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TEORIA GERAL DO CRIME INTRODUÇÃO Direto => uno – único – um só – indivisível Conduta => praticada por alguém Conduta ilícita => o direito tem que atuar na conduta ilícita Ato ilícito -> quebrar uma porta -> processado na vara cível -> Furtar uma bolsa/ subtrair uma bolsa -> processado na vara penal Bem jurídico do direito penal é o mais grave Última fração/segmento do direito é o direito penal – afastado dos outros direito Traição de cônjuges é tratada na vara cível por possibilitar dano moral. Bigamia é tratada na vara penal – contrair 2 casamentos Direito penal: busca proteger bens jurídicos relevantes, tais como: dignidade sexual, vida, patrimônio, dignidade humana. Código Penal: art. 1° ao 22 do CP Parte Geral: art. 1° ao 22 do CP Conceitos e institutos Parte Especial: - descrição em tese; - descrição do tipo penal; - núcleo jurídico 1-) NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO PENAL Conceito de Direito Penal: pensar na pena/sanção apenas um dos pontos. Pensar na infração penal. É a ciência do direito que busca estudar e analisar a infração penal. Estuda quem comente o crime e qual a infração a ser imputado a quem praticou o crime. Entende-se, também, o conceito de Direito Penal, como o conjunto de normas (regra com força de lei) e de princípios que buscam identificar os agentes que praticam as condutas qualificadas como infrações penais, bem como, as devidas sanções a elas imputadas. Brasil tem o sistema dicotômico que divide a infração penal em 2 espécies: medida de segurança (incapaz) e pena (capaz) Infração Penal: conduta ilícita – praticou um delito/crime * Medida Segurança (incapaz praticou o crime) * Pena (capaz praticou o crime) Subconceitos do Direito Penal Direito Penal Objetivo: seriam as normas/leis penas que se dividem em 2: Norma penal não incriminadora: em regra está na parte geral do Código Penal; Norma penal incriminadora: seria as normas que descrevem as condutas previstas, em regra estão na parte especial do Código Penal. Direito Penal Subjetivo: jus puniendi -> punição -> Estado punindo o sujeito O Estado aplica punição em quem praticou o crime. Direito de punir. Finalidade do Direito Penal Identificar os tipos de infrações -> direito penal protege tutelando os bens jurídicos importantes. O direito penal protege a família, o indivíduo. O direito penal seleciona alguns bens jurídicos e protege. Quem escolhe o bem jurídico a ser protegido é o legislador. O direito penal é a última ratio do direito. O direito penal cuida de proteger os bens jurídicos mais importantes, mais relevantes; por isso é tido como a última ratio do direito. 2-) HISTÓRIA DO DIRETO PENAL Na evolução do Direito Penal se extrai de certa forma 3 momentos marcantes no que toca à sanção penal, são eles: vingança divina, vingança privada e vingança pública. Vingança divina: punição em nome de Deus -> vingança divina. É a primeira forma de manifestação do Direito Penal. Entendia-se que a lei emanava de Deus e sua violação ofendia seus Deuses. Buscava-se punir aquele que cometia o crime (pecado) para que aquele grupo resgatasse a ele corrompido com a divindade. As penas tinha caráter cruel (aplicava a pena capital - pena de morte) como também a perda da paz (pena de expiação). Vingança privada: conotação que a lei não está ligada a Deus -> tira o foco na divindade -> o foco está na vítima -> atuação não gerida por uma lei divina -> violar o indivíduo ou grupo -> o outro grupo começa agir -> começa-se a entender a lei -> “olho por olho, dente por dente” -> a punição acontece em nome do grupo. Começa a se perceber, com a evolução da sociedade, uma desvinculação ente divindade e o Estado. O crime passa a ser visto mais como uma ofensa à vítima e a seu grupo. Como a punição ainda ficava a cargo do particular (do próprio indivíduo), a reprimenda (punição) era ainda bem mais severa do que a própria infração praticada. As penas permaneceram com caráter cruel (tinha a pena de morte). A doutrina afirma que nessa fase surgem as primeiras regras que tipificam as condutas criminosas como exemplo, a lei de talião (“olho por olho, dente por dente”). Neste contexto, a punição começa a ter legitimidade. Vingança pública: direito penal -> Estado que irá punir o infrator. A principal caraterística desta fase é a invocação do estado no exercício do direito de punir. Esse monopólio estatal, na punição do direito penal, encontra-se mitigada (reduzido, flexibilizado) quando se percebem institutos jurídicos previstos em lei, como exemplo a legitima defesa. 2.1-) Evolução do Direito Penal Direito Grego: é o momento da história do direito penal que se tem um forte apelo social, olha-se do lado da sociedade. O direito penal grego marca o início da discussão DOS FUNDAMENTOS E DAS FINALIDADES DA PENA; Direito Romano: tem-se uma divisão do direito como um todo (direito público e direito privado). No tocante ao direito penal, temos uma distinção entre crimes públicos (afeta mais a sociedade do que o indivíduo), onde o Estado em que processava e punia o infrator. Do outro lado, têm-se os crimes privados (afetava mais o particular do que o Estado) e eram resolvidos pelo próprio particular, MAS COM A SUPERVISÃO DO ESTADO ROMANO. O Direito Romano apresenta um grande desenvolvimento das teorias que compõe a doutrina penal, diferencia-se o dolo da culpa e desenvolve o nexo de causalidade, imputabilidade; Direito Germânico: caracteriza como direito costumeiro (como se vai criando), é um direito baseado nos costumes e posteriormente adere às leis escritas. Exemplo: lei de talião e as leis românicas. Direito Canônico: a igreja passa a ter grande influência sobre o Estado, o que leva ao procedimento da inquisição que antes era aplicado com caráter disciplinar aos seus membros, depois passa a ser aplicado, também, a todos da sociedade; trazendo ao crime uma conotação religiosa; Idade Moderna: período humanístico (Cesare Beccaria). É a fase que se surge o iluminismo, onde Cesare Beccaria inova por meio da obra “dos delitos e das penas” em que se questiona a pena aplicada (punição), lutando pelo fim da pena de morte. A ideia de Beccaria é que pena tivesse uma finalidade de inibir o delinquente cometesse novos crimes, bem como servisse de exemplo pra toda sociedade. 2.2-) Escolas Penais Pilares do Direito Penal: Crime; Criminoso (delinquente); Sanção (pena). Nada mais é do que analisar a evolução do direito penal sobre a ótica de institutos fundamentais para o sistema penal. O que se faz então é verificar manifestações doutrinárias em que se leve em conta o crime, o delinquente e a sanção/pena. Escola Clássica: tem como principais pensadores Francisco Carrara e Pelegrine Rossi. Crime: para eles o crime era um entre jurídico, algo presente na sociedade; Delinquente: a escola clássica fala que o delinquente agiu no exercício do livre arbítrio. A delinquência não sofre influências de fatores externos; Sanção (pena): a pena deveria retribuir o mal feito pelo delinquente. Finalidade retributiva (a pena seria severa para que se reequilibrasse o sistema alterado pela prática do delito). Escola Positivista: tem como principais pensadores Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Rafael Garafolo. Crime: estaria ligado a fatores naturais; Delinquente: para a escola positivista, o delinquente/criminoso NÃO TEM LIVRE ARBÍTRIO, pois afirmam ser ele (criminoso) uma pessoa anormal que já seria taxado como criminoso nato; Sanção/pena: deveria ter como objetivo de defesa da sociedade adequando o criminoso na tentativa de corrigi-lo, o que denota um viés maior para a finalidade preventiva da pena. Escola Técnico-jurídica: tem como principais pensadores Karl Binding e Arturo Rocco. Crime: é tanto uma relação jurídica de caráter humano, como também viés social (assemelha com arbítrio da escola clássica); Delinquente: tem o livre arbítrio, mas também tem uma responsabilidade moral; Sanção/pena: tem a finalidade de defesa contra a periculosidadedo agente (retributiva). Escola Moderna Alemã (política criminal): tem como principais pensadores Fran Von Liste, Van Hamell. Crime: é um fator de ordem humana e social, bem como uma infração ao direito (ente jurídico); Delinquente: é um ser livre, mas que de certa forma, é condicionado pelo ambiente em que vive; Sanção/pena: deverá ter a característica de um instrumento que impõe a ordem e a segurança nacional. A pena é uma defesa da sociedade -> pena preventiva geral. Surge a ideia de uma finalidade preventiva, ressaltando um viés geral (pena pelo temor). 3-) EVOLUÇÃO DO DIREITO PENAL NO BRASIL Inicialmente, o Brasil por ser colônia de Portugal tinha a influência da legislação daquela metrópole, as chamadas ordenações do Reino (1500 a 1830): Ordenações Afonsinas: direito penal com viés religioso; Ordenações Manuelinas: pena de morte; Ordenações Filipinas: Com a independência do Brasil em 1822 vigeram as Ordenações Filipinas ate que se criasse a própria legislação brasileira. 1830: criou-se o código criminal do Império. Era um código que trouxe uma pena mais humanizada, consequentemente foram eliminadas as penas cruéis. Com a proclamação da república em 1889, criou-se o Código Penal que trazia a extinção da pena de morte e de caráter perpétuo. Decreto-lei 2.848/1940: cria o Código penal atual e tem-se uma parte geral e outra especial. Em 1984, a Lei 7.209/84 reformou boa parte geral deste Decreto-lei. 4-) DIREITO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DO DIREITO Princípios constitucionais e fundamentais do direito penal: Regras de conduta (princípio regra); Orientar o legislador (norma jurídica); Guia para entender o direito (interprete da norma/estudioso do direito) 4.1-) Princípios Constitucionais: Princípio da Legalidade: este princípio se extrai do art. 5°, inciso XXXIX da CF. Não pode criminalizar uma conduta se antes não estiver na lei (Reserva legal em sentido estrito): Princípio da reserva legal: somente lei em sentido estrito (lei ordinária/lei complementar) pode criar crimes e imputar penas; Princípio da anterioridade: não basta que a lei diga o que é o crime, ela tem que ser anterior à conduta criminosa. A lei não retroage, exceto para beneficiar o réu. Princípio da Individualização da Pena: art. 5°, inciso XLVI da CF. A individualização da pena é feita em 3 fases distintas: 1ª fase: legislativa -> cominar -> legislar -> direcionar o legislador para que comine as penas (máximo e mínimo) aos crimes de forma proporcional a gravidade da conduta; 2ª fase: judicial - > direcionada ao juiz que dará a aplicação da pena analisando as situações, isto é, analisará o caso concreto tendo como base a pena abstrata; 3ª fase: administrativa -> é feita na execução da pena. Analisa a regressão e progressão da pena. Analisa o comportamento carcerário do criminoso (lei de execução penal). Observação: em 2006, o STF, analisando o Habeas Corpus 82.959, entendeu que o disposto na lei 8.072/90 (lei dos crimes hediondos) ao estabelecer o cumprimento da pena em regime integralmente fechado feria o princípio da individualização da pena na fase administrativa. Princípio da intranscendência da pena: personificação da pena/responsabilidade pessoal da pena. Art. 5° inciso XLV da CF e art. 107 do CP. Este princípio traz a ideia de que a pena aplicada no processo penal decorrente da prática de uma conduta criminosa não poderá passar não da pessoa condenada, isto é, a pena não transcende da pessoal. Este princípio traz a ideia de que a pena aplicada no processo penal decorre da prática de uma conduta criminosa não poderá passar da pessoa condenada. Observação: a pena de multa não é uma obrigação de reparar dano, pois não se destina a vítima. A multa, na verdade, é uma espécie de pena e por tanto não pode ser transferida/executada em fase de herdeiros. Com a morte, extingue-se a punibilidade (art. 107 do CP). Princípio Humanização das Penas: art. 5° inciso XLVII da CF. Limitação das penas: Pena de Morte: em regra, a pena de morte é vedada no Brasil. Excepciona-se essa regra nos casos de guerra declara (art. 84, inciso XIX d CF). A doutrina afirma ter outras 2 hipóteses fora da Constituição, em que se haveria aplicação da pena de morte: - medida de destruição (abatimento) -> lei 7.565/86, art. 303, §2°; - lei dos crimes ambientais, art. 24 ao 34 da lei 9.605/98. A atividade da empresa que causar sérios danos ao meio ambiente terá sua extinção compulsória (encerramento das atividades); Pena de caráter perpétuo: (súmula 527 STJ medida de segurança tem prazo menor que 30 anos) o art. 75 do CP traz o limite máximo de 30 anos de cumprimento das penas privativas de liberdade de 30 anos. O art. 97 §1° do CP que trata da medida de segurança (imputáveis) estipula o prazo mínimo de 1 a 3 anos; mas não traz um prazo máximo (prazo seria indeterminado). Pelo SRF prazo máximo 30 anos; Pena de trabalhos forçados: Lei 7.120/84 (Lei de Execução Penal - LEP). O trabalho a que está obrigado o preso no art. 31 da lei 7.120/94 (LEP) não traduz o trabalho forçado da alínea C do inciso XLVII do art. 5° da CF; Banimento: tirar o sujeito do país nacional; Cruel: viola a integridade da pessoa humana. Princípio da presunção de inocência: art. 5° inciso LVII da CF art. 637 do CPP súmula STJ 07 e 267 HC 84.079. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Súmula 07: a pretensão de simples reexame de prova, não enseja recurso especial. Esse princípio trazia a ideia de que não seria considerado culpado no processo penal (reconhecimento de uma infração penal) enquanto não transitasse em julgado a sentença penal condenatória. A regra é a liberdade; a prisão é exceção. Desde art. 637 do CPP, entendia-se possível iniciar o cumprimento da pena após a análise de segunda instância (órgão colegiado). Em 2009, no julgamento do HC 84.079, o STF muda seu entendimento (sua jurisprudência) entendendo ferir a presunção de inocência, o início do cumprimento da pena (uma vez que os recursos seriam meios de defesa princípio da ampla defesa). Em 2016, o STF revê sua posição, retornando a jurisprudência anterior que entendia ser possível dar início ao cumprimento da pena, após julgamento da apelação. 4.2-) Princípios Fundamentais: Princípio da intervenção mínima: sinônimo da última ratio, entende-se que o direito penal deve proteger os bens jurídicos mais importantes. Princípio da alteridade ou lesividade: cabe ao direito penal considerar crimes condutas que viole bens jurídicos de terceiros (não pune a alto-lesão). Princípio da adequação social: o direito penal não deve intervir em condutas que não ferem um sentimento de justiça social (furar a orelha de um bebê). Observação: a venda ou a exposição de DVD pirata não é uma conduta socialmente adequada. Súmula 502. Princípio da fragmentariedade: nem todo ilícito jurídico será objeto de tipificação como infração penal. Princípio da subsidiariedade: intervenção mínima ao direito penal não cabe ser usado como regra geral na solução de litígios, deve ser uma ferramenta subsidiária. Princípio da proporcionalidade: O Estado quando lhe couber à aplicação de uma sanção penal, deverá fazê-lo de forma proporcional a gravidade de conduta. (As penas devem observar tanto um critério que impeça o excesso quanto também a insuficiência) HC 104410 2ª Turma STF. Princípio da insignificância: analisar o caso concreto -> não se aplica insignificância na administração pública. Deve ser analisado o caso concreto no contexto da ação. Tipicidade formal. Este princípio traz a ideia de que as condutas que ofenda “minimamente” bens jurídicos protegidos, não podem ser consideradas como condutas criminosas. Ao direito penal não cabe atuar, ocupar-se com lesões irrelevantes aos bens jurídicos tutelados/protegidos pelo Estado. Este princípio deve ser analisado no caso concreto. Entende-se que a tipicidade é composta por tipicidade formal: subsunção do fato (conduta) a norma penal. Tipicidade material é a lesão ou ameaçade lesão expressiva (real ou potencial) ao bem jurídico protegido. A insignificância afasta a tipicidade material. A tipicidade penal mais a gravidade ao bem jurídico afasta a tipicidade material. Como se trata de princípio aplicado ao caso concreto, os Tribunais Superiores exigem a observância de certos requisitos para sua aplicação: Mínima ofensividade da conduta; Ausência de periculosidade social da ação; Reduzido grau de reprovabilidade de comportamento do agressor; Inexpressividade da lesão jurídica. 5-) FONTES 5.1-) Fonte Material Art. 22 inciso I -> fonte material do direito penal -> União. Doutrina Clássica. Doutrina Moderna. 5.2-) Fonte Formal Doutrina Clássica: Imediata: direta -> lei Mediatas: indireta. Doutrina Moderna: Imediata: Lei Ordinária ou Complementar; CF/88; Tratado e Convenções internacionais; Jurisprudência; Princípios Mediata: doutrina Costume é uma fonte informal 6-) INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL Interpretar a lei penal é buscar seu alcance, seu real sentido dessa norma jurídica. Existem algumas técnicas de se interpretar a lei. Quanto ao sujeito: é verificar quem está interpretando a norma penal. Autêntica: ou legislativa ou contextual. O interprete é o próprio legislador. Art. 327 do CP; Doutrinária ou científica: a doutrina (estudioso) que interpreta; Jurisprudencial: ou judicial -> juiz ou tribunais que interpretam. Feita pelos juízes ou tribunais. Quanto ao meio: refere-se a uma interpretação quanto ao aspecto que o intérprete leva em consideração. Gramatical, literal ou sintática: leva em conta o sentido literal das palavras; Lógica/teleológica: analisa a finalidade da norma, a vontade da lei. Exemplo o art. 5° LIND; Histórica: analisam as ocasiões, os motivos que levaram a lei; Sistemática: é a norma analisada dentro do ordenamento jurídico. Quanto ao resultado: Declarativa ou declaratória: busca-se analisar a exata correspondência do que descreve a lei, ou seja, o intérprete tem na letra da lei aquilo que ele exatamente quis dizer; Restritiva: o texto legal disse mais que pretendia o legislador, levando o intérprete a reduzir o alcance da lei. Restringe o alcance da lei; Extensivo: o texto da lei disse menos, ficou a quem do que pretendia o legislador dizer, levando o interprete a ampliar o alcance da norma. Art. 235 do CP -> reserva legal + anterioridade = legalidade 6.1-) Interpretação extensiva: O texto da lei disse menos, quando o inéerprete da lei amplia o alcance da lei. In maniam partem: interpretação extensiva em prejuízo do réu; In bonam partem: interpretação extensiva para beneficiar o réu 6.2-) Interpretação analógica: Já existe lei para situação. Traduz na situação em que DENTRO DO PRÓPRIO TEXTO DA LEI, O LEGISLADOR SE VALE DE UMA FÓRMULA GENÉRICA QUE DEVERÁ SER INTERPRETADA CONFORME CASOS ANTERIORES (aplicado a fatos analógicos parecidos). Cabe tanto em benefício do réu quanto em prejuízo. Art. 121 §2° inciso I do CP. Fórmula casuística “mediante paga ou promessa de recompensa”; Fórmula genérica “motivo torpe” 7-) ANALOGIA NO DIREITO PENAL Integrar fatos semelhantes. Não é forma de interpretar, mas sim de integrar o direito. Analogia é uma equivalência entre 2 relações. No direito, a analogia parte de um pressuposto que NÃO EXISTE LEI a ser aplicada em um determinado caso concreto. A regra geral é que NÃO se admite analogia no direito penal. Analogia in bonam partem é admitida em benefício do réu, jamais em prejuízo do réu (in maliam partem). 8-) LEI PENAL EM BRANCO Neste caso, o complemento não está no comando proibitivo, mas sim no comando sancionatório. Existe o crime, mas a pena está em outra norma. Exemplo que se tem é genocídio. 8.1-) Tempo do Crime Busca saber quando que se considera praticado o delito. Tempus regis actus. Teorias de quando o crime ocorreu (tempo): Teoria de atividade (ação): considera praticado o crime no momento da ação ou omissão. Considera praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão) ainda que outro momento seja o resultado; Teoria do resultado: considera-se praticado o crime no momento que se tem o resultado, não importando no momento da conduta; Teoria ubiquidade (mista): considera-se praticado o crime, tanto no momento da conduta (ação ou omissão) quanto no momento do resultado. O Código Penal pela leitura do art. 4° nos mostra ter adotado a teria da atividade, ou seja, no momento da conduta. 8.2-) Lugar do Crime O estudo do lugar do crime busca sanar, qual lei penal deverá ser aplicada nos casos em que o crime ocorrer em uma pluralidade de países. 3 teorias tratam do assunto. Teoria de atividade (ação): local onde se deu a conduta, ignora o resultado; Teoria do resultado: local onde ocorreu o resultado, ignora a conduta; Teoria ubiquidade (mista): local do crime é tanto onde se praticou a conduta quanto o local em que se produziu ou deveria produzir o resultado L=> Lugar U=> Ubiquidade T=> Tempo A=> atividade 8.3-) Leis Penais Temporárias e excepcionais Exemplo é a lei geral da COPA, Lei 12.663/2012. Lei temporária: é a lei que criminaliza determinadas condutas de forma temporária (o próprio texto da lei traz de forma expressa a data de encerramento de sua vigência/validade). É a denominada lei alto revogável e tem caráter ultra atividade, ou seja, mesmo ter terminado sua vigência a lei pode valer, exemplo que se tem é a Lei da COPA – Lei 12.663/2012. Lei Excepcional: é uma lei que criminaliza condutas e que depende de um fato posterior para perder sua vigência. Lei editada no momento de uma tragédia natural, calamidade pública. É uma norma ultra-ativa, acaba quando termina o caráter excepcional. 8.4-) Lei Penal no Espaço e sua Eficácia A lei penal no espaço vem regular, determinar à atuação da lei penal brasileira diante de um conflito de jurisdição internacional. Territorialidade: art. 5° do CP não é absoluto, é mitigado. Inserido no art. 5° do CP traz a regra de que a lei penal brasileira será a lei aplicada dentro do nosso território (dentro do nosso país) decorre do exercício da soberania do Estado. A lei penal brasileira tem aplicação para os fatos praticados dentro do Brasil (princípio da territorialidade). O mesmo art. 5° afirma que a lei penal deve respeitar o disposto em tratados, convenções e regras de direito internacional, por exemplo, as imunidades. Diante destas exceções, a doutrina afirma que adotamos o princípis da territorialidade mitigada ou temperado. Considera-se território do Brasil, o solo e o subsolo, o mar territorial (12.000 milhas náuticas), as águas interiores e a camada atmosférica respectiva (espaço aéreo). Extraterritorialidade: a lei penal brasileira é aplicada fora do país. Trata-se da análise do art. 7° do CP, onde se aplica a lei penal brasileira a um fato criminoso que não ocorreu no território brasileiro. OBSERVAÇÃO: NÃO se aplica o princípio da extraterritorialidade nas contravenções penais. Art. 2° do Decreto 3.688/1941 8.5-) Imunidade Diplomática: decorre da Convenção de Viena que é o Decreto-legislativo 103/64 que garante imunidade penal para crimes de qualquer natureza praticado no Brasil. É conferido à: Chefe de Estado, de Governo, seus familiares e a comitiva que tiver fazendo acompanhamento; Embaixador, agentes diplomáticos, secretários de embaixadores e os respectivos familiares; Funcionários de organizações internacionais a serviços destas, exemplo: ONU, OEA. Tribunal Penal Internacional – TPI: decorre do estatuto de Roma, decorre do Decreto-legislativo 112/2012 que julga crimes de genocídio, contra humanidade ou terrorismo e crimes de guerra.
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