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Humilhação social, preconceito e assédio moral no trabalho

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DISSERTAÇÃO: Humilhação social, preconceito e assédio moral no trabalho.
No decorrer da entrevista, o entrevistado demonstrou a importância de conseguir um emprego e ter seu trabalho valorizado, visualizando o ambiente de trabalho e a função que desempenha como fontes de prazer, destacando a importância de trabalhar e se manter no mercado de trabalho. Porém, não é incomum pessoas encontrarem no trabalho um ambiente nocivo a saúde mental, podendo partir de comentários agressivos, racistas e/ou sexistas.
Segundo Aluska Silva, em seu artigo sobre assédio moral no ambiente de trabalho, “na seara trabalhista, o assédio moral pode ser definido como uma prática inoportuna e abusiva, que atinge, em regra, a integridade física e moral do trabalhador, por meio de condutas de perseguição repetitivas e prolongadas nas quais o agressor tenta inferiorizar a vítima, hostilizando-a e depreciando-a”. Tal conduta nociva expõe o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa, ferindo a dignidade do trabalhador, excluindo-o e deteriorando o ambiente de trabalho.
No relato, o entrevistado descreve uma situação onde o chefe de departamento humilha uma peça feita por uma das advogadas do setor e expondo seu discurso a outros trabalhadores presentes na sala. A humilhação social é um problema psicológico a medida que a saúde mental da pessoa (como ser humano e como trabalhador) é prejudicada, e também é um problema político. Produto da desigualdade social, pessoal, étnica e etc. onde há divergência de opiniões que se manifesta nas mais diversas situações da rotina de cada um. 
Uma humilhação que começa nas diferenças sociais, étnicas e de gênero e se estende a relação empregador e empregado, na qual existe a submissão e a humilhação fruto de uma relação desigual e constrangedora. Como José Moura Gonçalves Filho afirmou em seu artigo “Humilhação social: humilhação política”: “humilhação social é fenômeno de longo tempo. E é fenômeno ligado à dominação”.
Em um regime cujo principal objetivo é o acumulo de bens refletindo na desigualdade de classes onde o empregador detém o poder pela sua oferta de emprego e o empregado pela sua dependência do emprego se sujeita a angustia de ser explorado e humilhado. Tais incoerências culturais corrompem relações humanas como amor, caráter e respeito. Gonçalves Filho diz que “nas sociedades burguesas fomos habituados a reconhecer amizade apenas nos relacionamentos reservados e que envolvem laços muito estreitos entre as pessoas.”
Para Roberto Heloani: “se não nos solidarizarmos com as vítimas de assédio moral por senso de justiça e bondade, deveríamos fazê-lo por inteligência... Amanhã qualquer um de nós poderá vir a ser uma delas... Sobretudo em uma estrutura social em que, como vimos, impera o egoísmo e a hipercompetitividade”. Viver em sociedade remete ao conceito de todos terem os mesmos direitos e obrigações civis. Diante do exposto, fica claro que a coação moral deve ser intensamente combatida pela sociedade, pelo estado e, principalmente, pelos empregados e empregadores, uma vez que interrompe a paz no ambiente laboral, afetando diretamente a dignidade e a honra das vítimas, resultando em danos à sua integridade física, psíquica e moral.
REFERÊNCIAS:
FREITAS, Maria Ester. "Assedio Moral No Trabalho." RAE, vol. 48, no. 2, 2008, Academic OneFile, Accessed 17 Apr. 2018.
GONCALVES FILHO, José Moura. "Humilhação social - um problema político em psicologia". Psicologia USP, São Paulo, v.9, n.2, 1998.
HELOANI, Roberto. "Assédio moral – um ensaio sobre a expropriação da dignidade no trabalho". RAE-eletrônica, Editora: Fundação Getulio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo, v. 3, n. 1, Art. 10, 2004.
PLATERO, Rosana Antoniacci. “Humilhação social no trabalho: o caso das advogadas negras”. 2013. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2013.
SILVA, Aluska Suyanne Marques. “Assédio moral no ambiente de trabalho”. Orbis: Revista Científica Volume 2, n.1. ISSN 2178-4809 Latindex Folio 19391.

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