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Pontos prova oral DPE.MA Processo civil 325

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Pontos – Prova oral – DPE/MA – PROCESSO CIVIL
	
	
	Responsável
	
1
	1. Jurisdição e ação. 1.1 Conceito, natureza e características. 1.2 Condições da ação.
	
LISLY
	2
	2. Partes e procuradores. 2.1 Capacidade processual e postulatória. 2.2 Deveres e substituição das partes e procuradores.
	
FLORENÇO
	3
	3. Litisconsórcio e assistência.
	KARLA
	4
	4. Intervenção de terceiros. 4.1 Oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide e chamamento ao processo.
	
SUZANNE
	5
	5. Prerrogativas processuais da Defensoria Pública.
	JULIA
	6
	6. Competência. 6.1 Em razão do valor e da matéria. 6.2 Competência funcional e territorial. 6.3 Modificações de competência e declaração de incompetência.
	
EVYLY
	7
	7. O juiz. 
8. Atos processuais. 8.1 Forma dos atos. 8.2 Prazos. 8.3 Comunicação dos atos. 8.4 Nulidades.
	
VINICIUS BRANDÃO
	8
	9. Formação, suspensão e extinção do processo. 
10. Processo e procedimento. 10.1 Procedimentos ordinário e sumario. 11. Procedimento ordinário. 11.1 Petição inicial. 11.2 Requisitos, pedido e indeferimento. 
	
TIAGO HENRIQUE
	9
	12. Resposta do réu. 12.1 Contestação, exceções e reconvenção. 
13. Revelia. 
14. Julgamento conforme o estado do processo.
	
ANA VALERIA
	10
	15. Provas. 15.1 Ônus da prova. 15.2 Depoimento pessoal. 15.3 Confissão. 15.4 Provas documental e testemunhal. 
16. Audiência. 16.1 Conciliação, instrução e julgamento.
	
JULIANA
	11
	17. Sentença e coisa julgada. 
18. Liquidação e cumprimento da sentença.
	
ANDRE
	12
	
19. Recursos. 19.1 Disposições gerais.
	
ARTHUR MOURA
	13
	20. Processo de execução. 20.1 Execução em geral. 20.2 Diversas espécies de execução. 20.2.1 Execução para entrega de coisa. 20.2.2 Execução das
obrigações de fazer e de não fazer. 
21. Execução de ações coletivas.
	
GIOVANA
	14
	22. Processo cautelar e medidas cautelares. 22.1 Disposições gerais. 22.2 Procedimentos cautelares específicos (arresto, sequestro, busca e apreensão). 22.3 Exibição e produção antecipada de provas.
	
IAN
	15
	23. Procedimentos especiais. 23.1 Mandado de segurança e ação de improbidade administrativa.
	
CAMILA BONFIM
	16
	24. PROCESSO CIVIL COLETIVO. 24.1 Teoria geral do processo civil coletivo. A tutela coletiva e o acesso à justiça dos necessitados. 24.2. Princípios gerais do processo civil coletivo. A nova ordem constitucional dos direitos materiais. Sistema Processual Civil coletivo Brasileiro.
	
RODRIGO
	17
	24.3. Instrumentos processuais coletivos: Ação Civil Pública (Lei nº 7.347/85), Mandado de Segurança Coletivo (Lei nº 12.016/09), Mandado de Injunção, Habeas Data Coletivo (Lei nº 9.507/97) e Ação Popular (Lei nº 4.717/65). A arguição do descumprimento de preceito fundamental como
instrumento para tutela dos direitos difusos e coletivos.
	
MAYARA BATISTA
	18
	24.4. Classificação dos direitos coletivos em sentido amplo. Direitos difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos. 24.5. Legitimidade ativa e passiva das ações coletivas. Legitimidade da Defensoria Pública. Ação coletiva passiva.
	
VITOR
	19
	24.6. Competência em ações coletivas. 24.7. Litisconsórcio em ações coletivas. 24.8. Ônus da prova em ações coletivas. Inversão do ônus da prova em ações coletivas. 24.9. Litispendência, conexão e continência em ações coletivas. 
	
AMANDA
	20
	24.10. Antecipação de tutela e medidas de urgência em ações coletivas. 24.11. Recursos em ações coletivas. 24.12. Coisa Julgada em ações coletivas. Limites objetivos e subjetivos.
	
GISELLE
	21
	24.13. Liquidação e Execução em ações coletivas. Multa liminar e multa condenatória. Execução específica (fazer e não fazer). 24.14. As ações individuais em face das ações coletivas. 24.15. Acordo em ações coletivas e termo de ajustamento de conduta. Natureza jurídica e limites de sua realização. Legitimidade da Defensoria Pública
	
MAYARA MACHADO
	22
	24.16. Controle difuso de constitucionalidade e Ação Civil Pública. A súmula vinculante do STF. O reflexo do efeito erga omnes e vinculante nas lides individuais. Repercussão geral.
	ERICA
	23
	24.17. Processo coletivo e participação popular. Audiência pública (extrajudicial e judicial). Intervenção do amicus curiae. Intervenção do cidadão, isoladamente ou em grupo. A legitimidade do cidadão eleitor para a
propositura de Ação Popular. A legitimidade do indivíduo para a propositura de ações de direito de vizinhança com reflexos na esfera coletiva. 24.18. Instrumentos administrativos de resolução extrajudicial de conflitos de natureza coletiva. Inquérito civil. Poder de requisição do Defensor Público em matéria coletiva.
	
LIVIA
	24
	24.19. Tutela coletiva dos direitos fundamentais sociais. Controle das
políticas públicas pelo Poder Judiciário. Direito-garantia ao mínimo existencial. Reserva do possível. Princípio da Separação dos Poderes. Priorização da resolução extrajudicial dos conflitos em matéria de políticas públicas sociais.
	
ERIC
	25
	24.20. Tutela coletiva do direito à saúde. Lei do Sistema Único de Saúde (Lei nº 8.080/90). Direito à saúde de grupos sociais vulneráveis: portadores de deficiência, crianças e adolescentes, idosos, portadores de SIDA, vítimas de violência sexual e familiar, pessoas privadas de liberdade, índios, etc. Resolução nº 107/2010 do Conselho Nacional de Justiça.
	
VINICIUS JERONIMO
	26
	24.21. Tutela coletiva do direito à educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96).
	
CAMILA SALES
	27
	24.22. Tutela coletiva do direito à cidade e do direito à moradia. Competência legislativa e administrativa em matéria urbanística. A política urbana na Constituição Federal. Funções sociais da cidade e da propriedade urbana. O direito à moradia digna como direito fundamental. A segurança na posse como garantia da efetividade do direito à moradia. Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001). Diretrizes gerais e princípios da Política Urbana no Estatuto da Cidade. Instrumentos da política urbana no Estatuto da Cidade. Concessão de uso especial para fins de moradia (Medida Provisória nº 2.220/01). Regularização Fundiária de interesse social e de interesse específico (Lei nº 11.977/09). Proibição de despejos forçados sem prévia alternativa de moradia. Proteção jurídica da moradia nos cortiços. Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto nº 7.053/09).
	
VANESSA
	28
	24.23. Tutela coletiva do direito ao saneamento básico. Conceito de saneamento básico. O Saneamento básico como direito fundamental. Política Nacional de Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007 e Decreto nº 7.217/2010).
	
ISABELE
	29
	24.24. Tutela coletiva do direito à alimentação. O direito à alimentação como direito fundamental social. Emenda Constitucional nº 64/2010. Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11.346/06).
	
PEDRO ICARO
	30
	24.25. Tutela coletiva do direito ao transporte público. O direito ao transporte público como expressão do direito à cidade.
	
MARIO
	31
	25.26. Tutela coletiva dos direitos das pessoas com deficiência (Lei nº 7.853/89)
	
ANA JULIA
	32
	25.27. Tutela coletiva dos direitos das pessoas privadas de liberdade. (Lei nº 7.210/84, com as alterações trazidas pela Lei nº 12.313/2010). 
	
ARTHUR MAGNUS
	33
	24.28. Tutela coletiva dos direitos dos idosos. Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003).
	
JOAO PAULO
Sumário
6PONTO 1	�
16PONTO 2	�
21PONTO 3	�
26PONTO 4	�
34PONTO 5	�
44PONTO 6	�
50PONTO 7	�
54PONTO 8	�
66PONTO 9	�
72PONTO 10	�
86PONTO 11	�
96PONTO 12	�
119PONTO 13	�
130PONTO 14	�
142PONTO 15	�
165PONTO 16	�
176PONTO 17	�
238PONTO 18	�
246PONTO 19	�
257PONTO 20	�
259PONTO 21	�
269PONTO 22	�
277PONTO 23	�
279PONTO 24	�
284PONTO 25	�
296PONTO 26	�
300PONTO 27	�
313PONTO 28	�
315PONTO 29	�
315PONTO 30	�
317PONTO 31	�
322PONTO 32	�
323PONTO 33	�
�
PONTO 1
1. Jurisdiçãoe ação. 1.1 Conceito, natureza e características. 1.2 Condições da ação.
1. Conceitue jurisdição.
Jurisdição é função atribuída a terceiro imparcial para, mediante um processo, reconhecer, efetivar ou proteger situações jurídicas concretamente deduzidas, de modo imperativo e criativo, em decisão insuscetível de controle externo, com aptidão para coisa julgada (Fredie Didier Jr.). 
2. Quais são as características da jurisdição? 
- Substitutividade – a vontade do magistrado substitui a vontade das partes. (exceções: ações constitutivas necessárias e execução indireta) 
- Lide (exceções: ações constitutivas necessárias, processos objetivos e tutela inibitória) 
- Inércia – para que seja deflagrado um procedimento, é necessária a provocação da parte. (exceções: inventário e partilha e jurisdição voluntária) 
- Definitividade – aptidão para coisa julgada material. 
3. Quais são os principais objetivos perseguidos pelo exercício da função jurisdicional, ou seja, quais são seus escopos? 
- Escopo jurídico: aplicação da vontade do direito (resolução da lide) 
- Escopo social: resolução de conflito de interesses (pacificação social) 
- Escopo educacional: ensinar aos jurisdicionados seus direitos e deveres 
- Escopo político: fortalecer o Estado, proteção das liberdades públicas e direitos fundamentais, bem como incentivar a participação democrática por meio do processo.
4. Explique os princípios norteadores da jurisdição. 
- Princípio da Investidura: De acordo com esse princípio, os julgadores são sujeitos investidos de poder jurisdicional, mediante ingresso na carreira através de concurso público (Art. 93, I, CF) ou quinto constitucional (Art. 94, CF). 
- Princípio da Territorialidade: Também conhecido como princípio da aderência ao território, significa que há uma limitação do exercício da jurisdição delimitada pelo território. Exceções: comarcas contíguas (art. 230, CPC) e imóvel em mais de uma comarca ou Estado (art. 107, CPC). 
- Princípio da Indelegabilidade: Ao julgador é vedado delegar o exercício da função jurisdicional. Poderes jurisdicionais: ordinatórios (poder de conduzir o processo – este é delegável a servidores), instrutórios (poder de produzir provas), decisórios (esse é o único que realmente é indelegável) e executório (poder de executar decisões). 
- Princípio da Inevitabilidade: O Estado sujeita os jurisdicionados à vontade estatal, ou seja, há uma vinculação obrigatória dos sujeitos ao processo judicial. Exceção: Terceiro, quando nomeado à autoria, nega-se a integrar o processo. 
- Princípio da Inafastabilidade: A jurisdição é direito fundamental de ação em sentido amplo (Art. 5º, XXXV, CF). É o fundamento para revisão do mérito de atos administrativos discricionários. Exceções: Justiça desportiva e crimes de responsabilidade do Presidente da República. 
- Princípio do Juiz Natural: Este princípio deve ser visto sob duas óticas: de que o juiz deve ser competente (Art. 5º, LIII, CF) e imparcial (art. XXXVII, CF), bem como que a competência deve ser previamente definida, razão pela qual é vedado o julgamento por Tribunais de Exceção. 
5. Quais são as espécies de jurisdição?
Primeiramente, cabe explicar que a divisão da jurisdição em espécies é apenas doutrinária, já que a jurisdição é sempre UNA e INDIVISÍVEL. 
Mas, divide-se, pedagogicamente, em: 
1) de acordo com o direito material: penal e civil; 
2) de acordo com a competência: originária e recursal; 
3) de acordo com a matéria: comum (federal e estadual) e especial (trabalho, eleitoral e militar) e 
4) de acordo com o objeto: contenciosa ou voluntária. 
6. O que se entende por jurisdição voluntária? Diferencie de jurisdição contenciosa. 
Na jurisdição contenciosa busca-se a solução do litígio. Já na jurisdição voluntária não há lide, mas sim uma resistência por parte da lei. 
Na jurisdição voluntária busca-se o aperfeiçoamento de uma situação jurídica que depende da decisão do juiz. 
Em regra, os procedimentos de jurisdição voluntária são ações constitutivas necessárias, sem elas não se atinge a situação desejada. Ex.: interdição, etc. 
Antigamente essa afirmação era absoluta, atualmente é apenas majoritária, pois surgiram exceções, como o procedimento que decorre da opção da parte que abre mão da via extrajudicial, ex.: divórcio consensual sem filho. 
7. Discorra sobre as divergências doutrinárias acerca da jurisdição voluntária. 
A doutrina clássica (administrativa) entende que jurisdição voluntária não é jurisdição, mas sim uma atividade administrativa realizada pelo juiz.
Características: 
a) Não há lide. Porque os interesses das partes são comuns, e não conflitantes 
b) Não há substituição das partes pelo juiz; 
c) Não há inércia, pois muitas vezes o juiz atua de ofício; 
d) Não há partes, mas apenas interessados; 
e) Não há processo, e sim procedimento; 
f) Não há coisa jugada material, (ou seja, não há definitividade), pois a sentença pode ser revista. 
Já a doutrina jurisdicionalista/revisionista entende que jurisdição voluntária é jurisdição e que a diferença reside no objeto, que não é a solução do conflito, mas sim a integração de uma solução jurídica. Rebate todos os argumentos da doutrina clássica: 
a) Existe lide presumida 
b) Não há mesmo a substituição das partes na solução do conflito, como p. ex.: execução indireta na qual o juiz pressiona o próprio devedor a cumprir a obrigação. 
c) Não há inércia, pois o inventário não é jurisdição voluntária e o juiz atua de ofício. 
d) Marques disse que na lei está escrito interessado e procedimento, por saber que jurisdição voluntária não era jurisdição. Contudo, Dinamarco entende ser apenas opção terminológica da lei por chamar a parte de interessado não muda nada, pois todos que postulam no processo são partes. Além de que todos os princípios do devido processo legal são aplicados na jurisdição voluntária, inclusive o duplo grau de jurisdição. 
e) Existe coisa julgada material com a cláusula rebus sic stantibus. É definitiva, desde que não mude a situação fática. Caso mude a situação fática é possível obter outra sentença mediante ação diferente que tem como causa de pedir mudança da situação. Sem fato novo, não há ação nova. 
A corrente jurisdicionalista é a que mais se adequa a atuação da Defensoria Pública. Contudo, a doutrina clássica, ainda é a mais difundida. 
8. O que são equivalentes jurisdicionais? Explique cada um deles.
Equivalentes jurisdicionais são meios de solução de conflitos. Não são jurisdição, pois podem ser submetidos ao controle jurisdicional. 
- AUTOTUTELA: Situação na qual um dos conflitantes impõe ao outro a solução do conflito. Em regra, não é admitida em nosso ordenamento; porém, há exceções, como a legítima defesa, greve, desforço incontinente. 
- AUTOCOMPOSIÇÃO: É meio de solução negocial do conflito, uma vez que este é resolvido por acordo, pela vontade dos conflitantes. Pode ser: 
- Judicial ou extrajudicial (esta deve ser levada à homologação judicial); 
- Transação (ambas as partes fazem concessões recíprocas) ou submissão (uma parte se submete à outra); 
- Sem participação de terceiro (autocomposição por si) ou com participação de terceiro (MEDIAÇÃO– forma de autocomposição acompanhada por um mediador ou conciliador). 
- TRIBUNAL ADMINISTRATIVO: No Brasil, há diversos tribunais administrativos que resolvem conflitos, como tribunal de ética da OAB, CADE, tribunal de contas, entre outros. 
- ARBITRAGEM: Ocorre quando alguém escolhido pelas pessoas em conflito para que o resolva mediante a elaboração de uma sentença arbitral. A arbitragem regulada pela lei 9.307/96, é constituída de comum acordo por meio de uma convenção de arbitragem (cláusula compromissória ou compromisso arbitral). Tem como características principais: Depende de um contrato; o árbitro deve ter formação técnica; pode ser sigilosa durante todo o procedimento. Para a maioria da doutrina a arbitragem não é jurisdição,mas um equivalente jurisdicional, por ter natureza contratual. Contudo, Carmona, Didier e o STJ entendem que é jurisdição privada e que o arbitro é competente para decidir sobre medidas cautelares.
9. Quais são as teorias existentes acerca do direito de ação e qual a adotada pelo Brasil? Quais as características do direito de ação no Brasil?
Até chegar ao conceito que hoje possui, o direito de ação passou por uma evolução conceitual. Hoje, o direito de ação é tido como direito público, fundamental (princípio da inafastabilidade de jurisdição), autônomo (diferente do mérito), abstrato, (não depende do direito material nele alegado), complexo (inclui o direito de provocar, de escolher o procedimento, de escolher quem é o réu). O Brasil adota a teoria eclética, segunda a qual, apesar de ser autônomo, para que haja Direito de ação é necessário a presença de alguns requisitos: São as chamadas condições da ação (legitimidade das partes, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido). 
A primeira teoria existente acerca do direito de ação foi a teoria imanentista\clássica\civilista de Savigny. Ganhou força na época em que o D. processual ainda não era considerado uma ciência autônoma, sendo dependente do D. civil. Considerava a ação como decorrência da violação de um direito material, portanto, segundo esta teoria, o direito de ação e o direito material se confundem. O primeiro só existe na presença do segundo.
A teoria concretista de wach, por sua vez, pregava a independência entre o direito de ação e o direito material. Foi a primeira a se opor à teoria clássica. Apesar disso, essa teoria ainda pecava em considerar que o direito de ação era o direito de se obter uma sentença favorável em juízo. 
A teoria de Windscheid e Muther pregou que o direito de ação possui natureza pública, sendo um direito de agir exercível contra o Estado e o devedor.
Por fim, a teoria abstrativista prega que o direito de ação é autônomo, público e abstrato. Foi a primeira a defender a absoluta independência entra o direito de ação e o direito material. Para que haja direito de ção, não é necessário a existência de uma direito material nem o julgamento favorável àquele que a exerce. 
10. Quais os elementos da ação?
Os elementos da ação são partes, pedido e causa de pedir.
11. Conceitue parte no sentido material e formal. 
No sentido material, parte é quem participa da relação jurídica de direito material. Sob o prisma formal ou processual, porém, parte é toda pessoa, diversa do juiz, que atua no processo, submetendo-se ao contraditório. Nesse último sentido, o assistente também é parte, igualmente o Ministério Público, ainda que como custus legis, pois atuam no processo, sob o contraditório, embora não participem da relação jurídica de direito material. 
Do exposto se conclui que as partes podem ser: 
a)	partes na demanda: é o autor e o réu, isto é, parte é quem pede e contra quem se pede a tutela jurisdicional. 
b) partes no processo: é toda pessoa que, à exceção do juiz, atua no processo com direito ao contraditório. 
c) partes materiais: são os participantes da relação jurídica de direito material. 
É possível ser parte no processo ou na demanda sem ser parte material. Exemplo: se a ação de cobrança é julgada improcedente, força convir que o autor não é parte material, mas é parte processual. Também é possível ser parte material sem ser parte na demanda ou no processo. Ocorre nas hipóteses de substituição processual, que o autor da ação defende em nome próprio interesse alheio, ele figura como parte no processo, mas não é parte material.
12. Em que consiste o pedido?
O pedido ou objeto da ação corresponde à lide, isto é, à matéria sobre a qual incidirá a sentença de mérito. Trata-se da pretensão formulada pelo autor perante a autoridade judiciária. O pedido estabelece a limitação objetiva da sentença, pois é vedado o julgamento extra-petita
O pedido deve ser expresso, certo e determinado. Excepcionalmente, admite-se pedidos implícitos. Cumpre mencionar que julgada procedente a ação de investigação de paternidade, o juiz condenará o réu a pagar alimentos, independentemente de pedido expresso na inicial, por força da Lei n. 8560/92. Trata-se de um pedido implícito. Outros exemplos de pedidos implícitos são os juros de mora, correção monetária, ônus de sucumbência e astreinte (multa diária). 
Em alguns casos admite-se pedido genérico. Com efeito, se o autor não tiver como individualizar o bem ou quantificá-lo o pedido pode ser genérico ou indeterminado. Exemplos: ações universais como é o caso da petição de herança, ação de indenização por ato ilícito cujos efeitos ainda não cessaram, ação de cobrança de comissões de contratos que estão em poder do réu, etc. nesses casos de pedido genéric o a sentença será ilíquida. 
13. O réu pode formular pedido na contestação que amplie os limites do julgamento do magistrado? 
Em regra, o juiz não pode julgar fora do pedido estampado na inicial, sendo vedado ao réu ampliar na contestação os limites do julgamento, devendo limitar-se à sua defesa. Caso queira formular pedido deverá mover ação autônoma ou então oferecer a reconvenção. Há casos, porém, em que é permitido ao réu formular pedido na própria contestação, ampliando assim os limites objetivos da demanda. Trata-se das ações dúplices em sentido processual, como as ações possessórias, a ação de prestação de contas, a ação renovatória de locação, etc.
14. O autor pode mudar o pedido? 
Até a citação, o autor pode mudar unilateralmente o pedido. Feita a citação, a modificação do pedido ou da causa de pedir só será possível mediante a anuência do réu. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo (art. 264, “caput” e seu parágrafo único). 
15. Qual a diferença entre pedido imediato e mediato?
O pedido pode ser imediato (aspecto processual) e mediato (aspecto material). O primeiro consiste no provimento jurisdicional solicitado, que pode ser de condenação, declaração, constituição, cautelar ou de execução. O segundo, diz respeito ao bem da vida pretendido pelo autor. Numa ação de cobrança de cem mil reais, por exemplo, o pedido imediato é a sentença condenatória; o mediato é o recebimento da importância devida. 
16. Em que consiste a causa de pedir? Como se subdivide?
A causa de pedir corresponde aos fundamentos, de fato e de direito, narrados pelo autor na petição inicial. Diz respeito, portanto, aos motivos do pedido. 
A causa de pedir subdivide-se em próxima e remota. A causa de pedir próxima compreende os fundamentos jurídicos do pedido, a causa de pedir remota abrange os fundamentos fáticos. 
Importante destacar que para Cândido Dinamarco é o inverso, os fundamentos fáticos são a causa de pedir próxima e os fundamentos jurídicos a causa de pedir remota. 
17. Em que consiste os fundamentos fáticos e jurídicos?
Os fundamentos fáticos consistem na exposição do fato jurídico, isto é, do acontecimento da vida que gerou o direito para o autor. Nem todos os fatos narrados na petição inicial integram a causa de pedir remota, mas apenas os fatos jurídicos, isto é, os acontecimentos essenciais ao nascimento do direito. Os outros fatos secundários são chamados de fatos simples, eles não compõem a causa de pedir, mas podem ter relevância se forem analisados em conjunto como fato jurídico. Numa colisão de veículos, por exemplo, o fato de o motorista dirigir falando no celular é um fato simples, pois por si só não gera o direito à indenização, o fato jurídico (a causa de pedir) é a colisão do veículo, que causou dano à vítima, mas no conjunto probatório aquele fato simples passa a ter relevância. 
Os fundamentos jurídicos consistem nos argumentos amparados pelo direito (lei, costumes, analogia, princípios gerais do direito e equidade). Cumpre não confundir fundamento jurídico com fundamento legal. Com efeito, a fundamentação jurídica integra a causa de pedir, sendo, pois,essencial, sob pena de carência da ação. Diferentemente, a fundamentação legal nada mais é do que a norma legal em que se apoia a pretensão do autor vale dizer, o artigo da lei. A fundamentação legal é totalmente dispensável, por força do princípio iuranovitcuria (o juiz conhece o direito).
18. Qual a diferença entre a teoria da substanciação e a da individualização? CPC adotou qual? 
O CPC adotou a teoria da substanciação, segundo a qual a causa de pedir deve conter as razões de fato e de direito, afastando-se da teoria da individualização, que exige apenas a descrição da fundamentação jurídica do pedido. Todavia, em matéria de ação de indenização decorrente de acidente do trabalho, movida em face do INSS, adotou-se a teoria da individualização, podendo investigar-se outras causas além daquela descrita na petição inicial.
19. O principio da eventualidade e concentração também é aplicável ao autor?
O princípio da eventualidade ou concentração, segundo o qual o réu deve alegar todos os fatos na contestação, sob pena de preclusão, também é aplicável ao autor, malgrado o silêncio do Código, preservando-se, destarte, a igualdade entre as partes. Assim, as características que integram o mesmo fato devem ser mencionadas na inicial. Numa ação de indenização em razão de acidente de veículo, por exemplo, se o autor alega a velocidade excessiva do réu, mas não consegue comprová-la, não poderá propor outra ação para alegar que o réu também estava na contramão. O princípio da eventualidade impede esse tipo de manobra jurídica. 
20. Em que consiste o sincretismo?
Uma ação é sincrética quando ela serve a mais de uma tutela jurisdicional. Declaração, proteção e execução de um direito. Hoje, no Brasil, os processos são sincréticos. 
21. Em que consiste a teoria da asserção? Ela é aplicada no direito processual civil brasileiro?
Como se sabe, o CPC adotou a concepção eclética sobre o direito de ação: O direito de ação é o direito a um julgamento de mérito, no entanto, este julgamento fica condicionado à existência de algumas condições, quais sejam: PIL. 
Tal ideia foi desenvolvida por Liebman e este afirma que a falta de qualquer das condições ensejaria a extinção do processo sem a análise do mérito. 
No entanto, essa teoria sofre críticas pela doutrina, e a principal delas é a de que, na verdade, a falta de condições da ação adentra na própria análise do mérito e enseja a improcedência da ação, inclusive com julgamento antecipado da lide. A análise da legitimidade, da possibilidade jurídica do pedido, por exemplo, para muitos, é o próprio mérito da causa. 
A teoria da asserção veio para tentar minimizar os problemas trazidos por essa concepção adotada pelo CPC/73. Com efeito, o §3º do art. 267 do CPC afirma que as condições da ação podem ser averiguadas em qualquer tempo e grau de jurisdição. Observa-se, no entanto, que é extremamente indesejável a exclusão do processo sem análise do mérito por falta de uma das condições da ação, após anos de embate processual. A sentença de mérito é mais útil às partes em qualquer caso. Para evitar tal situação e outras situações esdruxulas eventualmente formadas, a teoria da asserção propõe que a análise das condições da ação como questões não meritórias fique restrita ao momento da prolação do juízo de admissibilidade inicial, à luz das afirmações do autor, sem haver produção de prova, perícia... Levando-se em consideração unicamente o que o autor afirmou. Após essa fase, em havendo a admissibilidade, qualquer julgamento que abordasse as condições da ação seria sentença de mérito. 
 PORTANTO, o juiz deve verificar a existência das condições da ação analisando apenas a narrativa trazida pelo autor em sua petição inicial. Essa narrativa deve ser clara e coerente o suficiente para que a ação se apresente como juridicamente possível (possibilidade jurídica do pedido), necessária (interesse processual ou interesse de agir) e instaurada entre as partes legítimas (legitimidade das partes). Caso não o seja, o processo será extinto de plano, sem resolução do mérito.
Essa teoria é aplicada pelo STJ. 
Vale aqui fazer uma observação especial acerca do novo CPC. Este eliminou os termos “condições da ação” e “carência de ação”. Ainda fala em legitimidade das partes e interesse de agir como exclusão da ação sem resolução de mérito, no entanto, no novo código, essas duas devem ser analisadas como pressupostos processuais, segundo Ddidier. A possibilidade jurídica do pedido, por sua vez, passou a ser questão de mérito no novo código, gerando improcedência, se ausente. A possibilidade jurídica do pedido foi deslocada para o assunto: improcedência liminar. Legitimidade e interesse foram deslocados para o assunto pressupostos processuais. 
22. Em que consiste uma ação dúplice em seus sentidos material e processual?
Em sentido material, dúplice ou ambivalente é a ação em que há simultaneidade de posições entre autor e réu, ou seja, em que não importa se a parte figura no polo ativo ou passivo da ação, pois o resultado do julgamento para ambas as partes será o mesmo. Um exemplo clássico é o da ação demarcatória de terras particulares: a sentença que remarca os limites da propriedade de cada uma das partes produz o mesmo efeito jurídico sobre cada uma delas. É importante notar que pelo fato de ser indiferente a posição das partes no processo, nesse tipo de ação não há necessidade de o réu apresentar reconvenção quando pretender manifestar-se contra a pretensão do autor. (é o cabo de guerra). Em sentido processual, ações dúplices ou ambivalentes são aquelas que admitem pedido contraposto, ou seja, que admitem que o réu formule, em sua contestação, um pedido contra a pretensão do autor da ação, mas que dela não é independente. Esse pedido, por estar vinculado à ação originária e seguir seu rito, fica prejudicado quando esta é extinta sem resolução de mérito. O réu pode fazer pedido contraposto independentemente de reconvenção. As ações possessórias podem ser utilizadas como exemplo.
23. Em que consiste a teoria ternária das ações?
Segundo a teoria ternária das ações, hoje prevalecente na nossa doutrina, a ação pode ser de três tipos: condenatória, declaratória e constitutiva. 
Na ação condenatória se afirma um direito a uma prestação e se pede o reconhecimento e a efetivação desse direito. No processo sincrético há o reconhecimento e a execução em um mesmo processo. Portanto, está ligada a um direito prestacional, se relacionando, ainda, a prazos prescricionais. Para haver um direito prestacional, deve haver o inadimplemento. Há necessidade de execução, pois o direito a uma prestação precisa ser concretizado no mundo físico, no mundo dos fatos (diferente do direito potestativo que se efetiva no mundo jurídico das normas)
A ação constitutiva, por sua vez, é a demanda pela qual se afirma um direito potestativo e se pede a efetivação deste. O direito potestativo é o poder jurídico conferido a alguém de submeter outrem à alteração, criação ou extinção de situações jurídicas. Aqui não há prestação a ser realizada, por isso não há que se falar em execução. Na sentença constitutiva, a efetivação do direito se dá com a simples afirmação do juiz: anule-se, estão casados, estão divorciados, Está relacionada a decadência. Podem ser positivas ou negativas. 5 exemplos de ações constitutivas em que há controvérsias: ação de interdição, ação de falência, investigação de paternidade, ação de nulidade.(p/ FCC nulidade é declaratória, anulabilidade é constitutiva). 
Normalmente, osefeitos de uma decisão constitutiva se opereram ex nunc. Mas há ação constitutiva negativa com efeito ex tunc. Ex: anula negócio jurídico. 
Já a ação declaratória é a demanda que busca firmar uma certeza jurídica. Há uma situação de incerteza em torno da existência, inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica. As ações declaratórias são imprescritíveis. –É possível ajuizar-se uma ação declaratória quando já se pode ajuizar ação condenatória. Ex: jornalista Vladimir Herzog na ditadura militar. Mulher entrou na justiça para pedir a declaração de que a união é responsável pela morte dele. ( com essa sentença declaratória, pode haver execução. 
O que diferenciaria, então, a ação declaratória nesse caso, de uma ação condenatória, se ambas são título executivo? 
Ocorre que, a proposição da ação condenatória interrompe a prescrição.
 A declaratória não interrompe, pois não houve comportamento do credor que revelasse a sua vontade em efetivar a prestação. 
Não se admite ação meramente declaratória de fato (não se pode pedir ao juiz que declare que um fato ocorreu), exceto ação sobre a autenticidade de documento. 
Sum. 181, STJ: É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.
Sum. 242, STJ: Cabe ação declaratória para reconhecimento de tempo de serviço para fins previdenciários.
Resumindo, casos em que cabe ação declaratória:
Declaratória de autenticidade/falsidade de documento (única ação declaratória de fato possível) 
Declaratória para certificar a interpretação de cláusula contratual
Declaratória para certificar a existência de uma obrigação ainda não exigível (e por não ser exigível ainda, não caberia condenatória).
Declaratória para certificar a existência de uma obrigação já exigível 
Declaratória de constitucionalidade das leis. 
24. Diferencie capacidade de ser parte de capacidade processual. 
A capacidade de ser parte é um pressuposto de existência da ação. É a aptidão para ser sujeito em um processo. Para muitos, a capacidade de ser parte se confunde com a personalidade no D. civil, já que todo aquele que tem personalidade tem capacidade de ser parte. Há casos, no entanto, em que não há personalidade jurídica e há capacidade de ser parte. Como exemplos temos o espólio, o condomínio, a assembleia legislativa, etc. 
A capacidade processual, por sua vez, é pressuposto de validade subjetivo. Traduz-se na aptidão para praticar os atos processuais por conta própria, independente de representação ou assistência. 
25. Quais as consequências da falta de capacidade processual de uma das partes do processo?
A falta de capacidade processual é sempre sanável. O magistrado, ao perceber o vício, deve designar prazo para que seja sanado. Se não for sanado, o processo poderá tomar diferentes rumos a depender da parte: a) se o vício for da parte autora: O processo será extinto; b) se o vício for do réu: será considerado revel; c) se o vício for do terceiro: será excluído do processo. Portanto, somente a capacidade processual do autor pode ser vista como requisito de validade do procedimento em si. A do réu e do terceiro é requisito de validade apenas dos atos por eles mesmos praticados. 
26. E com relação à falta de capacidade postulatória, quais os efeitos gerados no processo?
A falta de capacidade postulatória gera os mesmos efeitos da falta de capacidade processual para cada uma das partes: autor, o processo será extinto; réu, será revel; terceiro, será excluído. 
27. O que é legitimidade ordinária? E extraordinária?
A legitimidade ordinária ocorre quando as partes da relação processual são as mesmas da relação material. Vale dizer, as partes que figuram no processo são as mesmas do conflito de interesses. Essa legitimidade ordinária não implica necessariamente na coincidência de pessoas, mas sim na coincidência das partes. Se, por exemplo, o credor move ação de cobrança em face do espólio do devedor, há uma legitimação ordinária sucessiva. Se o devedor ainda estivesse vivo e a ação fosse ajuizada em face dele, haveria uma legitimação ordinária originária.
A legitimidade extraordinária, por sua vez, ocorre quando a lei autoriza alguém a defender em nome próprio interesse alheio. É, pois, a autorização legal para que outras pessoas, que não sejam participantes da relação de direito material, figurem na relação processual. Tal ocorre, por exemplo, com o gestor de negócios (art. 861 do CC). A legitimidade extraordinária foi denominada por Chiovenda “substituição processual”. Só é admitida nos casos expressos em lei. Com efeito, dispõe o art. 6º do CPC: “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. 
Na legitimidade extraordinária, a lei autoriza a figurar, no pólo ativo ou passivo da relação processual, alguém que não está envolvido na relação de direito material.
28. Qual a diferença entre legitimidade extraordinária e substituição processual? 
Conquanto a doutrina dominante considere sinônimas as expressões legitimidade extraordinária e substituição processual, alguns processualistas realizam uma sutil distinção, salientando que, na legitimidade extraordinária, o legitimado ordinário também pode propor a ação, ao passo que na substituição processual inexiste a figura do legitimado ordinário. Noutras palavras, a substituição processual compreende os casos de legitimidade extraordinária exclusiva, que atribui legitimidade a um terceiro, eliminando a do sujeito da relação jurídica, que seria o legitimado ordinário. Portanto, os adeptos dessa distinção reservam a legitimidade extraordinária apenas para as hipóteses em que a lei admite a ação proposta pelo terceiro, sem excluir a possibilidade de o legitimado ordinário também propô-la.
29. Quais os efeitos gerados pela citação válida?
São efeitos processuais da citação válida: prevenção do juízo, litigiosidade da coisa e indução de litispendência. São efeitos materiais da citação válida: constituição do devedor em mora e interrupção da prescrição que retroage à data da propositura da ação. 
30. Qual a classificação das ações?
As ações podem ser classificadas em: a) ações de conhecimento; b) ações de execução; c) ações cautelares. 
A ação de conhecimento visa ao provimento de mérito, julgamento da causa, gerando um processo de conhecimento. Subdivide-se em: provimento cognitivo (sentença de mérito) meramente declaratória (visa colocar fim à incerteza sobre a existência ou inexistência de uma relação jurídica), constitutiva (visa alterar direito potestativo) e condenatória (faz-se necessária em caso de inadimplemento de uma obrigação). Conseguinte, pela classificação ternária, haveria apenas os três tipos de tutelas cognitivas mencionadas acima, para a classificação quinaria, haveriam além das três ditas acima, mais duas: tutela mandamental (contém ordem dirigida à terceiro, e, não à parte, ensejando a realização do direito material pleiteado) e tutela executiva lato sensu (enseja atividade executiva no próprio processo em curso). 
Por sua vez, a ação de execução visa à satisfação do direito através da atuação da norma concreta por meio de atos materiais necessários para que se possa invadir, coercitivamente o patrimônio do devedor, uma vez que este não colaborou com a justiça, satisfazendo espontaneamente o direito do credor. Com a reforma do Código de Processo Civil instituído pela Lei 11.232/2005, houve a extinção da execução fundada em título executivo judicial, passando-se a formação de um processo sincrético, em que a cognição e a execução ocorrem no mesmo processo, casoem que estaríamos diante de uma tutela condenatória-executiva ou simplesmente executiva. 
Por fim, a ação cautelar funda-se antecipadamente nas hipóteses de um futuro provimento jurisdicional favorável ao autor, a fim de evitar que o dano oriundo da inobservância do direito fosse agravado pelo inevitável retardamento do remédio jurisdicional. Funda-se em dois requisitos, sendo os mesmos seus pressupostos, o periculum in mora (perigo da demora) e o fumus boni iuris (fumaça do bom direito).O provimento cautelar pode ser preparatório (quando requerido de forma autônoma) ou incidental (quando obtido incidentalmente, no curso do processo principal, quando este já tiver sido iniciado).Também podem ser divididas em nominadas e em inominadas. As nominadas são aquelas especificadas no Código de Processo Civil. As inominadas decorrem do poder geral de cautela atribuído ao juiz, artigo 798, do Código de Processo Civil, o qual o juiz pode conceder medidas cautelares não previstas em lei e modeladas segundo a necessidade de cada caso concreto
31. O que é ação de estado? Dê exemplo. 
Ação de estado é aquela que tem como objeto o estado civil ou a capacidade das pessoas. Trata, em geral, de direitos indisponíveis. Um exemplo é a ação de divórcio.
PONTO 2
2. Partes e procuradores. 2.1 Capacidade processual e postulatória. 2.2 Deveres e substituição das partes e procuradores.
1. Segundo Daniel Amorim (2012), os pressupostos processuais são requisitos de validade e existência da relação jurídica processual. Subdividem-se em subjetivos e objetivos. Os subjetivos dizem respeito ao juiz-juízo (investidura, imparcialidade, competência) e às partes (capacidade de ser parte, capacidade de estar em juízo e capacidade postulatória). Faça uma breve análise dos pressupostos processuais subjetivos relacionados às partes.
Capacidade de ser parte (pressuposto processual de existência subjetivo): é a capacidade jurídica ou de direito. É a simples aptidão de ser parte em algum processo. A capacidade de ser parte é absoluta, ou seja, é para qualquer processo (é diferente, portanto, de legitimidade, em que se tem para algumas coisas e não para outras). Possuem capacidade de ser parte as pessoas naturais e jurídicas, inclusive menores, loucos, condomínio, comunidade indígena, órgãos públicos (MP, Defensoria, Tribunal de Contas, PROCON etc). O nascituro tem capacidade de ser parte. Os doutrinadores dizem que não tem capacidade de ser parte as coisas, o morto e os animais.
Capacidade processual (pressuposto processual de validade subjetivo): possui capacidade processual quem pode litigar por si mesmo. Relaciona-se com a capacidade de fato ou de exercício. A massa falida, o espólio, a herança vacante ou jacente, a massa insolvente, as sociedades sem personalidade jurídica e o condomínio possuem capacidade processual. Também têm capacidade processual em defesa de suas prerrogativas: Câmara de Vereadores, Mesa das Casas Legislativas, TCU, Tribunal de Justiça, etc. Os absolutamente incapazes serão representados e os relativamente incapazes serão assistidos pelos pais, tutores ou curadores.
Já a capacidade postulatória, é a capacidade de postular, de pedir, de suplicar em juízo, e quem normalmente a detém é o advogado, o promotor e o defensor, sendo que ela pode ser dispensada pela lei, como acontece, por exemplo, nos juizados especiais (em causas de valor até vinte salários mínimos), nos Habeas Corpus, na Justiça Trabalhista, na ADI-ADC etc.
2. Qual a função do curador especial no processo civil?
O curador especial é um representante especial da parte (representante ad hoc) que atua em determinado processo (curador especial não é parte). Essa função incumbe, no atual sistema, à Defensoria Pública (função atípica), mas se este órgão não estiver instalado na localidade, qualquer pessoa capaz poderá exercer a curadoria. Cabe ao curador praticar atos de defesa dos interesses do curatelado (Ex: contestar, recorrer, impetrar mandado de segurança contra ato judicial, opor embargos à execução – súmula 196 do STJ etc). Não poderá, contudo, reconvir, formular pedido contraposto nem praticar atos de disposição do direito do curatelado.
De acordo com o art. 9º do Código de Processo Civil, o juiz dará curador especial: a) ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daquele; b) ao réu preso (que não tenha constituído advogado), bem como ao revel citado por edital ou com hora certa (casos de citação ficta).
OBS: Compete ao Ministério Público, a teor do art. 201, III e VIII, da Lei nº 8.069 /90 (ECA), promover e acompanhar o processo de destituição do poder familiar, zelando pelo efetivo respeito aos direitos e às garantias legais assegurados a crianças e adolescentes. Resguardados os interesses da criança e do adolescente, não se justifica a nomeação de curador especial na ação de destituição do poder familiar (STJ - AgRg no REsp 1177622, Relator Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 22/04/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/04/2014).
3. Diferencie presentação de representação.
A presentação ocorre quando a parte se faz presente em juízo por meio de seus órgãos. Não há necessidade de procuração. São presentadas em juízo as seguintes pessoas: a) União, Estados, DF, Territórios e Municípios; b) Pessoas jurídicas nacional ou estrangeira (art. 12, I, VI, VIII, CPC).
Já a representação se dá quando a parte é representada em juízo por outra pessoa. Há necessidade de procuração. São representadas em juízo as seguintes pessoas: a) massa falida, pelo síndico; b) herança jacente ou vacante, pelo curador; c) espólio, pelo inventariante; d) sociedades sem personalidade jurídica, pelo administrador; e) condomínio, pelo administrador ou síndico (art. 12, III, IV, V, VII, IX, CPC).
4. Qual o entendimento dos tribunais superiores a respeito do recurso interposto por advogado sem procuração nos autos?
Na linha do entendimento jurisprudencial das cortes superiores, nos recursos dirigidos aos tribunais de segundo grau aplica-se o art. 13, caput, do CPC, admitindo-se o saneamento da irregularidade da representação no prazo a ser fixado pelo relator. Já nos tribunais superiores, aplica-se a preclusão consumativa, de forma que não se admite a juntada de procuração posterior ao protocolo do recurso.
Nesse sentido dispõe a súmula 115 do STJ: NA INSTANCIA ESPECIAL É INEXISTENTE RECURSO INTERPOSTO POR ADVOGADO SEM PROCURAÇÃO NOS AUTOS.
5. O que é “contempt of court” brasileiro?
É previsão do art. 14, V e parágrafo único, do CPC:
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: [...]
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. 
O legislador notou que aquele que deixa de cumprir com exatidão as ordens judiciais (provimentos mandamentais) e que cria obstáculos de qualquer natureza à efetivação dos procedimentos judiciais, além de prejudicar a parte contrária, desrespeita o Estado-Juiz. São os chamados “atos atentatórios à dignidade da jurisdição”.
Relevante consequência desse raciocínio é a determinação de ser o Estado o credor do valor da multa e não a parte contrária, como ocorre com todas as demais multas previstas pelo CPC por atos de deslealdade e boa-fé.
6. A multa é aúnica forma de penalização processual prevista no Código de Processo Civil?
Embora seja a forma mais frequente de sanção processual, a multa não é a única maneira de penalizar o sujeito que descumpre os princípios da lealdade e da boa-fé processual. Com efeito, existem sanções não pecuniárias, como fazem exemplo as previstas nos artigos 15, 161, parte inicial, 195 e 196 do CPC. Além dessas, deve-se ressaltar a hipótese de antecipação da tutela em caso de abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu, nos termos do art. 273, caput e inciso II, do diploma processual (hipótese de inversão do ônus do tempo).
7. Quais as sanções previstas para o litigante de má-fé?
Segundo o art. 18 do CPC, ao litigante de má-fé se aplicam três diferentes espécies de condenação: a) multa não superior ao valor de 1% do valor da causa; b) indenização pelos prejuízos causados à parte contrária; c) condenação nos honorários advocatícios e despesas.
OBS: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ E DESNECESSIDADE DE PROVA DE PREJUÍZO. É desnecessária a comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de indenização por litigância de má-fé (art. 18, caput e § 2º, do CPC). Ressalta-se, inicialmente, que o art. 18, caput e § 2º, do CPC é voltado à valoração dos princípios da boa-fé e lealdade processual. Nesse contexto, o litigante que proceder de má-fé deverá indenizar a parte contrária pelos prejuízos advindos de sua conduta processual, bem como ser punido por multa de até 1% (um por cento) sobre o valor da causa, mais os honorários advocatícios e outras despesas processuais. O § 2º do art. 18 do CPC, por sua vez, estipula que o juiz poderá, de ofício, fixar o valor da indenização em até 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa ou determinar sua liquidação por arbitramento. Em momento algum, o dispositivo legal em questão exige que haja prova do prejuízo para que a indenização em discussão possa ser fixada. Com efeito, o art. 18, caput e § 2º, do CPC apenas dispõe que: "o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a [...] indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu [...]". Assim, para a fixação da indenização, a lei só exige que haja um prejuízo, potencial ou presumido. A par disso, observa-se que a exigência de comprovação do prejuízo praticamente impossibilitaria a aplicação do comando normativo em análise, comprometendo a sua eficácia, por se tratar de prova extremamente difícil de ser produzida pela parte que se sentir atingida pelo dano processual. Portanto, tem-se que o preenchimento das condutas descritas no art. 17 do CPC, que define os contornos fáticos da litigância de má-fé, é causa suficiente para a configuração do prejuízo à parte contrária e ao andamento processual do feito, até porque, caso prevalecesse a tese quanto à exigibilidade de comprovação do prejuízo causado pelo dano processual, isso impossibilitaria, muitas vezes, que o próprio juiz pudesse - como de fato pode - decretar a litigância de má-fé ex officio, na medida em que o prejuízo não estaria efetivamente comprovado nos autos. Precedentes citados: EDcl no REsp 816.512-PI, Primeira Seção, DJe 16/11/2011; REsp 861.471-SP, Quarta Turma, DJe 22/3/2010; REsp 872.978-PR, Segunda Turma, DJe 25/10/2010. EREsp 1.133.262-ES, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/6/2015, DJe 4/8/2015.
OBS: Em caso de embargos de declaração manifestamente protelatórios, é possível aplicar a multa do art. 538, parágrafo único juntamente com a indenização prevista no art. 18, § 2º do CPC. A multa prevista no art. 538, parágrafo único, do CPC tem caráter eminentemente administrativo – punindo conduta que ofende a dignidade do tribunal e a função pública do processo –, sendo possível sua cumulação com a sanção prevista nos arts. 17, VII, e 18, § 2º, do CPC, de natureza reparatória. [STJ. Corte Especial. REsp 1.250.739-PA, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/12/2013 (recurso repetitivo) (Info 541)].
8. São cabíveis honorários em razão do exercício da curadoria especial pela Defensoria Pública?
Segundo o Superior Tribunal de Justiça, descabem honorários de curador especial em favor de defensor público, que, consoante expressa previsão constitucional, apenas pode receber subsídio em parcela única, não sendo admitido o recebimento de qualquer outra espécie de verba remuneratória. O exercício da curadoria especial é função institucional da Defensoria Pública, não se mostrando possível o recebimento de honorários pelo desempenho de múnus público (STJ - REsp: 1297354 SP 2011/0294600-5, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 27/11/2012, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/12/2012).
9. Existe solidariedade quanto ao pagamento dos honorários e despesas pelos litisconsortes vencidos?
Segundo dispõe o art. 23 do CPC, “concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e honorários em proporção”. Da interpretação do texto legal pode-se inferir que a condenação não é solidária, ainda que a relação jurídica de direito material discutida no processo o seja. Por certo, só existe solidariedade quando prevista em lei ou por vontade das partes.
10. Cabe condenação em despesas nos procedimentos de jurisdição voluntária?
Nos termos do art. 24 do CPC, “nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo requerente, mas rateadas entre os interessados”. Embora haja certa divergência, a corrente doutrinária tradicional entende não existir lide na jurisdição voluntária, o que afasta as figuras de vencedor e vencido, de modo que as despesas processuais, uma vez adiantadas pela parte interessada, em regra o requerente, serão ao final do processo rateadas entre todos os interessados na proporção de seus interesses. Segundo a doutrina, ainda, se o procedimento for iniciado de ofício ou pelo Ministério Público, não haverá adiantamento das despesas processuais.
11. No que consiste o princípio da causalidade?
Segundo o princípio da causalidade, as despesas processuais e os honorários advocatícios devem recair sobre a parte que deu causa à propositura da ação. Se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu (art. 26, caput, do CPC). Em caso de extinção por transação, a responsabilidade pelo pagamento das despesas será determinada pelo acordo de vontades das partes, e sendo omisso nesse sentido, as despesas serão distribuídas igualmente (art. 26, §2º, CPC).
12. Substituição processual é o mesmo que substituição de parte?
Antes de tudo, importante ressaltar que, na linha do princípio da estabilidade subjetiva da lide, a substituição voluntária das partes só é permitida, no curso do processo, nos casos expressos em lei (art. 41 do CPC).
Pois bem.
Pela substituição processual, a lei autoriza propositura de ação em nome próprio para pleitear direito alheio (legitimação extraordinária / anômala).
Já na substituição de parte, o que ocorre é a sucessão processual. Pode ocorrer quando o bem litigioso é alienado (facultativa – só com a autorização da parte contrária; se não houver consentimento, é caso de substituição processual – art. 42 do CPC) e na hipótese de morte de uma das partes (obrigatória – entram o espólio e/ou sucessores – art. 43 do CPC). Outros casos de sucessão processual: ação civil pública e ação popular, quando a parte originária desiste da ação.
Há ainda substituição de procuradores: a parte pode revogar o mandato outorgado ao advogado, devendo constituir outro de imediato (art. 44 do CPC). O advogado pode renunciar, mas tem que comunicar a parte e continuar representando o mandante por dez dias para evitar prejuízo (art. 45 do CPC).
A morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes ou de seu representante legal implica suspensão do processo, até ultimada a substituição, salvo se já tiver iniciado a audiência de instruçãoe julgamento (art. 265, §1º, CPC).
PONTO 3
3. Litisconsórcio e assistência.
1. O que é litisconsórcio? Quais são os seus objetivos?
Litisconsórcio é a reunião de duas ou mais pessoas (e não duas ou mais partes) ou entes sem personalidade jurídica, mas com capacidade processual, que assumem simultaneamente a posição de autor ou réu. Caso possuam advogados distintos, seus prazos para contestar, para recorrer e para falar nos autos, em geral, serão contados em dobro (art. 191, CPC).
São objetivos do litisconsórcio:
Economia processual: no litisconsórcio, vários atos são economizados. Se você tem caso em que vários servidores vão demandar individualmente uma gratificação, se puderem se reunir para demandar, aqueles vários mandados de citação que seriam expedidos, aquelas várias autuações de processos, aquelas várias cargas efetivadas, o tempo dos servidores etc., tudo isso será reduzido.
Evitar a prolação de decisões contraditórias: através do litisconsórcio, procura-se evitar decisões contraditórias em causas semelhantes.
2. Quais as classificações do litisconsórcio?
a) Quanto à posição das partes:
ativo: pluralidade de autores
passivo: pluralidade de réus
misto: pluralidade de autores e réus
b) Quanto ao momento de formação:
inicial: a formação é pleiteada na inicial
incidental (ulterior): dá-se após a propositura da ação (na decisão saneadora, o juiz determina a citação de litisconsortes, por exemplo). São 3 as maneiras de litisconsórcio ulterior:
a) em razão de uma intervenção de terceiro
b) pela sucessão processual (ingresso de vários herdeiros no lugar da parte falecida)
c) pela conexão, se impuser a reunião de causas para processamento simultâneo
Quanto ao momento de formação do litisconsórcio, observar que, após a citação, a inclusão de novo litisconsorte dependerá da anuência dos réus e, depois do saneamento, não será mais admitida a inclusão de novo litisconsorte. 
Quanto à obrigatoriedade de formação:
necessário ou obrigatório: decorre de imposição legal ou da natureza da relação jurídica (art.47, §ú, CPC). Quando o litisconsórcio for necessário e a partenão requerer a citação de um dos litisconsortes, o juiz irá intimar o autor para requerer a citação dele, sob pena de extinção do feito sem resolução do mérito. Nunca houve controvérsia acerca do litisconsórcio passivo necessário. A controvérsia se dava quanto ao litisconsórcio ativo necessário, entendo a doutrina e a jurisprudência pela sua possibilidade (na prática, o que ocorre é que o autor ingressa com a ação, pedindo a citação dos demais, podendo estes optarem por integrar ou não a ação).
facultativo
irrecusável: fica ao arbítrio do autor desde que se enquadre nas hipóteses do art. 46
recusável: o juiz pode recusar (número excessivo de litigantes) – é o chamado litisconsórcio multitudinário (há duas possibilidades de litisconsórcio multitudinário: a) quando o número excessivo de partes puder causar retardamento do processo; b) quando causar dificuldade ao exercício da defesa – art. 46, §ú, CPC).
d) Quanto à uniformidade da decisão:
simples: a decisão não tem que ser uniforme
unitária: decisão uniforme para todos os litigantes
e) Quanto à intensidade do vínculo:
Comunhão: art. 46, I
Conexão: art. 46, II e III
Afinidade: art. 46, IV
3. É possível haver um litisconsórcio unitário (cuja decisão obrigatoriamente deva ser uniforme para todos os litigantes) de caráter facultativo?
O art. 47 do CPC diz que "há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da sentença dependerá de citação de todos os litisconsortes no processo", fazendo presumir que quando o litisconsórcio for unitário será obrigatoriamente necessário. Porém, a doutrina sustenta que isso não é verdade. "Acontece que o litisconsórcio unitário nem sempre é necessário, bastando lembrar os casos de condôminos que reivindicam a coisa comum e de credores solidários frente à cobrança da dívida única. Agindo em conjunto ou separadamente, o resultado será uniforme para todos os interessados, mas o litisconsórcio não é obrigatório." 
A razão para que o litisconsórcio facultativo unitário exista é facilmente compreensível: inobstante o dever de a solução ser uniforme para todos os litisconsortes, a lei material, que é onde se perquire a legitimatio ad causam, confere legitimidade tanto a um, quanto a todos os legitimados, possibilitando a propositura da ação tanto conjunta quanto separadamente. O principal problema que surge, porém, em relação ao litisconsórcio unitário facultativo, é quanto à coisa julgada. Se são 10 acionistas e 8 desejam anular uma ata por conta de uma irregularidade em sua formação, a decisão será unitária: ou a ata tem vícios ou não tem. Mas o litisconsórcio não é necessário. Se a sentença da ação por um ajuizada for de procedência, os demais não têm interesse jurídico de postular o mesmo pedido em juízo. Mas, se for desfavorável e transitar em julgado, ficariam os demais impedidos de ingressar em juízo, se os efeitos da coisa julgada atingem apenas os litigantes? Posições:
Liebman propõe como solução a tese de que somente a sentença de procedência terá eficácia para todos os litisconsortes unitários, inclusive aqueles que não participaram do processo, sendo que a sentença de improcedência só terá eficácia aos litisconsortes que integraram a relação jurídica processual.
Segundo a Professora Ada Pellegrini Grinover, a sentença só valerá entre as partes.
Outra solução: interpretar-se literalmente a regra do art. 47 e somente admitir o litisconsórcio unitário quando presentes na relação processual todos os co-legitimados.
Já se propôs na doutrina, e é esse o entendimento do Mestre Nelson Nery Jr. (8), que, em casos como esse, poderia o legitimado, na recusa do co-legitimado, demandar sozinho, incluindo no pólo passivo aquele que deveria ser seu litisconsorte, para que esse, de forma imperativa, viesse a fazer parte da relação processual.
A solução alternativa que se tem é a de, permitindo-se a formação do litisconsórcio facultativo unitário, estender os efeitos da decisão de procedência ao demandante que foi atingido pela improcedência. Não se terá, nesse caso, coisa julgada secundum eventus litis, isso porque o que vai atingir o primeiro demandante (aquele que não teve sua pretensão acolhida) não é a autoridade da coisa julgada e sim os efeitos da sentença, os quais podem atingir, como de fato atingem, a esfera jurídica de terceiro. Assim, adotando-se esse entendimento, no caso de um co-legitimado propor ação e não obter pronunciamento que lhe seja favorável, os efeitos desse pronunciamento atingirão tanto ele quanto os demais legitimados, muito embora somente ele seja atingido pela autoridade da coisa julgada. Por outro lado, esses outros co-legitimados, ingressando em juízo posteriormente e obtendo sentença de procedência, passariam agora a sofrer a eficácia constitutiva daquela decisão, bem como da coisa julgada, enquanto que aquele primeiro demandante, inobstante não seja atingido pela coisa julgada que nasceu desse último processo, passaria a sofrer os efeitos da sentença de procedência. Em virtude dessa segunda decisão, aquele primeiro perderia seus efeitos.
4. O litisconsórcio necessário será sempre unitário? 
Não. O litisconsórcio será necessário quando o exigir a própria natureza da relação jurídica deduzida em juízo (ou seja, quando for unitário) ou quando o exigir a lei, independentemente da relação jurídica deduzida. Assim, quando a lei impuser a necessariedade, em regra, será hipótese de litisconsórcio necessário comum.
5. Na hipótese de litisconsórcio ativo unitário, há a extensão subjetiva da coisa julgada aos titulares do direito em concurso que não propuseram a demanda? 
Há três correntes: 
a) Como os casos de litisconsórcio facultativo unitário são, rigorosamente,casos de legitimação extraordinária, a coisa julgada estenderá os seus efeitos aos demais co-legitimados, titulares do direito ou outros legitimados extraordinários, pois a relação jurídica já recebeu a solução do poder judiciário, solução que deve ser única. 
b) A coisa julgada somente se estenderia aos demais titulares do direito se fosse para beneficiar. 
c) Em nenhuma hipótese haverá a extensão subjetiva dos efeitos da coisa julgada, que somente opera efeitos inter partes. 
Segundo Fredie Didier, é prudente que o magistrado determine a intimação daqueles que seriam, tal como o autor, titulares da mesma relação jurídica deduzida em juízo, e que estariam, assim, submetidos à coisa julgada. Essa providência tem o objetivo de dar ciência do litígio ao possível litisconsorte unitário, para que possa tomar a providência que lhe convier – intervir no processo, por exemplo. Isso vai permitir que, tendo ou não ingressado no processo, a esse co-legitimado se estendam os efeitos da coisa julgada. 
6. A conduta determinante de um litisconsorte prejudica o outro? E a conduta alternativa? 
Considera-se determinante a conduta da parte que a leva, inexoravelmente, a uma situação desfavorável, como, por ex., a confissão. 
Já a conduta alternativa é aquela pela qual a parte busca uma melhora da sua situação processual (é alternativa porque esse resultado almejado não ocorrerá necessariamente, mas é o que se busca). São exemplos: recorrer, contestar, fazer prova, etc. 
Assim, a conduta determinante de um litisconsorte não pode prejudicar o outro, qualquer que seja o regime de litisconsórcio. Veja-se que, no unitário, tal conduta será totalmente ineficaz, enquanto que, no simples, tal conduta só pode prejudicar o litisconsorte que a perpetrou. 
Já a conduta alternativa de um litisconsorte, no litisconsórcio simples, não aproveita aos demais, salvo a prova produzida, em razão do princípio da comunhão das provas, e o afastamento dos 
efeitos da revelia, quando houver fato comum a ambos que tenha sido objeto da impugnação daquele que contestou. 
Já na hipótese de litisconsórcio unitário, a conduta alternativa de um litisconsorte estende seus efeitos aos demais. Ex.: recurso interposto por um beneficia o outro.
7. O que é assistência e quais os seus tipos?
Assistência dá-se quando o terceiro intervém no processo para prestar colaboração a uma das partes.
Não há ampliação objetiva do processo. É espontânea (DICA: são espontâneas as formas de intervenção de terceiro que começam com uma vogal; e provocadas aquelas que começam com consoante).
Pressupostos de admissibilidade:
existência de uma relação jurídica entre uma das partes do processo e o terceiro assistente (interesse jurídico)
possibilidade de a sentença influir na relação jurídica
Tipos de assistência:
simples (adesiva): interesse jurídico indireto. Posição subsidiária em relação ao assistido (ele tem limitação de poderes, porém o STJ entende que pode recorrer ainda quando o assistido não o faça, desde que este não vede e que seja benéfico a ele).
litisconsorcial (qualificada): interesse jurídico direto. Posição de paridade (ele também é parte). É hipótese de litisconsórcio unitário facultativo ulterior.
8. Em quais procedimentos é cabível a assistência e em que momentos podem ser admitidos os assistentes?
Cabimento: em qualquer procedimento, exceto na execução e no juizado especial.
O assistente pode ser admitido até o trânsito em julgado da sentença. No segundo grau, a assistência denomina-se recurso de terceiro prejudicado (art. 499).
9. Descreva a eficácia preclusiva da intervenção em relação ao assistente.
Em certo sentido é mais rigorosa que a coisa julgada: a fundamentação vincula o assistente, que não poderá discutir a “justiça da decisão” em nenhum outro processo.
Em outro sentido é mais flexível que a coisa julgada: hipóteses dos incisos I e II, do artigo 55, quando o assistente não irá se submeter à eficácia preclusiva (I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu).
Art. 53: A assistência não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do assistente. Aplica-se somente à assistência simples.
Art.55: o assistente não fica atingido pela coisa julgada, mas fica impossibilitado de rediscutir a justiça da decisão. 
Na assistência, se o assistido ficar vencido, o assistente será condenado nas custas na proporção da atividade que exerceu no processo.
PONTO 4
4. Intervenção de terceiros. 4.1 Oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide e chamamento ao processo.
1. O que é intervenção de terceiro? Quais os requisitos? E os efeitos?
Dá-se a intervenção de terceiro quando alguém ingressa como parte (sem que seja na condição de substituição) ou coadjuvante (assistente) da parte em processo pendente.
Intervenção de terceiro é o ato jurídico processual pelo qual um terceiro, autorizado por lei, ingressa em processo pendente, transformando-se em parte.
Conceito de terceiro: é a pessoa estranha à relação processual entre o autor e o réu. Quando ingressa na lide, passa a ocupar posição distinta em relação às partes originárias.
Requisito: interesse jurídico; não basta interesse econômico ou moral, salvo na chamada intervenção anômala, prevista no art. 5º da Lei 9.469/97, no caso de pessoas jurídicas de direito público. O juiz sempre examina a legitimidade interventiva, mesmo que não haja resistência dos demais litigantes.
As intervenções de terceiros geram efeitos nos processos: I. ampliação subjetiva do processo: trazer parte nova, isto é, a intervenção de terceiro pode ampliar subjetivamente o processo; II. modificação subjetiva do processo: gerar uma mudança nos sujeitos que existiam, exemplo: nomeação à autoria e, III. ampliação objetiva do processo: podem surgir novos pedidos, exemplos: oposição e denunciação da lide.
Nenhuma modalidade de intervenção é aceita nos juizados especiais. No sumário não são admissíveis: ação declaratória incidental e intervenção de terceiros, exceto assistência, recurso do terceiro prejudicado e intervenção fundada em contrato de seguro.
O pedido da União para intervir no feito, mesmo sendo o processo de competência da Justiça Estadual, deve ser apreciado pela Justiça Federal.
Em geral, a intervenção de terceiros só é cabível no processo de conhecimento.
Em processos de controle concentrado de constitucionalidade, entende-se não ser possível a intervenção de terceiros, embora se admita a figura do amicus curiae.
2. Classifique a intervenção de terceiros. 
	Podem ser espontâneas, quando o terceiro pede para fazer parte no processo ou provocadas, quando o terceiro é trazido para o processo. 
	Podem ser típicas, quando expressamente previstas em lei e atípicas, quando não foram previstas expressamente. 
3. Qual o momento em que ocorre a intervenção de terceiros? 
	Em regra, deve ocorrer até o saneamento do processo. Contudo existem exceções em que se admite a intervenção de terceiro em qualquer momento processual, por ex. assistência, recurso de terceiro, etc.
4. Conceitue Assistência, expondo suas principais características. 
A assistência ocorre quando um terceiro que possui interesse jurídico que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para assisti-la. É cabível em qualquer tipo de procedimento (exceto juizados especiais, ADI e ADC) e em todos os graus de jurisdição, recebendo, o assistente, o processo no estado em que se encontrar. 
Não há ampliação objetiva do processo (não insere novos fundamentos ou pedidos) e configura intervenção de terceiros espontânea. 
DICA: são espontâneas as formas de intervençãode terceiro que começam com uma vogal; e provocadas aquelas que começam com consoante.
	São pressupostos para sua admissibilidade, a existência de uma relação jurídica entre as partes do processo o terceiro interveniente e a possibilidade da sentença influir na relação jurídica, a qual configura o interesse jurídico.
5. Qual o procedimento da Assistência?
	O terceiro assistente requererá o ingresso no processo por meio de petição fundamentada, expondo o interesse jurídico. Esse pedido é admitido em qualquer procedimento (exceto juizados, ADI e ADC) e em qualquer grau de jurisdição, recebendo, o assistente, o processo no estado em que se encontra. Ato contínuo, o juiz ao analisar o pedido poderá indeferi-lo de plano, por entender manifestamente inadmissível ou abrir prazo para que as partes se manifestem acerca do pedido no prazo de cinco dias. Na hipótese das partes não impugnarem o pedido, este será deferido. Por sua vez, caso haja impugnação sob o fundamento de ausência do interesse jurídico, caberá ao juiz determinar, sem suspensão do processo, o desentranhamento da impugnação e da petição, com autuação em separado, autorizando a produção de provas e decidindo o incidente no prazo de cinco dias. 
6. Quais os tipos de Assistência? Diferencie-as. 
A assistência pode ser simples (adesiva), quando presente interesse jurídico indireto (fraco). Por exemplo, quando o terceiro tem relação jurídica com a parte assistida, razão pela qual sofreria os efeitos indiretos da decisão. Este tipo de assistência possui uma posição subsidiária em relação ao assistido, tem limitação de poderes. Ressalte-se entendimento do STJ no sentido de que é possível a interposição de recurso pelo assistente simples, desde que não haja vedação expressa do assistido, considerando-se os efeitos benéficos da impugnação recursal. Por sua vez, a assistência litisconsorcial, também denominada qualifica, pressupõe a existência de interesse jurídico direto, forte, tendo em vista que o terceiro também é parte. Ex. Alega ser titular do direito em litígio. Para alguns doutrinadores é hipótese de litisconsórcio unitário facultativo ulterior.
As duas espécies de assistência diferem entre si pelo tipo de interesse jurídico revelado pelo terceiro interveniente, na assistência litisconsorcial o terceiro tem relação jurídica com o adversário do assistido, por outro lado, na assistência simples, o terceiro é sujeito de relação jurídica diversa da relação jurídica deduzida no processo, mas a ela subordinada.
7. Discorra acerca da eficácia preclusiva da decisão em relação ao assistente. 
Segundo o CPC transitada em julgado a sentença na causa em que interveio o assistente, este não poderá discutir em processo posterior a justiça da decisão. A justiça da decisão constitui os fundamentos fáticos e jurídicos que fundamentam a sentença. 
Em certo sentido é mais rigorosa do que a coisa julgada, pois engloba fundamentação e não apenas o dispositivo da sentença. Em outra interpretação é mais flexível que a coisa julgada, comportando exceções em que o assistente não suportará os efeitos da imutabilidade da decisão, quando pelo estado em que recebera o processo ou pelas declarações e atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na decisão e quando desconhecia a existência de alegações ou provas, de que o assistido por dolo ou culpa, não se valeu (exceção de má gestão processual). 
“art.55, CPC: o assistente não fica atingido pela coisa julgada, mas fica impossibilitado de rediscutir a justiça da decisão.”
7. Discorra acerca da coisa julgada e da justiça da decisão no âmbito da Assistência. 
A coisa julgada se aplica à primeira, visto que o assistente, quando deferido, torna-se parte na lide, não se submetendo a vontade da parte originária. Isso ocorre em razão do direito que está sendo discutido em juízo ser seu. Por outro lado, no caso de assistência simples a coisa julgada não se estende ao assistente, em razão de seus limites subjetivos, aplica-se tão somente às partes. Justiça da decisão ocorre nos casos de assistência, onde o assistente simples não sofre os efeitos da coisa julgada formal, ou seja, ele participa do processo como assistente, mas para ele, não há coisa julgada. Assim, poderá discutir novamente a lide em outro processo, só que sob outros fundamentos. Desta maneira é que não poderá questionar mais a justiça da decisão no processo em que atuou como assistente simples, ainda que em outra lide. Justiça da decisão é mais rigorosa que a coisa julgada, pois o assistente simples não poderá discutir em nenhum outro lugar os fundamentos da decisão proferida contra o assistido. Coisa julgada não vincula os fundamentos, mas a eficácia de intervenção vincula. Ex: se o despejo do locatário se der porque o sublocatário transformou a casa em um bordel, o sublocatário não poderá mais discutir o fato de usar ou não a casa como bordel. E ao mesmo tempo é menor rigorosa que a coisa julgada, pois a coisa julgada só pode ser revista em ação rescisória, em hipóteses previstas em lei e com prazo determinado. A eficácia da intervenção (ou justiça de decisão) pode ser afastada com mais facilidade, nas hipóteses do art. 55 do CPC que consagram a chamada exceptio male gestis processus – alegação de má gestão do processo. Assistente simples pode demonstrar que o assistido geriu mal o seu processo, afastando a eficácia da intervenção.
8. Conceitue e dê as características mais importantes da oposição.
Oposição é modalidade de intervenção em demanda alheia com o objetivo de haver para si o bem jurídico disputado.
Trata-se de modalidade de intervenção facultativa e espontânea, vez que o interveniente ingressa na ação livremente, sem provocação. 
Pode ser total ou parcial. É uma nova ação, autuada em apartado e decidida simultaneamente com a ação principal. Tanto é assim que os opostos são citados (na pessoa de seus advogados), formando um litisconsórcio passivo necessário ulterior– peculiaridade: os opostos são citados através de seus advogados (não é necessário que, para tanto, a procuração tenha poderes especiais para receber citação, porque isto decorre diretamente da lei – art.57, CPC). Além disto, não há relação de prejudicialidade entre a demanda originária e a oposição. Pode ser oferecida até a prolação da sentença.
São de duas espécies: 1) Oposição interventiva, se oferecida antes da audiência de instrução e julgamento, será apensada aos autos principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença e 2) Oposição autônoma, se oferecida após audiência de instrução e julgamento, seguindo o procedimento ordinário. Neste caso, o juiz poderá sobrestar a ação originária por até 90 dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a ação principal. 
Caso haja julgamento simultâneo, a oposição deve ser conhecida primeiro. A oposição deve ser ajuizada até a prolação da sentença. 
9. Qual prazo para contestar na oposição? 
São de 15 dias, sem aplicação do prazo em dobro previsto no artigo 191, CPC. Norma especial. 
10. Há nulidade no caso de julgamento da oposição após a demanda principal? Considerando a relação de prejudicialidade entre elas. 
Não configura nulidade apreciar, em sentenças distintas, a ação principal antes da oposição, quando ambas forem julgadas na mesma data, com base nos mesmos elementos de prova e nos mesmos fundamentos. (REsp 1.221.369-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/8/2013.)
11. Conceitue nomeação à autoria. Quais as hipóteses de cabimento? 
A nomeação à autoria é incidente pelo qual o mero detentor da coisa ou o cumpridor de ordens, quando demandado, indica pessoa que deveria figurar no polo passivo da relação processual, efetuando assim, o acertamento da legitimidade passiva ad causam. 
Trata-se de hipótese de intervenção de terceiros provocada pelo réu, sem ampliação do objeto litigioso, cabível nas hipóteses de detenção de coisa em nome alheio e ação de indenização intentada pelo proprietário ou

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