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2018.1 CS – ELEITORAL 2018.1 1 DIREITO ELEITORAL 2018.1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO DIREITO ELEITORAL .............................................................. 11 1. DIREITOS POLÍTICOS X DIREITO ELEITORAL ................................................................... 11 2. DIREITO ELEITORAL: CONCEITO E OBJETO ..................................................................... 11 2.1. CONCEITO ..................................................................................................................... 11 2.2. OBJETO DO DIREITO ELEITORAL ............................................................................ 12 2.2.1. Esquema gráfico sobre o Direito Eleitoral (conceito, objeto e objetivos) .................. 13 3. FONTES DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................... 13 3.1. FONTE MATERIAL ......................................................................................................... 14 3.2. FONTES FORMAIS DIRETAS ........................................................................................ 14 3.2.1. Constituição ............................................................................................................. 14 3.2.2. Leis infraconstitucionais ........................................................................................... 17 3.2.3. Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias ................................................. 18 3.2.4. Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral .............................................................. 19 3.2.5. Estatutos dos Partidos Políticos ............................................................................... 22 3.2.6. Princípios Jurídicos .................................................................................................. 23 3.3. FONTES FORMAIS INDIRETAS .................................................................................... 23 3.3.1. Jurisprudência eleitoral ............................................................................................ 23 3.3.2. Consultas................................................................................................................. 23 3.4. FONTES INFORMAIS .................................................................................................... 23 3.4.1. Doutrina ................................................................................................................... 23 3.4.2. Analogia .................................................................................................................. 23 3.4.3. Costumes Jurídicos ................................................................................................. 23 A EC 97/2017 ............................................................................................................................... 25 1. PROIBIÇÃO DE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS .......... 25 1.1. SISTEMA ELEITORAL ................................................................................................... 25 2. ELEIÇÕES PROPORCIONAIS .............................................................................................. 25 3. COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS............................................................................................... 26 4. FUNDO PARTIDÁRIO E ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TELEVISÃO ........................ 27 4.1. O QUE É O FUNDO PARTIDÁRIO? ............................................................................... 27 4.2. PARA QUE SERVE O DINHEIRO DO FUNDO PARTIDÁRIO? ...................................... 27 5. DIREITO DOS PARTIDOS POLÍTICOS DE ACESSO GRATUITO AO RÁDIO E À TV (“DIREITO DE ANTENA”) ............................................................................................................. 28 6. CLÁUSULA DE BARREIRA IMPOSTA PELA EC 97/2017 .................................................... 28 7. MUDANÇA DE PARTIDO DO CANDIDATO ELEITO POR UMA AGREMIAÇÃO QUE NÃO ATINGIU OS REQUISITOS .......................................................................................................... 29 8. REGRA DE TRANSIÇÃO ...................................................................................................... 29 8.1. NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2018: .............................................. 29 8.2. NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2022: .............................................. 29 8.3. NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2026: .............................................. 30 CS – ELEITORAL 2018.1 2 8.4. NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2030: .............................................. 30 PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL ....................................................................................... 31 1. PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU ANTERIORIDADE ELEITORAL ...................................... 31 1.1. CONCEITO E FUNDAMENTO ....................................................................................... 31 1.2. A LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/10) E O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE ....................... 31 1.2.1. Inovações da LC 135/10 .......................................................................................... 31 1.2.2. Aplicação da LC 135/10 nas eleições de 2010 em face do princípio da anualidade . 32 1.2.3. Constitucionalidade da LC 135/2010 (violação à presunção de inocência, retroatividade da lei ‘maléfica’) ............................................................................................... 32 1.3. ENTENDIMENTO DO STF E TSE SOBRE O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE ................. 33 2. PRINCÍPIO DA CAUTELA/LEGITIMIDADE DAS ELEIÇÕES (CF/1988 - ART. 14, §9º) ........ 33 3. PRINCÍPIO DA CELERIDADE ............................................................................................... 33 4. PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO INSTANTÂNEA ...................................................................... 34 5. PRINCÍPIO DA DEVOLUTIVIDADE DOS RECURSOS ......................................................... 34 6. PRINCÍPIO DO APROVEITAMENTO DO VOTO ................................................................... 34 7. PRINCÍPIO DA IMPERSONALIDADE .................................................................................... 34 INSTITUIÇÕES DO DIREITO ELEITORAL ................................................................................... 36 1. PODER JUDICIÁRIO ELEITORAL: PODER JUDICIÁRIO ESPECIALIZADO EM DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................................. 36 2. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL .......................................................................... 36 2.1. Juiz Eleitoral (JE) ........................................................................................................ 36 2.2. Junta Eleitoral (JTE) .................................................................................................... 37 2.3. Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ................................................................................ 39 2.3.1. Composição ............................................................................................................. 39 2.3.2. Julgamento .............................................................................................................. 40 2.4. Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ................................................................................. 41 2.4.1. Membros.................................................................................................................. 41 2.4.2. Impedimentos: .........................................................................................................42 2.4.3. Afastamentos: .......................................................................................................... 42 2.4.4. Julgamento: ............................................................................................................. 42 3. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA JUSTIÇA ELEITORAL............................................... 42 3.1. Circunscrição Eleitoral ................................................................................................. 42 3.2. Zona Eleitoral .............................................................................................................. 43 3.3. Seções Eleitorais......................................................................................................... 43 4. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL ....................................................................... 43 4.1. Visão Geral ................................................................................................................. 43 4.2. Competência do TSE e dos TREs ............................................................................... 43 4.3. Competência dos Juízes Eleitorais e da Junta Eleitoral .............................................. 50 5. FUNÇÕES DA JUSTIÇA ELEITORAL ................................................................................... 51 5.1. FUNÇÃO JURISDICIONAL ............................................................................................. 51 CS – ELEITORAL 2018.1 3 5.2. FUNÇÃO ADMINISTRATIVA .......................................................................................... 52 5.2.1. Função Administrativa “Geral” ................................................................................. 52 5.2.2. Função Administrativa Própria ................................................................................. 53 5.3. FUNÇÃO NORMATIVA .................................................................................................. 53 5.3.1. Função normativa “geral” do poder judiciário ........................................................... 53 5.3.2. Função normativa específica da justiça eleitoral ...................................................... 53 5.4. FUNÇÃO CONSULTIVA ................................................................................................. 54 5.5. FUNÇÃO DE CONTROLE/CORREIÇÃO/FISCALIZAÇÃO ............................................. 55 6. MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL ..................................................................................... 57 6.1. ESTRUTURA DO MP ELEITORAL ................................................................................. 57 6.2. FUNÇÕES DO MP ELEITORAL ..................................................................................... 60 7. POLÍCIA ELEITORAL ............................................................................................................ 61 7.1. PREVISÃO LEGAL ......................................................................................................... 61 7.2. ATIVIDADE DE POLÍCIA ................................................................................................ 61 7.2.1. Polícia Judiciária Eleitoral ........................................................................................ 62 7.2.2. Polícia Ostensiva Eleitoral ....................................................................................... 62 8. DEFENSORIA PÚBLICA ELEITORAL ................................................................................... 62 9. PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL - PFN ............................................................. 63 INSTITUTOS DO DIREITO ELEITORAL ...................................................................................... 66 1. SUFRÁGIO ........................................................................................................................ 66 1.1. Conceito de sufrágio ................................................................................................... 66 1.2. Objetivos do sufrágio ................................................................................................... 66 1.3. Classificação do sufrágio ............................................................................................. 67 2. VOTO ................................................................................................................................. 68 2.1. Natureza do voto ......................................................................................................... 68 2.2. Características do voto ................................................................................................ 68 2.3. Escrutínio .................................................................................................................... 71 2.4. Cidadania x Nacionalidade .......................................................................................... 72 SISTEMA ELEITORAL.................................................................................................................. 73 1. CONCEITO ............................................................................................................................ 73 2. ESPÉCIES DE SISTEMAS ELEITORAIS .............................................................................. 73 2.1. SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO .......................................................................... 73 2.1.1. Sistema Eleitoral Majoritário Simples/Relativo; ........................................................ 73 2.1.2. Sistema eleitoral majoritário ABSOLUTO................................................................. 74 2.1.3. Sistema eleitoral majoritário e infidelidade partidária ............................................... 74 2.2. SISTEMA ELEITORAL PROPORCIONAL ...................................................................... 75 2.2.1. Noções gerais .......................................................................................................... 75 2.2.2. Cálculos do Sistema Proporcional ........................................................................... 76 2.2.3. Sistema eleitoral proporcional e infidelidade partidária ............................................ 79 2.3. SISTEMA ELEITORAL MISTO ....................................................................................... 80 CS – ELEITORAL 2018.1 4 2.3.1. Voto distrital (o país é dividido em distritos). ............................................................ 80 2.3.2. Voto geral ................................................................................................................ 80 3. PLEBISCITO E REFERENDO ............................................................................................... 80 3.1. NOÇÕES GERAIS .......................................................................................................... 80 3.2. PLEBISCITO .................................................................................................................. 80 3.3. REFERENDO ................................................................................................................. 81 3.4. PROCEDIMENTO DO REFERENDO/PLEBISCITO ....................................................... 81 3.5. EXECUÇÃO DO PLEBISCITO E REFERENDO ............................................................. 82 CAPACIDADE ELEITORAL .......................................................................................................... 83 1. CONCEITO E DESDOBRAMENTOS ................................................................................. 83 2. DIREITOS POLÍTICO-ELEITORAIS POSITIVOS ...............................................................83 2.1. Capacidade eleitoral ativa: alistabilidade e voto .......................................................... 83 2.2. Capacidade eleitoral passiva: elegibilidade ................................................................. 84 3. DIREITOS POLÍTICO-ELEITORAIS NEGATIVOS ............................................................. 85 3.1. Inelegibilidades (absolutas e relativas) ........................................................................ 85 3.2. Privação dos direitos políticos (perda ou suspensão) ................................................ 100 3.3. Servidor público e exercício de mandato eletivo ........................................................ 102 ALISTAMENTO ELEITORAL ...................................................................................................... 103 1. NATUREZA JURÍDICA DO ALISTAMENTO ELEITORAL ................................................ 103 2. PROCEDIMENTO DE ALISTAMENTO ELEITORAL ........................................................ 103 2.1. Provocação do alistamento ....................................................................................... 103 2.2. 1ª Fase do alistamento eleitoral: QUALIFICAÇÃO .................................................... 103 2.2.1. Requisitos da qualificação ..................................................................................... 103 2.3. 2ª fase do alistamento eleitoral: INSCRIÇÃO ............................................................ 107 3. TRANSFERÊNCIA ........................................................................................................... 108 4. SEGUNDA VIA DO TÍTULO DE ELEITOR ....................................................................... 109 5. CANCELAMENTO E EXCLUSÃO DA INSCRIÇÃO ELEITORAL ..................................... 109 5.1. Hipóteses de cancelamento/exclusão do título/eleitor ............................................... 109 5.2. Procedimento de exclusão ........................................................................................ 113 6. REVISÃO DO TÍTULO DE ELEITOR ............................................................................... 114 PROCESSO ELEITORAL ........................................................................................................... 115 1. PRIMEIRA FASE: FASE PREPARATÓRIA ......................................................................... 115 1.1. DAS CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS ........................................................................... 116 1.1.1. Coligação partidária ............................................................................................... 116 1.1.2. Prazo da Convenção ............................................................................................. 116 1.1.3. Lugar da Convenção ............................................................................................. 117 1.1.4. Propaganda eleitoral na Convenção ...................................................................... 117 1.1.5. Tipo de Convenção ................................................................................................ 117 1.1.6. Escolha dos pré-candidatos para registro na Convenção ...................................... 118 1.2. DOS REGISTROS DAS CANDIDATURAS ................................................................... 119 CS – ELEITORAL 2018.1 5 1.2.1. Requisitos para o registro ...................................................................................... 119 1.2.2. Candidatura avulsa ................................................................................................ 123 1.2.3. Competência para receber os registros dos pré-candidatos .................................. 124 1.2.4. Prazo para análise do pedido de registro ............................................................... 124 1.2.5. Identificação dos pré-candidatos ........................................................................... 126 1.2.6. Substituição dos candidatos .................................................................................. 126 1.3. DA PROPAGANDA POLÍTICA ..................................................................................... 127 1.3.1. Propaganda Institucional (art. 37, §1º CF/88) ........................................................ 127 1.3.2. Propaganda Partidária ........................................................................................... 129 1.3.3. Propaganda Intrapartidária .................................................................................... 133 1.3.4. Propaganda Eleitoral ............................................................................................. 134 1.4. ATOS PREPARATÓRIOS PARA A VOTAÇÃO (PARTINDO PARA A 2ª FASE) .......... 164 2. SEGUNDA FASE: FASE DA VOTAÇÃO ............................................................................. 166 2.1. REGRAS GERAIS DA VOTAÇÃO ................................................................................ 166 2.2. DA JUSTIFICATIVA E VOTO NO EXTERIOR .............................................................. 167 2.2.1. Prazos ................................................................................................................... 167 2.2.2. Do voto impresso (art. 5º, L.12.034/09).................................................................. 168 3. TERCEIRA FASE: FASE DA APURAÇÃO .......................................................................... 169 4. QUARTA FASE: FASE DA DIPLOMAÇÃO (ÚLTIMA FASE DO PROCESSO ELEITORAL) 169 4.1. CONCEITO DE DIPLOMAÇÃO .................................................................................... 169 4.2. COMPETÊNCIA PARA A DIPLOMAÇÃO ..................................................................... 169 ARRECADAÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS (ARTS. 17 A 27 DA L.9504/97) ........................................................................................................................ 170 1. PRINCÍPIO NORTEADOR ................................................................................................... 170 2. FIXAÇÃO DOS LIMITES DOS GASTOS DE CAMPANHA, POR PARTIDO E CANDIDATOS 170 2.1. E QUAIS SÃO ESSES LIMITES? ................................................................................. 170 2.2. PRESIDENTE DA REPÚBLICA .................................................................................... 170 2.3. GOVERNADOR ............................................................................................................ 170 2.4. SENADOR .................................................................................................................... 171 2.5. DEPUTADOS ............................................................................................................... 171 2.6. SE A ARRECADAÇÃO FOR MAIOR QUE O LIMITE MÁXIMO DE GASTOS............... 172 3. FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA ............................................... 172 3. ABERTURA DE CONTAS CORRENTES ESPECÍFICAS .................................................... 173 4. CROWDFUNDING E COMERCIALIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS ................................. 174 4.1. ARRECADAÇÃO DE RECURSOS PARA CAMPANHA POR MEIO DE “VAQUINHAS” NA INTERNET .............................................................................................................................. 174 4.2. ANTES DA LEI Nº 13.488/2017 O CROWDFUNDIG ERA PERMITIDO EM CAMPANHAS ELEITORAIS? ......................................................................................................................... 174 4.3. ARRECADAÇÃO DE RECURSOS PARA CAMPANHA POR MEIO DA VENDA DE BENS E SERVIÇOS ..........................................................................................................................175 CS – ELEITORAL 2018.1 6 5. DOAÇÕES ........................................................................................................................... 175 5.1. LIMITES DE DOAÇÃO POR PESSOA FÍSICA (ART. 23 E 27 L.9504/97) .................... 176 5.2. O FIM DAS DOAÇÕES FINANCEIRAS DE PESSOAS JURÍDICAS ............................. 179 5.3. MULTA POR DOAÇÕES ACIMA DO LIMITE ............................................................... 181 5.4. VEDAÇÕES PARA DOAÇÕES .................................................................................... 181 9. RESPONSABILIZAÇÃO ...................................................................................................... 182 6.1. DO PARTIDO POLÍTICO .............................................................................................. 182 6.2. DO CANDIDATO .......................................................................................................... 182 10. DESPESAS QUE SÃO CONSIDERADAS GASTOS ELEITORAIS PARA FINS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS ........................................................................................................ 182 7.1. GASTOS ELEITORAIS ................................................................................................. 183 7.2. DESPESAS COM TRANSPORTE E DESLOCAMENTO .............................................. 183 7.3. O QUE MUDOU? .......................................................................................................... 183 11. DA PRESTAÇÃO DE CONTAS (ARTS. 28 A 32 L.9504/97) ............................................ 183 7.4. RITO PROCESSUAL (ART. 30 DA L.9504/97) ............................................................. 185 8. O ART. 30-A DA LEI ELEITORAL E AS SUAS IMPLICAÇÕES. ARRECADAÇÃO, GASTOS E PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA ELEITORAL ......................................................... 186 AÇÕES CIVIS ELEITORAIS (PROCESSO CONTENCIOSO ELEITORAL) ................................ 188 1. RECLAMAÇÃO OU REPRESENTAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DA LEI DAS ELEIÇÕES ART. 96 DA LEI 9504/97 (RDLE); ............................................................................................... 189 8.1. PREVISÃO LEGAL DA RDLE (ART. 96 DA L.9504/97) ................................................ 189 8.2. OBJETIVO DA RDLE .................................................................................................... 189 8.3. OBJETO DA RDLE ....................................................................................................... 189 8.3.1. Propaganda extemporânea (art. 36, §3º L. – propaganda partidária, intrapartidária e eleitoral) 190 8.3.2. Doações que excedem os limites legais (art. 23, §3º L.) ........................................ 190 8.3.3. Captação de recursos vedados (arts. 24 e 25) ...................................................... 190 8.3.4. Divulgação de pesquisa não registrada (art. 33, §3º) ............................................. 191 8.3.5. Uso de meios indevidos de propaganda eleitoral (art. 39 e outros L.) .................... 191 8.4. COMPETÊNCIA PARA A RDLE ................................................................................... 191 8.5. PRAZO PARA A RDLE ................................................................................................. 192 8.6. LEGITIMIDADE PARA A RDLE .................................................................................... 192 8.6.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 192 8.6.2. Legitimidade Passiva ............................................................................................. 192 8.7. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA RDLE ...................................................................... 192 8.8. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE EM RDLE .................................................. 194 9. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATOS (AIRC) ................................ 194 9.1. PREVISÃO LEGAL AIRC (ART. 3º LC 64/90) ............................................................... 194 9.2. OBJETIVO DA AIRC..................................................................................................... 194 9.3. OBJETO DA AIRC ........................................................................................................ 195 9.3.1. Condições de elegibilidade .................................................................................... 195 CS – ELEITORAL 2018.1 7 9.3.2. Causas de inelegibilidade ...................................................................................... 195 9.3.3. Presença de registrabilidade (art. 11, §1º L.9504/97) ............................................ 195 9.4. COMPETÊNCIA PARA A AIRC .................................................................................... 196 9.5. PRAZO PARA A AIRC .................................................................................................. 196 9.6. PRECLUSÃO PARA A AIRC ........................................................................................ 196 9.7. LEGITIMIDADE PARA A AIRC ..................................................................................... 196 9.7.1. Legitimidade ativa .................................................................................................. 196 9.7.2. Legitimidade passiva ............................................................................................. 197 9.8. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AIRC (LC 64/90) ..................................................... 197 9.8.1. Petição Inicial ........................................................................................................ 197 9.8.2. Defesa: 07 dias ...................................................................................................... 198 9.8.3. Instrução ................................................................................................................ 198 9.8.4. Alegações Finais ................................................................................................... 198 9.8.5. Prolação da sentença ............................................................................................ 199 9.8.6. Recurso ao TRE .................................................................................................... 199 9.9. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE EM AIRC (ART. 15 DA LC 64/90) .............. 200 10. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE) OU REPRESENTAÇÃO POR ABUSO DE PODER ECONÔMICO OU DO PODER POLÍTICO (RAPEPP) ............................... 201 10.1. PREVISÃO LEGAL (ART. 22 DA LC 64/90) .............................................................. 201 10.2. OBJETIVO DA AIJE OU RAPEPP ............................................................................ 201 10.3. OBJETO DA AIJE OU RAPPEP (ART. 22 LC 64/90) ................................................ 201 10.4. COMPETÊNCIA PARA A AIJE OU RAPPEP ............................................................ 201 10.5. PRAZO PARA AIJE OU RAPPEP ............................................................................. 202 10.6. LEGITIMIDADE PARA A AIJE OU RAPPEP ............................................................. 202 10.6.1. Legitimidade ativa .............................................................................................. 202 10.6.2. Legitimidade Passiva ......................................................................................... 202 10.7. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA AIJE OU RAPPEP (ARTS. 22 A 24 LC 64/90). .... 202 10.7.1. Inicial .................................................................................................................. 202 10.7.2.Defesa: 05 dias .................................................................................................. 203 10.7.3. Concessão de liminar ......................................................................................... 203 10.7.4. Instrução ............................................................................................................ 203 10.7.5. Diligências .......................................................................................................... 203 10.7.6. Alegações finais ................................................................................................. 204 10.7.7. Sentença ............................................................................................................ 204 10.7.8. Recurso .............................................................................................................. 204 10.8. EFEITOS DA SENTENÇA PROCEDENTE NA AIJE OU RAPPEP (INCIDÊNCIA DA “FICHA LIMPA”) ...................................................................................................................... 205 11. REPRESENTAÇÃO POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO (RCIS) .......................... 205 11.1. PREVISÃO LEGAL (ART. 41-A L.9504/97) ............................................................... 205 11.2. OBJETIVO DA RCIS ................................................................................................. 206 CS – ELEITORAL 2018.1 8 11.3. OBJETO (REQUISITOS) DA RCIS ........................................................................... 206 11.4. PRAZO DA RCIS ...................................................................................................... 206 11.5. LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RCIS ...................................................................... 206 11.5.1. Legitimidade ativa .............................................................................................. 206 11.5.2. Legitimidade Passiva ......................................................................................... 207 11.6. PROCEDIMENTO ESPECIAL DA RCIS (ART. 22 LC 64/90) .................................... 207 11.7. EFEITOS DA PROCEDÊNCIA DA RCIS ................................................................... 207 12. REPRESENTAÇÃO POR CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS (RCVAP) 207 12.1. PREVISÃO (ART. 73 E SEGUINTES DA L.9504/97). ............................................... 208 12.2. OBJETIVO DA RCVAP ............................................................................................. 208 12.3. OBJETO DA RCVAP ................................................................................................. 208 12.3.1. Desvirtuamento de recursos MATERIAIS da Administração Pública (art. 73, I,II e IV e §10 da L. 9504/97); ...................................................................................................... 208 12.3.2. Desvirtuamento de recursos HUMANOS da Administração Pública (art. 73,III e V da L. 9504/97); ..................................................................................................................... 209 12.3.3. Desvirtuamento de recursos FINANCEIROS da Administração Pública (art. 73, VI, “a”, VII e VIII da L. 9504/97); ................................................................................................ 209 12.3.4. Desvirtuamento dos MEIOS DE COMUNICAÇÃO (art. 73, VI, “b”e “c” da L. 9504/97); 210 12.3.5. Desvirtuamento dos PRINCÍPIOS da Administração Pública (art. 75 e 77 da L. 9504/97). 210 12.4. COMPETÊNCIA PARA A RCVAP ............................................................................. 210 12.5. PRAZO PARA A PROPOSITURA DA RCVAP .......................................................... 210 12.6. LEGITIMIDADE PARA A RCVAP .............................................................................. 211 12.6.1. Legitimidade ativa .............................................................................................. 211 12.6.2. Legitimidade Passiva ......................................................................................... 211 12.7. PROCEDIMENTO (ARTS. 22 A 24 LC 64/90) ........................................................... 211 12.8. EFEITOS DA PROCEDÊNCIA DA RCVAP ............................................................... 211 13. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE DIPLOMAÇÃO OU RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO - AIDI OU RCD (ART. 262 CE)...................................................................................................... 212 13.1. PREVISÃO LEGAL DO RCD (ART. 262 DO CE) ...................................................... 212 13.2. OBJETIVO DO RCD ................................................................................................. 212 13.3. HIPÓTESES DE RCD (ART. 262 CE) ....................................................................... 212 13.4. COMPETÊNCIA PARA O RCD ................................................................................. 213 13.5. PRAZO PARA O RCD (ART. 258 CE) ....................................................................... 213 13.6. LEGITIMIDADE PARA O RCD .................................................................................. 213 13.6.1. Legitimidade ativa .............................................................................................. 213 13.6.2. Legitimidade Passiva ......................................................................................... 213 13.7. PROCEDIMENTO DO RCD ...................................................................................... 214 13.8. EFEITOS DO RCD .................................................................................................... 214 CS – ELEITORAL 2018.1 9 14. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - AIME (ART. 14, §§ 10 E 11 DA CF/88) ......................................................................................................................................... 215 14.1. PREVISÃO CONSTITUCIONAL/LEGAL ................................................................... 215 14.2. OBJETIVO DA AIME ................................................................................................. 215 14.3. OBJETO DA AIME .................................................................................................... 215 14.4. COMPETÊNCIA PARA A AIME ................................................................................ 215 14.5. PRAZO PARA A AIME (ART. 14, §10 CF/88) ........................................................... 215 14.6. LEGITIMAÇÃO PARA A AIME .................................................................................. 215 14.6.1. Legitimidade ativa .............................................................................................. 216 14.6.2. Legitimidade Passiva ......................................................................................... 216 14.7. PROCEDIMENTO DA AIME ..................................................................................... 216 14.7.1. Prazo de 15 dias para apresentar a petição inicial, a partir da diplomação. ....... 216 14.7.2. Defesa prazo de 07 dias .................................................................................... 217 14.7.3. Instrução ............................................................................................................ 217 14.7.4. Diligências .......................................................................................................... 217 14.7.5. Prolação de sentença ......................................................................................... 217 14.7.6. Recurso = 03 dias, a partir da leitura do acórdão. .............................................. 218 14.8. EFEITOS DAPROCEDÊNCIA DA AIME .................................................................. 218 RECURSOS CÍVEIS ELEITORAIS ............................................................................................. 219 1. REGRAS GERAIS ............................................................................................................... 219 2. DO RECURSO CONTRA DECISÃO PROFERIDA POR JUIZ ELEITORAL: RECURSO INOMINADO (RI) ........................................................................................................................ 220 2.1. PREVISÃO LEGAL ....................................................................................................... 220 2.2. POSSIBILIDADES ........................................................................................................ 220 2.2.1. Decisão que nomear escrutinadores e auxiliares (art. 39 CE); ............................... 221 2.2.2. Decisão que deferir/indeferir o requerimento de inscrição do ELEITOR (art. 17, §1º Resolução 21.538/03 TSE) .................................................................................................. 221 2.2.3. Decisão que deferir/indeferir a transferência de domicílio (art. 18, §5º da Resolução 21.538/03 TSE): ................................................................................................................... 221 2.2.4. Do julgamento proferido nas ações civis eleitorais ................................................. 221 3. RECURSOS CONTRA DECISÃO PROFERIDA PELA JUNTA ELEITORAL ....................... 222 3.1. RECURSO PARCIAL (RP - ART. 261 CE) ................................................................... 222 3.2. RECURSO INOMINADO (RI - ART. 265 CE) ............................................................... 223 4. RECURSOS CONTRA DECISÕES PROFERIDAS PELO TRE ........................................... 224 4.1. RECURSO PARCIAL .................................................................................................... 224 4.2. RECURSO INOMINADO (ASSEMELHA-SE AO AGRAVO REGIMENTAL) ................. 228 4.3. RECURSO ORDINÁRIO (ART. 121,§4º, III A V CF/88 c/c ART. 276, II CE) ................. 228 4.4. RECURSO ESPECIAL (ART. 121, §4º, I E II CF/88 C/C ART. 276, I CE): RECURSO INTERPOSTO PERANTE O TSE. ........................................................................................... 229 4.5. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ART. 279 CE) ............................................................. 230 5. RECURSOS CONTRA DECISÕES PROFERIDAS PELO TSE ........................................... 230 CS – ELEITORAL 2018.1 10 5.1. RECURSO INOMINADO (ART. 264 CE) ...................................................................... 230 5.2. RECURSO ORDINÁRIO (ART. 121,§3º, 2ª PARTE CR C/C ART. 281, 2ª PARTE DO CE) 230 5.3. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (ART. 121, §3º, 1ª PARTE CF/88 C/C 281, 1ª PARTE DO CE) ................................................................................................................................... 231 5.4. AGRAVO DE INSTRUMENTO (ART. 282 CE) ............................................................. 231 15. A LEI 13.165/2015 E SUAS IMPLICAÇÕES NOS RECURSOS ....................................... 232 TEMA: PARTIDOS POLÍTICOS (L. 9096/95 E ART. 17 CF/88). ................................................. 235 1. CONCEITO .......................................................................................................................... 235 2. NATUREZA JURÍDICA ........................................................................................................ 235 3. TEMPO MÍNIMO DE EXISTÊNCIA DO PARTIDO POLÍTICO ............................................. 236 4. ALTERAÇÕES FEITAS PELA LEI 13.165/2015 .................................................................. 236 4.1. ALTERAÇÃO 1 ............................................................................................................. 236 4.2. ALTERAÇÃO 2 (importante) ..................................................................................... 237 4.3. ALTERAÇÃO 3 (importante) ..................................................................................... 239 5. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 13.107/2015 .............................................................. 242 12. ALTERAÇÕES FEITAS PELA LEI 13.488/2017 ............................................................... 244 6.1. VEDAÇÕES AO RECEBIMENTO DE AUXÍLIO FINANCEIRO ..................................... 244 6.2. FUNDAÇÕES CRIADAS POR PARTIDOS POLÍTICO ................................................. 245 6.3. FIM DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA NO RÁDIO E TV ........................... 245 INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 12.875/2013 ..................................................................... 247 1. SOBRE O QUE TRATOU A LEI 12.875/2013 .................................................................. 247 2. OBJETIVO DA LEI ........................................................................................................... 247 3. FUNDO PARTIDÁRIO ...................................................................................................... 247 4. PROPAGANDA ELEITORAL ............................................................................................ 247 5. ADI 5105 .......................................................................................................................... 247 6. ALTERAÇÕES NA LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (LEI Nº 9.096/95) ......................... 248 7. ALTERAÇÕES NA LEI DAS ELEIÇÕES (LEI Nº 9.504/97) .............................................. 248 8. ADIS 4430 E 4795 ............................................................................................................ 249 9. LEI Nº 13.165/2015 .......................................................................................................... 250 SÚMULAS VÁLIDAS DO TSE .................................................................................................... 251 CS – ELEITORAL 2018.1 11 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS AO DIREITO ELEITORAL 1. DIREITOS POLÍTICOS X DIREITO ELEITORAL Direitos políticos são uma categoria mais ampla dentro da qual está incluído o direito eleitoral. Direitos políticos constituem um subsistema que inclui o direito eleitoral. Os direitos políticos contem cinco grandes vertentes: 1) Os direitos políticos envolvem as diversas formas de manifestação do pensamento político, ideológico, filosófico em âmbito individual e coletivo, pois num estado democrático, envolvem diversas formas de convicção. Ex.: a internet hoje é um grande instrumento de manifestação do pensamento político. 2) Associação para fins políticos. A grande expressão no Brasil são os partidos políticos. Está relacionado ao poder. A associação para fins políticos é livre, vedada a de caráter paramilitar. 3) Dentro dos direitos políticos, entram os direitos eleitorais: o direito eleitoral está ligado ao processo político: 3.1) Possibilidade de ser eleitor e ser elegível; 3.2) Atribuição de mandato eletivo; 3.3) Participação da sociedade na manifestação direta da sua soberania (plebiscito e referendo). 4) Ocupar cargo público não elegível. Participar das instituições de Estado (qualquer dos poderes do Estado) em cargo não eletivo é exercer direito político. Exemplo: ser indicado para o STF 5) Exercício da soberania pela sociedade. Prerrogativa de participar do processo legislativo (exemplo: iniciativa popular). Direito de dar início ao processo legislativo. Quando uma associação promove uma ação civil pública, está exercendo um papel semelhante ao MP, exercendo direito político. No Brasil,fala-se em direitos políticos como sinônimo de direito eleitoral. Mas se deve fazer a diferenciação dos entre eles. Os direitos políticos têm uma amplitude constitucional, os direitos eleitorais são um subsistema dentro do sistema constitucional dos direitos políticos. Importante destacar que a cassação de direitos políticos é vedada pela CF, mas se admite a perda ou suspensão dos direitos políticos, nos casos de: perda da naturalização, incapacidade civil absoluta, condenação criminal por sentença transitada em julgado, recusa de cumprir obrigação a todos imposta e improbidade administrativa (mais detalhes no item privação dos direitos políticos). 2. DIREITO ELEITORAL: CONCEITO E OBJETO 2.1. CONCEITO CS – ELEITORAL 2018.1 12 Direito eleitoral como uma das definições dos direitos políticos. Definição: é um subsistema de normas jurídicas (princípios, regras) que regula/disciplina o objeto do direito eleitoral. Subsistema: é o que a doutrina clássica chama de ramo do direito. Está superada esta expressão. O direito é visto como sistema. Nesta ideia ultrapassada, o direito eleitoral é ramo do direito público. 2.2. OBJETO DO DIREITO ELEITORAL 1) Direitos subjetivos políticos eleitorais; 2) Sufrágio; 3) Voto; 4) Sistemas eleitorais; 5) Métodos de participação da sociedade na tomada de decisões coletivas; 6) Acesso aos cargos políticos eletivos; 7) Regular as instituições e competências dos órgãos constitucionais eleitorais; 8) Processo administrativo eleitoral; 9) Crimes eleitorais e processo penal eleitoral. A título de introdução, breves comentários sobre os pontos mais relevantes: 1) Direitos subjetivos políticos eleitorais: composto pelos direitos positivos (exemplo: capacidade eleitoral ATIVA – capacidade de ser eleitor; capacidade eleitoral PASSIVA – capacidade de ser elegível) e direitos eleitorais negativos (PERDA de direitos políticos, SUSPENSÃO de direitos políticos). 2) Sufrágio: Direito fundamental do cidadão de participar da dinâmica do poder político dentro da sociedade. 3) Voto: O voto é um dos instrumentos para o exercício do sufrágio. 4) Sistemas eleitorais (metodologias utilizadas para representação da sociedade. Exemplo: sistema proporcional, majoritário). 5) Métodos de participação da sociedade na tomada de decisões coletivas; 5.1) Plebiscito; 5.2) Referendo; 5.3) “Recall”: prerrogativa de a sociedade destituir o mandatário. 6) Acesso aos cargos políticos eletivos: Atribuição do mandato e titularidade do mandato, incluindo-se também o fim do mandato. CS – ELEITORAL 2018.1 13 7) Regular as instituições e competências dos órgãos constitucionais eleitorais. Principais instituições: 7.1) Poder Judiciário eleitoral; 7.2) MP Eleitoral; 7.3) Polícia Eleitoral: hoje é uma polícia federal com a qual atua conjuntamente a polícia civil. 7.4) Defensoria Pública; 7.5) Procuradoria da Fazenda Nacional (uma das principais sanções no direito eleitoral é a multa. Quem executa a multa é a PFN). 8) Processo administrativo eleitoral: O processo administrativo eleitoral tem várias vertentes e momentos: envolve desde o alistamento até a diplomação dos candidatos. 9) Ações civis eleitorais, processo civil eleitoral; 10) Crimes eleitorais e processo penal eleitoral. Exemplo: há mais de 50 crimes eleitorais. # Os partidos políticos são objeto do direito eleitoral? 1a CORRENTE: sim. Há questões dos partidos políticos que são resolvidas pela justiça eleitoral e outras são resolvidas no âmbito da justiça comum. 2a. CORRENTE (mais moderna): não. Os partidos políticos alcançaram um foro de autonomia tal na CF/1988 que passaram a constituir um ramo próprio do direito: o direito partidário. 2.2.1. Esquema gráfico sobre o Direito Eleitoral (conceito, objeto e objetivos) DIREITO ELEITORAL CONCEITO OBJETO OBJETIVOS Ramo do direito público que normatiza o exercício do poder de sufrágio popular, viabilizando a democracia. Normatização de todo o chamado “processo eleitoral”, que se inicia com o alistamento do eleitor e consequente distribuição do corpo eleitoral e se encerra com a diplomação dos eleitos. Garantia da normalidade e legitimidade de sufrágio popular. 3. FONTES DO DIREITO ELEITORAL Há várias formas por meio das quais o direito eleitoral se expressa. Aqui, veremos as seguintes fontes: 1) Fonte material; 2) Fontes formais diretas; CS – ELEITORAL 2018.1 14 3) Fontes formais indiretas; 4) Fontes informais. 3.1. FONTE MATERIAL É responsável pela criação do direito eleitoral. Compete privativamente à União legislar sobre direito eleitoral, podendo haver LC permitindo que os estados também legislem sobre matérias específicas. CF Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. OBS: estudiosos do direito eleitoral dizem que a doutrina seria uma fonte material do direito eleitoral, por ser utilizada para a expedição de resoluções pela justiça eleitoral. 3.2. FONTES FORMAIS DIRETAS 1) Constituição; 2) Leis infraconstitucionais; 3) Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias: 4) Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral; 5) Estatutos dos Partidos Políticos; 6) Princípios Jurídicos: Vejamos: 3.2.1. Constituição A partir do CF/1988 - art. 14 até o 16, podendo-se incluir o art. 17 (alguns aspectos dos partidos políticos). CF Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. CS – ELEITORAL 2018.1 15 § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997) § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território,do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; CS – ELEITORAL 2018.1 16 III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993) Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) A CF traz, portanto: CS – ELEITORAL 2018.1 17 1) Capacidade eleitoral ativa e passiva; 2) Partidos políticos; 3) Plebiscito e referendo; 4) Nacionalidade; 5) Competência para legislar em matéria eleitoral; 6) Organização da justiça eleitoral; 7) Competência dos Tribunais; 8) Cidadania; 3.2.2. Leis infraconstitucionais Competência da União para regular o direito eleitoral (CF/1988 - art. 22, I). Como se trata de uma competência privativa, a CF/1988 – art. 22, parágrafo único permite que algumas especificidades do direito eleitoral possam ser delegadas (para os Estados e o DF), por meio de Lei Complementar. CF/1988 - Art. 68, §1º, II: É vedado expressamente a edição de Lei Delegada em matéria de direito eleitoral. Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. § 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; CF/1988 - Art. 62, §1º: é expressamente vedada a regulação do direito eleitoral por meio de Medida provisória. CF Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; Leis infraconstitucionais eleitorais LO e Lei Complementar. CF/1988 - Art. 14, §9º: inelegibilidade (suspensão da capacidade eleitoral de ser elegível) só pode ser regulada por meio de Lei Complementar. Tanto a inelegibilidade quanto a descompatibilização é regulada por meio de Lei Complementar. CS – ELEITORAL 2018.1 18 Art. 14 § 9º Lei COMPLEMENTAR estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) CF/1988 - Art. 121: Lei Complementar disporá sobre a organização e competência dos Tribunais eleitorais, dos juízes eleitorais e das juntas eleitorais. Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. 3.2.3. Leis eleitorais próprias e leis eleitorais subsidiárias 1) Leis eleitorais próprias ou típicas Versam sobre questões tipicamente eleitorais. - Código eleitoral. O CE é uma lei ORDINÁRIA ou COMPLEMENTAR? O CE na parte que trata da organização da justiça eleitoral (CE art. 1º ao 41) é Lei Complementar,por força do CF/1988 – art. 21, no mais, é Lei ordinária. O CE originariamente é LO, mas foi recepcionado em parte como Lei Complementar. - Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar 64/90). - Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) e suas alterações. - Lei das Eleições (Lei 9.504/97) e suas alterações. Além de outras. 2) Leis eleitorais subsidiárias Não são leis eleitorais, no entanto, têm aplicação SUBSIDIÁRIA no direito eleitoral. As principais são: - CC/2002: Ex.: domicílio, contratos, bens, doações etc. - CPC. Quando não há rito eleitoral próprio, aplica-se o CPC (ex.: matéria referente a provas). - CP: a parte geral do CP é bastante aplicada ao direito eleitoral. - CPP: Ex.: Inquérito Policial. - Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais: se aplica subsidiariamente ao CE. - Lei sobre direito financeiro (Ex.: doação de campanhas; Lei 6.830/80 – exercício da multa eleitoral), direito tributário, direito administrativo (Lei 8.429/92) etc.; Lei. CS – ELEITORAL 2018.1 19 3.2.4. Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral As resoluções e instruções da justiça eleitoral são fontes muito importantes no direito eleitoral. Exemplo: todo o aspecto da execução das multas eleitorais está disposto em Resolução. Instruções: tratam da operacionalidade interna da Justiça Eleitoral; Resoluções: 1) CE, art. 1º, parágrafo único: poder normativo do TSE. Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado. Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução. 2) CE, art. 23, IX (tem natureza de Lei Complementar). Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior, IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código; 3) Art. 105 da Lei 9.504/97. Art. 105. ATÉ o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) § 1º O Tribunal Superior Eleitoral publicará o código orçamentário para o recolhimento das multas eleitorais ao Fundo Partidário, mediante documento de arrecadação correspondente. § 2º Havendo substituição da UFIR por outro índice oficial, o Tribunal Superior Eleitoral procederá à alteração dos valores estabelecidos nesta Lei pelo novo índice. § 3o Serão aplicáveis ao pleito eleitoral imediatamente seguinte apenas as resoluções publicadas até a data referida no caput. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) Quem pode expedir as normas em matéria eleitoral? O poder normativo é do TSE que pode autorizar os TREs a expedir certas regulamentações. As resoluções do TSE guardam uma peculiaridade dentro do ordenamento jurídico brasileiro já que, a rigor, não detêm os tribunais capacidade legislativa. O fundamento dessas resoluções está no art. 23, IX, do CE que autoriza o TSE a “expedir as instruções que julgar conveniente à execução deste Código”, além do art. 105, da Lei das Eleições. O problema é que se discute a natureza dessas resoluções, havendo quem sustente que o TSE não tem competência para editar normas com o status de lei e, portanto, não poderia, v.g., criar figuras típicas. É pacífico, entretanto, que esse poder regulamentador ou função CS – ELEITORAL 2018.1 20 normativa do TSE é legal quando se situa secundum e praeter legem, ou seja, quando utilizado apenas para regulamentar a própria legislação eleitoral. O próprio TSE, entretanto, já decidiu que suas resoluções têm força de lei ordinária. Apesar desta decisão do TSE a matéria não está pacificada, embora, em alguns casos, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL tenha rejeitado arguição de inconstitucionalidade de algumas resoluções do TSE a exemplo dos pedidos para declarar inconstitucional a Resolução n.º. 22.610/97 que disciplinou a perda de cargo eletivo por infidelidade partidária, através das ADIns n.ºs. 3.999 e 4086 propostas, respectiva pela Procuradoria Geral da República e pelo Partido Social Cristão (PSC). Nestes dois casos, o entendimento do STF foi que, mesmo diante da enorme celeuma travada a respeito da Resolução n.º 22.610/97, o Tribunal Superior Eleitoral não teria editado ato abstrato- normativo, ou seja, não teria ido além do que já estabelecia a própria legislação. Para as resoluções de cunho interpretativas, a doutrina entende que são normas em que o juiz não pode questionar, pois estas possuem efeitos erga omnes e vinculantes (ex.: alistamento de menores de 16 e 17 anos para retirar o título de eleitor até a data da eleição). Já as resoluções de cunho regulamentar têm eficácia semelhante a lei ordinária, portanto, tem efeito erga omnes e vinculante (regulação). Ex.: regular a perda de mandato por infidelidade partidária. Por isso, seriam passíveis de controle concentrado de constitucionalidade, podendo ser impetrados ADI, ADC e ADPF (ADPF 144/DF). Os seus legitimados são os previstos no art. 103 CF/88. Por exclusão dos legitimados para a impetração de ações de controle concentrado (ex.: juiz de direito), cabe apenas a consulta abstrata à Justiça Eleitoral, que será respondida em acórdão pelo TSE e TRE’s. Em seguida, os interessados poderão recorrer judicialmente contra o acórdão (Recurso Extraordinário em matéria constitucional). Segundo Francisco Dirceu Barros, as Resoluções do TSE podem ter 2 (duas) naturezas jurídicas. Antes de indicar a classificação do autor, incursão sobre a diferença entre Ato Normativo Primário e Secundário. Ato Normativo Primário – tem por fundamento a própria Constituição Federal, podendo inovar no ordenamento jurídico como força primária. São atos que criam originalmente a norma, normatizam situação não regulada por outra norma legal. Ex.: Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias, etc. Estão previstas no art. 59, caput, da CF-88: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Dos atos normativos primários, cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Ato Normativo Secundário – regulamenta, interpreta e/ou executa o ato normativo primário. Regulamentam as “leis” em sentido amplo. Desses atos não cabe ADIN ou ADI. Vamos então às 2 diferentes naturezas jurídicas das Resoluções do TSE: CS – ELEITORAL 2018.1 21 ATO NORMATIVO PRIMÁRIO – as Resoluções que normatizam as eleições, em decorrência do permissivo legal contido no citado art. 105 da Lei nº 9.504/1997, têm força de lei ordinária federal, com mesmo status normativo da citada lei autorizadora. Por isso, dessas resoluções com força de ato normativo primário, caberia Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO – já as Resoluções que meramente interpretam as diversas Leis Eleitorais ou a própria CF-88, têm caráter meramente regulamentar (são atos infralegais), não cabendo, portanto, ADI. Cabe, no entanto, o que é chamado no meio eleitoral de Consulta ao TSE. Exemplo: Resolução que dispõe sobre a utilização do horário gratuito de propaganda eleitoral reservado aos candidatos no segundo turno da eleição presidencial. Então, como exceção, as Resoluções do TSE que regulamentam as Eleições, conforme previsto no art. 105da Lei nº 9.504/1997, têm caráter de Ato Normativo Primário. Por outro lado, as Resoluções administrativas regulamentadoras de diversas matérias eleitorais são regulamentos comuns, tendo a natureza de Ato Normativo Secundário (regra). OBS1: Classificação das Resoluções. 1) Quanto à vigência - Resolução temporária. Uma resolução temporária normalmente incide sobre um determinado processo eleitoral (Ex.: resolução que regula o calendário eleitoral de um determinado ano). Obs.: aplicam-se para os fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que já extintas. - Permanentes: são resoluções com prazo indeterminado. Não se limitam ao processo eleitoral. 2) Quanto ao conteúdo - Interpretativas: quando a resolução interpreta a legislação (regula dúvida sobre a aplicação de algum dispositivo da Lei eleitoral). Ex.: resolução que interpreta o “outdoor”. - Regulamentares: regulação do processo eleitoral (ex.: resolução que regula a perda do mandato por infidelidade partidária). Obs.: as Resoluções interpretativas são atos normativos secundários. 3) Quando à incidência territorial - Nacional - Estadual/Distrital - Municipal Pode haver uma resolução do TSE (ou do TRE) expedida apenas para um determinado Município. A maioria das Resoluções do TSE tem incidência nacional. O Juiz Eleitoral não tem o poder normativo nem interpretativo que o TSE e o TRE têm. Caso o TRE venha a expedir uma resolução, qual a natureza dessa norma? Norma federal. CS – ELEITORAL 2018.1 22 3.2.5. Estatutos dos Partidos Políticos CF/1988 - Art. 17, §1º. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) . Exemplo: normas de infidelidade partidária, coligação partidária etc. OBS.: ao se filiar a um determinado partido, o indivíduo se submete a todas as regras adotadas pelo partido. Os partidos políticos são dotados de autonomia para resolver uma série de questões internas. CS – ELEITORAL 2018.1 23 3.2.6. Princípios Jurídicos São aplicáveis os princípios de outros ramos do direito: presunção de inocência, ampla defesa e contraditório, Juiz natural. Veremos tais princípios abaixo. 3.3. FONTES FORMAIS INDIRETAS 3.3.1. Jurisprudência eleitoral A jurisprudência eleitoral é riquíssima. Ex.: Foi considerado inconstitucional a lei eleitoral que previa a impressão em papel do voto eletrônico. 3.3.2. Consultas São entendimentos do TSE, expostos através de resposta a uma pergunta sobre o que o TSE pensa de determinado assunto. Equivale a uma jurisprudência. 3.4. FONTES INFORMAIS 3.4.1. Doutrina Doutrina é inspiração, podendo servir como fundamento de um acórdão. Não é fonte formal, mas sim fonte informal do direito. É inspiradora das fontes formais. Lembrando que há doutrina eleitoral dizendo que a doutrina é fonte ‘material’ do direito eleitoral. 3.4.2. Analogia Decidir casos semelhantes a outros. Não é fonte material e nem fonte formal, mas método de integração, aplicando-se raciocínio de semelhança quando não houver regra jurídica aplicável ao caso. A analogia é método de integração sempre aplicável ao direito eleitoral? Não, pois em matéria penal eleitoral em decisão in pejus não se aplica o raciocínio por analogia. 3.4.3. Costumes Jurídicos CS – ELEITORAL 2018.1 24 A doutrina cita costumes jurídicos lato sensu. CS – ELEITORAL 2018.1 25 A EC 97/2017 * DIZER O DIREITO Foi publicada no último dia 05/10, a EC 97/2017, que altera a Constituição Federal para: • vedar as coligações partidárias nas eleições proporcionais; • estabelecer normas sobre acesso dos partidos políticos aos recursos do fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuito no rádio e TV. 1. PROIBIÇÃO DE COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS NAS ELEIÇÕES PROPORCIONAIS 1.1. SISTEMA ELEITORAL Sistema eleitoral é o conjunto de regras e técnicas previstas pela CF e pela lei para disciplinar a forma como os candidatos ao mandato eletivo serão escolhidos e eleitos. No Brasil, atualmente, existem dois sistemas eleitorais: a) MAJORITÁRIO b) PROPORCIONAL O mandato eletivo fica com o candidato ou partido político que obteve a maioria dos votos. Ganha o candidato mais votado, independentemente dos votos de seu partido. Terminada a votação, divide-se o total de votos válidos pelo número de cargos em disputa, obtendo-se assim o quociente eleitoral. Ex: na eleição para vereador houve 100 mil votos válidos e eram 20 vagas. Logo, o quociente eleitoral será 5 mil (100.000 : 20 = 5.000). Em seguida, pega-se os votos de cada partido ou coligação* e divide-se pelo quociente eleitoral, obtendo-se assim o número de eleitos de cada partido (quociente partidário). Ex: o Partido X e seus candidatos tiveram 20 mil votos. Esses 20 mil serão divididos pelo quociente eleitoral (5 mil). Logo, esse partido terá direito a 4 vagas de Vereador (20.000 : 5.000 = 4). Os candidatos mais bem votados desse partido irão ocupar tais vagas. No Brasil, é o sistema adotado para a eleição de Prefeito, Governador, Senador e Presidente.
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