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Max Weber novo

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Max Weber
Posted in Max Weber By Sociologia On February 14, 2013
 
Quando o assunto é sociologia alguns nomes imediatamente nos vêm a mente.  Um desses nomes icônicos é o de Max Weber. Esse alemão, nascido em 1864, tornou-se um expoente para nossa cultura. Intelectual, jurista e economista, é ainda considerado um dos fundadores da Sociologia.
Embora seja bastante respeitado no campo dos estudos da Sociologia Moderna, suas influencias ultrapassam os limites dessa disciplina, sendo de grande valor também nas áreas da economia, direito, filosofia, ciência política e administração. Vale ressaltar ainda que sua figura foi de extrema importância  no cenário político alemão de sua geração,  havendo sido consultor dos negociadores alemães do tratado de Versalhes e também da comissão encarregada de redigir aconstituição de Weimar.
Max Weber e o Capitalismo
Grande parte de suas reflexões provêm de uma longa análise e observação da sociedade moderna e capitalista, e especialmente daquilo que ele denomina como processo de racionalização.  “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, uma de suas mais importantes obras, versa sobre sociologia da religião e gera respaldo para inúmeros pensadores que posteriormente lançaram seus olhares sobre essa temática.
Esta obra que é, sem dúvidas, a mais lida e mais conhecida do autor, reflete algo que fora na época central para o pensamento alemão:  as relações entre religião e o capitalismo.  As análises voltadas para a compreensão deste modo de produção precediam os escritos de Max Weber, visto que outros intelectuais já vinham se dedicando a essas reflexões, inclusive Marx com “O Capital”.
Nesta obra ele lança sua hipótese de que a religião teria sido uma das razões para que a cultura oriental e ocidental tenham se desenvolvido de formas tão diversas, e ainda ressalta  inúmeras características especificas e inerentes ao protestantismo que teriam sido cruciais para a gênese do capitalismo  e dos moldes da sociedade ocidental.
Weber e a Sociologia Religiosa
Após a década de 1910, Weber amplia seus estudos na área de sociologia religiosa, mostrando mais uma vez fortes questões de cunho social, aprofundando-se então em religiões de caráter universal analisando em profundidade o confucionismo, taoísmo, hinduísmo, budismo,  islamismo, judaísmo buscando abranger os maiores sistemas religiosos da humanidade.
Sua obra foi capaz de influenciar gerações até o tempo presente, e estabeleceu importantes diálogos com outros grandes nomes da sociologia, como é o caso de Kant e Nietzsche e com grandes nomes de seu tempo.
Suas primeiras obras mostravam-se muito ligadas a sua formação acadêmica, uma vez que seu primeiro trabalho propriamente dito foi sua tese de doutoramento intitulada “A história das companhias comerciais da idade média”. Nesta obra já é possível notar certa tendência do autor em aliar análise jurídica e análise histórica. Esse espírito ainda permaneceria de algum modo em suas próximas obras.
A partir dessa viés de análise presente em suas obras podemos notar que apensar de ser um autor bastante técnico e preocupado com questão de cunho político e econômico em grande parte das vezes Max Weber não deixa de preocupar-se com a contextualização história  de sua pesquisa, o que faz com que seja vidente o forte apelo e preocupação social presente em seus escritos. Isso também faz com que esse seja um autor de suma importância também para a área da pesquisa histórica.
A vida acadêmica de Max Weber
Essa sua aproximação dos temas sociais atenuou-se quando de sua pesquisa empírica na região do leste do rio Elba, quando Weber ao analisar os processos migratórios dos poloneses na fronteira da Alemanha percebeu e ofereceu destaque às tendências de introdução do capitalismo no campo, preocupando-se ainda em dar especial atenção a elaboração das análises das consequências políticas que tal processo representava.
Max Weber em grande parte de sua vida acadêmica esteve responsável por ministrar disciplinas ligadas a área da economia.  Desse modo acabou por desenvolver diversos trabalhos na área da sociologia econômica, onde inicialmente pode-se ler o capitalismo como fenômeno da era moderna e posteriormente, o próprio autor passa a concebê-lo como um fenômeno referente ao processo de racionalização da cultura e da sociedade.
É valido ainda ressaltar a importância de seus muitos trabalhos na área de sociologia política, dentre os quais podemos destacar sua teoria dos tipos de dominação onde busca compreender as formas através das quais torna-se possível a submissão e a dominação de determinado grupo frente a outro, podendo acontecer devido  a diferentes motivos, como a tradição por exemplo. Ele ainda analisa esses tipos de dominação definindo os conforme sua legitimidade que os subdivide entre legal, tradicional e carismática.
Max Weber e os Tipos Ideais
Posted on 25/11/2013 by Fernando Nogueira da Costa
Em sua obra inacabada, Economia e Sociedade, Max Weber (1864-1920) fez uma tentativa de descrever o funcionamento da sociedade, bem como um método pelo qual uma nova disciplina, a Sociologia, poderia avançar. Um dos métodos de estudo de Weber era o uso de noções abstratas como os “tipos ideais”.
Semelhante a uma caricatura, um tipo ideal exagerava as principais características e reduzia as menos importantes, visando esboçar a verdade subjacente. Essa abordagem era chave para o método de Weber, permitindo-lhe entender as partes complexas da sociedade por uma versão simplificada.
O papel do sociólogo, em seu entendimento, seria construir e analisar os tipos ideais baseado na observação da realidade. Isso contrastava com Karl Marx, que tentava deduzir o funcionamento da sociedade capitalista em sua lógica interna, ou “lei de movimento”, em vez da observação direta.
A sociedade, argumentava Weber, somente poderia ser entendida baseando-se em suas partes constitutivas, em primeira instância, os indivíduos. Estes agiam, coletivamente, de maneira complexa, mas poderiam ser entendidos pelo sociólogo.
Os indivíduos possuíam uma capacidade de agir, e suas ações seriam definidas por sua visão de mundo. Tais visões emergiriam de um entendimento coletivo, tal como o religioso ou o político.
Em Economia e Sociedade (1910-1921), Weber desenvolveu a ideia do “espírito capitalista do protestantismo individualista”, lançada em obra anterior – A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904) –, distinguindo entre tipos de crença religiosa e analisando as maneiras como os indivíduos conseguem desempenhar ações sociais. Eles usam uma ampla variedade de estruturas de crenças.
Uma vez criadas as estruturas coletivas, disse Weber, elas talvez não funcionassem como facilitadoras, ao expandir a liberdade humana, mas como obstáculos. É por isso que ele falou das pessoas como engrenagens em uma máquina.
As estruturas de crenças que as pessoas criam também restringem suas ações, produzindo outros efeitos: os protestantes eram induzidos a trabalhar, mas também a evitar o consumo, e sua poupança teria criado o capitalismo. Esta proposição foi criticada em: Poupança: Economia Normativa Religiosa.
Em síntese, para fins sociológicos, não há uma personalidade coletiva que age. Os indivíduos agem coletivamente de maneira complexa, mas inteligível, porque suas ações são moldadas por suas visões de mundo. Pontos de vistas individuais se juntam e formam entendimentos coletivos, como no caso da religião. Mas as estruturas sociais, criadas por esses entendimentos coletivos, podem limitar as liberdades individuais. Concluindo, o indivíduo é uma simples engrenagem em um mecanismo social em movimento.
As principais análises de Weber sobre o campo econômico podem ser encontradas no segundo capítulo deEconomia e Sociedade, tópico em que ele discute a ordem social e econômica. Ali, ele destaca que o processo de racionalização da atividade econômica também envolve a passagem de uma racionalidade material – na qual a vida econômica está submetida a valores de ordem éticaou política – para uma racionalidade formal, ou seja, na qual a lógica impessoal das atividades econômicas e e lucrativas se torna predominante.
Por estas razões, Max Weber é considerado, atualmente, um dos precursores da Sociologia Econômica, conjunto de autores que se recusa a entender a vida econômica como relacionada apenas com o mercado, concebido de forma abstrata, separado de suas condições históricas, culturais e sociais.

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