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RCP e DEA em Atividade Física

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AULA 3
SOCORROS E URGÊNCIAS EM ATIVIDADE FÍSICA
RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) E DESFIBRILAÇÃO EXTERNA AUTOMÁTICA (DEA)
Diversas situações de patologias clínicas cardiovasculares podem vir a ocorrer em um indivíduo saudável. O sistema cardiovascular é um importante sistema de controle corporal, possuindo um papel fundamental na circulação, assim como na sua oxigenação e nutrição celular, imprescindível à vida. 
Portanto, em alguns episódios, caso tenhamos treinamento e conhecimento técnico científico, devemos socorrer a pessoa que se encontra em algum caso de problema do sistema cardiovascular. 
Dentro das diversas patologias do sistema cardiovascular, trataremos da morte cardíaca súbita, do seu atendimento através a ressuscitação cardiopulmonar e do suporte básico de vida em cardiologia. 
Segundo MARTINS (2010), dados brasileiros obtidos pelo DataSUS mostram que 35% das mortes no Brasil se devem a causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano. Já nos Estados Unidos, estima-se que 250 mil mortes súbitas ocorram por ano de causa coronariana. Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada cardiorrespiratória, em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para um melhor resultado.
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
A RCP é uma técnica dentro do Suporte Básico de Vida em Cardiologia, realizada por todo profissional treinado para qualquer situação onde uma vítima apresente uma parada cardiorrespiratória.
A técnica combina ventilações e compressões torácicas externas ou massagens cardíacas externas, com o intuito de circular em todo o organismo da vítima oxigênio e nutrientes, principalmente para órgãos nobres vitais, uma vez que o sistema cardiovascular se encontra ineficaz.
Suporte Básico de Vida
Para CARVALHO (2004), por definição, o SBV - suporte básico de vida em cardiologia é um conjunto de procedimentos de emergência que podem ser executados por profissionais de saúde ou por leigos treinados em emergências cardiovasculares.
Verificamos o quanto se torna imprescindível tal conhecimento e treinamento para o sucesso do atendimento a qualquer indivíduo que sofra de algum evento clínico cardiovascular. Segundo MARTINS (2010) o SBV visa ao reconhecimento e atendimento de situações de emergência, como obstrução aguda de via aérea, acidente vascular cerebral e a parada cardiorrespiratória. 
A abordagem inicial através dessas manobras visa a instituir condições mínimas necessárias para a manutenção ou recuperação da oxigenação e da perfusão cerebral, já que a viabilidade neurológica é definidora do prognóstico da vítima.
Morte cardíaca súbita
O termo define quando o coração para de bater ou bate de maneira anormal, e com isso, o pulso não pode ser mais sentido. 
Quando o sistema circulatório cessa ou fica escasso, oxigênio e nutrientes não são absorvidos e entregues de forma adequada a todas as células do corpo, principalmente a órgãos nobres, ocasionando esta falência mecânica e operacional.
O cérebro, por sua vez, é altamente sensível à falta de oxigênio e de nutrientes, principalmente carboidratos. A partir de quatro a seis minutos sem oxigênio ou devido a uma parada respiratória ou cardiorrespiratória, a lesão cerebral pode se instalar no indivíduo, ocasionando danos irreversíveis à vítima.
Cadeia (ou Corrente) de Sobrevivência
Sabe-se que quanto mais rápido for atendida uma vítima, e de forma adequada dentro de uma sequência de eventos, chamados elos da corrente de sobrevivência, maior sua taxa de sobrevida. 
Os elos da corrente de sobrevivência são:
1 Reconhecimento da emergência e acionamento precoce do resgate - Reconhecer de forma precoce uma situação de emergência cardiovascular, verificar a inconsciência da vitima e acionar rapidamente o resgate. 
2 Ressuscitação cardiopulmonar precoce – Proceder com a ressuscitação cardiopulmonar, com intuito de aumentar as chances de sobrevida de uma vitima de parada cardiorrespiratória.
3 Desfibrilação externa automática precoce – Caso haja no local do acidente um DEA, e se o socorrista possuir treinamento, ele deve utiliza-lo o mais rápido possível, já que este é o único tratamento real efetivo para a fibrilação ventricular fora de um hospital.
4 Suporte avançado de vida em cardiologia precoce – Refere-se ao atendimento dentro do hospital que pode ser realizado por médicos, enfermeiros e dentistas.
5 Cuidados integrados pós-parada cardiorrespiratória – Após qualquer evento cardiovascular, é necessário utilizar um sistema de cuidados abrangente, estruturado, integrado e principalmente multidisciplinar.
Técnicas de RCP
A utilização do princípio chamado ABC da vida  foi recentemente modificado pelo novo protocolo de atendimento cardiovascular de emergência pela Associação Americana do Coração (American Heart Association – AHA). 
De acordo com a AHA, logo após verificar a inconsciência da vítima e acionar o serviço de resgate, o socorrista deve fazer 30 compressões torácicas externas, além de duas ventilações boca a boca, preferencialmente utilizando a máscara facial (pocket mask).
Ressuscitação cardiopulmonar
1 Posicione-se ao lado da vítima e verifique os sinais de circulação. 
Na ausência de sinais, comece a compressão torácica externa.
2 Após 30 compressões torácicas externas, realize duas ventilações (insuflações) para fornecer tanto oxigênio quanto gás carbônico ao indivíduo. 
O ciclo de compressões e ventilações deve ser realizado durante aproximadamente dois minutos cada, ou seja, em torno de cinco a seis ciclos de 30x2.
3 Após estes ciclos, você deve parar e verificar se a vítima possui sinais de circulação. Em caso negativo, continue a realizar tal procedimento novamente por mais dois minutos.
Esta relação numérica atualmente é feita para qualquer indivíduo, sem distinção.
Desfibrilador externo automático (DEA)
O desfibrilador é um dispositivo eletrônico computadorizado que tem o intuito de reverter a fibrilação ventricular, aumentando as chances de sobrevida da vítima.
De posse de um desfibrilador, pegue as pás adesivas e posicione-as no tórax do indivíduo. 
Ligue o aparelho, conecte o fio das pás no desfibrilador e não toque mais na vítima, pois o aparelho irá fornecer a análise automática cardiovascular. 
Caso necessário, aperte o botão para dar o choque na vítima. 
Mas antes disso, lembre-se de pedir que todos se afastem da vítima e não a toquem para não tomarem choque.
Utilizamos o desfibrilador tanto para a fibrilação ventricular como para a taquicardia ventricular sem pulso. Porém, a demora da utilização deste material de resgate no portador de enfermidade cardiovascular se converterá em assistolia em poucos minutos.
Neste caso, a chance de reverter o quadro de parada cardiorrespiratória se reduz de sete a 10% a cada minuto de demora do DEA.

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