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As formas de urbanização no Brasil

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As Formas de Urbanização no Brasil 
Frey, Fabrício Fagner. As formas de Urbanização no Brasil. Disponível em: 23/10/2012 
< http://www.coladaweb.com/geografia-do-brasil/as-formas-de-urbanizacao-no-brasil 
> Acesso em: 28/01/2013. 
 
No Brasil, o processo de urbanização foi essencialmente concentrador: gerou cidades 
grandes e metrópoles. 
Metrópoles: São cidades que possuem mais de 1 milhão de habitantes e polarizam 
uma determinada região. O Brasil possui atualmente 11 metrópoles: 
• São Paulo; 
• Rio de Janeiro; 
• Curitiba; 
• Goiânia; 
• Manaus; 
• Belém; 
• Fortaleza; 
• Salvador; 
• Porto Alegre; 
• Belo Horizonte; 
• Recife 
Obs: Brasília não é considerada metrópole, pois ela conheceu um crescimento 
endógeno, e por isso não polariza regiões. 
 
Megalópoles: é a união de duas metrópoles. O Brasil possui somente uma megalópole, 
localizada no Vale do Paraíba tendo a via Dutra ligando-a. 
 
Redes Urbanas: 
As principais redes urbanas estão na faixa litorânea, devido a: 
• Fatores econômicos 
• Fatores históricos 
• Fatores geográficos 
 
Brasil: População urbana x População rural 
O Sudeste é a região brasileira mais urbanizada, em função do seu desenvolvimento 
tanto no setor industrial, quanto no agropecuarista. O fato de essa região concentrar o 
maior parque fabril do país funciona como fator de atração de migrantes de diversas 
regiões para suas principais cidades. O desenvolvimento das atividades rurais, com 
intensa mecanização, é um fator de aceleração das migrações campo-cidade, no 
interior da própria região. 
APOSTILA 2 
Curso: Psicologia - Turma:2MA - Disciplina: Economia e Gestão – Profa: 
Socorro Braz. 
Nome: __________________________________________________ 
 
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Tipos de Cidades 
Centro regional é a cidade que "comanda" certo número de outras cidades à sua volta. 
Como exemplo, temos as cidades de Itumbiara (GO), Ilhéus (BA) e Marabá (PA). 
Capital regional é a cidade que "comanda" um pequeno grupo de centros regionais e 
suas áreas de influência. Como exemplo, temos as cidades de Blumenau (SC), Londrina 
(PR) e Uberaba (MG). 
Metrópole regional é a cidade que comanda uma grande área, além dos seus limites 
estaduais, envolvendo diversas capitais regionais e suas áreas de influência. Há no país 
11 cidades que têm essa categoria: Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife 
(PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba 
(PR), Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO). 
Metrópole nacional é a cidade que comanda toda a rede urbana do país, envolvendo 
esferas de influência de várias metrópoles regionais. No Brasil, há duas cidades com 
esse porte: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). 
Conurbação: a intensa urbanização, especialmente em torno das metrópoles 
regionais, deu origem a um processo de junção das áreas efetivamente urbanizadas de 
municípios vizinhos, denominado conurbação. Tal junção faz surgir um grande número 
de novos problemas urbanos, que as administrações municipais das cidades envolvidas 
quase sempre não conseguem resolver; daí a formação das áreas metropolitanas. 
Áreas ou regiões metropolitanas são áreas administrativas formadas por diversos 
municípios conurbados, que visam a promover o planejamento global e a integração 
de serviços comuns de todas as cidades no interior da conurbação. 
 
Maiores Regiões 
Metropolitanas 
Cidades 
conurbadas 
População 
total 
Grande São Paulo 38 17 091 863 
Grande Rio de Janeiro 13 10 367 169 
Grande Belo Horizonte 18 3 962 474 
Grande Porto Alegre 22 3 342 177 
Grande Recife 12 3 166 191 
Grande Salvador 10 2 801 799 
Grande Fortaleza 8 2 707 842 
Grande Curitiba 14 2 571 119 
Grande Belém 2 1 656 932 
 
Êxodo Rural no Brasil 
No Brasil, tem ocorrido com maior intensidade nas últimas décadas o deslocamento de 
pessoas do campo que vão para as cidades com a expectativa de uma vida melhor, isso 
é conhecido como êxodo rural. 
Hoje, de cada grupo de quatro brasileiros, pelo menos três vivem nas áreas urbanas e 
apenas um no meio rural. Essas pessoas que resolvem ir para as cidades estão indo a 
quase sua totalidade em busca de emprego, mas a maior parte dessas pessoas acabam 
ficando num estado deplorável, já que muitas vezes passam tantas dificuldades, como 
fome, por exemplo. 
 
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A ilusão de uma vida melhor ou mais "moderna" na grande cidade, divulgado 
principalmente pela televisão, pode constituir um motivo para o êxodo rural. 
O fator explicativo desse processo é que a economia brasileira vem conhecendo 
profundas modificações nestas últimas décadas. O desenvolvimento do capitalismo se 
acelerou no país, juntamente com a industrialização e a urbanização que sempre o 
acompanham. Assim, o avanço do capitalismo normalmente produz a mecanização no 
campo, o que faz surgir o desemprego em grande quantidade dos trabalhadores, já 
que as máquinas fazem o trabalho de vários homens, levando o camponês ao 
empobrecimento surgindo a esperança dos camponeses a saírem em busca de 
empregos e moradias nas cidades. 
Conclui-se então que a melhor solução para essas pessoas que vivem no campo, não é 
ir em direção as cidades para não ficarem num estado mais deplorável que já estão, e 
sim, se especializar nas atividades agrícolas do campo onde vivem. 
 
A cidade de São Paulo 
A fundação de São Paulo insere-se no processo de ocupação e exploração das terras 
americanas pelos portugueses, a partir do século XVI. Inicialmente, os colonizadores 
fundaram a Vila de Santo André da Borda do Campo (1553), constantemente 
ameaçada pelos povos indígenas da região. Nessa época, um grupo de padres da 
Companhia de Jesus, da qual faziam parte José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, 
escalaram a serra do mar chegando ao planalto de Piratininga onde encontraram "ares 
frios e temperados como os da Espanha" e "uma terra mui sadia, fresca e de boas 
águas". Do ponto de vista da segurança, a localização topográfica de São Paulo era 
perfeita: situava-se numa colina alta e plana, cercada por dois rios, o Tamanduatey e o 
Anhangabaú. Nesse lugar, fundaram o Colégio dos Jesuítas em 25 de janeiro de 1554, 
ao redor do qual iniciou-se a construção das primeiras casas de taipa que dariam 
origem ao povoado de São Paulo de Piratininga. 
Em 1560, o povoado ganhou foros de Vila e pelourinho, mas a distância do litoral, o 
isolamento comercial e o solo inadequado ao cultivo de produtos de exportação, 
condenou a Vila a ocupar uma posição insignificante durante séculos na América 
Portuguesa. Por isso, ela ficou limitada ao que hoje denominamos Centro Velho de São 
Paulo ou triângulo histórico, em cujos vértices ficam os Conventos de São Francisco, de 
São Bento e do Carmo. 
Até o século XIX, nas ruas do triângulo (atuais ruas Direita, XV de Novembro e São 
Bento) concentravam-se o comércio, a rede bancária e os principais serviços de São 
Paulo. Em 1681, São Paulo foi considerada cabeça da Capitania de São Paulo e, em 
1711, a Vila foi elevada à categoria de Cidade. Apesar disso, até o século XVIII, São 
Paulo continuava como um quartel-general de onde partiam as "bandeiras", 
expedições organizadas para apresar índios e procurar minerais preciosos nos sertões 
distantes. Ainda que não tenha contribuído para o crescimento econômico de São 
Paulo, a atividade bandeirante foi a responsável pelo devassamento e ampliação do 
território brasileiro a sul e a sudoeste, na proporção direta do extermínio das nações 
indígenas que opunham resistência a esse empreendimento. 
A área urbana inicial, contudo, ampliou-se com a abertura de duas novas ruas, a Líbero 
Badaró e a Florêncio de Abreu. Em 1825, inaugurou-se o primeiro jardim público de 
Joelio
Realce
 
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São Paulo, o atual Jardim da Luz, iniciativa que indica uma preocupação urbanística 
com o aformoseamento da cidade.No início do século XIX, com a independência do Brasil, São Paulo firmou-se como 
capital da província e sede de uma Academia de Direito, convertendo-se em 
importante núcleo de atividades intelectuais e políticas. Concorreram também para 
isso, a criação da Escola Normal, a impressão de jornais e livros e o incremento das 
atividades culturais. 
No final do século, a cidade passou por profundas transformações econômicas e 
sociais decorrentes da expansão da lavoura cafeeira em várias regiões paulistas, da 
construção da estrada de ferro Santos-Jundiaí (1867) e do afluxo de imigrantes 
europeus. 
 Para se ter uma idéia do crescimento vertiginoso da cidade na virada do século, basta 
observar que em 1895 a população de São Paulo era de 130 mil habitantes (dos quais 
71 mil eram estrangeiros), chegando a 239.820 em 1900. Nesse período, a área urbana 
se expandiu para além do perímetro do triângulo, surgiram as primeiras linhas de 
bondes, os reservatórios de água e a iluminação a gás. 
Esses fatores somados já esboçavam a formação de um parque industrial paulistano. A 
ocupação do espaço urbano registrou essas transformações. O Brás e a Lapa 
transformaram-se em bairros operários por excelência; ali se concentravam as 
indústrias próximas aos trilhos da estrada de ferro inglesa, nas várzeas alagadiças dos 
rios Tamanduatey e Tietê. A região do Bexiga foi ocupada, sobretudo, pelos imigrantes 
italianos e a Avenida Paulista e adjacências, áreas arborizadas, elevadas e arejadas, 
pelos palacetes dos grandes cafeicultores . 
As mais importantes realizações urbanísticas do final do século foram, de fato, a 
abertura da Avenida Paulista (1891) e a construção do Viaduto do Chá (1892), que 
promoveu a ligação do "centro velho" com a "cidade nova", formada pela rua Barão de 
Itapetininga e adjacências. É importante lembrar, ainda, que logo a seguir (1901) foi 
construída a nova estação da São Paulo Railway, a notável Estação da Luz. 
Do ponto de vista político-administrativo, o poder público municipal ganhou nova 
fisionomia. Desde o período colonial São Paulo era governada pela Câmara Municipal, 
instituição que reunia funções legislativas, executivas e judiciárias. Em 1898, com a 
criação do cargo de Prefeito Municipal, cujo primeiro titular foi o Conselheiro Antônio 
da Silva Prado, os poderes legislativo e executivo se separaram. 
O século XX, em suas manifestações econômicas, culturais e artísticas, passa a ser 
sinônimo de progresso. A riqueza proporcionada pelo café espelha-se na São Paulo 
"moderna", até então acanhada e tristonha capital. Trens, bondes, eletricidade, 
telefone, automóvel, velocidade, a cidade cresce, agiganta-se e recebe muitos 
melhoramentos urbanos como calçamento, praças, viadutos, parques e os primeiros 
arranha-céus. O centro comercial com seus escritórios e lojas sofisticadas expõe em 
suas vitrinas a moda recém lançada na Europa. Enquanto o café excitava os sentidos 
no estrangeiro, as novidades importadas chegavam ao Porto de Santos e subiam a 
serra em demanda à civilizada cidade Planaltina. Sinais telegráficos traziam notícias do 
mundo e repercutiam na desenvolta imprensa local. 
Nos navios carregados de produtos finos para damas e cavalheiros da alta classe, 
também chegavam os imigrantes italianos e espanhóis rumo às fazendas ou às recém 
instaladas indústrias, não sem antes passar uma temporada amontoados na famosa 
 
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hospedaria dos imigrantes, no bairro do Brás. Em 1911, a cidade ganhou seu Teatro 
Municipal, obra do arquiteto Ramos de Azevedo, celebrizado como sede de 
espetáculos operísticos, tidos como entretenimento elegante da elite paulistana. 
A industrialização se acelera após 1914 durante a Primeira Grande Guerra, mas o 
aumento da população e das riquezas é acompanhado pela degradação das condições 
de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e 
doenças. Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas em quatro dias. 
Os operários se organizam em associações e promovem greves, como a que ocorreu 
em 1917 e parou toda a cidade de São Paulo por muitos dias. Nesse mesmo ano, o 
governo e os industriais inauguram a exposição industrial de São Paulo no suntuoso 
Palácio das Indústrias, especialmente construído para esse fim. O otimismo era 
tamanho que motivou o prefeito de então, Washington Luis, a afirmar, com evidente 
exagero: "A cidade é hoje alguma coisa como Chicago e Manchester juntas". 
Na década de 20, a industrialização ganha novo impulso, a cidade cresce (em 1920, São 
Paulo tinha 580 mil habitantes) e o café sofre mais uma grande crise. No entanto, a 
elite paulistana, num clima de incertezas, mas de muito otimismo, freqüenta os salões 
de dança, assiste às corridas de automóvel, às partidas de foot-ball, às demonstrações 
malabarísticas de aeroplanos, vai aos bailes de máscaras e participa de alegres corsos 
nas avenidas principais da cidade. Nesse ambiente, surge o irrequieto movimento 
modernista. Em 1922, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Luís Aranha, entre 
outros intelectuais e artistas, iniciam um movimento cultural que assimilava as 
técnicas artísticas modernas internacionais, apresentado na célebre Semana de Arte 
Moderna, no Teatro Municipal. 
Com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque e a Revolução de 1930, alterou-se a 
correlação das forças políticas que sustentou a "República Velha". A década que se 
iniciava foi especialmente marcante para São Paulo tanto pelas grandes realizações no 
campo da cultura e educação quanto pelas adversidades políticas. O conflito entre a 
elite política, representante dos setores agro-exportadores do Estado, e o governo 
federal, conduziu à Revolução Constitucionalista de 1932 que transformou a cidade 
numa verdadeira praça de guerra, onde se inscreviam os voluntários, se armavam 
estratégias de combate e se arrecadavam contribuições da população amedrontada, 
mas orgulhosa de pertencer a uma "terra de gigantes". 
A derrota de São Paulo e sua participação restrita no cenário político nacional 
coincidiram, no entanto, com o florescimento de instituições científicas e educacionais. 
Em 1933, foi criada a Escola Livre de Sociologia e Política, destinada a formar técnicos 
para a administração pública; em 1934, Armando de Salles Oliveira, interventor do 
Estado, inaugurou a Universidade de São Paulo; em 1935, o Município de São Paulo 
ganhou na gestão do prefeito Fábio Prado, o seu Departamento de Cultura e de 
Recreação. Nesse mesmo período, a cidade presenciou uma realização urbanística 
notável, que testemunhava o seu processo de "verticalização": a inauguração, em 
1934, do Edifício Martinelli, maior arranha-céu de São Paulo, à época, com 26 andares 
e 105 metros de altura. 
A década de 40 foi marcada por uma intervenção urbanística sem precedentes na 
história da cidade. O prefeito Prestes Maia colocou em prática o seu "Plano de 
Avenidas", com amplos investimentos no sistema viário. Nos anos seguintes, a 
preocupação com o espaço urbano visava basicamente abrir caminho para os 
 
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automóveis e atender aos interesses da indústria automobilística que se instalou em 
São Paulo em 1956. Simultaneamente, a cidade cresceu de forma desordenada em 
direção à periferia gerando uma grave crise de habitação, na mesma proporção, aliás, 
em que as regiões centrais se valorizaram servindo à especulação imobiliária. 
Em 1954, São Paulo comemorou o centenário de sua fundação com diversos eventos, 
inclusive a inauguração do Parque Ibirapuera, principal área verde da cidade, que 
passou a abrigar diversos edifícios projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer. 
Nos anos 50, inicia-se o fenômeno de "desconcentração" do parque industrial de São 
Paulo que começou a se transferir para outros municípios da Região Metropolitana 
(ABCD, Osasco, Guarulhos, Santo Amaro) e do interior do Estado (Campinas, SãoJosé 
dos Campos, Sorocaba). Esse declínio gradual da indústria paulistana insere-se num 
processo de "terceirização" do Município, acentuado a partir da década de 70. Isso 
significa que as principais atividades econômicas da cidade estão intrinsecamente 
ligadas à prestação de serviços e aos centros empresariais de comércio (shopping 
centers, hipermercados, etc). As transformações no sistema viário vieram atender a 
essas novas necessidades. Assim, em 1969, foram iniciadas as obras do metrô na 
gestão do prefeito Paulo Salim Maluf. A população da metrópole paulistana cresceu na 
última década, de cerca de 10 para 16 milhões de habitantes. Esse crescimento 
populacional veio acompanhado do agravamento das questões sociais e urbanas 
(desemprego, transporte coletivo, habitação, problemas ambientais...) que nos 
desafiam como "uma boca de mil dentes" nesse final de século. 
 
Atual população de São Paulo: 
• O censo de 2000 nos mostra que São Paulo têm 10.434.252 habitantes 
• A densidade demográfica da cidade é de 6915 habitantes por Km2 
 
O território da Cidade de São Paulo 
Município de São Paulo 1994: 
Área Km² 
Município de 
São Paulo 
1.509,0 
Urbana 826,4 
Rural 627,0 
Represas 55,6 
 
Considerações Finais 
Como foi mostrado acima, o processo de urbanização, no qual surgem as cidades, 
ocorreu na maioria das cidades do mundo de forma livre sem um planejamento prévio. 
Esse fato acarretou em diversos problemas como a falta de moradia para a população, 
gerando as favelas, a falta de emprego, que traz consigo a miséria, entre outros 
problemas. 
Cabe aos nossos governantes ver esses problemas e buscar a melhor resolução 
possível para trazer a população as condições necessárias a sobrevivência nos meios 
urbanos. 
 
 
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O Processo de Urbanização 
Bardine, Renan. O Processo de urbanização. Disponível em: 30/10/2012 < 
http://www.coladaweb.com/geografia/o-processo-de-urbanizacao > Acesso em 
28/01/2013. 
 
Uma cidade nasce a partir do momento em que um determinado número de pessoas 
se instala numa certa região através de um processo denominado de urbanização. 
Diversos fatores são determinantes na formação das cidades, tais como a 
industrialização, o crescimento demográfico, etc. 
 
Cidade 
 As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram as 
cidades do Vale Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e, finalmente, as 
cidades da China e do Novo Mundo. 
Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos A.C., o processo 
de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência da Revolução 
Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais áreas de 
desenvolvimento do mundo atual. No caso do Terceiro Mundo, a urbanização é um 
fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidades, e a 
tendência é aumentar cada vez mais. 
A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo a qual 
cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca produtos 
industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à cidade não 
quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de levar em conta 
que: Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo; 
Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao campo no 
tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas. 
 
Como uma cidade se forma: A urbanização 
Fenômeno ao mesmo tempo demográfico e social, a urbanização é uma das mais 
poderosas manifestações das relações econômicas e do modo de vida vigentes numa 
comunidade em dado momento histórico. 
Urbanização é o processo mediante o qual uma população se instala e multiplica numa 
área dada, que aos poucos se estrutura como cidade. Fenômenos como a 
industrialização e o crescimento demográfico são determinantes na formação das 
cidades, que resultam, no entanto da integração de diversas dimensões sociais, 
econômicas, culturais e psicossociais em que se desempenham papéis relevantes às 
condições políticas da nação. 
O conceito de cidade muda segundo o contexto histórico e geográfico, mas o critério 
demográfico é o mais usualmente empregado. A Organização das Nações Unidas 
(ONU) recomenda que os países considerem urbanos os lugares em que se 
concentrem mais de vinte mil habitantes. As nações, porém, organizam suas 
estatísticas com base em muitos e diferentes padrões. Os Estados Unidos, por 
exemplo, identifica como "centro urbano" qualquer localidade onde vivam mais de 
2.500 pessoas. O processo de urbanização, no entanto, não se limita à concentração 
demográfica ou à construção de elementos visíveis sobre o solo, mas inclui o 
 
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surgimento de novas relações econômicas e de uma identidade urbana peculiar que se 
traduz em estilos de vida próprios. 
Para avaliar a taxa de urbanização de um país utilizam-se três variáveis: o percentual 
da população que vive nas cidades de mais de vinte mil habitantes; o percentual da 
população que vive em cidades de mais de cem mil habitantes; e o percentual da 
população urbana classificada como tal segundo o critério oficial do país. A taxa de 
urbanização também pode ser expressa mediante a aplicação da noção de densidade, 
isto é, o número de cidades de mais de cem mil habitantes comparado à densidade 
demográfica total. Com esse método é possível comparar entre si regiões e países. 
Existe estreita correlação entre os processos de urbanização, industrialização e 
crescimento demográfico. A cidade pré-industrial caracteriza-se pela simplicidade das 
estruturas urbanas, economia artesanal organizada em base familiar e dimensões 
restritas. Sob o impacto da industrialização, modificam-se em quantidade e qualidade 
as atividades econômicas, acelera-se a expansão urbana e aumenta a concentração 
demográfica. As antigas estruturas sociais e econômicas desaparecem e surge uma 
nova ordem, que passa a ser característica das cidades industriais. Nesse primeiro 
período, a indústria pesada e concentrada, grande consumidora de mão de obra, atrai 
para os novos centros contingentes populacionais que exercem sobre as estruturas de 
serviço existentes demandas que não podem ser atendidas. 
Com a continuidade do processo de urbanização, a cidade se transforma de diversas 
formas: setores urbanos se especializam; as vias de comunicação se tornam mais 
racionais; criam-se novos órgãos administrativos; implantam-se indústrias 
gradativamente na periferia do núcleo urbano original e modificam-lhe a feição; 
classes médias e operárias que, pela limitação da oferta existente em habitação, 
passam a alojar-se em subúrbios e mesmo em favelas; e, sobretudo, a cidade deixa de 
ser uma entidade espacial bem delimitada. 
A expansão industrial se acompanha de acelerado desenvolvimento do comércio e do 
setor de serviços, e de importante redução da população agrícola ativa. O crescimento 
das cidades passa a ser, ao mesmo tempo, conseqüência e causa dessa evolução. A 
indústria, mecanizada, passa a consumir mão de obra mais reduzida e especializada. As 
atividades terciárias tomam seu lugar como motores de crescimento urbano e, em 
conseqüência, do processo de urbanização. 
 
Urbanização contemporânea 
As características essenciais da urbanização contemporânea são sua velocidade e 
generalização, o que acarreta grande sobrecarga para a rede de serviços públicos, 
acentua os contrastes entre zonas urbana e rural e aprofunda as insuficiências 
econômicas de produção, distribuição e consumo. Os sistemas de produção chegam a 
um ponto de estrangulamento, enquanto as necessidades de consumo passam por 
intensa vitalização. O somatório de todos esses fatores acaba por produzir um estado 
de desequilíbrio. 
Em função do congestionamento, a cidade tende a expandir seus limites e nascem 
assimbairros, subúrbios e a periferia, que podem dar origem a novas cidades. A 
urbanização estendida a uma grande área circundante origina uma nova morfologia 
urbana, na qual se distinguem regiões diversas: zona urbanizada, isto é, conjunto 
ininterrupto de habitações; zona metropolitana, que engloba o núcleo central e seus 
 
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arredores; megalópole, resultado da fusão de várias zonas metropolitanas; cidades 
novas e cidades-satélites. Independentemente da forma que assume, o processo de 
urbanização apresenta sempre uma hierarquia, isto é, cidades de tamanhos diferentes 
e com funções diversas: capitais, descanso, turismo, industriais e outras. 
Qualquer que seja sua função, a cidade não é apenas uma unidade de produção e 
consumo, caracterizada por suas dimensões, densidade e congestionamento. 
Representa também uma força social, uma variável independente no interior de um 
processo mais amplo capaz de exercer as mais variadas influências sobre a população e 
cuja principal consequência é o surgimento de uma cultura urbana. No plano material, 
essa cultura cria um meio técnico e inúmeras exigências concretas: água, esgotos e 
serviços em geral. No plano psicossocial, manifesta-se pelo aparecimento de uma nova 
personalidade. 
A deterioração do meio urbano é uma das consequências mais evidentes da rapidez 
com que se processa a urbanização. Em decorrência, esse meio apresentasse 
incompleto e imperfeito: favelas, habitações deterioradas, zonas a renovar e 
recuperar, superposição de funções e outras anomalias. O remanejamento exige mais 
do que o planejamento material simples: aumento da rede de serviços, ampliação da 
oferta em habitações e racionalização da ocupação do solo. Tornam-se fundamental a 
criação de novas estruturas, correspondentes à nova realidade. 
 
Conceito de Urbanização 
A urbanização resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural 
(campo) para o meio urbano (cidade). Assim, a idéia de urbanização está intimamente 
associada à concentração de muitas pessoas em um espaço restrito (a cidade) e na 
substituição das atividades primárias (agropecuária) por atividades secundárias 
(indústrias) e terciárias (serviços). Entretanto, por se tratar de um processo, costuma-
se conceituar urbanização como sendo "o aumento da população urbana em relação à 
população rural", e nesse sentido só ocorre urbanização quando o percentual de 
aumento da população urbana é superior a da população rural. 
A urbanização no mundo 
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a se urbanizar (em 1850 já possuía mais de 
50% da população urbana), no entanto a urbanização a celerada da maior parte dos 
países desenvolvidos industrializados só ocorreu a partir da segunda metade do século 
XIX. Além disso, esses países demoram mais tempo para se tornar urbanizados que a 
maioria dos atuais países subdesenvolvidos industrializados. 
Vemos, então, que, em geral, quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto 
mais rápida é sua urbanização. Observe esses dados: 
• Em 1900 existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 
milhão de habitantes. Dessa, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro 
Mundo. 
• Em 1950 havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões 
de habitantes. Dessas, apenas seis (Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do 
México e Rio de Janeiro) estavam situadas no Terceiro Mundo. Observação: a cidade 
de São Paulo nem constava dessa lista. 
 
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• Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas 
com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no 
Terceiro Mundo. A maior aglomeração urbana mais populosa do mundo será a Cidade 
do México, com 32 milhões de habitantes, o equivalente à população da Argentina em 
1990. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana, com 26 milhões de 
habitantes. 
 
Urbanização no Brasil 
O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como resultado da 
modernização econômica e do grande desenvolvimento industrial graças à entrada de 
capital estrangeiro no país. As empresas transnacionais preferiram se instalar nas 
cidades em que a concentração populacional fosse maior e de melhor infraestrutura, 
dando origem às grandes metrópoles. A industrialização gerou empregos para os 
profissionais qualificados, expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A 
cidade transformou-se num padrão de modernidade, gerando o êxodo rural. 
A tecnologia e o nível de modernização econômica não estavam adaptados à realidade 
brasileira. A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das atividades do 
setor terciário informal. O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado no 
Brasil a partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização. Ocorrência do 
fenômeno da conurbação, que constituem as regiões metropolitanas (criadas em 1974 
e 1975). A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, com os 
índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias, havendo assim um 
processo de desconcentração econômica. Outras regiões passaram a atrair mais que as 
regiões metropolitanas, havendo também desconcentração populacional. 
Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica social e 
econômica do país. Um número crescente de cidades passou a pertencer ao conjunto 
das cidades médias e grandes.Podemos dizer que o Brasil se modernizou e que a 
grande maioria da população brasileira, já está de alguma forma integrada aos 
sistemas de consumo, produção e informação. 
Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absolvendo aspectos 
do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológicas produzidas nas cidades. 
O Brasil rural tradicional está desaparecendo e sobrevive apenas nas regiões mais 
pobres. 
A produção comercial está cada vez mais voltada para a cidade. A produtividade 
aumentou e o meio rural integrou-se aos principais mercados nacionais e 
internacionais. A implantação de modernos sistemas de transportes e de 
comunicações reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades 
econômicas, que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de 
diretrizes produzidas nos grandes centros nacionais e internacionais. 
Segundo o modelo informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que 
exerce controle sobre os principais sistemas de comunicação que difundem as 
inovações por todo o país, através dos meios de comunicação. 
Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação de um 
novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao quadro social e 
econômico do Brasil contemporâneo. 
 
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Até poucas décadas atrás, o Brasil era um país de economia agrária e população 
majoritariamente rural. Hoje, 8 em cada 10 brasileiros vivem em cidades A 
concentração de pessoas em centros urbanos traz uma série de implicações, sejam 
elas de ordem social, econômica ou ambiental. 
O sentido mais usual, da urbanização, é o de crescimento urbano, ou seja, refere-se à 
expansão física da cidade, mediante o aumento do número de ruas, praças, moradias, 
etc. Nesse caso, ela não tem limite, a ponto de unirem-se umas às outras, num 
fenômeno conhecido por conurbação. Um outro sentido atribuído à urbanização 
envolve o crescimento da população das cidades, acontecendo em um ritmo superior 
ao da população rural. 
É na expansão do modo de vida urbano que podemos localizar importantes elementos 
para a análise do processo de urbanização no momento presente. 
A urbanização do século XX foi marcada por importantes características, a começar 
pelo ritmo bastante acelerado de crescimento das cidades e pela sua abrangência, 
agora mundial. De fato, as transformações que o capitalismo promoveu em diversas 
sociedades nacionais contribuíram paraque este processo se desencadeasse em 
diversas nações, mesmo naquelas onde a industrialização não foi representativa, isto 
é, em diversas áreas do mundo subdesenvolvido. Uma outra característica se refere ao 
processo de metropolização. De fato, as metrópoles encontram-se generalizadas, 
embora sua presença seja mais marcante nos EUA, Japão, China, Europa Ocidental e 
América Latina. 
As metrópoles exercem influência em praticamente todo o território nacional, 
promovendo a difusão de novas formas de vida, além de imprimirem mudanças na 
organização do espaço geográfico. 
Na atualidade, de cada 100 brasileiros, aproximadamente 78 vivem em cidades. Apesar 
de o ritmo de urbanização estar declinando em nosso país, ainda ocorre transferência 
de população do meio rural para o meio urbano. Os grandes centros urbanos do Brasil 
convivem com uma série de problemas, tanto socioculturais como ambientais e 
econômicos. Os engarrafamentos quilométricos, geradores de fumaça e ruídos que 
interferem na qualidade de vida; a volumosa produção de lixo, o que exige espaço para 
o seu depósito e cuidados ecológicos com o seu manejo; a carência de áreas verdes 
para o lazer e o entretenimento das pessoas; a especulação imobiliária que conduz a 
ocupações irregulares, muitas delas ocorrendo em áreas de preservação, como os 
fundos de vales. 
Por outro lado, as metrópoles não representam apenas problemas, aparentemente 
insolúveis. Ao contrário, seu extraordinário dinamismo é gerador de ofertas de 
trabalho e de negócios, além de concentrador de recursos financeiros e de consumo. 
Nesse sentido, sua dinâmica também promove soluções para as dificuldades que 
fazem parte de seu cotidiano.

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