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F U N A S A FUNASA Fundaçªo Nacional de Saœde MinistØrio da Saœde VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICAVIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICA Doenças Infecciosas e ParasitÆrias Aspectos Clínicos, Vigilância Epidemiológica e Medidas de Controle Doenças Infecciosas e ParasitÆrias Aspectos Clínicos, Vigilância Epidemiológica e Medidas de Controle Guia de Bolso Guia de Bolso 2000 2“ Ediçªo Revisada e Ampliada MinistØrio da Saœde Fundaçªo Nacional de Saœde Centro Nacional de Epidemiologia Doenças Infecciosas eDoenças Infecciosas eDoenças Infecciosas eDoenças Infecciosas eDoenças Infecciosas e PPPPParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias Aspec to s C l í n i co s , V ig i l ân c ia Ep idemio lóg i ca eAspe c to s C l í n i co s , V ig i l ân c ia Ep idemio lóg i ca eAspe c to s C l í n i co s , V ig i l ân c ia Ep idemio lóg i ca eAspe c to s C l í n i co s , V ig i l ân c ia Ep idemio lóg i ca eAspe c to s C l í n i co s , V ig i l ân c ia Ep idemio lóg i ca e Med idas de Con t ro l eMed idas de Con t ro l eMed idas de Con t ro l eMed idas de Con t ro l eMed idas de Con t ro l e Guia de BolsoGuia de BolsoGuia de BolsoGuia de BolsoGuia de Bolso - 2a Ediçªo Revisada e Ampliada - 2000 Pres idente da Repœbl icaPres idente da Repœbl icaPres idente da Repœbl icaPres idente da Repœbl icaPres idente da Repœbl ica Fernando Henrique Cardoso Minis t ro de Estado da SaœdeMinis t ro de Estado da SaœdeMinis t ro de Estado da SaœdeMinis t ro de Estado da SaœdeMinis t ro de Estado da Saœde JosØ Serra Pres idente da Fundaçªo Nacional de SaœdePres idente da Fundaçªo Nacional de SaœdePres idente da Fundaçªo Nacional de SaœdePres idente da Fundaçªo Nacional de SaœdePres idente da Fundaçªo Nacional de Saœde Mauro Ricardo Machado Costa Diretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de Epidemiologia Jarbas Barbosa da Silva Jœnior ® 2000. Fundaçªo Nacional de Saœde É permitida a reproduçªo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Tiragem: 50.000 exemplares. Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI/FUNASA/MS Setor de Autarquias Sul, Quadra 4, Bloco N, Sala 601 70.058-902 - Brasília/DF Impresso no Brasil / Printed in Brazil. ISBN: 85.7346-034-3 Doenças infecciosas e parasitÆrias : aspectos clínicos, de vigilªncia epidemiológica e de controle - guia de bolso / elaborado por Gerson Oliveira Pena [et al]. - Brasília : MinistØrio da Saœde : Fundaçªo Nacional de Saœde, 1998. 220 p. 1. Vigilância epidemiológica . 2. Prevençªo e controle. 3. Doenças Infecciosas. 4. Doenças parasitÆrias. I. Penna, Gerson de Oliveira. II. Teixeira, Maria da Glória. III. Pereira, Susan Martins. IV. MInistØrio da Saœde. V. Fundaçªo Nacional de Saœde. VI. Centro Nacional de Epidemiologia. Introduçªo Introduçªo Introduçªo Introduçªo Introduçªo ................................................................................................ Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica ................................................................... Sistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância Epidemiológica ................. Doenças de Interesse para a Saœde PœblicaDoenças de Interesse para a Saœde PœblicaDoenças de Interesse para a Saœde PœblicaDoenças de Interesse para a Saœde PœblicaDoenças de Interesse para a Saœde Pœblica Aids ....................................................................................................... Amebíase ............................................................................................... Ancilostomíase ....................................................................................... Ascaridíase ............................................................................................. Botulismo / Botulismo do Lactente ......................................................... Brucelose ................................................................................................ Cancro Mole .......................................................................................... Candidíase ............................................................................................ Coccidioidomicose ................................................................................ Cólera .................................................................................................... Coqueluche ........................................................................................... Criptococose .......................................................................................... Criptosporidíase ..................................................................................... Dengue .................................................................................................. Difteria ................................................................................................... Doença de Chagas ................................................................................ Doenças DiarrØicas Agudas .................................................................... Doença de Lyme ..................................................................................... Doença Meningocócica ......................................................................... Donovanose ........................................................................................... Enterobíase ............................................................................................ Escabiose ............................................................................................... Esquistossomose ..................................................................................... Estrongiloidíase ...................................................................................... Febre Amarela ....................................................................................... Febre Maculosa Brasileira ....................................................................... Febre Purpœrica Brasileira (FPB) .............................................................. Febre Tifóide .......................................................................................... Febres HemorrÆgicas pelo Vírus Ebola .................................................... Filaríase por Wuchereria Bancrofti .......................................................... Giardíase ............................................................................................... GonorrØia .............................................................................................. Hanseníase ............................................................................................ Hantaviroses .......................................................................................... Hepatite A ............................................................................................. SUM`RIOSUM`RIOSUM`RIOSUM`RIOSUM`RIO 5 9 17 23 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 55 57 61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 87 89 91 93 95 99 103 Hepatite B ........................................................................................... Hepatite C .......................................................................................... Hepatite D .......................................................................................... Hepatite E ..........................................................................................Herpes Simples .................................................................................... Histoplasmose ..................................................................................... Infecçªo pelo Papilomavírus Humano (HPV) ....................................... Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) .......................................... Leishmaniose Visceral .......................................................................... Leptospirose ........................................................................................ Linfogranuloma VenØreo ...................................................................... MalÆria ............................................................................................... Meningite por Haemophylus influenzae .............................................. Meningite Tuberculosa ......................................................................... Meningites Virais ................................................................................. Mononucleose Infecciosa .................................................................... Oncocercose ....................................................................................... Paracoccidioidomicose ........................................................................ Parotidite Infecciosa ........................................................................... Peste .................................................................................................... Poliomielite ......................................................................................... Psitacose ............................................................................................. Raiva .................................................................................................. RubØola .............................................................................................. Sarampo ............................................................................................. Shigelose ............................................................................................. Sífilis / Sífilis CongŒnita ...................................................................... Síndrome da RubØola CongŒnita ......................................................... Teníase / Cisticercose ........................................................................... TØtano Acidental ................................................................................. TØtano Neonatal ................................................................................. Toxoplasmose ...................................................................................... Tracoma .............................................................................................. Tuberculose ......................................................................................... Varicela / Herpes Zoster ....................................................................... Bibliografia Consultada ...................................................................... AnexosAnexosAnexosAnexosAnexos Port. no. 1.461/GM/MS - Doenças de Notificaçªo Compulsória ........... CalendÆrio de Vacinaçªo .................................................................... Endereços das Secretarias Estaduais de Saœde e dos Serviços de Vigilância Epidemiológica .............................................. Endereço do CENEPI ................................................................................. 105 107 109 111 113 117 121 123 125 129 131 133 137 139 143 145 147 149 151 153 157 161 163 167 169 173 175 179 181 185 189 191 195 197 201 205 211 213 215 219 INTRODU˙ˆOINTRODU˙ˆOINTRODU˙ˆOINTRODU˙ˆOINTRODU˙ˆO É com grande satisfaçªo que o Centro Nacional de Epidemiologia - CENEPI demandou a revisªo e ampliaçªo da 2a. ediçªo do Guia de Bolso de DoençasGuia de Bolso de DoençasGuia de Bolso de DoençasGuia de Bolso de DoençasGuia de Bolso de Doenças Infecciosas e PInfecciosas e PInfecciosas e PInfecciosas e PInfecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias. Essa revisªo obedeceu os mesmos critØrios para elaboraçªo da 1a. ediçªo, ou seja, observou todos os manuais e/ou normas tØcnicas daquelas doenças que sªo objeto de intervençªo do MinistØrio da Saœde-MS, conta portanto com a participaçªo de vÆrios tØcnicos do MS, e especialistas na Ærea. O lançamento dessa 2a. ediçªo, tambØm especialmente dirigido para os mØdicos que necessitam obter, em sua prÆtica do dia a dia, informaçıes atualizadas sobre aspectos clínicos, epidemiológicos e medidas de prevençªo e controle das doenças que se encontram sob monitoramento devido a sua potencialidade em causar dano à saœde pœblica. O Guia de BolsoGuia de BolsoGuia de BolsoGuia de BolsoGuia de Bolso vem se somar às demais publicaçıes do CENEPI, como a 4a ediçªo do Guia de Vigilância EpidemiológicaGuia de Vigilância EpidemiológicaGuia de Vigilância EpidemiológicaGuia de Vigilância EpidemiológicaGuia de Vigilância Epidemiológica, obra de referŒncia fundamental para todos aqueles que desenvolvem açıes de vigilância epidemiológica; o Boletim EpidemiológicoBoletim EpidemiológicoBoletim EpidemiológicoBoletim EpidemiológicoBoletim Epidemiológico, informativo mensal que traz normatizaçıes para a Ærea de vigilância, dados e anÆlises sobre o comportamento das doenças de notificaçªo compulsória e notícias sobre os principais aspectos da conjuntura epidemiológica; e o Informe Epidemiológico do SUSInforme Epidemiológico do SUSInforme Epidemiológico do SUSInforme Epidemiológico do SUSInforme Epidemiológico do SUS, revista trimestral que apresenta artigos de anÆlises sobre o quadro sanitÆrio do país e os resultados de estudos e pesquisas nas diversas Æreas da epidemiologia. Todas essas publicaçıes estªo disponíveis para que se amplie o conhecimento e a utilizaçªo das prÆticas de vigilância e da metodologia epidemiológica nos serviços de saœde. As transformaçıes demogrÆficas, ambientais e sociais que ocorrem no mundo criam condiçıes para o constante surgimento de novas formas de expressªo de doenças jÆ conhecidas anteriormente e para a emergŒncia de novas doenças. Essa realidade exige o permanente fortalecimento de uma rede de vigilância epidemiológica que incorpore os hospitais de referŒncia para doenças transmissíveis, as unidades hospitalares voltadas para atendimento pediÆtrico e de urgŒncias, os laboratórios de saœde pœblica, centros de saœde e ambulatórios, com capacidade de monitorar os perfis epidemiológicos e suas alteraçıes, detectando prontamente, investigando e adotando medidas eficazes de prevençªo e controle. Esse Guia de Bolso traz como um dos seus objetivos ampliar a participaçªo dos mØdicos nessas açıes, tornando o sistema mais sensível para diagnosticar as doenças com importância epidemiológica, perceber comportamentos inusitados e novas síndromes e que seja mais preciso e oportuno no desencadeamento das medidas de prevençªo e controle. Jarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva JuniorJarbas Barbosa da Silva Junior Diretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de EpidemiologiaDiretor do Centro Nacional de Epidemiologia 9 VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICAVIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICAVIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICAVIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICAVIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICA ConceitoConceitoConceitoConceitoConceito - A Lei Orgânica da Saœde conceitua Vigilância Epidemiológica (VE) como um conjunto de açıes que proporciona o conhecimento, a detecçªo ou prevençªo de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saœde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevençªo e controle das doençasou agravos. Entretanto, nas œltimas dØcadas o sistema de saœde organizou serviços de VE nas Secretarias Estaduais que desenvolviam uma sØrie de açıes e atividades voltadas para a erradicaçªo, eliminaçªo ou apenas controle de algumas doenças infecciosas e parasitÆrias, excluindo as nªo transmissíveis. Como este Guia tem como propósito sintetizar conhecimentos bÆsicos sobre algumas doenças que estªo sob vigilância epidemiológica no Brasil, acrescidas de outras importantes para a saœde pœblica, que dispıem de algumas medidas de controle e tratamento, as noçıes de VE aqui colocadas estªo restritas à Ærea de doenças transmissíveis. NotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªo - É a comunicaçªo da ocorrŒncia de determinada doença ou agravo à saœde, feita à autoridade sanitÆria por profissionais de saœde ou qualquer cidadªo, para fim de adoçªo de medidas de intervençªo pertinentes. Deve-se notificar a simples suspeita da doença, sem aguardar a confirmaçªo do caso, que pode significar perda da oportunidade de adoçªo das medidas de prevençªo e controle indicadas. A notificaçªo tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito mØdico sanitÆrio em caso de risco para a comunidade, sempre respeitando- se o direito de anonimato dos cidadªos. PropósitosPropósitosPropósitosPropósitosPropósitos - - - - - A VE tem como propósito fornecer orientaçªo tØcnica permanente para os que tŒm a responsabilidade de decidir sobre a execuçªo de açıes de controle de doenças e agravos. Sua operacionalizaçªo compreende um ciclo completo de funçıes específicas e intercomplementares, que devem ser desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento epidemiológico da doença ou agravo escolhido como alvo das açıes, para que as intervençıes pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficÆcia. FunçıesFunçıesFunçıesFunçıesFunçıes - - - - - Coleta e processamento de dados; anÆlise e interpretaçªo dos dados processados; investigaçªo epidemiológica de casos e surtos; recomendaçªo e promoçªo das medidas de controle apropriadas; avaliaçªo da eficÆcia e efetividade das medidas adotadas; divulgaçªo de informaçıes sobre as investigaçıes, medidas de controle adotadas, impacto obtido, formas de prevençªo de doenças, dentre outras. É importante salientar que todos os profissionais de saœde (da rede pœblica, 10 privada e conveniada), bem como os diversos níveis do sistema (municipal, estadual, federal), tŒm atribuiçıes de vigilância epidemiológica. Dependendo da inserçªo profissional e da capacidade executiva, tØcnica e gerencial de cada Ærea, essas funçıes vªo da simples notificaçªo de casos suspeitos ou confirmados das doenças que compıem o sistema de vigilância atØ a investigaçªo epidemiológica (casos ou surtos), adoçªo de medidas de controle, coleta, anÆlise e interpretaçªo de dados e outras. Coleta de DadosColeta de DadosColeta de DadosColeta de DadosColeta de Dados - A VE desencadeia suas atividades a partir da ocorrŒncia de um evento sanitÆrio (caso(s) suspeito(s) ou confirmado(s) de doença sob vigilância. Costuma-se definí-la, de modo simples e operacional, como Informaçªo para Açªo. A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuaçªo do sistema de saœde. A força e valor da informaçªo (que Ø o dado analisado) dependem da qualidade e fidedignidade com que a mesma Ø gerada. Para isso, faz-se necessÆrio que as pessoas responsÆveis pela coleta estejam bem preparadas para diagnosticar corretamente o caso, como tambØm para realizar uma boa investigaçªo epidemiológica, com anotaçıes claras e confiÆveis para que se possa assimilÆ-las com confiabilidade. Tipos de Dados: morbidade; mortalidade, dados demogrÆficos e ambientais; notificaçªo de surtos e epidemias. Fontes de Dados: : : : : a) Notificaçªo compulsória de doenças - Ø uma das principais fontes da vigilância epidemiológica a partir da qual, na maioria das vezes, se desencadeia o processo informaçªo-decisªo-açªo. A lista nacional das doenças de notificaçªo vigente encontra-se neste guia, e a sua seleçªo Ø baseada na magnitude (medida pela freqüŒncia), potencial de disseminaçªo, transcendŒncia (medida pela letalidade, severidade, relevância social e econômica), vulnerabilidade (existŒncia de instrumentos de prevençªo); compromissos internacionais de erradicaçªo, eliminaçªo ou controle; doenças incluídas no Regulamento SanitÆrio Internacional; epidemias, surtos e agravos inusitados. Esses critØrios sªo observados e analisados em conjunto. b) Resultados de exames laboratoriais. c) Declaraçıes de óbitos. d) Maternidades (nascidos vivos). e) Hospitais e ambulatórios. f) Investigaçıes epidemiológicas. g) Estudos epidemiológicos especiais. h) Sistemas sentinelas. i) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístca-IBGE. j) Imprensa e populaçªo, dentre outros. Diagnóstico de CasosDiagnóstico de CasosDiagnóstico de CasosDiagnóstico de CasosDiagnóstico de Casos - A confiabilidade do sistema de notificaçªo depende, em grande parte, da capacidade dos profissionais e serviços locais de saœde - que sªo responsÆveis pelo atendimento dos casos - diagnosticarem, corretamente, as doenças e agravos. Para isso, os profissionais deverªo estar tecnicamente capacitados e dispor de recursos complementares para a confirmaçªo da suspeita clínica. Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 11 Investigaçªo EpidemiológicaInvestigaçªo EpidemiológicaInvestigaçªo EpidemiológicaInvestigaçªo EpidemiológicaInvestigaçªo Epidemiológica - A investigaçªo epidemiológica Ø um mØtodo de trabalho utilizado com muita freqüŒncia em casos e epidemias de doenças transmissíveis, mas que se aplica a outros grupos de agravos. Consiste em um estudo de campo realizado a partir de casos (clinicamente declarados ou suspeitos) e de portadores, com o objetivo de avaliar a ocorrŒncia, do ponto de vista de suas implicaçıes para a saœde coletiva. Sempre que possível, deve conduzir à confirmaçªo do diagnóstico, à determinaçªo das características epidemiológicas da doença, à identificaçªo das causas do fenômeno e à orientaçªo sobre as medidas de controle adequadas. a) Roteiro de Investigaçªo: as seguintes indagaçıes devem ser levantadas: De quem foi contraída a infecçªo? (fonte de contÆgio); Qual a via de disseminaçªo da infecçªo, da fonte ao doente?; Que outras pessoas podem ter sido infectadas pela mesma fonte de contÆgio?; Quais as pessoas a quem o caso pode haver transmitido a doença?; A quem o caso ainda pode transmitir a doença? Como evitÆ-lo? b) Finalidade da Investigaçªo: adoçªo de medidas de controle em tempo hÆbil. Para que isso aconteça, ela tem que ser iniciada imediatamente após a ocorrŒncia do evento. c) Ficha de Investigaçªo Epidemiológica: formulÆrios, existentes nos serviços de saœde, específicos para cada tipo de doença, que facilitam a coleta e consolidaçªo de dados; devem ser preenchidos cuidadosamente, registrando-se todas as informaçıes indicadas, para permitir a anÆlise e a comparaçªo de dados. Quando se tratar de agravo inusitado, deve-se elaborar uma ficha própria, de acordo com as manifestaçıes clínicas e epidemiológicas do evento. Os formulÆrios contŒm dados de identificaçªo do paciente, da anamnese, do exame físico, de suspeita diagnóstica, informaçıes sobre o meio ambiente (de acordo com o agravo); exames complementares de acordo com o(s) agravo(s) suspeitado(s). d) Busca de pistas: visa buscar a origem da transmissªo, cabendo ao investigador estabelecer quais as mais importantes e o caminho a seguir. Em geral, Ø importante definir: período de incubaçªo; presença de outros casos na localidade; existŒncia ou nªo de vetores ligados à transmissibilidade da doença; grupo etÆrio mais atingido; fonte de contÆgio comum (Ægua, alimentos); modos de transmissªo(respiratória, contato direto, etc.); Øpoca em que ocorre (estaçªo). Por ser uma atividade que exige tempo e custos adicionais, nem todas as doenças sªo investigadas. Os critØrios de definiçªo para investigaçªo sªo: doença considerada prioritÆria pelo sistema de vigilância; estar excedendo a freqüŒncia usual; hÆ suspeita de que os casos sejam devidos a uma fonte comum de infecçªo; apresenta-se com gravidade clínica maior que a habitual; Ø desconhecida na Ærea (agravo inusitado). e) Busca ativa de casos: Ø feita para conhecer a magnitude do evento quando se suspeita que casos possam estar ocorrendo sem o conhecimento dos serviços de saœde. É mais restrita (domicílio, rua ou bairro) ou ampliada (cidade, municípios, acompanhando correntes Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica 12 migratórias, etc), seguindo-se a Ærea geogrÆfica de abrangŒncia da fonte de contÆgio. Processamento e AnÆlise de DadosProcessamento e AnÆlise de DadosProcessamento e AnÆlise de DadosProcessamento e AnÆlise de DadosProcessamento e AnÆlise de Dados - Os dados colhidos sªo consolidados (ordenados de acordo com as características das pessoas, lugar, tempo, etc.) em tabelas, grÆficos, mapas da Ærea em estudo, fluxos de pacientes e outros. Essa disposiçªo fornecerÆ uma visªo global do evento, permitindo a avaliaçªo de acordo com as variÆveis de tempo, espaço e pessoas (quando? onde? quem?) e de associaçªo causal (por que?) e deverÆ ser comparada com períodos semelhantes de anos anteriores. É importante lembrar que, alØm das freqüŒncias absolutas, o cÆlculo de indicadores epidemiológicos (coeficientes de incidŒncia, prevalŒncia, letalidade e mortalidade) deve ser realizado para efeito de comparaçªo. DecisªoDecisªoDecisªoDecisªoDecisªo-----AçªoAçªoAçªoAçªoAçªo - Todo o sistema de vigilância Ø montado tendo como objetivo o controle, a eliminaçªo ou a erradicaçªo de doenças, o impedimento de óbitos e seqüelas, etc. Dessa forma, após a anÆlise dos dados, deverªo ser definidas imediatamente as medidas de prevençªo e controle mais pertinentes à situaçªo. Isso deve ocorrer no nível mais próximo da ocorrŒncia do problema, para que a intervençªo seja mais oportuna e, conseqüentemente, mais eficaz. NormatizaçªoNormatizaçªoNormatizaçªoNormatizaçªoNormatizaçªo - - - - - Normas tØcnicas capazes de uniformizar procedimentos e viabilizar a comparabilidade de dados e informaçıes sªo elaboradas e divulgadas pelo sistema de vigilância epidemiológica. Destaque especial Ø dada à definiçªo de caso de cada doença ou agravo, visando tornar comparÆveis os critØrios diagnósticos que regulam a entrada dos casos no sistema, seja como suspeito, compatível ou mesmo confirmado por diagnóstico laboratorial. Retroalimentaçªo do SistemaRetroalimentaçªo do SistemaRetroalimentaçªo do SistemaRetroalimentaçªo do SistemaRetroalimentaçªo do Sistema - - - - - É a devoluçªo de informaçıes aos notificantes das anÆlises resultantes dos dados coletados e das medidas de controle adotadas. Sistema Nacional de Vigilância EpidemiológicaSistema Nacional de Vigilância EpidemiológicaSistema Nacional de Vigilância EpidemiológicaSistema Nacional de Vigilância EpidemiológicaSistema Nacional de Vigilância Epidemiológica - O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) compreende o conjunto interarticulado de instituiçıes do setor pœblico e privado componentes do Sistema Único de Saœde (SUS) que, direta ou indiretamente, notificam doenças e agravos, prestam serviços a grupos populacionais ou orientam a conduta a ser tomada no controle das mesmas. O SNVE estÆ passando por profunda reorganizaçªo, que visa adequÆ-lo aos princípios de descentralizaçªo e de integralidade das açıes definidas no SUS. A transferŒncia de açıes e atividades para os níveis descentralizados estÆ sendo feita de modo gradual, de acordo com o desenvolvimento dos sistemas locais de saœde, de forma a evitar a descontinuidade tØcnica e administrativa. A implantaçªo da Norma Operacional BÆsica-NOB/SUS/96 significa um grande avanço para a Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 13 Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica descentralizaçªo das açıes de vigilância epidemiológica nªo só por prever o aporte contínuo de recursos financeiros específicos para essa Ærea, transferindo-os do Fundo Nacional de Saœde aos Fundos Estaduais e/ou Municipais de Saœde, como tambØm por definir requisitos e atividades mínimas a serem desenvolvidas pelos sistemas locais de saœde dos municípios, dependendo do nível de gestªo em que estiverem habilitados. As atribuiçıes correspondentes às trŒs esferas do sistema de saœde estªo resumidas na pÆgina seguinte. 14 Sistema de Vigilância e Controle de Doenças e AgravosSistema de Vigilância e Controle de Doenças e AgravosSistema de Vigilância e Controle de Doenças e AgravosSistema de Vigilância e Controle de Doenças e AgravosSistema de Vigilância e Controle de Doenças e Agravos Atribuiçıes e ResponsabilidadesAtribuiçıes e ResponsabilidadesAtribuiçıes e ResponsabilidadesAtribuiçıes e ResponsabilidadesAtribuiçıes e Responsabilidades Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias N ˝VE I SN ˝VE I SN ˝VE I SN ˝VE I SN ˝VE I S N A C I O N A LN A C I O N A LN A C I O N A LN A C I O N A LN A C I O N A L CENTRALCENTRAL CENTRALCENTRALCENTRAL E S TE S TE S TE S TE S TA D UA D UA D UA D UA D UALALALALAL M U N I C I P A LM U N I C I P A LM U N I C I P A LM U N I C I P A LM U N I C I P A L L O C A LL O C A LL O C A LL O C A LL O C A L Órgªo ResponsÆvel MinistØrio da Saœde Conselho Nacional de Saœde Secretaria Estadual de Saœde Conselho Estadual de Saœde Secretaria Municipal de Saœde Conselho Estadual de Saœde Centro de Saœde, Unidade Mista, Posto de Saœde, Hospital, Ambulatório, Consultório MØdico, Laboratório Escola, extensªo rural, agremiaçªo, igrejas Localizaçªo Brasília/DF Capitais das Unidades Federadas Sedes Municipais Bairros, Vilas e Povoados Funçªo Coordenaçªo nacional Normatizaçªo Coleta de dados e informaçıes AnÆlise de dados Investigaçıes especiais Assessoria tØcnica ao nível estadual Supervisªo Produçªo de informes epidemiológicos Apoio referencial (nacional e internacional) Retroalimentaçªo Capacitaçªo Coordenaçªo estadual Normatizaçªo segundo diretrizes nacionais Coleta de dados e informaçıes AnÆlise de dados Apoio tØcnico e operacional às açıes de controle Investigaçªo em apoio aos níveis regional e local Assessoria tØcnica Supervisªo Produçªo de informes epidemiológicos Retroalimentaçªo Capacitaçªo Educaçªo em saœde Coordenaçªo municipal Normatizaçªo de novos agravos incluídos no Sistema Municipal Produçªo de dados Coleta de dados AnÆlise de dados Açıes de controle Investigaçªo de casos e surtos Coleta de material para diagnóstico Capacitaçªo Retroalimen- taçªo aos notificantes Informaçªo aos níveis estadual e regional Educaçªo em saœde Diagnóstico e tratamento Notificaçªo de casos e resultados de exames AnÆlise de dados Orientaçªo à comunidade Açıes de controle Investigaçªo de casos e surtos Educaçªo em saœde 17 SISTEMAS DE INFORMA˙ÕES E VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICASISTEMAS DE INFORMA˙ÕES E VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICASISTEMAS DE INFORMA˙ÕES E VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICASISTEMAS DE INFORMA˙ÕES E VIGIL´NCIAEPIDEMIOLÓGICASISTEMAS DE INFORMA˙ÕES E VIGIL´NCIA EPIDEMIOLÓGICA IntroduçªoIntroduçªoIntroduçªoIntroduçªoIntroduçªo - Nada pode ser feito em Vigilância Epidemiológica sem a obtençªo de informaçıes, daí a clÆssica definiçªo de informaçªo para açªo. Por sua vez, um bom sistema de informaçıes depende da periodicidade do fluxo de fornecimento dos dados e do criterioso preenchimento dos instrumentos de coleta (fichas de notificaçªo e investigaçªo, declaraçªo de óbito, boletins de atendimento, autorizaçıes de internaçªo, relatórios, etc). A transformaçªo desses dados (valor quantitativo obtido para caracterizar um fato ou circunstância) em informaçıes (dado analisado) pode ser feita em todos os níveis do sistema de saœde. Para isso, faz-se necessÆrio organizÆ-los em tabelas e grÆficos, que, dependendo do grau de complexidade das anÆlises, podem ser realizados por todos os profissionais, ou por alguns com capacitaçªo específica. DefiniçıesDefiniçıesDefiniçıesDefiniçıesDefiniçıes - - - - - Sistema de informaçıes - É um conjunto de unidades de produçªo, anÆlise e divulgaçªo de dados, que atuam com a finalidade de atender às necessidades de informaçıes de instituiçıes, programas, serviços. Podem ser informatizados ou manuais. Atualmente, com o crescente desenvolvimento da informÆtica, a grande maioria dos sistemas da Ærea da saœde, mesmo nos níveis mais perifØricos, jÆ dispıe das ferramentas de computaçªo, ou estÆ em vias de adquirí-las. Sistemas de Informaçıes em Saœde (SIS)Sistemas de Informaçıes em Saœde (SIS)Sistemas de Informaçıes em Saœde (SIS)Sistemas de Informaçıes em Saœde (SIS)Sistemas de Informaçıes em Saœde (SIS) - - - - - Sªo desenvolvidos e implantados com o objetivo de facilitar a formulaçªo e avaliaçªo das políticas, planos e programas de saœde, subsidiando o processo de tomada de decisıes, a fim de contribuir para melhorar a situaçªo de saœde individual e coletiva. Sªo funçıes dos SIS: planejamento; coordenaçªo; supervisªo dos processos de seleçªo, coleta, aquisiçªo, registro, armazenamento, processamento, recuperaçªo, anÆlise e difusªo de dados e geraçªo de informaçıes. É importante salientar que, para a Ærea de saœde, tambØm sªo de interesse dados produzidos fora do setor (demogrÆficos, de saneamento, documentais e administrativos). Dados nªo rotineiros e que sªo coletados esporadicamente, obtidos atravØs de inquØritos, levantamentos e estudos especiais, tambØm sªo muito œteis às anÆlises da situaçªo de saœde e da vigilância epidemiológica. A coleta de dados deve ser racional e objetiva, visando a construçªo de indicadores epidemiológicos ou operacionais que atendam aos objetivos de cada programa ou instituiçªo, evitando-se descrØdito do sistema, desperdício de tempo e recursos. IndicadoresIndicadoresIndicadoresIndicadoresIndicadores - Sªo informaçıes produzidas com periodicidade definida e critØrios constantes. Para isso, faz-se necessÆria a disponibilidade dos dados, simplicidade tØcnica, uniformidade, sinteticidade e poder discriminatório. Sistema de Informaçªo de Agravos de Notificaçªo - SINAN Sistema de Informaçªo de Agravos de Notificaçªo - SINAN Sistema de Informaçªo de Agravos de Notificaçªo - SINAN Sistema de Informaçªo de Agravos de Notificaçªo - SINAN Sistema de Informaçªo de Agravos de Notificaçªo - SINAN - Em 1975, a lei que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica tambØm criou a obrigatoriedade da notificaçªo compulsória de algumas doenças, que era 18 feita pelas Unidades de Saœde semanalmente, atravØs do preenchimento do Boletim Semanal de Doenças. As Secretarias Estaduais faziam um consolidado mensal e o enviavam por aerograma para o MinistØrio da Saœde. Esse Sistema de Notificaçªo Compulsória de Doenças (SNCD) sempre apresentou problemas de sub-notificaçªo e supria limitadamente as necessidades mínimas de informaçªo de morbidade do país. Como conseqüŒncia disso e visando melhorar a geraçªo de informaçªo, diversos sistemas paralelos foram criados nos diferentes níveis, incluindo o nacional. O Sistema de Informaçıes de Agravos de Notificaçªo - SINAN foi idealizado para racionalizar o processo de coleta e transferŒncia de dados relacionados às doenças e agravos de notificaçªo compulsória, embora o nœmero de doenças e agravos por ele contemplados venha aumentando, sem relaçªo direta com a compulsoriedade de sua notificaçªo. O formulÆrio padrªo contØm duas partes: a Ficha Individual de Notificaçªo (FIN), que deve ser preenchida por profissionais das unidades assistenciais da rede privada, conveniada e pœblica; e a Ficha Individual de Investigaçªo (FII), que, em geral, Ø preenchida pelo responsÆvel da investigaçªo. Esse sistema ainda nªo estÆ implantado em todo o país e, em muitas Æreas, ainda se utiliza a coleta manual dos dados (SNCD). Desse modo, deve-se ter o cuidado de se observar a que Ærea geogrÆfica os dados se referem, buscando-se complementar os dados gerados nos dois sistemas. Os principais indicadores gerados pelo SINAN e SNCD sªo: taxa ou coeficiente de incidŒncia, taxa ou coeficiente de prevalŒncia, taxa ou coeficiente de letalidade. Com as fichas de investigaçªo, muitas outras informaçıes podem ser obtidas, como percentual de seqüelas, impacto das medidas de controle, percentual de casos suspeitos e confirmados, entre outras. Sistema de Informaçªo de Mortalidade - SIM Sistema de Informaçªo de Mortalidade - SIM Sistema de Informaçªo de Mortalidade - SIM Sistema de Informaçªo de Mortalidade - SIM Sistema de Informaçªo de Mortalidade - SIM - O SIM foi criado pelo MinistØrio da Saœde em 1975 e, atØ bem recentemente, só era operado na administraçªo central das Secretarias Estaduais de Saœde (SES). Com o desenvolvimento de um sistema informatizado de seleçªo de causa bÆsica de óbito, estÆ sendo iniciada a sua descentralizaçªo para as Secretarias Municipais de Saœde (SMS). O formulÆrio de entrada de dados Ø a Declaraçªo de Óbito (DO). Os dados do SIM permitem calcular importantes indicadores para a VE, como: a mortalidade proporcional por grandes grupos de causas determinadas, mortalidade proporcional por faixa etÆria, taxa ou coeficiente de mortalidade por causas específicas, taxa ou coeficiente de mortalidade infantil, mortalidade proporcional por determinada doença em determinada faixa etÆria, taxa ou coeficiente de mortalidade materna. Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Sistema de Nascidos Vivos - SINASC Sistema de Nascidos Vivos - SINASC - Foi implantado oficialmente em 1990, concebido e montado à semelhança do SIM, a partir de um documento bÆsico padronizado (Declaraçªo de Nascidos Vivos - DN), que deve ser preenchido para todos os nascidos vivos. Nascido Vivo, segundo definiçªo da OMS, Ø todo produto da concepçªo que, independentemente do tempo de gestaçªo, depois de expulso ou extraído do corpo da mªe, respira ou apresenta outro sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsaçªo do cordªo umbilical ou movimentos efetivos dos mœsculos de contraçªo voluntÆria, estando ou nªo desprendida a placenta. A Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 19 implantaçªo do SINASC foi acontecendo de forma gradual no país, nªo estando completamente efetivada, pelo menos, em um estado (Piauí). Dentre os indicadores que podem ser construídos a partir desse sistema, incluem-se proporçªo de nascidos vivos de baixo peso, proporçªo de prematuridade, proporçªo de partos hospitalares, proporçªo de nascidos vivos por faixa etÆria da mªe, taxa bruta de natalidade e taxa de fecundidade. Sistema de Informaçıes Hospitalares - SIH/SUS Sistema de Informaçıes Hospitalares - SIH/SUS Sistema de Informaçıes Hospitalares - SIH/SUS Sistema de Informaçıes Hospitalares - SIH/SUS Sistema de Informaçıes Hospitalares - SIH/SUS - Importantefonte de informaçªo por registrar em torno de 70% das internaçıes hospitalares realizadas no país e por gerar muitos indicadores: mortalidade hospitalar geral, ou por alguma causa, ou procedimento específico; taxa de utilizaçªo por faixa etÆria e/ou sexo, geral ou por causa; índice de hospitalizaçªo por faixa etÆria e/ou sexo, geral ou por causa; índice de gasto com hospitalizaçªo por faixa etÆria e/ou sexo, geral ou por causa; tempo mØdio de permanŒncia geral ou por alguma causa específica; valor mØdio da internaçªo, geral ou por alguma causa específica; proporçªo de internaçªo por causa ou procedimento selecionado; utilizaçªo de UTI e outros. Sistema de Informaçıes Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Sistema de Informaçıes Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Sistema de Informaçıes Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Sistema de Informaçıes Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Sistema de Informaçıes Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS - Este sistema nªo registra o CID do(s) diagnóstico(s) dos pacientes e, portanto, nªo pode ser utilizado como informaçªo epidemiológica. Entretanto, seus indicadores operacionais podem ser importantes como complemento das anÆlises epidemiológicas, a exemplo do: nœmero de consultas mØdicas por habitante ao ano, nœmero de consultas mØdicas por consultório, nœmero de exames/terapias realizados pelo quantitativo de consultas mØdicas. Outras Fontes de Dados Outras Fontes de Dados Outras Fontes de Dados Outras Fontes de Dados Outras Fontes de Dados - - - - - Muitos outros sistemas sªo operados pela rede de serviços do SUS, que, embora nªo tenham base epidemiológica, podem ser utilizados como fontes complementares nas anÆlises. Dentre eles cabe destacar: Sistema de Informaçıes de Atençªo BÆsica - SIAB, que aporta dados relacionados à populaçªo coberta pelos Programas de Saœde da Família e de Agentes ComunitÆrios de Saœde nos municípios em que se encontram implantados, bem como sobre as atividades desenvolvidas pelos agentes e equipes de saœde da família; Sistema de Informaçıes de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN, instrumento de políticas federais focalizadas e compensatórias (Programa Leite Ø Saœde), atualmente implantado em aproximadamente 1.600 municípios brasileiros considerados de risco para a mortalidade infantil; e Sistema de Informaçıes do Programa Nacional de Imunizaçªo - SI-PNI, que aporta dados relativos à cobertura vacinal de rotina, atualmente implantado em todos os municípios brasileiros. AlØm das informaçıes decorrentes dos sistemas descritos, existem outras grandes bases de dados de interesse para o setor saœde que apresentam padronizaçªo e abrangŒncia nacionais. Entre elas, devem ser citadas as disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE (particularmente no que se refere ao Censo DemogrÆfico, Pesquisa Brasileira por Amostragem de Domicílios-PNAD e a Pesquisa de AssistŒncia MØdico-SanitÆria- AMS) e pelos Conselhos de classe (como o Conselho Federal de Medicina- Sistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância EpidemiológicaSistemas de Informaçıes e Vigilância Epidemiológica 20 CFM, Conselho Federal de Enfermagem-COFEN e Conselho Federal de Odontologia-CFO). Sªo, ainda, importantes fontes de dados, as pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada-IPEA, relatórios e outras publicaçıes de associaçıes e empresas que atuam no setor mØdico supletivo (medicina de grupo, seguradoras, autogestªo e planos de administraçªo). Coleta e Divulgaçªo das Informaçıes Coleta e Divulgaçªo das Informaçıes Coleta e Divulgaçªo das Informaçıes Coleta e Divulgaçªo das Informaçıes Coleta e Divulgaçªo das Informaçıes - É dever de todo o profissional de saœde da rede pœblica, conveniada e privada comunicar, à autoridade sanitÆria mais próxima, todos os casos de doenças de notificaçªo compulsória que compıem a lista brasileira, bem como as que foram acrescentadas nos âmbitos estaduais e municipais. Essa notificaçªo pode ser feita em formulÆrio próprio, por telefone, fax ou outro meio. O objetivo da notificaçªo Ø a adoçªo de medidas de controle pertinentes e a alimentaçªo dos sistemas de informaçıes. A retroalimentaçªo dos sistemas deve ser considerada como um dos aspectos fundamentais para o processo continuado de aperfeiçoamento, gerŒncia e controle da qualidade dos dados. Tal prÆtica deve ocorrer em seus diversos níveis, de modo sistemÆtico, com periodicidade previamente definida, de modo a permitir a utilizaçªo das informaçıes nas atividades de planejamento, definiçªo de prioridades, alocaçªo de recursos e avaliaçªo dos programas desenvolvidos. O Informe Epidemiológico do SUS, publicaçªo periódica do Centro Nacional de Epidemiologia-CENEPI, vem cumprindo a funçªo de disponibilizar as informaçıes essenciais para a formulaçªo de políticas e a implementaçªo de programas de saœde. Esse informe tem ampla distribuiçªo para a rede de serviços de saœde. Muitos estados e municípios jÆ possuem instrumentos periódicos de divulgaçªo de informaçªo. Principais Características dos Sistemas de Informaçıes em SaœdePrincipais Características dos Sistemas de Informaçıes em SaœdePrincipais Características dos Sistemas de Informaçıes em SaœdePrincipais Características dos Sistemas de Informaçıes em SaœdePrincipais Características dos Sistemas de Informaçıes em Saœde SIM, SINASC, SINAN, SIH E SIA/SUSSIM, SINASC, SINAN, SIH E SIA/SUSSIM, SINASC, SINAN, SIH E SIA/SUSSIM, SINASC, SINAN, SIH E SIA/SUSSIM, SINASC, SINAN, SIH E SIA/SUS Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias S I MS I MS I MS I MS I M S I N A S CS I N A S CS I N A S CS I N A S CS I N A S C S I N A NS I N A NS I N A NS I N A NS I N A N S I H / S U SS I H / S U SS I H / S U SS I H / S U SS I H / S U S S I A / S U SS I A / S U SS I A / S U SS I A / S U SS I A / S U S ReferŒncia Óbitos Nascidos Vivos Agravos NotificÆveis Internaçıes Hospitalares pagas pelo SUS Atendimentos Ambulatoriais pagos pelo SUS Alimentaçªo Declaraçªo de Óbitos Declaraçªo de Nascidos Vivos Fichas de Notificaçªo e Investigaçªo AIH - Autorizaçªo de Internaçªo Hospitalar BPA - Boletim de Produçªo de Serviços Ambulatoriais Utilizaçªo - Vigilância - Planejamento - Avaliaçªo - Controle - Auditoria Último ano disponível X X X X X X X X X X X X X X X X X X 1995 1995 1997 1997 VariÆvel de acordo com o agravo 23 AIDSAIDSAIDSAIDSAIDSCID-10B-20 a B-246 Aspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e Epidemiológicos DescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªo - - - - - É uma doença caracterizada por uma disfunçªo grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiŒncia humana (HIV). Sua evoluçªo pode ser dividida em 3 fases: infecçªo aguda, que pode surgir algumas semanas após a infecçªo inicial, com manifestaçıes como febre, calafrios, sudorese, mialgias, cefalØias, dor de garganta, sintomas gastrintestinais, linfadenopatias generalizadas e erupçıes cutâneas. A maior parte dos indivíduos apresentam sintomas auto-limitados. Entretanto, a maioria nªo Ø diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais. Em seguida, o paciente entra em uma fase de infecçªo assintomÆtica, de duraçªo variÆvel de alguns anos. A doença sintomÆtica, da qual a aids Ø a sua manifestaçªo mais grave, ocorre na medida em que o paciente vai apresentando alteraçıes da imunidade, com o surgimento de febre prolongada, diarrØia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do indivíduo), sudorese noturna, astenia e adenomegalia.As infecçıes oportunísticas passam a surgir ou recidivar, tais como tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii, toxoplasmose cerebral, candidíase e meningite por criptococos, dentre outras. Tumores raros em indivíduos imunocompetentes, como o Sarcoma de Kaposi, podem surgir, caracterizando a aids. A ocorrŒncia de formas graves ou atípicas de doenças tropicais, como paracoccidioidomicose, leishmaniose e doença de Chagas, tem sido observada no Brasil. SinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímia - - - - - SIDA, aids, doença causada pelo HIV, Síndrome da ImunodeficiŒncia Adquirida. Agente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológico - É um vírus RNA. Retrovírus denominado Vírus da ImunodeficiŒncia Humana (HIV), com 2 tipos conhecidos: o HIV-1 e o HIV-2. ReservatórioReservatórioReservatórioReservatórioReservatório - - - - - O homem. Modo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªo - - - - - Sexual, sangue (via parenteral) e da mªe para o filho, no curso da gravidez, durante ou após o parto e pelo leite materno. Sªo fatores de risco associados aos mecanismos de transmissªo do HIV: variaçıes freqüentes de parceiros sexuais sem uso de preservativos; utilizaçªo de sangue ou seus derivados sem controle de qualidade; uso de seringas e agulhas nªo esterilizadas (como acontece entre usuÆrios de drogas injetÆveis); gravidez em mulher infectada pelo HIV; e recepçªo de órgªos ou sŒmen de doadores infectados. É importante ressaltar que o HIV nªo Ø transmitido pelo convívio social ou familiar, abraço ou beijo, alimentos, Ægua, picadas de mosquitos ou de outros insetos. PPPPPeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªo - - - - - É o periodo compreendido entre a infecçªo pelo HIV e a fase aguda ou aparecimento de anticorpos circulantes, podendo variar de poucas semanas atØ 3 meses. Nªo hÆ consenso sobre o conceito desse período em aids. 24 PPPPPeríodo de latŒnciaeríodo de latŒnciaeríodo de latŒnciaeríodo de latŒnciaeríodo de latŒncia - É o período compreendido entre a infecçªo pelo HIV e os sintomas e sinais que caracterizam a doença causada pelo HIV (aids). As medianas desse período estªo entre 3 a 10 anos, dependendo da via de infecçªo. PPPPPeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidade - O indivíduo infectado pelo HIV pode transmití- lo durante todas as fases da infecçªo, sendo esse risco proporcional à magnitude da viremia. ComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıes - - - - - Infecçıes por agentes oportunistas como citomegalovírus, cândida, criptococos, P. carinii, T. gondii, T. cruzi, P. braziliensis e Leishmanias. Essas infecçıes podem ocorrer por reativaçªo de foco endógeno e/ou infecçªo exógena. Pode haver complicaçıes pelo aparecimento de neoplasias. DiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnóstico - - - - - A detecçªo laboratorial do HIV Ø realizada por meio de tØcnicas que pesquisam anticorpos, antígenos, material genØtico, atravØs de biologia molecular ou que isolem o vírus (cultura). Na prÆtica, os testes que pesquisam anticorpos (sorológicos) sªo os mais utilizados. O aparecimento de anticorpos detectÆveis por testes sorológicos ocorre num período de 6 a 12 semanas da infecçªo inicial. Denomina-se janela imunológica esse intervalo entre a infecçªo e a detecçªo de anticorpos por tØcnicas laboratoriais. Nesse período, as provas sorológicas podem ser falso-negativas. Devido à importância do diagnóstico laboratorial, particularmente pelas conseqüŒncias de se rotular um indivíduo como HIV positivo e para se ter uma maior segurança no controle de qualidade do sangue e derivados, a Coordenaçªo Nacional de DST e AIDS, do MinistØrio da Saœde, regulamentou os procedimentos (Portaria Ministerial n” 488, de 17 de junho de 1998) que devem ser rigorosamente seguidos, de acordo com a natureza de cada situaçªo. Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial - - - - - ImunodeficiŒncias por outras etiologias. TTTTTratamentoratamentoratamentoratamentoratamento - - - - - Nos œltimos anos, foram obtidos grandes avanços no conhecimento da patogŒnese da infecçªo pelo HIV; vÆrias drogas anti-retrovirais foram desenvolvidas e se mostram eficazes para o controle da replicaçªo viral, diminuindo a progressªo da doença e levando a uma reduçªo da incidŒncia das complicaçıes oportunísticas, uma maior sobrevida, bem como uma significativa melhora na qualidade de vida dos indivíduos. Em 1994, foi comprovado que o uso da zidovudina (AZT) pela gestante infectada durante a gestaçªo, bem como pelo recØm-nascido, durante as primeiras semanas de vida, pode levar a uma reduçªo de atØ 2/3 no risco de transmissªo do HIV da mªe para o filho. A partir de 1995, o tratamento com monoterapia foi abandonado, passando a ser recomendaçªo, do MinistØrio da Saœde, a utilizaçªo de terapia combinada com 2 ou mais drogas anti-retrovirais para o controle da infecçªo crônica pelo HIV. Sªo numerosas as possibilidades de esquemas terapŒuticos indicados pela Coordenaçªo Nacional de DST e AIDS, que variam, em adultos e crianças, com curso ou nªo de germes oportunistas, com tamanho da carga viral e dosagem de CD4+. Por esse motivo, recomenda-se a leitura do Guia de Tratamento Clínico da Infecçªo pelo HIV em Adultos e Adolescentes e do Guia de Tratamento Clínico da Infecçªo pelo HIV em Crianças, ambos distribuídos pelo MinistØrio da Saœde e Secretarias Estaduais Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 25 de Saœde para instituiçıes que manejam esses pacientes. Nªo menos importante Ø enfatizar que o Brasil Ø um dos poucos países que financia integralmente a assistŒncia ao paciente com aids, com uma estimativa de gastos, só em medicamentos, em torno de 600 milhıes de reais para 1999. Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos - - - - - Prevenir a transmissªo e disseminaçªo do HIV e reduzir a morbi- mortalidade associada à essa infecçªo. NotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªo - - - - - Somente os casos confirmados deverªo ser notificados ao MinistØrio da Saœde. Definiçªo de casoDefiniçªo de casoDefiniçªo de casoDefiniçªo de casoDefiniçªo de caso - - - - - Entende-se por caso de aids o indivíduo que se enquadra nas definiçıes adotadas pelo MinistØrio da Saœde: infecçªo avançada pelo HIV com repercussªo no sistema imunitÆrio, com ou sem ocorrŒncia de sinais e sintomas causados pelo próprio HIV ou conseqüentes a doenças oportunísticas (infecçıes e neoplasias). Os critØrios para caracterizaçªo de casos de aids estªo descritos nas publicaçıes: Revisªo da Definiçªo Nacional de Casos de AIDS em Indivíduos com 13 anos ou mais, para fins de Vigilância Epidemiológica (1998) e AIDS e Infecçªo pelo HIV na Infância (1992). Essas definiçıes estªo resumidas na pÆgina seguinte. Medidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controle - - - - - Prevençªo da transmissªo sexual: baseia-se na informaçªo e educaçªo visando a prÆtica do sexo seguro, atravØs da reduçªo do nœmero de parceiros e do uso de preservativos. Prevençªo da transmissªo sangüínea: a) transfusªo de sangue: todo o sangue para ser transfundido deve ser obrigatoriamente testado para detecçªo de anticorpos anti-HIV. A exclusªo de doadores em situaçªo de risco aumenta a segurança da transfusªo, principalmente por causa da janela imunológica; b) hemoderivados: os produtos derivados de sangue, que podem transmitir o HIV,devem passar por processo de tratamento que inative o vírus; c) injeçıes e instrumentos pØrfuro-cortantes: quando nªo forem descartÆveis devem ser meticulosamente limpos para depois serem desinfetados e esterilizados. Os materiais descartÆveis, após utilizados, devem ser acondicionados em caixas apropriadas, com paredes duras, para que acidentes sejam evitados. O HIV Ø muito sensível aos mØtodos padronizados de esterilizaçªo e desinfeçªo (de alta eficÆcia). O HIV Ø inativado atravØs de produtos químicos específicos e do calor, mas nªo Ø inativado por irradiaçªo ou raios gama; d) doaçªo de sŒmen e órgªos: rigorosa triagem dos doadores; f) transmissªo perinatal: uso de zudovidina no curso da gestaçªo de mulheres infectadas pelo HIV, de acordo com esquema padronizado pelo MinistØrio da Saœde, associado à realizaçªo do parto cesÆreo, oferece menor risco de transmissªo perinatal do vírus. No entanto, a prevençªo da infecçªo na mulher Ø ainda a melhor abordagem para se evitar a transmissªo da mªe para o filho. A i d sA i d sA i d sA i d sA i d s 26 Resumo dos critØrios de definiçªo de casoResumo dos critØrios de definiçªo de casoResumo dos critØrios de definiçªo de casoResumo dos critØrios de definiçªo de casoResumo dos critØrios de definiçªo de caso de aids em indivíduos com 13 anos de idade ou maisde aids em indivíduos com 13 anos de idade ou maisde aids em indivíduos com 13 anos de idade ou maisde aids em indivíduos com 13 anos de idade ou maisde aids em indivíduos com 13 anos de idade ou mais para fins de vigilância epidemiológica para fins de vigilância epidemiológica para fins de vigilância epidemiológica para fins de vigilância epidemiológica para fins de vigilância epidemiológica 1 - CDC Modificado1 - CDC Modificado1 - CDC Modificado1 - CDC Modificado1 - CDC Modificado EvidŒncia laboratorial da infecçªo pelo HIV + Diagnóstico de determinadas doenças indicativas de aids ou evidŒncia laboratorial de imunodeficiŒncia 2 - Rio de Janeiro/Caracas2 - Rio de Janeiro/Caracas2 - Rio de Janeiro/Caracas2 - Rio de Janeiro/Caracas2 - Rio de Janeiro/Caracas EvidŒncia laboratorial de infecçªo pelo HIV + Somatório de, pelo menos, 10 pontos, de acordo com uma escala de sinais, sintomas ou doenças 3 - CritØrio Expecional CDC3 - CritØrio Expecional CDC3 - CritØrio Expecional CDC3 - CritØrio Expecional CDC3 - CritØrio Expecional CDC AusŒncia de evidŒncia laboratorial da infecçªo pelo HIV + Diagnóstico definitivo de determinadas doenças indicativas de imunodeficiŒncia 4 - CritØrio Expecional Óbito4 - CritØrio Expecional Óbito4 - CritØrio Expecional Óbito4 - CritØrio Expecional Óbito4 - CritØrio Expecional Óbito Mençªo de aids em algum campo da Declaraçªo de Óbito + Investigaçªo epidemiológica inconclusiva 5 - CritØrio Expecional ARC + Óbito5 - CritØrio Expecional ARC + Óbito5 - CritØrio Expecional ARC + Óbito5 - CritØrio Expecional ARC + Óbito5 - CritØrio Expecional ARC + Óbito Paciente em acompanhamento, apresentando ARC + Óbito de causa nªo-externa Notas explicativasNotas explicativasNotas explicativasNotas explicativasNotas explicativas - - - - - ARC: aids related complex, ou complexo relacionado à aids. Causas externas de óbito: homicídio, suicídio e acidente; evidŒncia laboratorial da infecçªo pelo HIV, para fins de vigilância epidemiológica; em pessoas com 13 anos ou mais, que nªo preencham nenhum dos critØrios de definiçªo; caso de aids para essa faixa etÆria. Dois testes de triagem reagentes (com antígenos ou princípios metodológicos diferentes) + teste confirmatório reagente, ou um teste confirmatório reagente; em pessoas com 13 anos ou mais, que preencham algum dos critØrios de definiçªo de caso de aids por essa faixa etÆria. Dois testes de triagem reagentes (com antígenos ou princípios metodológicos diferentes); ou um teste confirmatório reagente. ObservaçªoObservaçªoObservaçªoObservaçªoObservaçªo - - - - - Sªo testes de triagem: ELISA (vÆrias geraçıes, com diversos antígenos), EIA, MEIA, quimioluminiscŒncia, teste rÆpido e teste simples. Sªo testes confirmatórios: imunofluorescŒncia, Western Blot, teste de amplificaçªo de Æcidos nuclØicos, como, por exemplo, o PCR. Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 27 AMEB˝ASEAMEB˝ASEAMEB˝ASEAMEB˝ASEAMEB˝ASECID-10A-06 Aspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e Epidemiológicos DescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªo - Infecçªo causada por um protozoÆrio que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar invasªo de tecidos, originando, assim, as formas intestinal e extra-intestinal da doença. O quadro clínico varia de uma diarrØia aguda e fulminante, de carÆter sanguinolento ou mucóide, acompanhada de febre e calafrios, atØ uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderado, com sangue ou muco nas dejeçıes. Pode ou nªo ocorrer períodos de remissªo. Em casos graves, as formas trofozoíticas se disseminam atravØs da corrente sangüínea, provocando abcesso no fígado (com maior freqüŒncia), nos pulmıes ou no cØrebro. Quando nªo diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente ao óbito. Agente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológico - Entamoeba hystolytica. ReservatórioReservatórioReservatórioReservatórioReservatório - O homem. Modo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªo - Ingestªo de alimentos ou Ægua contaminados por dejetos, contendo cistos amebianos. Ocorre mais raramente na transmissªo sexual devido a contato oral-anal. PPPPPeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªo - Entre 2 a 4 semanas, podendo variar dias, meses ou anos. PPPPPeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidade - Quando nªo tratada, pode durar anos. ComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıes - Granulomas amebianos (amebomas) na parede do intestino grosso, abcesso hepÆtico, pulmonar ou cerebral, empiema, pericardite, colite fulminante com perfuraçªo. DiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnóstico - Presença de trofozoítos ou cistos do parasito encontrados nas fezes; em aspirados ou raspados, obtidos atravØs de endoscopia ou proctoscopia; aspirados de abcessos ou cortes de tecido. Quando disponíveis, podem ser dosados anticorpos sØricos que sªo de grande auxílio no diagnóstico de abcesso hepÆtico amebiano. A ultrassonografia e tomografia axial computadorizada sªo œteis no diagnóstico de abcessos amebianos. TTTTTratamentoratamentoratamentoratamentoratamento - 1“ opçªo - a) Formas intestinais: Secnidazol - Adultos - 2g, em dose œnica. Crianças - 30mg/kg/dia, VO, nªo ultrapassando mÆximo de 2g/dia. Deve ser evitado no 1” trimestre da gravidez e durante amamentaçªo. 2” opçªo - Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias. b) Formas graves: (Amebíase intestinal sintomÆtica ou Amebíase extra-intestinal) - Metronidazol, 750mg, VO, 3 vezes/dia, durante 10 dias. Em crianças, recomenda- se 50mg/kg/dia, durante 10 dias. 3“ opçªo - Tinidazol, 2g, VO, para adultos, após uma das refeiçıes, durante 2 dias, para formas intestinais. c) Formas extra- intestinais: 50mg/kg/dia, durante 2 ou 3 dias, a depender da forma clínica. Em 28 formas graves, utilizar a mesma dosagem das formas leves, por 3 dias. Em crianças, a dosagem recomendada Ø 50mg/kg/dia. 4“ opçªo - somente para formas leves ou assintomÆticas: Teclozam, 1.500mg/dia, divididas em 3 tomadas de 500mg, dose œnicapara adultos. Em crianças, a dosagem recomendada Ø de 15mg/kg/ dia, durante 5 dias. No tratamento do abcesso hepÆtico, alØm da medicaçªo específica, pode ser necessÆria, em alguns casos, aspiraçªo do abcesso. Drenagem cirœrgica aberta nªo Ø recomendada, exceto em casos graves, quando o abcesso Ø inacessível à aspiraçªo e nªo responde ao tratamento em atØ 4 dias. Alguns pacientes se beneficiam de drenagem do peritônio associada à terapia antimicrobiana. O tratamento de suporte estÆ recomendado com hidrataçªo e correçªo do equilíbrio hidroeletrolítico. Características epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicas - Estima-se que mais de 10% da populaçªo mundial estÆ infectada por E. dispar e E. histolytica, que sªo espØcies morfologicamente idŒnticas, mas só a œltima Ø patogŒnica, sendo a ocorrŒncia estimada em 50 milhıes de casos invasivos/ano. Em países em desenvolvimento, a prevalŒncia da infecçªo Ø alta, sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses. Infecçıes sªo transmitidas por cistos atravØs da via fecal-oral. Os cistos, no interior do hospedeiro humano, se transformam em trofozoítos. A transmissªo Ø mantida pela eliminaçªo de cistos no ambiente, que podem contaminar a Ægua e alimentos. Sua ocorrŒncia estÆ associada com condiçıes inadequadas de saneamento bÆsico e determinadas prÆticas sexuais. Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo - Medidas específicas de vigilância epidemiológica nªo sªo adotadas. NotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªo - Nªo Ø uma doença de notificaçªo compulsória. Medidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controle - a) Gerais: impedir a contaminaçªo fecal da Ægua e alimentos atravØs de medidas de saneamento bÆsico e do controle dos indivíduos que manipulam alimentos. b) Específicas: lavar as mªos após uso do sanitÆrio, lavagem cuidadosa dos vegetais com Ægua potÆvel e deixÆ-los em imersªo em Æcido acØtico ou vinagre, durante 15 minutos para eliminar os cistos. Evitar prÆticas sexuais que favoreçam o contato fecal-oral. Investigaçªo dos contatos e da fonte de infecçªo, ou seja, exame coproscópico dos membros do grupo familiar e de outros contatos. O diagnóstico de um caso em quartØis, creches, orfanatos e outras instituiçıes indica a realizaçªo de inquØrito coproscópico para tratamento dos portadores de cistos. Fiscalizaçªo dos prestadores de serviços na Ærea de alimentos, pela vigilância sanitÆria. c) Isolamento: em pacientes internados precauçıes do tipo entØrico devem ser adotadas. Pessoas infectadas devem ser afastadas de atividades de manipulaçªo dos alimentos. d) Desinfecçªo: concorrente, com eliminaçªo sanitÆria das fezes. Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 29 ANCILANCILANCILANCILANCILOSTOSTOSTOSTOSTOM˝ASEOM˝ASEOM˝ASEOM˝ASEOM˝ASECID-10B-76 Aspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e Epidemiológicos DescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªo - - - - - Infecçªo intestinal causada por nematódeos, que pode apresentar- se assintomÆtica, em caso de infecçıes leves. Em crianças com parasitismo intenso, pode ocorrer hipoproteinemia e atraso no desenvolvimento físico e mental. Com freqüŒncia, dependendo da intensidade da infecçªo, acarreta anemia ferropriva. SinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímia - - - - - Amarelªo, opilaçªo, doença do Jeca Tatu. Agente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológico - Nematóides da família Ancylostomidae: A. duodenale e Necator Americanus. ReservatórioReservatórioReservatórioReservatórioReservatório - O homem. Modo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªo - Os ovos que estªo nas fezes sªo depositados no solo onde se tornam embrionados. Em condiçıes favorÆveis de umidade e temperatura, as larvas se desenvolvem atØ chegar ao 3o estÆgio, tornando-se infectantes em um prazo de 7 a 10 dias. A infecçªo nos homens se dÆ quando essas larvas infectantes penetram na pele, geralmente pelos pØs, causando uma dermartite característica. As larvas de A. caninum morrem dentro da pele e produzem a larva migrans cutânea. As larvas dos outros ancilóstomos, após penetrarem atravØs da pele, passam pelos vasos linfÆticos, ganham a corrente sangüínea e nos pulmıes penetram nos alvØolos. Daí migram para a traquØia e faringe, sªo deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se fixam, atingindo a maturidade ao final de 6 a 7 semanas, passando a produzir milhares de ovos por dia. PPPPPeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªo - Semanas ou meses após a infecçªo inicial. PPPPPeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidade - Nªo se transmite de pessoa a pessoa, porØm os indivíduos infectados contaminam o solo durante vÆrios anos, quando nªo sªo adequadamente tratados. Em condiçıes favorÆveis, as larvas permanecem infectantes no solo durante vÆrias semanas. ComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıes - Anemia, hipoproteinemia, podendo ocorrer insuficiŒncia cardíaca e anasarca. A migraçªo da larva atravØs dos pulmıes pode causar hemorragia e pneumonite. DiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnóstico - Em geral, clínico devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial Ø realizado pelo achado de ovos no exame parasitológico de fezes, atravØs dos mØtodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-se, tambØm, a contagem de ovos pelo Kato-Katz. Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial - Anemia por outras etiologias, outras parasitoses. TTTTTratamentoratamentoratamentoratamentoratamento - Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Nªo Ø recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da idade. Pode ser usado albendazol, 2 comprimidos, VO, em dose œnica (1 comp = 200mg), ou 10ml de suspensªo (5ml = 200mg). Contra-indicado em gestantes. Pamoato de pirantel, 20mg/kg a 30mg/kg/dia, durante 2 a 3 dias. Quanto a esse œltimo, nªo estÆ bem estabelecido a sua segurança para uso em 30 gestantes, sendo atribuída pouca possibilidade de dano ao feto devido à baixa absorçªo intestinal. O controle de cura Ø realizado e nos 7”, 14” e 21” dias, após o tratamento, atravØs de exames parasitológicos de fezes. Características epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicas - Distribuiçªo universal. No Brasil, predomina nas Æreas rurais, estando muito associada a Æreas sem saneamento e cujas populaçıes tŒm como hÆbito andar descalças. Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos Objetivos - Diagnosticar e tratar precocemente todos os casos, evitando-se, assim, as possíveis complicaçıes. NotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªo - Nªo Ø doença de notificaçªo compulsória. Medidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controle - Desenvolver atividades de educaçªo em saœde, particularmente com relaçªo a hÆbitos pessoais de higiene, particularmente o de lavar as mªos antes das refeiçıes e o uso de calçados. Evitar a contaminaçªo do solo mediante a instalaçªo desistemas sanitÆrios para eliminaçªo das fezes dos homens, especialmente nas zonas rurais (saneamento bÆsico). Tratamento das pessoas infectadas. Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 31 ASCARID˝ASEASCARID˝ASEASCARID˝ASEASCARID˝ASEASCARID˝ASECID-10B-77 Aspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e Epidemiológicos DescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªo - Doença parasitÆria do homem, causada por um helminto. Habitualmente, nªo causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarrØia, nÆuseas e anorexia. Quando hÆ grande nœmero de vermes, pode ocorrer quadro de obstruçªo intestinal. Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestaçıes pulmonares com broncoespasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com eosinofilia importante. Quando hÆ grande nœmero de vermes, pode ocorrer quadro de obstruçªo intestinal. SinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímiaSinonímia - Infecçªo por Ascaris. Agente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológico - Ascaris lumbricoides, ou lombriga. ReservatórioReservatórioReservatórioReservatórioReservatório - O próprio homem: o verme habita o intestino delgado. Modo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªo - Ingestªo dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, Ægua ou alimentos contaminados com fezes humanas. PPPPPeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªo - De 4 a 8 dias, período necessÆrio para completar o ciclo vital do parasita. PPPPPeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidade - Durante todo o período em que o indivíduo portar o verme e estiver eliminando ovos pelas fezes. Portanto, Ø longo quando nªo se institui o tratamento adequado. As fŒmeas fecundadas no aparelho digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos por dia. A duraçªo mØdia de vida dos vermes adultos Ø de 12 meses. Quando os ovos embrionados encontram um meio favorÆvel, podem permanecer viÆveis e infectantes durante anos. ComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıes - Obstruçªo intestinal, volvo, perfuraçªo intestinal, colecistite, colelitíase, pancreatite aguda e abscesso hepÆtico. DiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnóstico - O quadro clínico apenas nªo a distingue de outras verminoses, havendo, portanto, necessidade de confirmaçªo do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes. Diagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencialDiagnóstico diferencial - Estrongiloidíase, amebíase, apendicite, pneumonias bacterianas, outras verminoses. TTTTTratamentoratamentoratamentoratamentoratamento - Albendazol (ovocida, larvicida e vermicida), 400mg/dia, em dose œnica para adultos; em criança, 10mg/kg, dose œnica; levamizol, 150mg, VO, em dose œnica para adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg, e acima de 8 anos, 80 mg, tambØm em dose œnica. Tratamento da obstruçªo intestinal: piperazina, 100mg/kg/dia + óleo mineral 40 a 60ml/dia + antiespasmódicos + hidrataçªo. Nesse caso, estªo indicados sonda nosogÆstrica e jejum + mebendazol, 200mg ao dia, dividido em 2 tomadas, por 3 dias. Características epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicasCaracterísticas epidemiológicas - O Ascaris Ø o parasita que infecta o homem 32 com maior freqüŒncia, estando mais presente em países de clima tropical, subtropical e temperado. As mÆs condiçıes de higiene e saneamento bÆsico e a utilizaçªo de fezes como fertilizantes contribuem para a prevalŒncia dessa helmintose nos países do Terceiro Mundo. Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica ObjetivoObjetivoObjetivoObjetivoObjetivo - Nªo se desenvolve açıes específicas de Vigilância Epidemiológica. Entretanto, deve-se fazer o tratamento como forma de evitar complicaçıes e diminuir as possibilidades de reinfecçıes. NotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªoNotificaçªo - A ascaridíase nªo Ø doença de notificaçªo compulsória. Medidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controleMedidas de controle - Evitar as possíveis fontes de infecçªo, ingerir vegetais cozidos e nªo crus, higiene pessoal, saneamento bÆsico adequado. Tratamento em massa das populaçıes tem sido preconizado por alguns autores. Doenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e PDoenças Infecciosas e ParasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆriasarasitÆrias 33 BOBOBOBOBOTULISMO / BOTULISMO / BOTULISMO / BOTULISMO / BOTULISMO / BOTULISMO DO LATULISMO DO LATULISMO DO LATULISMO DO LATULISMO DO LACTENTECTENTECTENTECTENTECTENTECID-10A-05.1 Aspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e EpidemiológicosAspectos Clínicos e Epidemiológicos DescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªoDescriçªo - O botulismo clÆssico Ø uma intoxicaçªo grave, de origem alimentar, caracterizada por comprometimento agudo e bilateral de pares cranianos, fraqueza e paralisia flÆcida das vias descendentes. Pode estar acompanhado, inicialmente, de diplopia, boca seca, disfagia, disfonia e fraqueza muscular progressiva, que evolui para paralisia respiratória. Nªo cursa com febre. Tremores e vômitos podem estar presentes. O botulismo do lactente atinge, principalmente, menores de 1 ano, e, ocasionalmente, adultos; caracteriza-se por tremores, hipotonia, inapetŒncia, disfagia, podendo evoluir para insuficiŒncia e parada respiratórias. Agente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológicoAgente etiológico - O botulismo clÆssico Ø causado pelas toxinas do Clostridium botulinun, bacilo anaeróbio, estrito esporulado, nos tipos A, B, E e, em raras ocasiıes, pelo tipo F. O botulismo dos lactentes Ø causado, principalmente, pelos tipos A e B. ReservatóriosReservatóriosReservatóriosReservatóriosReservatórios - Os esporos estªo distribuídos no solo, estando presentes com freqüŒncia em produtos agrícolas, inclusive no mel. Estªo presentes, tambØm, em sedimentos marinhos e nas vias intestinais dos peixes. Modo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªoModo de transmissªo - Botulismo clÆssico (alimentar) Ø adquirido atravØs da ingestªo de alimentos contaminados com a toxina botulínica. O botulismo do lactente ocorre por ingestªo dos esporos botulínicos, que proliferam nas vias intestinais. PPPPPeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªoeríodo de incubaçªo - No botulismo clÆssico, varia de 12 a 36 horas, podendo, ocasionalmente, durar vÆrios dias. Desconhece-se o período de incubaçªo para o botulismo do lactente. PPPPPeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidadeeríodo de transmissibilidade - - - - - Apesar da excreçªo da toxina botulínica nas fezes, durante semanas ou meses de doença, nªo se detectou transmissªo secundÆria entre as pessoas. ComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıesComplicaçıes - Pneumonia por aspiraçªo, infecçªo e paralisia respiratórias, levando a óbito. O botulismo do lactente Ø responsÆvel por 5% de morte sœbita nesse grupo. DiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnósticoDiagnóstico - Botulismo clÆssico: alØm do quadro clínico-epidemiológico, o diagnóstico Ø confirmado pela identificaçªo da toxina botulínica nas fezes, no soro, aspirado gÆstrico ou alimento suspeito;
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