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PREGÃO PRESENCIAL 
E PREGÃO 
ELETRÔNICO
Prof. Alessandro Dantas Coutinho 
PREGÃO PRESENCIAL E PREGÃO ELETRÔNICO 
APOSTILA DE ESTUDO 
PROF. ALESSANDRO DANTAS COUTINHO 
 
1. O que é uma licitação? 
 
A licitação é um procedimento seletivo que se desenvolve no bojo de um processo 
administrativo, que busca de modo impessoal, isonômico, moral e eficiente, alcançar a proposta 
mais vantajosa para um futuro contrato de interesse do Poder Público ou de quem, por outras 
determinações legais, normativas ou jurisprudências, é obrigado a realizá-lo. 
Ainda, além de buscar a proposta mais vantajosa, tem o certame uma nova finalidade 
que é fomentar o desenvolvimento nacional sustentável. 
 
2. O contexto das licitações na gestão pública. 
 
Como registrado, em regra, as contratações públicas, seja do que for, devem ser 
precedidas de procedimento licitatório. Ressalvadas as hipóteses de contratação direta, que 
podem se dar por dispensa e inexigibilidade, nos termos dos artigos 24 e 25 da Lei 8.666/93, o 
gestor público, ao pretender contratar algo, deve previamente realizar a licitação 
Assim, sejam bens, como computadores, material de escritório, merenda escolar etc., 
sejam serviços, como limpeza, segurança patrimonial, instalações etc., sejam obras, reformas etc. 
ligados à atividade meio ou fim do órgão público, a regra para contratá-los é a licitação prévia. 
Dessa maneira, pode-se concluir facilmente que o sucesso da contratação com 
qualidade vai repercutir diretamente no desempenho das atividades públicas. Em rápido 
exemplo, se for comprada uma merenda escolar ruim, os alunos não vão comer, se comprar 
computadores de baixa qualidade, em pouco tempo os mesmos não prestarão mais inviabilizando 
o trabalho do gestor etc. 
 
 
 
 
01
3. Modalidades de licitação 
 
Ao decidir contratar algo, por meio de licitação, é tarefa do gestor verificar qual a 
modalidade de licitação vai ser utilizada. Modalidades nada mais são que procedimentos 
licitatórios especializados e diferenciados que variam ora de acordo com o que vai ser 
contratado e ora de acordo com o valor do que vai ser contratado. 
Existem 6 (seis) modalidades de licitação: 5 (cinco) na lei n.º 8.666/93 (concorrência, 
tomada de preços, convite, leilão e concurso) e 1 (uma) na lei 10.520/02 (pregão). 
 
4. Considerações iniciais sobre o pregão 
 
A modalidade pregão foi criada inicialmente no bojo da Lei no 9.472, de 16 de julho de 
1997, que instituiu a Lei Geral das Telecomunicações. 
Verificado o sucesso do pregão nas contratações pela Anatel, o Presidente da República 
editou a Medida provisória no 2.026/2000, a qual foi dezoito vezes reeditada, e que admitia a 
utilização dessa modalidade licitatória apenas para União Federal. 
Após muitas críticas, quando da conversão da medida provisória na Lei no 10.520/2002, 
foi estendida ao âmbito de aplicação desta modalidade aos Estados, Municípios e Distrito Federal, 
bem como à administração indireta destes entes políticos. 
 
5. Objetivo do pregão 
 
A modalidade pregão veio com o objetivo de acelerar o procedimento de contratação de 
certos objetos. Isso porque a Administração, como gigante consumidora, contrata desde material 
de escritório, serviços de limpeza, programas de informática altamente técnicos, até obras de 
engenharia de alta complexidade técnica, como, por exemplo, a construção de uma usina 
hidrelétrica. 
Apesar da Lei no 8.666/1993 prever 3 (três) modalidades (concorrência, tomada de 
preços e convite) para a obtenção dos “objetos comuns”, ou seja, obras e serviços de engenharia, 
demais serviços e compras, sendo que o critério de escolha da modalidade é o valor estimado da 
contratação, ainda assim os ritos destas modalidades eram muito burocráticos, ensejavam a 
02
possibilidade de retardamento do certame, e não conseguiam obter o máximo de vantagem das 
propostas que poderiam ser ofertadas pelos licitantes. 
Partindo dessa premissa e com o objetivo de aumentar a celeridade do processo 
licitatório, apenas para aquilo que a Administração contrata com maior frequência, que é do uso 
rotineiro da mesma, que não envolve especificações mais complexas, é que o legislador criou a 
modalidade pregão, subtraindo ou modificando os pontos de entrave e burocracia que existe na 
Lei no 8.666/1993. 
Assim, apesar de tais mudanças que serão objeto de maiores considerações mais 
adiante, com a criação desta nova modalidade: 
1) a fase de julgamento das propostas passou a anteceder a habilitação, facilitando o 
trabalho do pregoeiro, que agora apenas analisará a habilitação de quem venceu o 
certame e não de todos os participantes; 
2) ficou proibida a interposição de recursos por fase, o que na sistemática da Lei no 
8.666/1993 atrasava em muito o deslinde do processo licitatório, passando agora 
apenas a ser possível sua interposição ao final, quando for declarado o vencedor da 
licitação; 
3) permitiu-se a possibilidade de lances verbais entre os participantes, o que implica a 
possibilidade de mudança das propostas econômicas ao longo do certame e a 
obtenção de preços mais vantajosos para a Administração, dentre outras alterações. 
 
Trata-se de induvidosa homenagem ao princípio da eficiência previsto no caput do art. 
37 da Constituição Federal. 
6. Diferenças do pregão em relação a outras modalidades 
 
O pregão se distingue das demais modalidades (concorrência, tomada de preços e 
convite) que podem ser utilizadas para contratações dos mesmos objetos (bens e serviços 
comuns) em vários aspectos procedimentais. 
Houve, em síntese: 1) diminuição do prazo de publicidade do instrumento convocatório; 
2) inversão de fases entre habilitação e julgamento de propostas, passando esta a anteceder a 
análise das propostas; 3) fase de lances verbais no julgamento de propostas; 4) unificação da fase 
recursal; 5) inversão de fases entre homologação e adjudicação, passando esta a anteceder 
àquela e sendo possível de ser feita pelo pregoeiro etc. 
Sem dúvidas, o pregão sendo bem feito, e isso na etapa interna e externa, é uma 
modalidade bem mais rápida e eficiente para o objeto de contratação a que se destina. 
03
7. Objeto do pregão 
 
Como registrado, o objetivo do pregão foi conferir maior celeridade à contratação de 
certos objetos (aqueles mais comuns para Administração Pública) e não a toda e qualquer 
contratação. Deve ficar bem claro que a Lei nº 10.520/2002 não revogou a Lei nº 8.666/1993, 
apenas trouxe um procedimento mais célere à contratação de certos objetos, que são as 
aquisições de bens e prestação de serviços comuns. Portanto, estão fora da alçada do pregão: 1) 
as contratações de bens feitos sob encomenda (o que não é comum); 2) serviços cuja técnica seja 
fundamental para a contratação; 3) alienação de bens móveis e imóveis; 4) concessão de direito 
real de uso; 5) locação de bens e serviços; 6) concessão e permissão de serviços públicos, as quais 
continuam regidas pela Lei no 8.666/93 e, na última hipótese, pela Lei no 8.987/1995. 
A própria Lei nº 10.520/2002 definiu o que seriam bens e serviços comuns, estipulando 
serem aqueles “cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos 
no edital, por meio de especificações usuais do mercado”. 
Ainda assim, há um campo vago muito grande na definição dada pela lei, razão pela qual 
cabe à doutrina interpretar o referido dispositivo legal e alcançar seu verdadeiro conteúdo. 
Dissertando sobre o tema, Marçal Justen Filho expõe com categoria ímpar que “o bem 
ou serviço é comum quando a Administração não formula exigências específicas para uma 
contratação determinada, mas se vale de bens e serviços tal como dispostos no mercado”. 
Isso significa que poderá se utilizar a modalidade licitatóriapregão sempre que a 
Administração puder localizar no mercado, sem qualquer dificuldade, o objeto de que necessita. 
Ademais, pode-se dizer também que o bem ou serviço será comum quando for 
padronizado. Quanto a este ponto explica o autor que “um bem ou serviço somente estará 
disponível num mercado próprio na medida em que se produzir sua padronização”. 
O resultado imediato da padronização consiste na ausência de variação das 
características do objeto a ser selecionado. Um bem ou serviço é “comum” quando suas 
qualidades e seus atributos são predeterminados, com características invariáveis ou sujeitas a 
diferenças mínimas e irrelevantes. 
04
Assim, existe padronização no tocante a computadores de mesa (desktop) do tipo PC, 
cuja fabricação básica segue padrões uniformes por parte dos fabricantes. Existe um mercado 
próprio, no qual são negociados os equipamentos. 
O entendo doutrinário e jurisprudencial é de que comuns” são os bens de aquisição 
rotineira e habitual, cujas características encontrem no mercado padrões usuais de especificação 
e envolvendo critérios de julgamento rigorosamente objetivos. 
Vejamos alguns casos em que o TCU entendeu se tratar ou não de bens e serviços 
comuns para efeitos da adoção do pregão: 
 
Serviços comuns de engenharia 
 
A contratação de serviços comuns de engenharia que possam ser objetivamente 
definidos em edital, aí incluídos os relativos à conservação de rodovia, deve se 
dar por meio de pregão (Acórdão nº 3144/2012- Plenário, TC-005.868/2009-7, 
rel. Min. Ana Arraes, 21.11.2012). 
 
Aquisição de helicópteros 
 
É lícita a utilização de pregão para a aquisição de helicópteros, visto tratar-se de 
bem cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente 
definidos (Acórdão n.º 3062/2012-Plenário, TC- 004.018/2010-9, rel. Min-Subst. 
Weder de Oliveira, 14.11.2012). 
 
Serviços de fiscalização e controle de qualidade de obras 
 
A contratação de serviços de fiscalização e controle de qualidade de obras pode 
ser efetuada por meio de pregão, desde que o exame das especificidades do 
objeto da avença respalde a conclusão de que se trata de serviços comuns, cujos 
padrões de qualidade e desempenho possam ser objetivamente estabelecidos 
no edital (Acórdão n.º 1407/2012-Plenário, TC 011.769/2010-6, rel. Min. André 
Luís de Carvalho, 6.6.2012). 
 
Serviços de limpeza e conservação predial 
 
Serviços de limpeza e conservação predial são comuns (Desse modo, votou o 
relator por se determinar ao Sebrae que a nova licitação para contratação dos 
serviços de limpeza e conservação predial da sua sede seja procedida 
“preferencialmente sob a modalidade de pregão eletrônico”, o que foi acolhido 
pelo Plenário). (Acórdão n.º 2990/2010- Plenário, TC-027.991/2010-5, rel. Min. 
Raimundo Carreiro, 03.11.2010). 
05
 
Serviços de call center 
 
Licitação para contratação de serviços de call center: Objeto comum e uso do 
pregão. Precedentes citados: Acórdãos n.os 2.118/2008, 2.471/2008, 237/2009 
e 265/2010, todos do Plenário. Acórdão n.º 767/2010- Plenário, TC-
002.319/2010-1, rel. Min. José Jorge, 14.04.2010. 
 
8. Faculdade ou obrigatoriedade? 
 
Com o advento da modalidade pregão pela Lei no 10.520/2002 houve grande discussão 
a respeito de se saber se seu uso era obrigatório ou facultativo quando se tratasse de contratação 
de bens e serviços comuns. O art. 1º da referida lei enuncia que “para aquisição de bens e serviços 
comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade pregão”; por outro lado, autores como 
Hely Lopes Meirelles1 – em verdade os atualizadores de seu livro – sustentavam que o interesse 
público é indisponível e se a nova modalidade veio com o objetivo de tornar mais célere, eficiente 
as contrações, o administrador estaria obrigado a fazer uso da nova modalidade. Entendia o autor 
que a palavra “poderá” tem de ser interpretada como “deverá”. 
Outra interpretação da doutrina, como, por exemplo, a de Marçal Justen Filho2, entendia 
que realmente é uma faculdade da Administração escolher ou não o pregão quando o objeto for 
a aquisição de bens e serviços comuns. 
Ocorre que o art. 5º do Decreto Federal no 5.450/2005, que regulamentou em âmbito 
federal o pregão na forma eletrônica, prescreve que “nas licitações para aquisição de bens e 
serviços comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua 
forma eletrônica”. 
Assim, apesar de estar no bojo de decreto regulamentar, parece-nos que o comando do 
art. 5º encerra verdadeiro exercício do poder hierárquico do chefe do Executivo Federal sobre sua 
Administração, razão pela qual não entendemos ser mais uma faculdade, pelo menos para a 
administração direta e indireta federal, a adoção da modalidade pregão quando se tratar de 
contratação de bens e serviços comuns. 
 
1 Direito Administrativo Brasileiro, Ed. Malheiros, 35ª Edição, 2009, p.433 
2 Pregão. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. Ed. Dialética, São Paulo, 2005, p. 19. 
06
É importante registrar que o referido regulamento apenas vale no âmbito do Poder 
Executivo Federal, razão pela qual os demais entes da Federação (Estados, Municípios e Distrito 
Federal) deverão editar regulamentos próprios. O que se tem visto na prática é que certos Estados 
e Municípios têm editado decreto dispondo que ao pregão eletrônico destes entes federados 
aplica-se, no que couber, o Decreto Federal no 5.450/2005. 
Por fim, concordamos com Marçal Justen Filho3 no sentido de que o referido 
regulamento, especialmente no que diz respeito ao art. 5º, não se aplica ao Poder Legislativo 
Federal, Ministério Público da União, aos Tribunais Superiores e nem ao Tribunal de Contas da 
União, eis que os mesmos possuem plena autonomia administrativa e não estão sujeitos ao poder 
hierárquico do presidente da República. 
Ainda, é importante registrar, que em âmbito federal a regra é a adoção do pregão 
eletrônico. Em sendo adotado o pregão presencial o mesmo deve ser justificado. 
Vejamos o entendimento do TCU sobre o tema: 
 
A não realização de pregão eletrônico deve estar amparada em razões que 
indiquem, concretamente, a sua impossibilidade (Acórdão n.º 1184/2012-
Plenário, TC 007.473/2012-5, rel. Min. Weder de Oliveira, 16.5.2012) 
É regra geral a utilização do pregão eletrônico para aquisição de bens e serviços 
comuns por parte de instituições públicas, nelas inclusas agências reguladoras, 
sendo o uso do pregão presencial hipótese de exceção, a ser justificada no 
processo licitatório (Acórdão n.º 2753/2011-Plenário, TC- 025.251/2010-4, rel. 
Min. José Jorge, 19.10.2011) 
 
O mesmo em relação às pessoas que integram o terceiro setor que recebem verbas 
federais: 
 
A aquisição de bens ou de serviços comuns por Organização Social, efetuada com 
recursos federais transferidos por meio de contrato de gestão, demanda a 
utilização de pregão, preferencialmente na sua forma eletrônica, conforme 
estipula o art. 1º, caput e § § 1º e 5º, do Decreto 5.504/05 (Acórdão n.º 
3153/2012- Segunda Câmara, TC 020.217/2007-3, rel. Min. José Jorge, 8.5.2012) 
 
 
 
 
3 Pregão. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. Ed. Dialética, São Paulo, 2005, p. 242. 
07
9. Valor do objeto a ser licitado pelo pregão 
 
Uma questão interessante é o fato de que, quando a contratação for de bens e serviços 
comuns, não há limite em termos monetários para o emprego da modalidade pregão. 
Em outras palavras, ao contrário da Lei no 8.666/1993, cujo valor estimado para a 
contratação é critério para se descobrir qual modalidade licitatória utilizar (entre a concorrência, 
tomada de preços e convite – vide art. 23 do Estatuto das Licitações), nopregão, quando se tratar 
de aquisição de bem e realização de serviços comuns, não haverá limite. 
Registre-se, por oportuno, o sempre bem-vindo parecer de Marçal Justen Filho, para 
quem “o cabimento do pregão não se relaciona com o valor da contratação porque se configura 
outro modelo”. 
Cabe o pregão para contratações que versem sobre objetos destituídos de maior 
complexidade. Ou seja, o critério de utilização do pregão é qualitativo e não quantitativo. A 
qualificação do objeto como “comum” não depende de seu valor, mas da padronização. O pregão 
pode versar tanto sobre bens de pequeno valor como sobre contratações de grande vulto. 
Portanto, não cabe questionar o valor da contratação para determinar a aplicabilidade do pregão. 
 
10. Qualidades do pregão 
 
As principais qualidades estão relacionadas à execução do certame em tempo menor e 
a real possibilidade de obtenção de uma proposta mais vantajosa, tendo em vista o diferencial de 
que no pregão existe uma “fase” de lances verbais ou eletrônicos, conforme a maneira que ele se 
operacionalizar. 
Com a diminuição do prazo de publicidade do instrumento convocatório, antes, se o que 
se objetivava fosse licitado por concorrência, o prazo mínimo de publicidade seria de 30 dias. Se 
por tomada de preço, no mínimo 15 dias. Já no pregão é de, no mínimo, 8 dias úteis. 
 Com a inversão de fases entre habilitação e julgamento de propostas o pregoeiro não 
precisará mais analisar todos os documentos de habilitação de todos os participantes, mas apenas 
do titular da proposta mais vantajosa, evitando, com isso, maior gasto de tempo e recursos na 
08
fase de habilitação de licitantes que não tinham condições de vencer o certame. Essa foi uma das 
mais importantes alterações. 
Com a criação de uma fase de lances verbais no julgamento de propostas a 
Administração consegue alinhar melhor as propostas ofertadas ao preço real de mercado e evita, 
com isso, contratações superfaturadas. 
Com a unificação da fase recursal, cujo termo inicial para interposição dos recursos se 
dá com a declaração de vencedor do titular da proposta mais vantajosa (após a habilitação do 
mesmo), pode-se questionar as fases anteriores (exceto publicidade do instrumento 
convocatório, que possui meio de impugnação próprio) não precisando paralisar o certame várias 
vezes para julgar os recursos. 
E, com a inversão de fases entre homologação e adjudicação, passando esta a 
anteceder àquela, se não houver interposição de recursos pelos licitantes o próprio pregoeiro, 
efetivando o princípio da concentração, já adjudica o objeto ao titular da proposta mais vantajosa. 
 
11. A boa condução do pregão e seu contexto com a gestão pública. 
 
Visto as qualidades do pregão, é necessário que o mesmo seja, desde o começo, 
executado de forma correta e eficiente. Não adianta absolutamente nada ter um arcabouço 
normativo interessante e eficiente se na prática os agentes públicos que atuem nesse processo, 
seja direta ou indiretamente, não estiverem treinados para executá-lo. 
Partindo do pressuposto que estão, não há dúvidas: a contratação será mais rápida, 
eficiente. Isso significa melhoras na gestão interna do órgão, de mais eficiência nos serviços 
públicos, enfim, mais qualidade em todas as atividades em que o Estado atua, pois sempre, seja 
a atividade que for, o Poder Público depende de bens e serviços contratados pelo mesmo. 
 
12. Etapa interna ou preparatória do pregão 
 
Na etapa interna, inicialmente surge a necessidade de contratação de algo, que, aqui, 
tem de ser um bem ou serviço comum. A autoridade competente deverá justificar a necessidade 
dessa contratação. Após isso, será verificada a existência de orçamento para a contratação e, caso 
positivo, passa-se à elaboração do edital, o qual definirá de forma clara: a) o objeto do certame; 
09
b) as exigências de habilitação; c) os critérios de aceitação das propostas; d) as sanções por 
inadimplemento; e) as cláusulas do contrato (minuta anexa); dentre outros. 
Ainda na etapa interna, a autoridade competente designará, dentre os servidores do 
órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e a respectiva equipe de apoio, cuja 
atribuição inclui, dentre outras: 1) o recebimento das propostas e lances; 2) a análise de sua 
aceitabilidade e sua classificação; 3) a habilitação e a adjudicação (caso não seja interposto 
recurso administrativo) do objeto do certame ao licitante vencedor. 
Ainda, na etapa interna, há a necessidade de que haja uma análise pela assessoria 
jurídica do edital. 
O TCU já analisou essa questão sob diversos enfoque. 
Vejamos! 
Sobre a obrigatoriedade de as minutas passarem por uma análise jurídica: 
 
As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, devem ser 
previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica, em razão do 
disposto no art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993. Caso o órgão jurídico 
restitua o processo com exame preliminar, faz-se necessário o seu retorno, após 
o saneamento das pendências apontadas, para emissão de parecer jurídico 
conclusivo (Acórdão 521/2013-Plenário, TC 009.570/2012-8, relator Ministro-
Substituto Augusto Sherman Cavalcanti, 13.3.2013). 
 
Sobre quando e em que situações é possível a adoção de minuta padrão de edital: 
Como regra, as minutas dos contratos a serem firmados por instituição pública 
devem passar pelo exame da área jurídica. Todavia, em caráter excepcional, é 
possível a utilização de minuta-padrão, previamente aprovada pela assessoria 
jurídica, quando houver identidade de objeto e não restarem dúvidas acerca da 
possibilidade de adequação das cláusulas exigidas no contrato pretendido às 
cláusulas previamente estabelecidas (Precedente: Acórdão 3014/2010, 
Plenário). (Acórdão n.º 873/2011-Plenário, TC-007.483/2009-0, rel. Min. 
Ubiratan Aguiar, 06.04.2011) 
 
Sobre a questão de quando há responsabilidade do parecerista: 
 
A emissão de parecer jurídico eivado de vícios grosseiros e preordenado a 
respaldar a contratação direta indevida de serviço técnico profissional 
especializado, por suposta inexigibilidade de licitação, sujeita seu autor à a 
10
penação com multa do art. 58 da Lei nº 8.443/1992(Acórdão n.º 2176/2012-
Plenário, TC-017.505/2011-9, rel. Min. André Luís de Carvalho, 15.8.2012) 
Para a responsabilização de parecerista jurídico em processo licitatório é 
necessário que se comprove que, na emissão da opinião, houve erro grosseiro 
ou inescusável, com dolo ou culpa (Acórdão n.º 1857/2011, TC-009.006/2009-
9, rel. Min.-Subst. André Luis de Carvalho, 13.07.2011) 
O responsável pela emissão de parecer jurídico somente será responsabilizado 
em caso de erro grave inescusável ou de ato ou omissão praticado com culpa em 
sentido largo (Acórdão nº 1591/2011-Plenário, TC- 014.275/2004-7, rel. Min-
Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 15.06.2011) 
 
Antes de ingressarmos na etapa externa do pregão é importante tecer alguns 
comentários sobre quem são os agentes públicos que atuam nele, ou seja, a) autoridade 
competente, b) o pregoeiro e c) sua equipe de apoio. 
 
13. Principais atores do pregão. 
 
Autoridade competente 
 
Conforme professa MARÇAL JUSTEN FILHO4, 
 
define-se a competência através da lei e, se for o caso, de atos infralegais nela 
fundados. Será competente para instaurar a licitação, designar o pregoeiro, 
decidir recursos, homologar resultados e promover a contratação aquela 
autoridade que receber tais poderes em virtude de determinação explícita ou 
implícita da lei. 
 
Na ausência de solução explícita, reputa-se que tais poderes foram atribuídos à 
autoridade de mais elevada hierarquia. Nada impede, no entanto, a delegação deles a 
autoridades inferiores, tanto por ato genérico quanto por ato individual.Designação do pregoeiro e equipe de apoio 
 
Cabe à autoridade competente a designação, dentre os servidores do órgão ou entidade 
promotora da licitação, do pregoeiro e da respectiva equipe de apoio. 
 
4 Pregão. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. Ed. Dialética, São Paulo, 2005. 
11
Importante notar que, ao contrário da comissão processante em um processo 
administrativo disciplinar, não há exigência de que o pregoeiro seja provido em cargo efetivo, ou 
seja, pela redação da lei do pregão, o pregoeiro está exercendo uma função de confiança, 
podendo estar provido em cargo em comissão. Todavia, deve estar inserto dentre os servidores 
do órgão. 
A ele compete: 
 • presidir a sessão de recebimento dos envelopes; 
 • decidir sobre a habilitação preliminar; 
 • promover a abertura das propostas; 
 • decidir sobre a admissibilidade e classificação das propostas; 
 • conduzir os lances e apurar o vencedor; 
 • promover a abertura dos envelopes de habilitação e julgar os documentos; 
 • promover a classificação definitiva; 
 • processar (inclusive rejeitando liminarmente em alguns casos) os recursos; 
 • adjudicar, em alguns casos, o objeto licitado ao vencedor. 
 
No que diz respeito à equipe de apoio, deverá ser integrada em sua maioria por 
servidores ocupantes de cargo efetivo ou empregos da Administração, preferencialmente 
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento, registrando 
que, em se tratando de contratações no âmbito do Ministério da Defesa, tanto as funções do 
pregoeiro, quanto a dos membros da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares. 
Vale apresentar algumas distinções entre a Comissão de Licitação e o pregoeiro. 
Inicialmente, a Comissão é classificada como um órgão colegiado, sendo que todas as suas 
decisões são em grupo, o que reflete a vontade da comissão5, ao passo que o pregoeiro é o único 
responsável pelos atos decisórios do pregão, tendo a equipe de apoio apenas papel secundário e 
ajuda instrumental. Por tal motivo, uma segunda distinção vem à tona. Trata-se da 
responsabilidade: enquanto na Comissão de Licitação todos os membros respondem 
solidariamente pelos atos ilegais, no caso do pregão a responsabilidade é exclusiva do pregoeiro, 
 
5 Tendo em vista a natureza de órgão colegiado da Comissão de Licitação, caso algum integrante da 
mesma não concorde com a posição tomada pelos demais, deve deixar isso ressaltado em ata para que 
possa no futuro se eximir da responsabilidade de ato ilegal praticado sem sua concordância. Nesse sentido 
é o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça. 
12
não se estendendo aos membros da equipe de apoio, eis que, como registrado, não praticam atos 
de caráter decisório. 
 
14. Etapa externa do pregão 
 
A etapa externa do pregão inicia-se com a convocação dos interessados, que será feita 
por publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal 
de circulação local, por meios eletrônicos – facultativamente e conforme o vulto da licitação, em 
jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º da Lei no 
10.520/2002. 
Em âmbito federal, o regulamento contido no art. 2º da referida lei disciplinou a matéria, 
elegendo o “valor estimado para a contratação” com critério para a publicidade do edital. 
Assim, estabelece o art. 11 do Decreto no 3.555/2000 que: a) se o preço estimado for de 
até R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil reais) a publicidade deverá ser efetivada por meio de 
Diário Oficial da União e por meio eletrônico na Internet, b) se entre R$ 160.000,00 (cento e 
sessenta mil reais) e R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), além do Diário Oficial e da 
Internet, deve-se publicar o aviso da licitação em jornal de grande circulação local, c) e, por fim, 
sendo o valor estimado superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), deve ser feita 
a publicidade no Diário Oficial da União, na Internet e em jornal de grande circulação regional ou 
nacional. 
Ao que parece, tal norma apenas vale para contratações federais e especialmente para 
a modalidade pregão, sendo que para os pregões de outros entes da Federação deverá ser 
editado regulamento próprio; até a edição do mesmo aplica-se a regra geral do art. 21 da Lei no 
8.666/1993 que estipula a publicação no mínimo uma vez em diário oficial e em jornal de grande 
circulação. 
Aplica-se também a regra do art. 21 da Lei de Licitações a contratações cujos objetos não 
são alcançados pela Lei no 10.520/2002, como, por exemplo, bens e serviços que não sejam 
comuns, alienações etc. 
Como já registrado anteriormente, não é necessária a publicidade da íntegra do edital, 
bastando para tanto que seja publicado o aviso da licitação, o qual deverá informar a definição 
13
do objeto da licitação e a indicação do local6, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a 
íntegra do edital. 
As cópias do edital e do respectivo aviso deverão ser colocadas à disposição de qualquer 
pessoa para consulta, especialmente em razão de a Lei no 10.520/2002, proibir a conduta da 
Administração de condicionar a participação na licitação à aquisição do edital. 
 
14.1. Prazo de publicidade do edital do pregão 
 
O prazo de publicação e apresentação de propostas não será inferior a oito dias úteis7. 
Nota-se que não são dias corridos, mas apenas os dias em que houver expediente normal no 
órgão que promoverá o certame licitatório. Em sendo o caso de publicar em mais de um meio de 
comunicação, aplica-se a regra de que o prazo apenas começa a correr a partir da última 
publicação. 
 
14.2. Início da sessão do pregão 
 
No dia, hora e local designados será realizada sessão pública para recebimento das 
propostas, devendo o interessado ou seu representante se identificar e, se for o caso, comprovar 
a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os 
demais atos inerentes ao certame. 
Ao contrário do procedimento previsto na Lei no 8.666/1993, no qual a habilitação dos 
licitantes precede ao julgamento das propostas, aqui, com o intuito de conferir maior celeridade 
à contratação, a regra é invertida. Por outras palavras: o início da sessão se dá pelo julgamento 
das propostas, momento em que os licitantes entregarão os envelopes contendo a indicação do 
 
6 TCU: A realização de pregão em local diferente daquele em que serão prestados os serviços significa a 
imposição de ônus indevido aos licitantes, com potencial de restringir a competitividade da licitação 
(Acórdão n.º 1184/2012-Plenário, TC 007.473/2012-5, rel. Min. Weder de Oliveira, 16.5.2 012) 
7 Registre-se que o mesmo pode ser maior conforme a complexidade e quantidade do objeto licitado. 
Vejamos uma decisão do TCU: No pregão, o prazo para apresentação das propostas, respeitado o mínimo 
legal de oito dias úteis, deve ser compatível com a quantidade e a complexidade das informações que as 
licitantes devem fornecer. Acórdão 694/2014-Plenário, TC 021.404/2013-5, relator Ministro Valmir 
Campelo, 26.3.2014. 
14
objeto e o preço oferecido para, ato con nuo, proceder-se à imediata abertura das propostas e 
verificar sua conformidade com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório. 
Todavia, para que não haja aventureiros par cipando do certame, a Lei prevê que os 
licitantes deverão apresentar declaração dando ciência de que cumprem plenamente os 
requisitos de habilitação, razão pela qual a falta de veracidade da declaração poderá importar em 
sanção. 
Em ato público o pregoeiro irá proceder à abertura dos envelopes das propostase 
verificar se as mesmas não apresentam vícios que as levaria à desclassificação. Relembre-se de 
que a proposta pode ser desclassificada por vício formal e material, caracterizando este quando 
o licitante erra o objeto ofertado (o edital pede mil cadeiras e o licitante oferta mil mesas) e 
aquele quando não observa as formalidades do instrumento convocatório (o edital determina 
que o prazo de validade da proposta deve estar inserido expressamente na mesma e o licitante 
se omite quanto a este ponto). 
Ressalta-se, todavia, que o TCU entende que é possível flexibilizar o critério de 
julgamento da proposta na hipótese em que o produto ofertado for de qualidade superior à 
especificada no edital. 
Veja-se: 
 
É admissível a flexibilização de critério de julgamento da proposta, na hipótese 
em que o produto ofertado apresentar qualidade superior à especificada no 
edital, não ver havido prejuízo para a compe vidade do certame e o preço 
ob do revelar-se vantajoso para a administração (Acórdão 394/2013-Plenário, 
TC 044.822/2012-0, relator Ministro Raimundo Carreiro, 6.3.2013). 
 
Não havendo vícios materiais e formais a macular a validade das propostas, o pregoeiro 
irá organizar a ordem de classificação das mesmas em ordem decrescente da mais vantajosa para 
a menos vantajosa, formando-se então a primeira classificação provisória das propostas. 
Há agora uma novidade do pregão, que é a possibilidade de lances verbais podendo-se 
alterar o preço ofertado. 
 
15
14.3. Possibilidade de lances verbais ou por meio eletrônico no pregão 
 
Interessante notar que nesta inovação o objetivo não foi o de obter uma contratação 
mais célere. Aqui, neste ponto em particular, entendemos que o pregão veio potencializar a 
aferição da proposta mais vantajosa, promovendo uma competição em tempo real entre os 
licitantes. 
Foi inteligente o legislador ao sistematizar esta fase, uma vez que não oportunizou a 
todos os licitantes a possibilidade de ofertar lances verbais, evitando que todos os participantes 
ofertassem de início preços bem acima dos usuais, ou pelo menos bem superiores aos que 
poderia propor. 
Assim, conforme a redação dada ao inc. VI do art. 4o da Lei no 10.520/2002, percebe-
se que o legislador instituiu dois critérios para selecionar os licitantes que poderão apresentar 
lances verbais. 
Esta é uma inovação que existe no pregão e também possui previsão na Lei de Parcerias 
Público-Privadas (Lei no 11.079/2004), que homenageia claramente a indisponibilidade do 
interesse público (busca incessante pela proposta mais vantajosa) e fomenta a competitividade. 
Esta fase de lances verbais e sucessivos não é irrestrita, mas limitada aos licitantes que 
ofertaram propostas com diferença superior em até 10% (dez por cento) da proposta mais 
vantajosa. Não havendo no mínimo três propostas com valores superiores à mais vantajosa em 
até 10%, aplica-se a regra do inc. IX onde poderão ofertar lances os três licitantes que 
apresentaram as propostas com valor superior ao da mais vantajosa. Neste último caso a 
competição na fase de lances se restringirá ao número de quatro licitantes. 
Um exemplo servirá para melhor elucidar a questão. 
Imaginemos um órgão com o objetivo de aquisição de material de limpeza. Na fase de 
julgamento, as propostas ficaram classificadas da seguinte forma: 
 
 
 
16
1ª classificação provisória – propostas iniciais 
A – R$ 100.000,00 B – R$ 102.000,00 C – R$ 105.000,00 
D – R$ 107.000,00 E – R$ 108.000,00 F – R$ 109.000,00 
G – R$ 111.000,00 H – R$ 113.000,00 I – R$ 115.000,00 
 
Caso este certame licitatório fosse processado nos termos da Lei no 8.666/1993, o 
licitante a quem deveria ser adjudicado o objeto (fornecimento de material de limpeza) seria 
aquele que ofertou a “proposta A”, porque no Estatuto Geral das Licitações não existe 
possibilidade de lances após a aferição da proposta mais vantajosa. 
Já nos termos da lei que instituiu o pregão, inicialmente afere-se o licitante que 
apresentou a proposta mais vantajosa (proposta A – classificação provisória) para depois começar 
uma fase (novidade) de lances verbais e sucessivos, onde os licitantes com proposta superior à 
mais vantajosa em até 10% (dez por cento) (propostas B, C, D, E, F) poderão cobrir a “proposta 
A”, fornecendo o objeto por preço inferior àquela que, até então, era a mais vantajosa. 
Registre-se que a Lei Complementar no 123/2006 dá às ME e EPP um tratamento 
diferenciado em algumas fases na licitação. Aqui, cabe relembrar o benefício do empate ficto, 
onde após a fase de lances verbais o pregoeiro irá verificar se presentes seus pressupostos de 
configuração, que, no pregão, são: a) a proposta mais vantajosa não pode ser de uma ME ou EPP 
e b) existir na ordem de classificação decorrente da fase de lances verbais uma proposta de uma 
ME ou EPP com valor superior à mais vantajosa (no caso da grande empresa) em até 5% (cinco) 
por cento. 
Presentes os pressupostos será configurado empate e a ME ou EPP terá um prazo de 5 
(cinco) minutos para oferecer proposta cobrindo aquela até então mais vantajosa. 
Se cobrir, passa a ser a vencedora. Se não quiser usar do benefício, deve o pregoeiro 
verificar se existem outras ME ou EPP dentro do limite dos 5% e, se presentes, oferecer, na ordem, 
o mesmo benefício. 
17
Se ausentes ME ou EPP nesta margem percentual ou elas não desejarem cobrir a 
proposta mais vantajosa, aí sim se finaliza a fase de julgamento de proposta com a proposta da 
grande empresa classificada em primeiro lugar. 
Quanto aos lances em pregão eletrônico, há algumas peculiaridades e pontos nervosos 
analisados pelo TCU que valem a pena registrar. 
O primeiro deles diz respeito à concessão de tempo reduzido nos pregões eletrônicos. 
 
A concessão de tempo reduzido nos pregões eletrônicos, bem como a execução 
do comando para encerramento da fase de lances enquanto as reduções de 
preços ainda sejam significativas, prejudicam a obtenção da proposta mais 
vantajosa para a Administração Pública (Acórdão n.º 1188/2011- Plenário, TC-
031.590/2010-1, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 11.05.2011) 
 
Outro ponto importante e que tem sido rechaçado pelo TCU é o uso, pela iniciativa 
privada, de programas “robôs” para apresentarem lances. Vejamos: 
 
O uso de programas “robô” por parte de licitante viola o princípio da isonomia 
(Acórdão n.º 2601/2011- Plenário, TC-014.474/2011-5, rel. Min. Valmir Campelo, 
28.09.2011) A utilização de software de remessa automática de propostas 
comerciais pelos licitantes conduz à vantagem competitiva dos fornecedores que 
detêm a tecnologia sobre os demais licitantes. Embora não haja vedação 
expressa, nas normas que regulamentam o pregão, do uso desse tipo de 
ferramenta, o órgão ou entidade responsável pela condução do certame deve, 
em observância ao princípio da isonomia, implementar mecanismos inibidores 
dos efeitos nocivos que o envio automático de lances pode criar no ambiente 
concorrencial dos pregões eletrônicos. Acórdão 1216/2014 Plenário 
(Representação, Relatora Ministra Ana Arraes) 
 
É na fase de julgamento de propostas que será possível exigir amostra do produto, cuja 
previsão deve estar no edital. Segundo o entendimento do TCU a exigência de amostra é apenas 
para o titular da proposta mais vantajosa: 
Veja-se: 
A exigência de apresentação de amostras em pregão presencial é admitida 
apenas na fase de classificação das propostas e somente do licitante 
provisoriamente classificado em primeiro lugar (Acórdão nº 3269/2012- 
Plenário, TC-035.358/2012-2, rel. Min. Raimundo Carreiro, 28.11.2012) 
18
Ainda, quanto à amostra, caso exigida, o TCU tem entendido “no caso de exigência de 
amostra de produto, devem ser estabelecidos critériosobjetivos, detalhadamente especificados, 
de apresentação e avaliação, bem como de julgamento técnico e de motivação das decisões 
relativas às amostras apresentadas8”. 
Uma vez exigida a amostra nos termos acima descritos, caso o titular da proposta mais 
vantajosa seja desclassificado por conta da amostra, tal decisão deve ser devidamente motivada. 
Vejamos, mais uma vez, o entendimento da Corte de Contas sobre o tema: 
 
A desclassificação de licitante deve estar amparada em laudo ou parecer que 
indique, de modo completo, as deficiências na amostra do produto a ser 
adquirido, quando esta é exigida (Acórdão n.º 1291/2011- Plenário, TC-
004.835/2011-5, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 18.05.2011) 
A reprovação de amostras sem justificativa expressa dos motivos pelos quais elas 
não atendem a qualidade exigida pela Administração fere o princípio basilar do 
julgamento objetivo, estabelecido no art. 4º da Lei nº 8.666/1993 c/c art. 9º da 
Lei nº 10.520/2002 (TC- 012.563/2012-9, Acórdão nº 2.600/2015-Plenário 
 
14.4. Tipos de licitação 
 
É sabido que na Lei nº 8.666/1993 existem diversos tipos de licitações, tais como: 
• menor preço; 
• melhor técnica; 
• preço e técnica; 
• maior lance. 
 
No pregão, seja eletrônico ou presencial, o tipo licitatório é menor preço, ou seja, sempre 
se busca a aquisição de um bem ou serviço comum pelo menor preço9. 
Este tipo de licitação é declarado no art. 4º, inc. X, da Lei no 10.520/2002, o qual 
prescreve que: 
 
 
8 (Precedentes: Acórdãos nos 1168/2009 e1512/2009, Plenário). (Acórdão n.º 2077/2011- Plenário, TC-
004.835/2011-5, rel. Min.-Subst. Augusto Sherman Cavalcanti, 10.08.2011) 
9 O pregão, presencial ou eletrônico, não permite a conjugação de fatores para seleção da proposta 
vencedora, visto que, nessa modalidade licitatória, o preço é o único critério a ser utilizado para aferir o 
ganhador do certame. Acórdão 2050/2014-Plenário, TC 012.613/2013-4, relator Ministro Walton Alencar 
Rodrigues, 6.8.2014. 
19
“X – Para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de 
menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as 
especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade 
definidos no edital”. 
 
14.5. Análise da aceitabilidade da proposta pelo pregoeiro 
 
Verificando-se que a proposta não é inexequível10, tendo ela sido apresentada 
corretamente, passa-se a analisar os documentos rela s à habilitação do licitante até então 
classificado com a proposta mais vantajosa. 
Importante notar que, na fase de lances, o detentor da proposta mais vantajosa (mais 
barata) pode ter mudado. Por isso, como ocorria anteriormente, tais classificações são 
provisórias. 
 
14.6. Fim da fase compe va e habilitação 
 
Encerrada a etapa compe e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura 
do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor 
proposta para verificação do atendimento às condições fixadas no edital. 
A habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular 
perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social, o Fundo de Garan a do Tempo de Serviço – 
FGTS, as Fazendas Estaduais e Municipais e, quando for o caso, com a comprovação de que atende 
 
10 Segundo entendimento do TCU: A desclassificação de proposta por inexequibilidade deve ocorrer a 
p de critérios previamente estabelecidos e estar devidamente mo vada no processo, franqueada ao 
licitante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade da proposta e a sua capacidade de bem executar 
os serviços, nos termos e nas condições exigidos pelo instrumento convocatório, antes de a Administração 
exarar sua decisão. Acórdão 1092/2013-Plenário, TC 046.588/2012-4, relator Ministro Raimundo Carreiro, 
8.5.2013. Ainda: A aceitação excepcional de preços irrisórios ou nulos, prevista no § 3º do art. 44 da Lei 
8.666/1993 (no caso de fornecimento de materiais e instalações de propriedade do próprio licitante), 
depende da apresentação por parte da licitante de ju a vas que evidenciem, de forma contundente, 
a possibilidade de execução de sua oferta. Acórdão 2186/2013-Segunda Câmara, TC 007.701/2013-6, 
relatora Ministra Ana Arraes, 23.4.2013. Por fim, ainda: A proposta de licitante com margem de lucro 
mínima ou sem margem de lucro não conduz, necessariamente, à inexequibilidade, pois tal fato depende 
da estratégia comercial da empresa. A desclassificação por inexequibilidade deve ser obje vamente 
demonstrada, a p r de critérios previamente publicados, após dar à licitante a oportunidade de 
demonstrar a exequibilidade de sua proposta. Acórdão 3092/2014-Plenário, TC 020.363/2014-1, relator 
Ministro Bruno Dantas, 12.11.2014. 
20
às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-
financeira. 
Interessante notar a precisa interpretação de Marçal Justen Filho11 quanto à 
regularidade fiscal no pregão. Para ele, e em homenagem ao princípio federativo, em qualquer 
tipo de licitação deve ser necessariamente demonstrada a regularidade do licitante junto ao INSS 
e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, de sorte que a regularidade junto às 
Fazendas Nacional, Estadual e Municipal será demonstrada de acordo com quem está 
promovendo o certame. 
Por outras palavras, em sendo um pregão municipal, os licitantes deverão demonstrar a 
regularidade junto ao INSS e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, pois é obrigatório 
estar em dia com estes para participar de quaisquer certames licitatórios, bem como sua 
regularidade junto à Fazenda do Município onde está sendo realizado o pregão. 
Não seria necessária, segundo o nobre autor, a demonstração de regularidade junto à 
Fazenda Estadual e Nacional, sob pena de aviltamento ao princípio federativo. 
Todavia, na prática, tem-se dado uma interpretação literal ao dispositivo, de modo que 
o licitante deve demonstrar, além da necessária regularidade junto ao INSS e ao Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, sua situação regular frente às Fazendas Nacional, Estadual 
e Municipal. 
Registre-se, por oportuno, o teor do referido dispositivo legal: 
 
“XIII – A habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação 
regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for 
o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à 
habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira”. 
 
Em âmbito federal, os licitantes que estiverem cadastrados no SICAF – Sistema de 
Cadastramento Unificado de Fornecedores – e equivalentes poderão deixar de apresentar os 
documentos de habilitação que já constem nestes registros, sendo assegurado aos demais 
licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes. 
 
11 Pregão. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. Ed. Dialética, São Paulo, 2005. 
21
Registre-se que ao longo do procedimento licitatório é possível realização de diligência, 
caso necessário. Neste sentido, vejamos o entendimento do TCU: 
 A proposta de licitante com margem de lucro mínima ou sem margem de lucro 
não conduz, necessariamente, à inexequibilidade, pois tal fato depende da 
estratégia comercial da empresa. A desclassificação por inexequibilidade deve 
ser objetivamente demonstrada, a partir de critérios previamente publicados, 
após dar à licitante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade de sua 
proposta (Acórdão 3092/2014-Plenário, TC 020.363/2014-1, relator Ministro 
Bruno Dantas, 12.11.2014). 
 
Verificado oatendimento às exigências fixadas no edital, o licitante será declarado 
vencedor. 
 
14.7. E se o licitante não atender às exigências habilitatórias ou sua proposta não for 
aceitável? 
 
Caso o licitante não atenda às exigências habilitatórias ou sua proposta não seja 
aceitável, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes na ordem de classificação, bem como 
a sua habilitação, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante 
declarado vencedor. 
Ainda neste caso, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que 
seja obtido preço melhor, algo que não ocorre nos procedimentos previstos na Lei no 8.666/1993. 
Quanto à negociação, vejamos alguns arestos do TCU: 
É aplicável, na busca da proposta mais vantajosa para a Administração, a 
prerrogativa administrativa da negociação em todas as modalidades licitatórias 
(Acórdão 1401/2014-Segunda Câmara, TC 006.478/2012-3, relator Ministro José 
Jorge, 8.4.2014). 
No pregão, constitui poder-dever da Administração a tentativa de negociação 
para reduzir o preço final, conforme previsto no art. 24, § 8º, do Decreto 
5.450/05, tendo em vista a maximização do interesse público em obter-se a 
proposta mais vantajosa (Acórdão 694/2014-Plenário, TC 021.404/2013-5, 
relator Ministro Valmir Campelo, 26.3.2014). 
No pregão, o parâmetro normativo para aferição da aceitabilidade da proposta 
melhor classificada é o valor estimado pela Administração. É ilegal utilizar, na 
etapa de negociação do certame, os valores de propostas desclassificadas como 
referência para essa aferição. Acórdão 620/2014-Plenário, TC 029.346/2013-6, 
relator Ministro Valmir Campelo, 19.3.2014. No pregão, qualquer modificação 
na proposta tendente a alterar o teor das ofertas deve ocorrer na etapa de 
negociação, a qual deve ser realizada entre o pregoeiro e o licitante por meio do 
22
sistema eletrônico (art. 24, §§ 8º e 9º, do Decreto 5.450/05), tendo como 
finalidade a obtenção de preços melhores dos que os cotados na fase 
competitiva e, consequentemente, a proposta mais vantajosa para a 
Administração (Acórdão 834/2015-Plenário, TC 000.535/2015-0, relator 
Ministro Bruno Dantas, 15.4.2015). 
 
15. Dos recursos na modalidade licitatória pregão 
 
Após ser declarado vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e 
motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para 
apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados a 
apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo 
do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos. 
Nota-se que ao contrário das demais modalidades licitatórias, em que os recursos podem 
ser interpostos por fases, no pregão, a interposição do recurso é unificada e feita em momento 
específico, no caso, após a declaração do vencedor, que ocorre com a habilitação do titular da 
proposta mais vantajosa. Nesta oportunidade, os licitantes poderão recorrer questionando 
comportamentos irregulares do pregoeiro quanto ao credenciamento, ao julgamento das 
propostas, fase de lances, habilitação, por exemplo. 
Isso contribui com o objetivo do pregão que é trazer maior celeridade para as 
contratações públicas, pois a sistemática da Lei no 8.666/1993, que é a possibilidade de recursos 
por fase, gera atraso e acarreta algumas suspensões do procedimento, visto que, conforme 
analisado outrora, o recurso na fase de habilitação e julgamento de proposta naquela lei é 
recebido legalmente nos efeitos devolutivo e suspensivo e, por conta deste último efeito, a 
continuidade do certame depende do julgamento final do recurso. 
Eis uma mudança digna de aplausos. 
Importa registrar que o acolhimento de recurso implicará a invalidação apenas dos atos 
insuscetíveis de aproveitamento. 
Caso o licitante prejudicado não manifeste imediata e motivadamente sua irresignação 
quanto ao resultado do certame, ocorrerá o fenômeno da decadência e ele perderá o direito à 
interposição do recurso. Por isso, no pregão presencial, é importante que o licitante esteja 
23
presente, sob pena de perder o direito de recorrer. De qualquer forma isso não significa que a 
não interposição do recurso convalida a ilegalidade que poderia ser questionada. Perde-se apenas 
a possibilidade do manejo do recurso. Querendo, pode o licitante fazer valer seus direitos na via 
jurisdicional. 
Havendo a interposição de recursos, primeiro estes serão julgados para, depois, a 
autoridade competente proceder à adjudicação do objeto da licitação ao vencedor. Apesar de a 
lei nada dizer a respeito dos efeitos do recurso no pregão, sendo que, pela regra, a ausência de 
informação significa o recebimento apenas no efeito devolutivo, aqui há uma exceção por ordem 
prática, pois se a autoridade competente só pode adjudicar o objeto após julgamento do recurso, 
o fato é que, mesmo que a lei não tenha atribuído efeito suspensivo ao recurso, o mesmo, na 
prática, acaba tendo, pois a adjudicação fica condicionada ao julgamento do recurso. 
 
16. Adjudicação e homologação 
 
Outra novidade do pregão foi a inversão das fases de homologação e adjudicação. Ao 
contrário do que ocorre nos procedimentos licitatórios regidos pela Lei no 8.666/1993, na 
modalidade pregão a adjudicação passa a anteceder à homologação, sendo esta, aqui, sua última 
fase. 
Com essa mudança foi possibilitado ao pregoeiro a adjudicação do objeto, efetivando, 
mais uma vez, um princípio regente no pregão que é o da concentração, que objetiva concentrar 
na mesma sessão o maior número possível de atos e, com isso, gerar maior celeridade no 
procedimento de seleção da proposta mais vantajosa. 
É importante ficar claro que nem sempre o pregoeiro poderá adjudicar o objeto. Essa 
possibilidade depende de um fato concreto: que é a interposição ou não de recursos por parte 
dos licitantes. Se houver a interposição de recursos quem adjudicará será a autoridade 
competente. Caso não seja interposto recurso quem adjudica é o pregoeiro. 
Já a homologação só pode ser feita pela autoridade competente, pois trata-se de um ato 
de controle interno e decorrente do poder hierárquico. Relembre-se que apenas haverá 
homologação se o procedimento foi realizado corretamente, ou seja, observando a legislação, o 
edital etc. 
24
Sobre a homologação, vejamos alguns julgados do TCU: 
 
A homologação de procedimento licitatório não é ato meramente formal, mas 
sim a aprovação das decisões tomadas pelos membros da comissão de licitação. 
A autoridade administrativa, ao apor a sua assinatura para homologar o certame, 
ratifica todos os atos da referida comissão, tornando-se por eles igualmente 
responsável. Acórdão 1049/2014 Plenário (Pedido de Reexame, Relator Ministro 
Raimundo Carreiro) 
A homologação de certame licitatório é ato administrativo de alta relevância, 
porquanto se trata do momento em que a autoridade competente tem o poder-
dever de verificar a legalidade dos atos praticados e avaliar a conveniência da 
contratação. Não é um ato de simples anuência com os da comissão de licitação, 
ainda que lastreados em parecer jurídico (Acórdão 2659/2014 Plenário 
Prestação de Contas Ordinária, Relator Ministro José Múcio Monteiro). 
 
Homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado 
para assinar o contrato no prazo definido no edital. 
 
17. Convocação do licitante vencedor para celebrar o contrato 
 
Sabendo-se quem é o licitante que venceu o certame, é hora de convocá-lo para a 
assinatura do contrato ou instrumento equivalente, cujo prazo já foi previamente estipulado no 
instrumento convocatório. 
Se, convocado para assinar o contrato dentro do prazo de validade de sua proposta12, o 
licitante não aparecerpara assiná-lo, este perderá o direito à contratação e se sujeitará às sanções 
previstas no art. 87 do Estatuto das Licitações. 
Neste caso serão tornadas sem efeitos a homologação e a adjudicação e, em seguida, 
observando a ordem de classificação decorrente da fase de lances verbais, será convocado o 
licitante que era inicialmente o segundo classificado, que, com a desistência do primeiro, passa a 
sucedê-lo, sendo que, no pregão, ao contrário do que ocorre nos procedimentos regidos pela Lei 
no 8.666/1993, este (o licitante) terá seus documentos de habilitação analisados e, se vencedor, 
será posteriormente convocado para assinar o contrato com base no valor de sua proposta, e não 
na do antigo primeiro classificado. 
 
12 Em regra, o prazo de validade é de até 60 dias (art. 64, § 3o, da Lei no 8.666/1993), porém no pregão a 
lei admite que o edital possa estabelecer prazo superior (art. 6o da Lei no 10.520/2002). 
25
 
 
18. Vedações no pregão 
 
A lei do pregão, expressamente, veda a garantia de proposta, a aquisição do edital pelos 
licitantes como condição para participação no certame e o pagamento de taxas e emolumentos, 
salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua 
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando 
for o caso. 
 
19. A influência da etapa interna sobre a etapa externa do pregão: a necessidade de 
elaboração de um bom edital para o sucesso da licitação. 
 
Uma das medidas fundamentais para o sucesso da licitação é elaboração de um 
instrumento convocatório bem feito. 
Sendo ele bem ou mal feito, pode ter certeza, isso vai repercutir desde a licitação até a 
execução do contrato. Na licitação, por exemplo, vai gerar inúmeras impugnações, atrasando e 
tumultuando o certame, vai gerar recursos, pode ensejar o ajuizamento de medidas judiciais 
resultando na suspensão e posterior anulação da competição, pode acarretar representação 
junto aos Tribunais de Contas e, mais uma vez, a suspensão do certame. 
Veja-se que em um planejamento de contratação o Poder Público precisa, quando não 
depende, que aquela contratação ocorra do modo e no prazo previsto, pois o interesse público, 
objeto principal gestão pública, é indisponível. 
Ter problemas na condução de uma licitação, com a suspensão ou atraso da mesma, 
pode gerar contratações por emergência, que, por despreparo do gestor, podem configurar 
“emergências criadas”. Haverá, sem dúvidas, controle repressivo das cortes de contas e 
responsabilidade dos envolvidos. 
A saúde, educação e os fins buscados pelo Estado não podem pagar por qualquer 
despreparado, desorganização ou falta de planejamento de seus gestores. Por isso, repita-se, é 
fundamental a boa e precisa elaboração do instrumento convocatório. 
Quanto à execução do contrato, o mesmo se passa. A má especificação do objeto licitado 
irá ensejar a entrega de objeto distinto ou de menor qualidade ao necessário para a satisfação do 
26
interesse público visado por aquela contratação. Por isso é necessário que tudo esteja muito bem 
amarrado. Há uma tríade: termo de referência ou projeto básico, edital e contrato administrativo. 
 
19.1. O que é um edital e qual a sua importância? 
 
O edital é um tipo de instrumento convocatório. É o mais comum. O outro tipo é a carta 
convite, que é próprio da modalidade licitatória convite. Seja edital ou carta convite, ambos têm 
a mesma importância e finalidade: disciplinar, passo a passo, o desenrolar da licitação. 
É fundamental que o edital seja bem completo e minucioso, pois evitará lacunas e, com 
isso, divergências, impugnações e recursos. O fato de ele ser completo e organizado não quer 
dizer, necessariamente, que ele será um livro, cansativo. Não é isso! A maior ou menor extensão 
do edital depende muito do que está sendo contratado e de como vai ser executado o objeto. 
De todo modo, independentemente de ser mais ou menos extenso, o fato é que ele pode 
ser elaborador de um modo organizado, elegante, de forma que sua leitura e compreensão não 
fiquem comprometidas. 
 
19.2. De quem é a competência para elaborar o edital? 
 
A lei não informa claramente quem é o responsável pela elaboração do edital, mas dá a 
entender que tal atribuição é da Autoridade Competente, que irá variar de acordo com a unidade 
gestora. 
Isso porque diversos pontos que devem existir no edital compete a esta autoridade. 
Veja-se o que dispõe o artigo 3º, inciso I, da Lei 10.520/2002 
 
“a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o 
objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das 
propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive 
com fixação dos prazos para fornecimento”. 
 
Ainda, no que diz respeito ao pregão presencial federal, o artigo 8º, inciso III, do Decreto 
3.555/00 estabelece que: 
27
 III - a autoridade competente ou, por delegação de competência, o ordenador 
de despesa ou, ainda, o agente encarregado da compra no âmbito da 
Administração, deverá: 
 a) definir o objeto do certame e o seu valor estimado em planilhas, de forma 
clara, concisa e objetiva, de acordo com termo de referência elaborado pelo 
requisitante, em conjunto com a área de compras, obedecidas as especificações 
praticadas no mercado; 
 b) justificar a necessidade da aquisição; 
 c) estabelecer os critérios de aceitação das propostas, as exigências de 
habilitação, as sanções administrativas aplicáveis por inadimplemento e as 
cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos e das demais condições 
essenciais para o fornecimento; e 
 
Note-se que ao regulamentar a lei e disciplinar o pregão presencial em âmbito federal já 
foi possibilitada a delegação de algumas funções. Entendemos que a delegação de parte das 
competências cujo produto deverão constar no edital, pelo menos em âmbito federal, é possível, 
pois a lei 9.784/99 autoriza a delegação. 
Não é a confecção de tudo, mas pontos necessários e que devem ser feitos com base no 
conhecimento específico de cada agente, até mesmo para homenagear o princípio da eficiência. 
Depois de montado, a autoridade revisa, assina e publica. 
Não nos parece que há óbices quanto ao fato de ser o edital um ato de caráter normativo, 
pois ele, na verdade, é um misto, vez que não é geral e abstrato, mas sim, uma modalidade 
diferente, ou seja, geral e concreto, pois disciplina concretamente uma licitação determinada. 
Isso por si só tira parte de sua tônica de ser absolutamente normativo. E mais, como dito, 
são partes das atividades cujo produto será inserido no edital que podem ser delegadas. 
É o caso, por exemplo, das exigências de habilitação. Normalmente nem a autoridade 
competente nem o pregoeiro terão conhecimentos técnicos para especificar, com eficiência, 
razoabilidade e segurança o que é necessário a título de capacidade técnica e econômica para a 
execução do contrato. 
Essa incumbência, antes dos requisitos serem inseridos no edital, deve ser delegada a 
agentes que entendam da área. 
Assim, podemos concluir que no bojo da etapa interna da licitação, seja pregão ou não, 
devem haver diversos agentes envolvidos. 
28
A autoridade competente idealiza o que quer, outro agente próprio especifica 
qualitativamente o objeto, outro ou o mesmo verifica o que é necessário ser comprovado a título 
de capacidade técnica para sua execução, outro o aspecto econômico etc. 
Isso vai ser feito no termo de referência ou no projeto básico. Feito isso, passa-se a 
elaborar o edital. 
A elaboração pode ser feita pela autoridade competente ou até mesmo minutado, nos 
termos dos atosprecedentes (projeto básico ou termo de referência, a depender da licitação) por 
outro agente para posterior verificação e assinatura por parte da autoridade competente. 
Nada impede que esse agente que vai minutar ou colaborar com essa atividade de 
confecção do edital seja o pregoeiro, porém não é a ele quem compete sua revisão e assinatura. 
Logo, não é dele a responsabilidade por este ato. 
 
19.3. O pregoeiro e a elaboração do edital 
 
O pregoeiro, como dito, não é a autoridade a quem a lei deu competência para elaborar 
o edital, mas nada impede que possa ajudar na confecção de sua minuta. 
Cabe ao pregoeiro, na verdade, a execução do mesmo ao longo da fase externa. 
Interessante que o Decreto 5.450/05 coloca dentre suas atribuições a de responder às 
impugnações e nesse ponto deve-se ter cuidado, pois se não foi ele que o elaborou é muito 
provável que não terá base para responder aos questionamentos. 
Por isso, é fundamental que o pregoeiro, principalmente em questões técnicas, tenha 
respaldo do órgão ou agente que elaborou aquele ponto que é objeto de impugnação para evitar 
ilegalidades e paralizações do certame. 
Vamos entender que neste ponto o pregoeiro, para assuntos mais técnicos e não meras 
reproduções legais, responde como um “porta voz” de quem efetivamente criou a regra 
questionada. É importante que essa consulta interna seja formal e conste nos autos do processo 
interno da licitação, tudo em nome da transparência, motivação e eficiência. 
 
 
 
 
29
20. Algumas orientações práticas fundamentais para a elaboração do edital 
 
20.1. A elaboração do instrumento convocatório deve ser clara e organizada. 
 
Independentemente da complexidade do edital, se objetivado para licitar uma obra de 
engenharia ou merenda escolar, se para um item específico ou vários lotes ou itens, não importa: 
deve haver clareza e organização em sua confecção. 
Clareza no que se referem as normas que devem ser de fácil entendimento, por mais que 
o objeto seja complexo. Veja que o fato de muitas pessoas que são leigas no assunto não 
entenderem em parte o edital não quer dizer que este esteja confuso. Não! Há questão técnicas 
que apenas pessoas da área poderão entender, mas, que isso fique claro, essas pessoas da área 
precisam entender. 
Assim, a título de exemplo, uma obra extremamente complexa poderá, para leigos, gerar 
dificuldade de entendimento na análise e compreensão da especificação do objeto e da 
qualificação técnica necessária à sua execução. Não há problemas nisso, pois os leigos não 
entendem da linguagem própria da engenharia. Todavia, para o engenheiro da empresa que vai 
participar do certame, a informação tem que estar clara e de fácil compreensão. 
Quanto à organização, tendo em vista que não existe um manual nacional de normas 
quanto à elaboração de um edital13, cada órgão terá certa discricionariedade em elaborar seu 
instrumento convocatório. Frente a isso, e para que seja algo atrativo, interessante, sem 
questionamentos e pedidos de esclarecimentos, é fundamental a boa organização das normas 
que serão inseridas no edital. 
A divisão por tópicos, uma sequência lógica das normas de acordo com o procedimento, 
a remissão às normas legais, a organização de partes mais importantes em anexos, se for o caso, 
para facilitar a compreensão, a revisão ortográfica e sistemática do mesmo, dentre outros, são 
medidas recomendadas. 
 
 
 
13 O artigo 40 da Lei 8.666/93 apresenta normas que devem conter o edital, mas não um manual de 
elaboração. 
30
20.2. O trabalho em conjunto entre os agentes competentes. 
 
Como dito, o edital irá reproduzir grande parte do produto da união dos trabalhos de 
vários agentes. Isso está certo! Não existe a possiblidade de uma única pessoa elaborar, em todos 
os sentidos, os atos necessários à confecção do edital14. 
Trago à colação importante observação do jurista IVAN BARBOSA RIGOLIN15 
II – Iniciando, o edital de licitação é uma matéria multidisciplinar. Deve ser 
elaborado com a participação de todos os setores interessados no objeto da 
futura licitação. 
Se o certame por exemplo for para a contratação de um serviço de engenharia 
para uma Prefeitura, como um projeto, então depois de autorizada a abertura 
do certame pelo Prefeito (ou pela autoridade competente, como um Secretário), 
precisa participar o setor de engenharia, para descrever e informar tecnicamente 
sobre o objeto; o contador para dizer das disponibilidades financeiras, o 
advogado para dar a forma jurídica final ao edital; algum membro da comissão 
de licitações para orientar sobre pontos que já ensejaram discussões ou 
impasses em licitações anteriores, agora evitáveis. 
 
20.3. Atenção às regras escolhidas 
 
A legislação muitas vezes vai conferir ao gestor discricionariedade quanto à inserção ou 
não de determinada norma editalícias. Aqui, atenção para não colocar normas em contradição. 
Fora isso, optando discricionariamente por uma inserção, a partir da publicação ela 
vincula as partes envolvidas no certame, razão pela qual se deve seguir e defender a mesma em 
casos de impugnações, a não ser que seja provado que há ilegalidade, oportunidade em que o 
instrumento convocatório deve ser revisto, republicado e, muitas vezes, reaberto o prazo de 
publicidade. 
 
 
 
14No mesmo sentido IVAN BARBOSA RIGOLIN quando afirma: “Não se deve confiar a elaboração do edital 
a um só setor, ou a um só profissional, pela visão parcial ou unilateral que em geral cada profissional tem, 
com olhos apenas, ou muito majoritariamente, para a área da sua especialidade”. 
Recomendações sobre o edital e para a comissão de licitações, Disponível em: 
<http://www.acopesp.org.br/artigos/Dr.%20Ivan%20Barbosa%20Rigolin/artigo%20141.pdf>. Acesso em 
09 fev. 2015. 
15 Idem. 
31
20.4. Aplicação do artigo 40 da Lei 8.666/93 
 
É o artigo 40 da Lei 8.666/93 a principal norma que trata do que deve constar no edital. 
Assim, este artigo deve ser obrigatoriamente observado e aplicado. 
É necessário que o edital contenha: 
 Preâmbulo; 
 O número de ordem em série anual; 
 O nome da repartição interessada e de seu setor; 
 A modalidade; 
 O regime de execução; 
 O tipo da licitação; 
 A menção de que será regida pela Lei 8.666/93 e as demais aplicáveis ao caso; 
 O local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta; 
 O local, dia e hora para início da abertura dos envelopes; 
 O objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 
 O prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, 
como previsto no art. 64 da Lei 8.666/63; 
 O prazo e condições para execução do contrato e para entrega do objeto da 
licitação; 
 As sanções para o caso de inadimplemento; 
 O local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico; 
 Se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o 
local onde possa ser examinado e adquirido; 
 As condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 
da lei 8.666/93 e forma de apresentação das propostas; 
 Os critérios para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos; 
 Os locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em 
que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à 
licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao 
cumprimento de seu objeto; 
 Condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, 
no caso de licitações internacionais; 
 Critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida 
a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos,critérios 
estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o 
disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48 da lei 8.666/93; 
 Critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, 
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para 
apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a 
data do adimplemento de cada parcela; 
32
 Limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou 
serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, 
etapas ou tarefas; 
 Condições de pagamento, prevendo: a) prazo de pagamento não superior a trinta 
dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela; 
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a 
disponibilidade de recursos financeiros; c) critério de atualização financeira dos 
valores a serem pagos, desde a data a ser definida nos termos da alínea a deste 
inciso até a data do efetivo pagamento; c) critério de atualização financeira dos 
valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada 
parcela até a data do efetivo pagamento; d) compensações financeiras e 
penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de 
pagamentos; e) exigência de seguros, quando for o caso; 
 Instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; 
 Condições de recebimento do objeto da licitação; 
 Outras indicações específicas ou peculiares da licitação. 
 
Contendo tudo isso, atenção à exigência de ser o original do edital datado, rubricado em 
todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, 
e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos 
interessados. 
Ainda, a lei traz como anexos do edital, dele, portanto, fazendo parte integrante: 
 O projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, 
especificações e outros complementos; 
 Orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; 
 A minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor; 
 As especificações complementares e as normas de execução pertinentes à 
licitação. 
 
Quanto ao pregão, a lei 10.520/02 pouco diz sobre a elaboração do edital16, dispondo 
sobre normas que já estão de certa forma no referido artigo 40 da Lei 8.666/93, porém sendo 
omissa em diversos pontos, razão pela qual as exigências do artigo 40 da Lei Geral de Licitações 
 
16Art. 4º - III - Do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas 
que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso. Art. 3º A fase preparatória 
do pregão observará o seguinte: I - a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e 
definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as 
sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para 
fornecimento; 
33
lhes são aplicáveis subsidiariamente17 naquilo que não forem incompa s ao procedimento do 
pregão. 
 
20.5. Atenção às legislações específicas que devem, conforme o caso, serem aplicadas às 
licitações. 
 
Por fim, chama-se à atenção para o fato de rem normas que apesar de estarem fora 
da Lei 8.666/93 e da 10.520/02 se aplicam compulsoriamente às licitações, como é o caso, por 
exemplo, da LC 123/06 com suas alterações, que confere um tratamento diferenciado e 
favorecido às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, dentre outras normas. 
 
17 Lei 10.520/2002 - Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas 
da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 
34
 
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atual. e ampl. São Paulo: Método, 2013. 
 
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JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão. Comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. Ed. 
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MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. Ed. Malheiros, São Paulo, 
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ZANCANER, Weida. Da convalidação e da invalidação dos atos administrativos. 3. ed. São Paulo: 
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