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Artigo Veja Capitalização é insuficiente para viabilizar investimentos

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19/07/2015 Capitalização é insuficiente para viabilizar investimentos | Economia | Notícias | VEJA.com
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Por: Ana Clara Costa 03/09/2010
às 18:28 ­ Atualizado em 03/09/2010 às
18:28
Capitalização é insuficiente para viabilizar
investimentos
Petrobras poderá captar até R$ 50 bilhões com minoritários. O valor significa que
empresa terá de buscar novas fontes de recursos.
Empresa poderá ter que postergar projetos, como o aumento de capacidade de suas
refinarias (Germano Luders/VEJA)
A capitalização da Petrobrás anunciada nesta sexta­feira
deverá gerar 128 bilhões de reais (74 bilhões de dólares), de
acordo com o anúncio oficial da empresa e tomando por base
as cotações de fechamento das ações nesta quinta­feira na
Bolsa de Valores de São Paulo. O valor representa apenas um
terço do plano de investimentos da empresa para os próximos
quatro anos. Para fechar essa conta, analistas ouvidos por
VEJA.com afirmam que a empresa terá de recorrer a
manobras financeiras para, assim, tentar garantir o
cumprimento do seu planejamento estratégico. Apesar das
perspectivas otimistas e da confiança que o mercado aparenta
ter na capacidade de a empresa conseguir esses recursos, há pontos nebulosos. Há quem
acredite que a empresa corre o risco de ter de postergar alguns projetos para depois de 2014 e
dar prioridade a outros.
O primeiro risco a ser destacado é o comprometimento de sua geração de caixa nos próximos
anos. As estimativas giram em torno de 35 bilhões de reais ao ano e devem ficar estáveis. O
endividamento atual da companhia é de 35% de seu patrimônio líquido. Com a captação, no
entanto, a empresa poderá reduzi­lo para 19%. Apesar disso, se usada, esta não seria a única
estratégia para conseguir todos os recursos. Para o analista Osvaldo Telles, do Banif Securities,
essa discrepância não assusta. "Eles não estavam buscando uma capitalização muito maior que
essa. Estão cientes de que terão de gerar recursos para investir", afirma.
A empresa também poderá efetuar novas captações no mercado financeiro. A oferta de ações, neste
caso, não deve dificultar novas captações e nem deve reduzir sua nota de risco (rating) junto às
agências de avaliação, como a Moody's. "Acreditamos que a empresa tem flexibilidade para controlar
sua alavancagem e seu fluxo de caixa", informou a Moody's em seu último comunicado, divulgado em
1º de setembro. Uma outra manobra que a empresa pode usar para conseguir recursos para
investimentos é o uso da medida provisória nº 500, que dá à União mais flexibilidade para aportar
recursos financeiros ­ e não uma promessa de extração futura de petróleo ­ na Petrobrás. Isso significa
Apesar das perspectivas
otimistas e da confiança
que o mercado aparenta ter
na capacidade de a empresa
conseguir recursos, há
pontos nebulosos. Há quem
acredite que a empresa
corre o risco de ter de
postergar alguns projetos
19/07/2015 Capitalização é insuficiente para viabilizar investimentos | Economia | Notícias | VEJA.com
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que a estatal poderá captar recursos junto ao Fundo Soberano Nacional e a outras estatais, como o
Banco do Brasil. Bem mais ampla do que a MP 487, divulgada em abril e que facilitou a capitalização
do BB, a MP 500 garantirá que a União use ações que estão em poder de entidades de administração
indireta ou do FSN para elevar o capital das estatais. "Com essa estratégia, a empresa não fica depende
apenas do mercado financeiro", afirma Walter de Vitto, analista de petróleo da Tendências Consultoria.
Apesar das perspectivas otimistas, é certo que a geração da caixa da empresa e o aporte esperado dos
minoritários ficam bastante aquém da necessidade de investimento da Petrobras para exploração da
camada pré­sal. A consolidação dos investimentos dependerá, portanto, do uso e do sucesso dessas
manobras. Sem elas, investimentos terão que ser adiados.

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