato das Disposições constitucionais Transitórias, que estabelecem alíquotas máxima de 5% e mínima de 2%. Nenhum município, portanto pode adotar alíquotas superiores ou inferiores a esses parâmetros Aula atividade 13/04/2015 Para calcular o Impostos Pis e Cofins no regime não cumulativo você deverá realizar a compensações entre a prestação de serviço e compras. 1-) Uma empresa prestadora de serviço na área da construção civil, que tem pouco crédito presumido do PIS e COFINS para compensar com os valores a recolher das referidas contribuições. Contribuinte declara o Imposto de Renda com base no lucro real. Encontre a Base de Cálculo e apure os impostos Pis e Cofins, informe o total a pagar dos impostos. Os números apresentados a seguir estão expressos em milhares de reais: Faturamento Compras PIS COFINS TOTAL MES Serviços PJ BC 1,65% 7,60% 9,25% Jan. 1.300.000, 182.000, 1.118 18.447, 84.968, 103.415, Fev. 1.360.000, 214.000, 1.146 19.909, 87.096, 107.005, Março 830.000, 282.000, 548 9.042, 41.648, 50.690, Abril 1.900.000, 870.000, 1.030 16.995, 78.280, 95.275, Maio 1.600.000, 305.000, 1.295 21.367, 98.420, 119.787, Jun. 1.200.000, 310.000, 890 14.685, 67.640, 82.325, Jul. 1.500.000, 308.000, 1.192 19.668, 90.592, 110.260, Ago. 1.480.000, 397.000, 1.083 17.869, 82.308, 100.177, Set 1.500.000, 395.000, 1.105 18.232, 83.980, 102.212, Out 1.600.000, 475.000, 1.125 18.562, 85.500, 104.062, Nov. 2.200.000, 451.000, 1.749 28.858, 132.924, 161.782, Dez. 3.100.000, 688.000, 2.412 39.798, 183.312, 223.110, Total 19.570.000, 4.877.000, 14.693 243.432, 1.116.668, 1.360.100 Lucro Líq = IR 14.693.000, x 32% = 4.701.760, Base de Cálculo= 4.701.760, x 15% = 705.264, Adicional (4.701.760 – 60.000,00) = 4.641.760, x 10% = 464.176, IR = 4.701.760, AD = 464.176, Total = 5.165.936, Cálculo da Contribuição Social BC. 4.701.760, x 9% = 423.158, 2-) Declara Imposto de Renda no Lucro Presumido Faturamento Compra PIS COFINS TOTAL MES Serviços PJ BC 0,65% 3% 3,65% Jan. 1.300 182 1.118 18.447, 84.968, 103.415, Fev. 1.360 214 1.146 19.909, 87.096, 107.005, Março 830 282 548 9.042, 41.648, 50.690, Abril 1.900 870 1.030 16.995, 78.280, 95.275, Maio 1.600 305 1.295 21.367, 98.420, 119.787,Jun. 1.200 310 890 14.685, 67.640, 82.325, Jul. 1.500 308 1.192 19.668, 90.592, 110.260, Ago. 1.480 397 1.083 17.869, 82.308, 100.177, Set 1.500 395 1.105 18.232, 83.980, 102.212, Out 1.600 475 1.125 18.562, 85.500, 104.062, Nov. 2.200 451 1.749 28.858, 132.924, 161.782, Dez. 3.100 688 2.412 39.798, 183.312, 223.110, Total 19.570 4.877 14.693 95 439 534 Lucro Líq = IR 14.693.000, x 32% = 4.701.760, Base de Cálculo= 4.701.760, x 15% = 705.264, Adicional (4.701.760 – 60.000,00) = 4.641.760, x 10% = 464.176, IR = 4.701.760, AD = 464.176, Total = 5.165.936, Cálculo da Contribuição Social BC. 4.701.760, x 9% = 423.158, Exercícios para fixação Apure o resultado da operação com apuração no lucro real, PIS e COFINS: Faturamento Compras PIS COFINS TOTAL MES Serviços PJ BC 1,65% 7,60% 9,25% Jan. 1.300.000,00 1.086.000,00 Fev. 1.360.000,00 1.154.000,00 Março 830.000,00 702.000,00 Abril 1.900.000,00 1.601.000,00 Maio 1.600.000,00 1.303.000,00 Jun. 1.200.000,00 1.005.000,00 Jul. 1.500.000,00 1.284.000,00 Ago. 1.480.000,00 1.258.000,00 Set 1.500.000,00 1.304.000,00 Out 1.600.000,00 1.329.000,00 Nov. 2.200.000,00 1.818.000,00 Dez. 3.100.000,00 2.653.000,00 Total 19.570.000,00 16.497.000,00 Gabarito Faturamento Compras PIS COFINS TOTAL MES Serviços PJ BC 1,65% 7,60% 9,25% Jan. 1.300.000,00 1.086.000,00 214.000,00 3.531,00 16.264,00 19.795,00 Fev. 1.360.000,00 1.154.000,00 206.000,00 3.399,00 15.656,00 19.055,00 Março 830.000,00 702.000,00 128.000,00 2.112,00 9.728,00 11.840,00 Abril 1.900.000,00 1.601.000,00 299.000,00 4.933,50 22.724,00 27.657,50 Maio 1.600.000,00 1.303.000,00 297.000,00 4.900,50 22.572,00 27.472,50 Jun. 1.200.000,00 1.005.000,00 195.000,00 3.217,50 14.820,00 18.037,50 Jul. 1.500.000,00 1.284.000,00 216.000,00 3.564,00 16.416,00 19.980,00 Ago. 1.480.000,00 1.258.000,00 222.000,00 3.663,00 16.872,00 20.535,00 Set 1.500.000,00 1.304.000,00 196.000,00 3.234,00 14.896,00 18.130,00 Out 1.600.000,00 1.329.000,00 271.000,00 4.471,50 20.596,00 25.067,50 Nov. 2.200.000,00 1.818.000,00 382.000,00 6.303,00 29.032,00 35.335,00 Dez. 3.100.000,00 2.653.000,00 447.000,00 7.375,50 33.972,00 41.347,50 Total 19.570.000,00 16.497.000,00 3.073.000,00 50.704,50 233.548,00 284.252,50 O Contribuinte declara o Imposto de Renda com base no lucro presumido, calcule o PIS o Cofins e o IR e CSLL da operação: Faturamento PIS COFINS TOTAL MES Vendas 0,65% 3,00% 3,65% Jan. 1.300.000,00 Fev. 1.360.000,00 Março 830.000,00 Abril 1.900.000,00 Maio 1.600.000,00 Jun. 1.200.000,00 Jul. 1.500.000,00 Ago. 1.480.000,00 Set 1.500.000,00 Out 1.600.000,00 Nov. 2.200.000,00 Dez. 3.100.000,00 Total 19.570.000,00 Lucro Líq = IR 19.570.000, x 8% = 1.565.600, Base de Cálculo= 1.565.600, x 15% = 234.840,00 Adicional (1.565.600, – 60.000,00) = 1.505.600, x 10% = 150.560,00 IR = 234.840,00 AD = 150.560,00 Total = 385.400,00 Cálculo da Contribuição Social BC. 1.505.600, x 9% = 135.504,00 Cálculo do Imposto por Estimativa Atenção neste momento está sendo demonstrando o cálculo por estimativa no qual extraímos o Adicional por meio da Receita Bruta. Imposto de Renda arts 222 a 233 do Decreto n. 3.000/99, base legislativa pelo Lucro Real Estimado. 1-) Hipoteticamente, a empresa faturou no mês de janeiro $ 100.000,00 referentes à venda de mercadorias, e $ 50.000,00 referentes a serviços prestados. A apuração dos impostos ficará: Apuração do Imposto de Renda Venda de mercadoria $ 100.000,00 x 8% = $ 8.000,00 Venda de serviços $ 50.000,00 x 32% = $ 16.000,00 Soma das bases = $ 24.000,00 Acréscimos à base Acrescentar outras receitas, juros ativos, descontos obtidos, variações monetárias ativas e etc.. = Base de cálculo $ 24.000,00 Alíquota 15% $ 3.600,00 Adicional Federal Como a base do imposto foi de $ 24.000,00 neste mês incidirá o Adicional Federal de 10% Base de cálculo $ 24.000,00 (-) limite $ 20.000,00 Base de cálculo do adicional federal $ 4.000,00 x 10% = $ 400,00 Imposto total a recolher é $ 3.600,00, calculado à alíquota de 15% e $ 400,00 de adicional federal, calculado à alíquota de 10%, totalizando desta forma $ 4.000,00. Exercício para fixação 1-) Por meio dos dados apresentados calcule a Contribuição Social Venda de mercadoria $ 100.000,00 x 12% = $ Venda de serviços $ 50.000,00 x 32% = $ Soma das bases = $ Acréscimos à base Acrescentar outras receitas, juros ativos, descontos obtidos, variações monetárias ativas e etc.. = Base de cálculo $__________ Alíquota 9% $ Aula Atividade Tele Aula Correção13/04/2015 Faturamento 130.000,00 x 32 % - 41.600,00 x IR 15% - 6.240,00 Não há adicional a ser incluído na base apresentada. Apuração através do Lalur O Livro de Apuração do Lucro Real, também conhecido pela sigla Lalur, é um livro de escrituração de natureza eminentemente fiscal, criado pelo Decreto‐Lei nº 1.598, de 1977, conforme previsão do § 2º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, e alterações posteriores, e destinado à apuração extra contábil do lucro real sujeito à tributação pelo imposto de renda em cada período de apuração, contendo, ainda, elementos que poderão afetar os resultados de períodos futuros. O livro é composto por folhas numeradas tipograficamente, é composto de duas partes, com igual quantidade de folhas cada uma, reunidas em um só volume encadernado, a saber: a) Parte A, destinada aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período (adições, exclusões e compensações), tendo como fecho a transcrição da demonstração do lucro real; e b) Parte B, destinada exclusivamente ao controle dos valores que não constem da escrituração comercial, mas que devam influenciar a determinação do lucro real de períodos futuros. Exercício para aprendizado 1-) A partir do ano-calendário de 1997, o Imposto de Renda das pessoas jurídicas passou a ser determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário. Realize a seguinte apuração do Livro de Apuração do Lucro Real da Anjos E Anjos Ltda. Prejuízo contábil do 1º. Trimestre de 2015.................................. 95.000,00 Adições registradas na parte A no 1º. Trimestre de 2015........... 156.000,00 Exclusões registradas na parte A no 1º. Trimestre de 2015.......... 32.000,00 Calcule a apuração do Lucro neste período: Gabarito. (95.000,00 – 156.000,00 – 32.000,00) = 29.000,00 de lucro para apuração do IR. Bons Estudos! Prof.a Regiane
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