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RESUMO Amanda A. Nogueira ODONTOGÊNESE DESENVOLVIMENTO DO GERME DENTÁRIO O ectoderma bucal dará origem ao epitélio bucal e as células desse epitélio irão se proliferar invadindo o ectomesênquima adjacente e formando uma estrutura contínua em formato de ferradura, denominada banda epitelial primária. A banda epitelial mais externa sofre degeneração das células centrais, dando lugar a uma fenda que origina o fundo de saco do sulco vestibular. A faixa de epitélio interna dá origem aos dentes e é chamada de lâmina dentária e cada corresponde a um arco. Na 8a semana, a lâmina dentária de cada arco mostra dez centros de proliferação das células epiteliais espaçados entre si, formando uma estrutura arredondada que recebe o nome de broto ou botão. Essa estrutura e o ectomesênquima que o envolve são os precursores dos dentes decíduos, denominados germes dentários. Um germe dentário é formado por uma estrutura ectodérmica, que dará origem ao esmalte, e por uma porção mesodérmica, que, por sua vez, originará a polpa dentária, a dentina, o cemento e as estruturas de suporte do dente. ODONTOGÊNESE Cada germe dentário que se originou na lamina dentária passa por uma serie de modificações que se dividem em: fase de botão, fase de capuz (já se observa o epitélio externo, epitélio interno, retículo estrelado, papila dentária e folículo dentário), fase de campânula, fase de coroa ou campânula avançada (Ocorre o deposito de esmalte e dentina da coroa do futuro dente, caracterizando o processo de dentinogênese e amelogênese) e fase de raiz. Amelogênese: pode ser dividida em 5 fases → fase morfogenética (ocorre a formação da junção amelodentinária e da coroa, isso porque antes dos ameloblastos estarem completamente diferenciados, eles interagem com as células do ectomesênquima); fase de diferenciação ( o epitélio interno interagem com as células do tecido conjuntivo adjacente, as quais se diferenciam em odontoblastos, ocorre tambem a inversão de polaridade das células); fase secretora; fase de maturação; fase de proteção (as células irão formar um revestimento estratificado do esmalte, o epitélio reduzido do esmalte, que tem a função de proteger o esmalte maduro do tecido conjuntivo para evitar anomalias decorrentes do contato deles). Dentinogênese: ocorre em duas etapas, onde a primeira consiste na formação de uma matriz orgânica não- mineralizada composta for fibrilas e substancia fundamental interfibrilar; a segunda consiste no inicio da mineralização da matriz dentro de vesículas da matriz que irão se fundir e formar os focos de mineralização – dentina do manto. Posteriormente ocorre a formação da dentina circumpulpar. Polpa: a polpa do dente é inicialmente chamada de papila dentária e, somente após a formação da dentina ao seu redor é que ela passa a se chamar de polpa. Ela possui cinco funções básicas: indutiva, formativa, nutritiva, protetora e defensiva/reparadora. Formação da raiz: o desenvolvimento da raiz começa depois que a formação do esmalte e da dentina atingiu a junção amelodentinária. Os epitélios interno e externo se unem e se direcionam ao ectomesênquima, será formada uma dobra, formando o diafragma epitelial. Nessa região acontecerá a proliferação celular e aparecerá a bainha epitelial de Hertwig que mais tarde se fragmentará CCCrrreeesssccciiimmmeeennntttooo eee DDDeeessseeennnvvvooolllvvviiimmmeeennntttooo dddeeennntttááárrriiiooo LIVRO: Odontopediatria – Guedes-Pinto (Cap. 1-3) Pode ser considerada como a função principal da polpa a função formativa, porque o dente consegue se manter, sobreviver sem a polpa, consegue permanecer sem a defesa, consegue permanecer sem os estímulos nervosos, mas se a raiz não formar porque não deu tempo, porque a agressão chegou antes, ele não consegue permanecer na boca. RESUMO Amanda A. Nogueira dando origem aos restos epiteliais de Malassez. Nos locais em que há o inicio da formação de dentina radicular, os restos da bainha em contato com as células do ectomesênquima se diferenciaram em cementoblastos e a formação do cemento será em duas etapas (pré-irruptiva e pós-irruptiva) e ao mesmo tempo as células centrais tornam-se fibroblastos para formar o ligamento periodontal. ANOMALIAS DE DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO No inicio da proliferação (lamina dentária, fase de botão e capuz): menor número de dentes (oligodontia, anodontia, hipodontia); número excessivo de dentes (supranumerário, mesiodens, dentes natais); geminação, fusão e concrescência; odontoma. Na histodiferenciação (fase de campânula): amelogênese imperfeita do tipo hipoplásica, dentinogênese imperfeita Na morfodiferenciação (fase de campânula avançada): quando se tem um desenvolvimento deficiente, pode-se observar microdontia, dentes conóides, incisivos de Hutchinson e molares em amora; quando se tem um desenvolvimento excessivo, pode-se observar macrodontia, taurodontia, dens in dente, raízes supranumerárias, evaginação dentária e tubérculos dentários Na aposição: quando se tem um desenvolvimento deficiente, pode-se observar hipoplasia de esmalte, dentinodisplasia; quando se tem um desenvolvimento excessivo, pode-se observar pérolas de esmalte ou hipercementoses Na calcificação: quando se tem um desenvolvimento deficiente, pode-se observar amelogênese imperfeita do tipo hipocalcificação e dentina interglobular; quando se tem um desenvolvimento excessivo, pode-se observar esclerose dentinária. ERUPÇÃO DENTÁRIA FASES DA ERUPÇÃO Fase pré-eruptiva (fase de movimentação pré-eruptiva): tem seu inicio com a diferenciação dos germes dentários e termina com a formação da coroa. Acontecem dos movimentos: o movimento de corpo (germes se movem para oclusa e para vestibular) e o movimento excêntrico (uma parte do germe permanece estacionário e a outra continua a se desenvolver). Período de muito apinhamento intraósseo. Fase eruptiva: o Fase de erupção intraóssea: corresponde ao deslocamento do germe dentário a partir de sua posição inicial na cripta óssea até sua penetração na mucosa oral. É marcada pela formação e reabsorção seletiva das paredes da cripta óssea. Durante essa fase acontecem a formação da raiz, do ligamento periodontal e do epitélio juncional, pois com o inicio do movimento eruptivo, cria-se espaço para a formação da raiz; o Fase de penetração na mucosa: começa no instante em que as cúspides em desenvolvimento alcançam a altura da crista alveolar. Nessa fase, a velocidade de erupção é aumentada. Uma vez que o dente emerge, acontece a migração gengival até que o dente entre em contato com o antagonista, sendo que até depois de entrar em oclusão, a gengiva e o sulco gengival tende a se deslocar até alcançar a linha amelocementária. RESUMO Amanda A. Nogueira o Fase de erupção pré-oclusal: após ter penetrado na mucosa, o dente continua a erupção até alcançar o plano funcional. Nessa fase fatores intrabucais como forças musculares, hábitos de sucção, protrusão da língua e o próprio desenvolvimento craniofacial podem interferir. Fase pós-eruptiva (fase de erupção pós-oclusal): nessa fase, observa-se a formação completa da raiz. São movimentos dentários eruptivos: os que mantêm o dente irrompido na posição (deposito ativo de osso na crista alveolar e na base do alvéolo) e os que compensam desgastes oclusal e interproximal (deposito de cemento – fenômeno de preenchimento). TEORIAS SOBRE OS MECANISMOS DE ERUPÇÃO Crescimento radicular Ligamento em rede Crescimentos dos tecidos periapicais Pressão hidrostática Crescimento do tecido pulpar CRONOLOGIA E SEQUÊNCIA DE ERUPÇÃO 6 meses Incisivos centraisinferiores 7 meses Incisivos laterais inferiores 7 ⅟₂ meses Incisivos centrais superiores 9 meses Incisivos laterais superiores 12 meses 1º molares inferiores 14 meses 1º molares superiores 16 meses Caninos inferiores 18 meses Caninos superiores 20 meses 2º molares inferiores 24 meses 2º molares superiores Fatores que interferem na erupção: Sistêmicos: problemas endócrinos, como hipertireoidismo, hipopituitarismo (erupção precose) e retardo na puberdade; desnutrição; carência de vitamina A, C e D; portadores de síndrome de Down (alteração na sequência de erupção e atraso na erupção); disostose cleidocraniana. Locais: hematoma de erupção; anquilose; dentes não-irrompidos; falta de espaço SINTOMATOLOGIA RELACIONADA AO PROCESSO DE ERUPÇÃO Irritabilidade Inflamação da bochecha Rubor da bochecha Úlcera oral Cisto de erupção Exantema da bochecha RIZÓLISE Ligamento periodontal Teoria de Thomas Remodelação da cripta óssea Papel do folículo dentário e do retículo estrelado 1ª relação oclusal Limitação do movimento de língua e mandíbula Sobremordida e sobressaliência aumentada 1ª intercuspidação Definição da relação ântero-posterior Guia para o movimento de lateralidade Referencial para a relação maxila- mandíbula Salivação aumentada Dor Febre Insônia Aumento do ato de morder Quando há ausência do germe permanente, a reabsorção do decíduo tambem ocorre, porém em um processo bem mais lento. RESUMO Amanda A. Nogueira O mecanismo de rizólise dos dentes decíduos é um processo normal da reabsorção radicular, caracterizado pela destruição gradativa dos tecidos dentários duros e moles. Ocorre por tempo mais ou menos prolongado e tem seu inicio aproximadamente de 3 a 4 anos antes de o dente sofrer a esfoliação. No processo de reabsorção as raízes vão adquirindo novas configurações, o que determina na posição do forame apical, bem como na área de bifurcação ou trifurcação de molares decíduos. A reabsorção do cemento, dentina e osso produz trocas tissulares, e o tecido periodontal desorganiza-se por completo, perdendo toada a sua característica; a polpa é a ultima a ser atingida. Tanto a remoção do ligamento periodontal quanto da polpa dentária provavelmente ocorrem devido a apoptose das células. A reabsorção dos decíduos é um requisito prévio para a erupção normal dos dentes permanentes, porém esse processo não é continuo, mas sim interrompido por períodos de repouso – isso possibilita que o dente permaneça até o seu momento exato de esfoliação - que é seguido por uma neoformação para permitir que as estruturas adjacentes às raízes se reorganizem, e então reinicia a esfoliação. Durante a fase final da esfoliação, ocorre uma migração do epitélio da junção dentogengival e do epitélio gengival para a superficie interna da coroa em processo de reabsorção, promovendo um sangramento mínimo após a queda do dente decíduo e uma rápida cicatrização da área. A progressão da reabsorção radicular é maior nos inferiores do que nos superiores e em geral, progride de maneira razoavelmente uniforme e simétrica, algumas vezes, devido à má posição do permanente, a reabsorção não é simétrica e pode provocar reabsorções ectópicas. Além disso, os dentes unirradiculares apresentam reabsorções iniciadas por lingual, acompanhando o sentido transversal da raiz e do longo eixo do dente, enquanto que os multirradiculares apresentam reabsorção iniciada na superficie inter-radicular. Fatores que promovem um aceleramento da rizólise: molares com cáries profundas, dentes traumatizados, dentes com tratamento endodôntico, dentes com abscesso, dentes com restauração de amalgama com excesso oclusal, querubismo, síndrome de Down, hipofosfatasia, pseudo-hipofosfatasia, tumores benignos e malignos. Fatores que promovem um atraso da rizólise: hipotireoidismo, hipopituitarismo, disostose cleidocraniana, anodontias.