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Bacteriologia e Diagnósticos Laboratoriais

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
BACTERIOLOGIA E DIAGNÓSTICOS 
LABORATORIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA BACTERIOLOGIA ................................................... 05 
 
UNIDADE 3 – MORFOLOGIA E CITOLOGIA ........................................................ 09 
3.1 Morfologia bacteriana ........................................................................................ 09 
3.2 Citologia ............................................................................................................ 12 
 
UNIDADE 4 – FISIOLOGIA E CRESCIMENTO BACTERIANO ............................. 18 
 
UNIDADE 5 – NOMENCLATURA TAXONÔMICA ................................................. 22 
 
UNIDADE 6 – COCOS ............................................................................................ 25 
6.1 Cocos gram-positivos ........................................................................................ 25 
6.2 Cocos gram-negativos ...................................................................................... 31 
 
UNIDADE 7 – BACILOS ......................................................................................... 34 
7.1 Bacilos Gram-positivos ...................................................................................... 34 
7.2 Bacilos Gram-negativos .................................................................................... 38 
 
UNIDADE 8 – ESPIROQUETAS ............................................................................. 45 
 
UNIDADE 9 – MICOBACTÉRIAS ........................................................................... 47 
9.1 Características gerais ........................................................................................ 47 
9.2 Diagnóstico laboratorial para Tuberculose e Hanseníase ................................. 48 
9.3 Testes bioquímicos tradicionais para identificar diferentes espécies ................ 51 
9.3.1 Bioquímicos tradicionais ................................................................................. 51 
9.3.2 Testes automatizados e moleculares ............................................................. 53 
 
UNIDADE 10 – INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E LAUDOS ..................... 55 
 
UNIDADE 11 – MÉTODOS DE VISUALIZAÇÃO E COLORAÇÃO ....................... 58 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 62 
 
ANEXOS ................................................................................................................. 64
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Dentro do campo de estudo da microbiologia encontramos bactérias, fungos, 
algas, protozoários e até mesmo os vírus, que apesar de não serem considerados 
vivos, têm algumas características de células vivas e, por isso, são estudados como 
microrganismos. 
No tocante às bactérias, Tortora, Funke e Case (2012, p 302) apresentam 
uma visão bem positiva e “romântica” delas que vale pena citar logo de imediato: 
 
A maioria de nós considera as bactérias como criaturas pequenas e 
invisíveis, potencialmente perigosas. Na realidade são poucas as espécies 
que causam doenças em humanos, animais, plantas ou qualquer outro 
organismo. (...) sem as bactérias, a maior parte da vida como a 
conhecemos não seria possível. (...) são importantes para o mundo da 
microbiologia, para a medicina, e ainda têm a capacidade de ilustrar 
princípios biologicamente incomuns ou interessantes. 
 
Sendo as bactérias importantes participantes da microbiota e tomando por 
base a visão dos autores acima, optamos por desenvolver um módulo específico 
para elas, bem como para as micobactérias. 
O caminho que percorreremos passa por um pouco da história da 
bacteriologia; morfologia e citologia desses microrganismos; fisiologia e crescimento 
bacteriano; os grupos envolvendo os cocos, os bacilos, ambos gram-positivos e 
gram-negativos, a espiroquetas e as micobactérias. 
Evidentemente que estes conceitos estarão intercalados e relacionados ao 
diagnóstico laboratorial. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
 
 
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redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – HISTÓRIA DA BACTERIOLOGIA 
 
Nogueira e Miguel (2009) pontuam que uma das primeiras hipóteses, 
associadas à Bacteriologia, de que se tem notícia foi postulada no século XIII, por 
Roger Bacon, que sugeriu que as doenças eram produzidas por seres vivos 
invisíveis. A ideia foi novamente recomendada por Girolamo Fracastoro de Verona 
(1483-1553), mas a primeira observação descrita e documentada dos organismos 
bacterianos foi realizada pelo naturalista holandês Antony Van Leeuwenhoek (1632-
1723), com a ajuda de um microscópio simples de sua própria construção. Ele 
informou sua descoberta à Sociedade Real de Londres, em 1683, mas a 
Bacteriologia, como ciência, não se estabeleceu até meados do século XIX. 
Apesar das tentativas iniciais de associar as bactérias às doenças, como nos 
antigos trabalhos do pesquisador Marcus Anton Von Plenciz (1705- 1786), que 
procurou estabelecer a natureza do ‘contagium’ e do ‘miasma’ (o primeiro, derivando 
do organismo doente, enquanto o segundo, que era gerado fora do corpo, se 
espalhava pelo ar), por vários anos se acreditou que bactérias eram produzidas 
através de geração espontânea. 
Foram requeridos os esforços de vários químicos e biólogos para provar que 
as bactérias, como todos os organismos vivos, só surgiam de outros organismossemelhantes. Este fato fundamental foi finalmente estabelecido em 1860, pelo 
cientista francês Louis Pasteur (1822-1895). Com seus trabalhos associados aos de 
Robert Koch (1843-1910), outro brilhante estudioso, praticamente inicia-se a era da 
Bacteriologia. 
Em 1840, depois dos primeiros trabalhos de Pasteur, Friedrich Gustav Jacob 
Henle (1809-1885), em uma notável publicação, expôs as suas ideias, 
estabelecendo condições básicas para que um agente microscópico particular 
pudesse ser considerado causador de uma doença infecciosa ou infectocontagiosa. 
Estas condições correspondem aos ‘Postulados de Henle’: “O agente 
causador da infecção deve ser encontrado com constância no corpo do doente”; 
“Deve ser possível isolá-lo e, com tal agente isolado, reproduzir experimentalmente 
a doença”; 
 
 
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Os dois postulados citados seriam aperfeiçoados e mais tarde impostos aos 
bacteriologistas pelos trabalhos de Robert Koch (primeiro a isolar o M. tuberculosis): 
“Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em associação com 
uma dada doença”; “O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no 
laboratório”; “A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal 
sensível”; “É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais 
experimentalmente infectados”. 
Seguindo as ideias de Pasteur, que ao destruir a teoria da ‘geração 
espontânea’, John Needham 1745, afirmou estar o ar cheio de micróbios, e levando 
em conta que as fermentações e as putrefações são também obras de 
microrganismos, o médico Oliver W. Holmes (1809-1894) insistia que a febre 
puerperal era contagiosa e, provavelmente, ocasionada por um agente transmitido 
de uma mãe para outra, por intermédio dos médicos e das parteiras. 
Quase na mesma época, o médico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818- 
1865) introduziu o uso de antissépticos na prática obstétrica. Com base nestes 
estudos, o Dr. Joseph Lister (1827-1912) concluiu em 1867 que deveria ser possível 
evitar as infecções pós-operatórias, desinfetando previamente os instrumentos 
cirúrgicos, o campo operatório e as mãos do cirurgião. 
O período de 1880-1900 representa a época áurea da Bacteriologia, com a 
descoberta de várias bactérias patogênicas. Durante um congresso internacional, 
ocorrido em Londres, em 1881, Louis Pasteur teve a oportunidade de tomar 
conhecimento da introdução, por Robert Koch, dos meios sólidos (gelatina, ágar, 
etc.) na Bacteriologia (até então Pasteur só usava meios líquidos, o que 
praticamente impossibilitava o isolamento bacteriano). Koch também desenvolveu 
técnicas de fixação e coloração, muitas das quais utilizamos até os dias de hoje. 
Nos últimos anos, com o advento da Biologia Molecular, a Microbiologia 
evoluiu extraordinariamente e está se mostrando, cada vez mais, uma ciência 
multidisciplinar. Hoje, associamos velhos conhecimentos com os novos, facilitando 
os diagnósticos e os tratamentos (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009). 
 
Guarde... 
 
 
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1) A bacteriologia tem como foco de estudo, dentre outros: 
 a classificação das bactérias ou taxonomia; 
 descrição da biodiversidade e as relações entre os organismos – sistemática; 
 morfologia – suas formas; 
 bioquímica – os processos químicos que ocorrem nas bactérias; 
 seu estudo para produção de medicamentos; 
 a propriedades nocivas. 
 
2) A ênfase no estudo das bactérias se efetiva no século XIX via estudos de 
Robert Koch e Louis Pasteur. 
3) A grande maioria das culturas submetidas a exame, num laboratório 
clínico, provém de seis áreas principais de nosso organismo. Surpreendentemente, 
as espécies bacterianas encontradas nessas áreas tendem a se repetir, o que nos 
permite deduzir que para o reconhecimento desses agentes podemos utilizar 
praticamente os mesmos meios de isolamento. 
Os exames microbiológicos realizados nos materiais provenientes das seis 
principais áreas do nosso organismo são: 
a) coproculturas – onde nos preocupamos principalmente com a 
identificação dos chamados germes enteropatogênicos; 
b) culturas de material do trato geniturinário – tanto para determinar a 
etiologia de doenças do trato urinário como para identificar o agente causal de 
processos infecciosos genitais; 
c) culturas de material da garganta e do escarro – para elucidar a etiologia 
da faringites, bronquites e pneumonias; 
d) culturas de exsudatos e transudatos – esses termos são usados aqui em 
seu sentido mais amplo, incluindo os espaços peritoneal e pleural, bem como lesões 
que se comunicam com a pele; 
e) hemoculturas – para o diagnóstico de bacteremias e de septicemias; 
 
 
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f) culturas do líquido cefalorraquidiano – apesar de ser limitado o número de 
bactérias que produzem meningites ou meningecefalites, elas assumem grande 
importância, tendo em vista as graves consequências e as sequelas que podem 
advir dessas infecções (MOURA et al., 2008). 
 
 
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UNIDADE 3 – MORFOLOGIA E CITOLOGIA 
 
As células procarióticas são os menores microrganismos unicelulares 
existentes, medindo geralmente de 1 a 1,5 µm de largura por 2 a 6 µm de 
comprimento, ou seja, seu tamanho é da ordem de milésimos de milímetros, mas 
podem ser observadas em microscopia ótica, o que não ocorre com os vírus, que, 
possuidores de dimensões inferiores a 0,2 mm (limite de visibilidade do microscópio 
óptico) não podem ser observados neste instrumento (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009; 
JORGE, 2010). 
A mais estudada das bactérias, Escherichia coli, apresenta 
aproximadamente 1 µm de diâmetro. As menores bactérias são os micoplasmas, 
formas que não apresentam parede celular e têm diâmetro de aproximadamente 0,1 
µm. Por outro lado, bactérias assimiladoras de enxofre do gênero Beggiatoa, como 
B. gigantea, apresentam comprimento de 26 a 60 µm. 
 
3.1 Morfologia bacteriana 
Morfologicamente, as bactérias apresentam-se em três tipos fundamentais: 
a) Bastonetes ou bacilos – cilíndricos em forma de bastonetes retos, 
longos ou curtos, podendo ser curvos em forma de vírgula 
Os bacilos (do latim bacillu, pequeno bastão) são bactérias de formas 
cilíndricas. A morfologia dos bacilos é bastante variada: 
 cocobacilos – são bastonetes pequenos, com comprimento pouco maior que 
a largura. Exemplo: Brucella abortus; 
 Fusiformes – bastonetes com extremidades afiladas. Exemplo: Fusobacterium 
nucleatum; 
 bastonetes curtos com extremidades retas. Exemplo: Bacillus subtilis; 
 formas filamentosas – bastonetes de formas longas e delgadas. Exemplo: 
Streptomyces griseus; 
 
 
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 bastonetes pleomórficos – alguns bastonetes apresentam formas irregulares, 
como por exemplo Corynebacterium diphtheriae. Alguns apresentam-se 
pleomórficos com ramificações, como Actinomyces viscosus. 
Os bacilos podem formar cadeias de células, sendo chamados de 
estreptobacilos. 
Os bacilos patogênicos raramente apresentam diâmetro maior que 1 µm. 
Alguns dos maiores bastonetes patogênicos, como o do carbúnculo (Bacillus 
anthracis), podem atingir 10 µm de comprimento. Bactérias de vida livre, por outro 
lado, podem atingir 40 µm de largura e até 100 µm de comprimento. 
b) Espirilos – formas espiraladas, hélices, bastonetes encurvados. 
São consideradas como bastonetes torcidos sobre si mesmos, apresentado-
se em forma de hélice ou saca-rolhas. Apresentam três formas principais: 
 vibriões – espiras parciais, apresentando forma de vírgula. Exemplo: Vibrio 
cholerae; 
 espirilos – formas espiraladas rígidas, geralmente apresentando mobilidade 
por flagelos. Exemplo: Spirillum minor; 
 espiroquetas – apresentam espira flexível e mobilidade através de filamento 
axial. Exemplos: Treponema pallidum e Borrelia recurrentis. Espiroquetas que 
apresentam extremidades afiladas e encurvadas caracterizam o gênero 
Leptospira. As formas espiraladas geralmente apresentam comprimento bem 
maior em relação à largura, que geralmente é menor que o poder de 
resolução do microscópio óptico comum. 
c) Cocos – pequenas esferas 
Os cocos (do grego kókkos, núcleo) são bactérias esféricas ou de secção 
elíptica que apresentam grupamentos típicos, dependendo do plano e do número de 
divisões a partir das quais as bactérias continuam unidas. Eles podem ser: 
 diplococos – cocos dispostos aos pares, que se dividem apenas em um plano 
(cocos agrupados 2 a 2). Exemplos: Neisseria meningitides (meningococo) e 
Streptococcus pneumoniae (pneumococo); 
 
 
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 tétrades – células agrupadas em tétrades, já que se dividem em dois planos 
(4 cocos unidos). Exemplo: Deinococcus radiodurans; 
 cubos ou sarcinas – células que se dividem em três planos, formando cubos 
(8 cocos unidos). Exemplo: Sarcina ventriculi; 
 estreptococos – cocos dispostos em cadeias, apresentando geralmente 
células alongadas de secção elíptica, que se dividem também em apenas um 
plano. Exemplo: Streptococcus salivarius; 
 estafilococos – cocos dispostos em cachos, já que se dividem sem planos 
definidos, desorganizadamente. Exemplo: Staphylococcus aureus. 
Os cocos apresentam diâmetro entre 0,5 a 2,0 µm, podendo apresentar-se 
também em formas isoladas, como, por exemplo, em Micrococcus. Em alguns 
cocos, a célula apresenta-se em formas características, como no pneumococo 
(diplococos em forma de chama de vela), meningococo e gonococo (diplococos em 
forma de rim). Todos estão ilustrados a seguir: 
 
Fonte: Nogueira e Miguel (2009, p. 227). 
 
 
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3.2 Citologia 
 
O exame da célula bacteriana em microscopia eletrônica revela certas 
estruturas definidas, localizadas interna e externamente à parede celular. 
Determinadas estruturas estão presentes em certas espécies bacterianas; outras 
estão presentes mais frequentemente em uma espécie que nas demais. Estruturas 
fundamentais, como parede celular, membrana citoplasmática e citoplasma estão 
presentes em todas as bactérias (ilustrada ao final do tópico). 
A parede celular caracteriza-se por estrutura rígida que recobre a membrana 
citoplasmática, conferindo forma às bactérias. A parede celular está presente em 
todas as bactérias, exceção feita ao grupo dos micoplasmas, constituídos 
basicamente de uma macromolécula complexa denominada peptideoglicano 
(também chamada de mucopeptídeo ou mureína). O peptideoglicano é uma 
molécula constituída por dois açúcares aminados: N-acetil-glicosamina e ácido N-
acetil-murâmico, os quais estão ligados um ao outro intercaladamente. 
Nas moléculas do ácido N-acetil-murâmico estão ligados peptídeos 
constituídos de quatro aminoácidos (L-alanina, ácido glutâmico, L-lisina e Dalanina), 
os quais, através de ligações peptídicas, propiciam ligações cruzadas entre as 
cadeias de açúcares. A síntese da parede celular efetiva-se através de quatro 
estágios distintos. 
Inicialmente, os precursores da parede celular (aminoaçúcares e peptídeos) 
são sintetizados e agrupados no citoplasma; a seguir, esses fragmentos do 
peptideoglicano atravessam a membrana citoplasmática por intermédio de 
moléculas transportadoras de natureza lipídica. Quando já no exterior, os 
precursores reúnem-se formando cadeias lineares através de polimerização. A 
seguir, sofrem transpeptidização, ou seja, união das cadeias lineares por ligações 
cruzadas, formando a estrutura final. 
A parede celular constitui 25% do peso seco da bactéria, protege a célula e 
mantém a pressão osmótica intrabacteriana; além disso, é o suporte de antígenos 
somáticobacterianos. 
 
 
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A estrutura da parede celular não é uma estrutura homogênea, podendo 
sofrer variações em composição química e estrutura de acordo com a espécie 
bacteriana. As principais diferenças estruturais e das características químicas 
ocorrem entre bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, micobactérias e 
espiroquetas. 
A parede celular das bactérias Gram-positivas é mais larga 
(aproximadamente 80 nm de espessura) que das Gram-negativas, apresentando 
maior quantidade de peptideoglicano (quinze a cinquenta camadas, o que 
representa de 40 a 80% do peso seco da parede), o que torna a parede muito 
espessa. Muitas bactérias Gram-positivas podem apresentar moléculas de ácidos 
teicóicos, que se constituem em polímeros de glicerol (três carbonos) e ribitol (cinco 
carbonos) unidos através de ligações fosfodiéster. O ácido lipoteicóico ribitol 
encontra-se ligado ao peptideoglicano e o glicerol a lipídeos da membrana 
citoplasmática, formando ácidos lipoteicóicos. 
A parede celular das bactérias Gram-negativas geralmente é mais fina (10 a 
15 nm) que a das Gram-positivas, sendo a camada de peptideoglicano mais estreita 
(apenas uma ou poucas camadas). Apresenta uma membrana externa de natureza 
fosfolipídica que pode conter lipopolissacarídeo, lipoproteínas e porinas. O espaço 
compreendido entre a membrana citoplasmática e a membrana externa chama-se 
espaço periplasmático, no qual encontra-se a camada de peptideoglicano e algumas 
enzimas bacterianas. 
A membrana citoplasmática das bactérias apresenta constituição 
fosfolipídica, espessura de aproximadamente 10 nm e estrutura molecular (unidade 
de membrana) comparável com a membrana citoplasmática das células eucarióticas. 
Suas principais funções são: 
a) transporte ativo de moléculas para dentro da célula. 
b) difusão passiva por permeabilidade seletiva. 
c) sede de enzimas da fosforilação oxidativa. 
d) síntese de precursores da parede celular da célula. 
e) secreção de enzimas e toxinas. 
 
 
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Difere da membrana citoplasmática das células eucarióticas por: 
a) não apresentar esteróides em sua composição. 
b) ser a sede de numerosas enzimas do metabolismo respiratório bacteriano 
(função semelhante à das cristas mitocondriais). 
c) controlar a divisão bacteriana através dos mesossomos, que atuam na 
orientação e separação de cromossomos e orientação da formação do septo 
equatorial. 
O citoplasma bacteriano está limitado pela membrana citoplasmática, 
contendo principalmente: 
a) grupos de ribossomos (polissomos). 
b) inclusões citoplasmáticas que são reservas de substâncias. 
c) mesossomos, complexos membranosos que, segundo alguns autores, 
têm valor funcional das mitocôndrias. São invaginações mais ou menos complexas 
da membrana que, por vezes, penetram profundamente no citoplasma bacteriano, 
ligando-se ao cromossomo bacteriano. 
d) cromossomo bacteriano (nucleóide ou núcleo): equivalentes nucleares 
não delimitados por membrana nuclear, constituídos por um conjunto de filamentos 
de DNA (JORGE, 2010). 
Ainda na estrutura das bactérias temos os apêndices bacterianos que são a 
cápsula, os flagelos, as fímbrias e os esporos. 
- Cápsula: envoltório viscoso que recobre a parede celular em algumas 
bactérias, constituída de natureza química variável (polipeptídeos, polissacarídeos). 
Em certas espécies bacterianas, a cápsula está envolvida com a virulência, 
pois interfere com a fagocitose. A cápsula bacteriana apresenta as seguintes 
funções: a) especificidade imunológica: Streptococcus pneumoniae, por exemplo, 
apresenta quinze tipos distintos imunologicamente, de acordo com a constituição de 
sua cápsula; b) ação de fator de virulência para algumas bactérias; c) ação de 
barreira osmótica para a célula bacteriana, já que se constituem em 
 
 
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aproximadamente 95% de água, prevenindo, desta maneira, fluxo muito rápido de 
água tanto para dentro como para fora da célula. 
- Flagelos: as organelas responsáveis pela mobilidade bacteriana, 
representadas por longos filamentos delgados e ondulados, constituídas de uma 
proteína contrátil fibrosa semelhante à miosina – a flagelina. Apresentam 12 a 15 nm 
de diâmetro e comprimento equivalente a várias vezes o tamanho da bactéria (7 a 
15 mm). Os flagelos constituem-se em três regiões distintas: a) corpúsculo basal: 
porção que se encontra imersa na membrana citoplasmática e parte da parede 
celular bacteriana. Caracteriza-se por uma série de discos que conectam a porção 
proximal do flagelo, através de uma estrutura denominada gancho, à membrana 
citoplasmática e à parede celular. O número de discos é variável de acordo com o 
grupo bacteriano; células Gram-negativas possuem quatro anéis e Gram-positivas 
dois. O corpúsculo basal é responsável pela rotação do flagelo; b) região do gancho: 
estrutura curva e rígida que conecta o corpúsculo basal à porção distal do flagelo; c) 
filamento externo: porção distal do flagelo localizado externamente à parede celular. 
É constituído de subunidades de flagelina dispostas de maneira a formar 
uma estrutura cilíndrica oca. De acordo com a distribuição dos flagelos, as bactérias 
são classificadas em: 
a) atríquias: não apresentam flagelos, como por exemplo Bacilus anthracis. 
b) monotríqueas: apresentam apenas um flagelo em uma das extremidades, 
como, por exemplo, Pseudomonas aeruginosa e Vibrio cholerae. 
c) anfitríqueas: apresentam tufo de flagelos em uma ou ambas 
extremidades, como, por exemplo, Spirillum serpens. 
d) peritríqueas: apresentam flagelos em toda a superfície bacteriana, como 
Proteus vulgaris, por exemplo. 
A estrutura da flagelina em cada espécie bacteriana é diferente o suficiente 
para conferir especificidade antigênica, sendo denominada antígeno H, o qual pode 
ser usado para caracterização das bactérias. 
- Fímbrias (do latim, pêlos) ou pili (do latim, franjas) são organelas 
filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos, apresentando entre 5 a 11 nm 
 
 
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de largura e comprimento de 20 ou mais mm. Originam-se de corpúsculos basais na 
membrana citoplasmática e são constituídos por proteína chamada pilina, associada 
a pequenas quantidades de carboidratos. Duas classes principais podem ser 
observadas: 
a) Fímbrias sexuais ou pili F: responsáveis pela ligação entre células 
doadoras e receptoras durante a conjugação bacteriana. Atuam também como 
receptor para vírus bacteriófagos. Estão presentes em número de um a, no máximo, 
dez por célula. 
b) Fímbrias comuns: são numerosas (cem a duzentas por bactéria) e 
participam na aderência (adesinas) de determinadas bactérias simbióticas sobre a 
superfície de células do hospedeiro. Essas fímbrias estão também envolvidas na 
aglutinação de células e eritrócitos de algumas aves e mamíferos. 
A patogenicidade de várias bactérias Gram-negativas é dependente da 
presença ou não de fímbrias. Neisseria gonorrhoeae, por exemplo, não apresenta 
fímbrias quando cultivada em meios de cultura com ágar, perdendo sua capacidade 
de aderência às células humanas, tornando-se avirulenta. A aderência de 
Pseudomonas aeroginosa aos tecidos alveolares e de Escherichia coli à mucosa 
intestinal é mediada por fímbrias tipo-específicas. 
Estruturas semelhantes às fímbrias podem ser observadas em alguma 
bactérias Gram-positivas. Corynebacterium renale e componentes da microbiota 
bucal como Streptococcus sanguis e Actinomyces naeslundii parecem ter sua 
aderência mediada por fímbrias. O Streptococcus pyogenes apresenta estruturas 
compostas por proteína M em sua superfície, relacionadas a sua aderências às 
células epiteliais da garganta também consideradas como fímbrias. Atualmente, foi 
demonstrada a presença de ácido lipoteicóico nessas estruturas, as quais são 
chamadas de fibrilas por alguns autores (JORGE, 2010). 
- Os esporos são células de resistência (repouso) das bactérias, altamente 
resistentes, formadas por algumas espécies. São formas de resistência que 
aparecem quando a célula bacteriana não se encontra em meio ideal ao seu 
desenvolvimento. São muito resistentes aos agentes físicos (calor e dessecação) e 
químicos (antissépticos), representando uma forma de sobrevivência, e não de 
 
 
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reprodução. Nas bactérias patogênicas ocorrem principalmente nos gêneros bacillus 
e Clostridium. 
 
Representação esquemática da estrutura bacteriana 
 
 
Fonte: Trabulsi et aI. (1999). 
 
 
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UNIDADE 4 – FISIOLOGIA E CRESCIMENTO BACTERIANO 
 
Todas as atividades bacterianas, tanto as benéficas como as prejudiciais, 
dependem obrigatoriamente das habilidades do microrganismo em sobreviver no 
meio ambiente em que se encontrae se multiplicar. O crescimento, tanto em meios 
de cultura no laboratório quanto em habitats naturais, somente pode ocorrer quando 
todos os nutrientes exigidos para obtenção de energia e para síntese de novos 
componentes celulares estão disponíveis. 
Segundo Jorge (2010), os nutrientes requeridos pelos microrganismos 
refletem diretamente sua capacidade fisiológica. De maneira geral, quanto mais 
simples seu requerimento nutricional, maior a extensão da complexidade fisiológica. 
O estudo das diferenças fisiológicas entre microrganismos com exigências 
nutricionais diferentes nos leva a compreender as diferenças, tanto das propriedades 
fisiológicas quanto do modo pelo qual respondem às alterações ambientais. 
As funções vitais das bactérias constituem-se essencialmente na construção 
do protoplasma, divisão celular e transporte de substâncias pela membrana 
citoplasmática. A motilidade também é uma função celular de algumas bactérias, 
porém, pode ser considerada uma função mecânica dispensável, já que tais 
bactérias vivem sem essa característica. Algumas bactérias também podem produzir 
calor, mas também não é uma função biológica essencial, visto que as bactérias não 
possuem mecanismos de regulação de temperatura. 
O crescimento bacteriano consiste essencialmente do equilíbrio na síntese 
dos componentes do citoplasma, inclusões e parede celular, a partir de materiais 
disponíveis em seu ambiente. O crescimento bacteriano exige a presença de 
nutrientes essenciais em concentrações ideais para as células e em ambiente 
propício. Assim, as bactérias necessitam de uma série de exigências de natureza 
física, inorgânica e orgânica para seu crescimento. 
Os nutrientes podem ser divididos em duas classes: macronutrientes e 
micronutrientes. Ambos os tipos são imprescindíveis, mas os primeiros são 
requeridos em grandes quantidades por serem os principais constituintes dos 
compostos orgânicos celulares e / ou serem utilizados como combustível. 
 
 
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Sendo que são macronutrientes exigidos: carbono, oxigênio, nitrogênio, 
hidrogênio, enxofre, fósforo. E são micronutrientes necessários: os elementos ferro, 
magnésio, manganês, cálcio, zinco, potássio, sódio, cobre, cloro, cobalto, 
molibdênio, selênio e outros são encontrados sempre na forma inorgânica, fazendo 
parte de minerais. São necessários ao desenvolvimento microbiano, mas em 
quantidades variáveis, dependendo do elemento e do microrganismo considerados. 
Os micronutrientes podem atuar de diferentes maneiras, incluindo as 
seguintes funções principais: 
 - componentes de proteínas, como o ferro que participa da composição de 
várias proteínas enzimáticas ou não, de citocromos, etc.; 
- cofatores de enzimas, como o magnésio, potássio, molibdênio, etc. 
- componentes de estruturas, como o cálcio, presente em um dos envoltórios 
dos esporos; 
- osmorreguladores. 
Temperatura, pH, presença de oxigênio, pressão osmótica e luz também são 
fatores intervenientes no crescimento das bactérias (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009; 
JORGE, 2010). 
Cada tipo de bactéria apresenta uma temperatura ótima de crescimento, em 
torno desta temperatura observa-se um intervalo dentro do qual o desenvolvimento 
também ocorre, sem, no entanto, atingir o seu máximo. Ultrapassado o limite 
superior, rapidamente ocorre desnaturação do material celular e, 
consequentemente, a morte da célula. As temperaturas inferiores à ótima levam a 
uma desaceleração das reações metabólicas, com diminuição da velocidade de 
multiplicação celular, que em caso extremo, fica impedida. 
As variações quanto ao requerimento térmico permite classificar as bactérias 
segundo a temperatura ótima para o seu crescimento, em: 
- psicrófilas: entre 12 e 17º C; 
- mesófilas: entre 28 e 37ºC; 
- termófilas: 57 e 87ºC. 
 
 
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Os valores de pH em torno da neutralidade são os mais adequados para 
absorção de alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no entanto, 
grupos adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos. A grande maioria das 
bactérias cresce bem em meios com pH ao redor de 6,5 a 7,5, apesar de muitas 
espécies tolerarem variações de pH entre 4,0 e 9,0. 
Os meios de cultura são geralmente tamponados para evitar mudanças de 
pH, decorrentes da excreção de produtos do próprio metabolismo bacteriano. Os 
tampões são compostos que podem resistir às mudanças de pH. 
A combinação de KH2PO4 e K2HPO4 é largamente utilizada nos meios de 
cultivo, mas alguns ingredientes nutrientes do meio, tais como as peptonas, também 
possuem a capacidade de tamponamento (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009). 
O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que 
permite classificá-las em: 
- aeróbias estritas: exigem a presença de oxigênio, como as do gênero 
Acinetobacter; 
- microaerófilas: necessitam de baixos teores de oxigênio, como o 
Campylobacter jejuni; 
- facultativas: apresentam mecanismos que as capacitam a utilizar o 
oxigênio quando disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência. 
Escherichia coli e vária bactérias entéricas têm esta característica; 
- anaeróbias estritas: não toleram o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani, bactéria 
produtora de potente toxina que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes 
de oxigênio. 
Meios de cultura com pressões osmóticas menores que o interior da 
bactéria, geralmente não afetam sua viabilidade, uma vez que a rigidez da parede 
celular impede a entrada excessiva de água. 
Todavia, meios de cultura com pressões osmóticas maiores que a 
encontrada no interior da bactéria causam perda de água intracelular (efeito 
bacteriostático ou bactericida). 
 
 
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Quando certas bactérias isoladas de salmouras, pacotes de sal, alimentos e 
água do mar, chamadas bactérias halofílicas ou halófitas obrigatórias, crescem 
apenas quando o meio contém uma concentração inusitadamente elevada de sal 
(10% a 15%), estamos falando de uma resposta especial do microrganismo à 
pressão osmótica ou mais conhecido como Halofismo. 
Por fim, a luminosidade é fator importante. Alguns organismos autotróficos 
fotossintéticos devem ser expostos a uma fonte luminosa, pois a luz é sua fonte de 
energia. Outros liberam pigmentos quando expostos a luz, o que facilita na sua 
taxonomia (NOGUEIRA; MIGUEL, 2009). 
 
 
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UNIDADE 5 – NOMENCLATURA TAXONÔMICA 
 
São três as atividades dentro da Taxonomia bacteriana: classificação, 
nomenclatura e identificação. 
Classificar significa agrupar, ou seja, arranjar em grupos naturais chamados 
taxa (do latim: taxon=singular; taxa=plural). Nomenclatura envolve o ato de atribuir 
nomes a grupos circunscritos, usando o Código Internacional de Nomenclatura de 
Bactérias1. Por fim, a identificação envolve o processo pelo qual isolados nãoidentificados são referidos a taxa conhecidas (DUARTE, 2005). 
Nogueira e Miguel (2009) expandem as definições acima: 
 
A classificação quer dizer dividir os microrganismos em grupos, de acordo 
com as características artificiais ou naturais. As classificações artificiais são 
baseadas nas características fenotípicas (expressão), principalmente 
morfológicas e fisiológicas dos microrganismos. Já as classificações 
naturais são baseadas nas relações filogenéticas moleculares das 
bactérias, através de comparações na sequência de várias macromoléculas 
ou genes (genotípica). 
 
 
A nomenclatura, especificamente aqui a bacteriana, refere-se ao nome do 
microrganismo, seguindo o Código Internacional para Nomenclatura de Procariontes 
(International Committee on Systematic of Prokaryotes). Este contém todos os 
princípios e recomendações para a descrição de uma nova unidade de classificação 
em espécie, gênero ou família. As regras do código internacional baseiam-se no 
sistema binominal desenvolvido por Linnaeus: o nome de uma espécie bacteriana é 
proveniente da combinação, em latim, formada de duas partes, o nome do gênero, 
seguido pelo nome da espécie bacteriana. Como, por exemplo: Escherichia coli 
(Escherichia é o gênero, e coli a espécie). 
Seguindo a regra, apenas a primeira letra do nome do gênero é escrita em 
maiúscula, e o nome completo deverá ficar em itálico ou sublinhado. Exemplo: 
Escherichia coli ou Escherichia coli. 
 
1 Os nomes são considerados válidos se os artigos que os propõe são publicados no International 
Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology (IJSEM: http://ijs.sgmjournals.org/) ou se as 
publicações em outros periódicos fizerem parte de Listas de Validação editadas no IJSEM. 
 
 
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No caso de bactérias em que os sorotipos possuem grande importância, eles 
são citados após o nome da espécie, mas não se muda a grafia para itálico, o que 
poderá causar confusão. Exemplo: Salmonella enterica, subespécie (subsp.) 
enterica sorotipo Typhi. Muitas vezes encontraremos escrito Salmonella Typhi. 
Para se estabelecer um nome de um táxon, este deverá ser avaliado pelo 
Código Internacional para Nomenclatura de Procariontes. Após validação, o novo 
nome é divulgado à comunidade científica através da revista International Journal of 
Systematic Bacteriology (IJSB). 
Quanto à identificação, este é um processo que determina as características 
do microrganismo, sua relação com microrganismos similares ou diferentes, e, 
posteriormente, com base nesses achados, indica-lhe o nome. Normalmente o nome 
da espécie determina uma característica morfológica ou bioquímica ou pode 
homenagear uma pessoa ou lugar. 
Para citar uma espécie que não tenha sido identificada, mas que 
conhecemos o gênero, faz-se uso da abreviatura “sp.”, que significa “espécie”. Por 
exemplo, Klebsiella sp., ou seja, uma espécie qualquer do gênero Klebsiella. 
Se for necessário fazer referência a várias espécies do gênero, a abreviatura 
a ser utilizada é “spp.”, “espécies”: Klebsiella spp. Deve ser observado que sp. ou 
spp. não são escritos em itálico ou sublinhados. 
Atualmente, a taxonomia e a nomenclatura são realizadas por 
determinações genéticas (homologia do DNA, análise de sequência do DNA, análise 
do RNA 16S ribossômico). Permitindo sistemas taxonômicos mais estáveis, nos 
quais as modificações de nomes sejam menos frequentes. 
Nos últimos anos, a classificação taxonômica ganhou apoio da Biologia 
computacional e da bioinformática, empregando o método das árvores filogenéticas 
para facilitar a taxonomia dos seres vivos. 
Vale a pena relembrar a convenção taxonômica, na qual os sufixos são 
usados para determinar ordens, famílias e tribos: 
Ordens: sufixo - ales. Ex.: Eubacteriales 
Famílias: sufixo .aceae. Ex.: Bacillaceae 
 
 
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Tribos: sufixo .eae. Ex.: Proteae (Proteus) 
Os nomes dos microrganismos podem ser modificados após estudos mais 
detalhados (Biologia Molecular), e estes devem ser registrados no IJSB, de acordo 
com as seguintes regras: 
a. Quando se transferir uma espécie de um gênero para outro, a espécie 
será mantida. Ex.: Campylobacter pylori mudou para Helicobacter pylori. 
b. Quando a cepa pura (cepa tipo) pertencer a outro gênero, o gênero desta 
cepa deverá ser considerado nulo. Ex.: Enterobacter agglomerans mudou para 
Pantoeae agglomerans. 
c. Quando um microrganismo estiver em duas ou mais designações de 
gênero e espécie, o nome do gênero/espécie da cepa tipo deverá ser considerado 
como o nome válido. 
 
 
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UNIDADE 6 – COCOS 
 
6.1 Cocos Gram-positivos 
Constituem um grupo muito diverso de microrganismos, estudados em 
conjunto devido à forma esférica de suas células e por sua característica de 
positividade à coloração de Gram. Não formam endosporos, são geralmente imóveis 
e suas células costumam-se apresentar na forma esférica ou ligeiramente alongada. 
O grupo apresenta gêneros de microrganismos aeróbios, anaeróbios 
facultativos e anaeróbios estritos. A forma de arranjo de suas células e a produção 
da enzima catalase são particularidades convenientes na caracterização dos 
gêneros. Vamos discutir os gêneros Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus, 
Peptostreptococcus e Stomatococcus. 
a) Estafilococos 
Os estafilococos foram descritos em pus de seres humanos por Robert 
Kock, em 1878, e cultivados em meio líquido, em 1880, por Pasteur. Ogston (1881) 
demonstrou sua patogenicidade para camundongos e, em 1884, Rosenbach 
caracterizou o gênero com duas espécies. 
Atualmente são conhecidas 32 espécies e, dessas, dezesseis são 
encontradas em seres humanos e podem provocar diferentes síndromes clínicas, 
incluindo infecções cutâneas, infecções oportunistas, infecções das vias urinárias e 
infecções sistêmicas. A espécie mais implicada em doenças no ser humano é 
Staphylococcus aureus, reconhecidamente o mais virulento dentro do gênero. S. 
epidermidis também é um importante patógeno, sobretudo, para aqueles portadores 
de próteses valvulares. S. saprophyticus é um patógeno quase que exclusivamente 
das vias urinárias. Outras espécies comumente implicadas em infecções são: S. 
schleiferi, S. haemolyticus e S. lugdunensis. S. schleiferi possui duas subespécies: 
S. schleiferi ss. S. schleiferi (coagulase negativa) e S. schleiferi ss. coagulans 
(coagulase positiva). 
Principais espécies do gênero Staphylococcus, de interesse para o ser 
humano são: 
 
 
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 S. aureus é a espécie mais patogênica, isolado de mucosa nasofaringeana, 
pele, trato gastrointestinal e genital de animais de sangue quente; 
 S. epidermides é habitante da pele humana. Eventual causador de infecções, 
sobretudo correlacionadas a próteses cardíacas valvulares; 
S. saprophyticus é patógeno, principalmente de vias urinárias; S. intermedius 
encontra-se na membrana nasal e pele de animais. S. hyicus está 
correlacionado a infecção em animais; 
 S. haemolyticus; S. schleiferi e S. lugdiniensis são habitantes da pele 
humana. 
Características Gerais: 
Células esféricas de 0,5 a 1,5 µm de diâmetro, isoladas aos pares ou mais, 
caracteristicamente com a disposição de cachos irregulares. São imóveis e não 
formam esporos. São Gram-positivos e anaeróbios facultativos. 
Apresentam metabolismo respiratório e fermentativo, geralmente produzem 
catalase. Utilizam grande quantidade de carboidratos; sob condições de 
anaerobiose, o principal produto de degradação da glicose é o ácido lático; em 
aerobiose, o principal produto é o ácido acético, com pequena quantidade de CO2. 
Suas colônias em meio sólido geralmente são lisas, brilhantes, circulares e 
translúcidas. S. aureus e algumas outras espécies formam colônias amarelas, 
acinzentadas ou laranja, em função da presença de grande quantidade de 
pigmentos carotenóides localizados na membrana celular. S. epidermidis forma 
colônias brancas, em função da pequena quantidade de carotenóides. 
Em placas de ágar-sangue S. aureus geralmente produz hemólise, enquanto 
que outras espécies têm comportamento variável. Crescem dentro de larga faixa de 
temperatura (10-45°C), com ótimo em torno de 37°C. 
O diagnóstico laboratorial para estafilococos envolve: 
 bacterioscopia – em esfregaços corados pelo método de Gram, observa-se a 
presença de cocos Gram-positivos típicos. Não é possível diferenciar os 
microrganismos patogênicos (S. aureus) dos não patogênicos; 
 
 
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 cultura – ágar-sangue para permitir o crescimento de estreptococos se 
porventura presentes. Se o material estiver muito contaminado, semear em 
ágar salgado (7,5% NaCI). Pode-se utilizar meios seletivos como ágar Baird 
Parker acrescido de gema de ovo e telurito de potássio para amostras muito 
contaminadas. Colônias características são selecionadas para identificação 
das espécies; 
 produção de catalase – é realizada através da verificação da ação da enzima 
sobre peróxido de hidrogênio (H202) com formação de bolhas de 02 nascente. 
Negativa para estreptococos, porém, positiva para Micrococcus, 
Stomatococcus e Staphylococcus; 
 verificação de oxidação – fermentação (Meio OF)-realizada verificando-se a 
fermentação de glicose pelo microrganismo na presença (oxidação) e 
ausência (fermentação) do oxigênio, em presença de indicador de pH. Prova 
realizada para diferenciar gênero Staphylococcus (O+F+) de Micrococcus 
(O+F-); 
 produção de coagulase – será negativa para Stomatococcus, demais cocos 
Gram-positivos e algumas espécies de Staphylococcus. Se positiva, podemos 
pressupor tratar-se de S. aureus. Todos os estafilococos coagulase são 
considerados patogênicos para o ser humano. Estafilococos coagulase 
negativos, do grupo S. epidermidis, são da microbiota normal, podendo, 
entretanto, produzir infecções; 
 Voges Proskauer (VP) – visa verificar a rota de fermentação butileno glicólica. 
Dentre os estafilococos coagulase positiva, S. aureus e S. scheiferi ss. 
coagulans apresentam essa prova positiva; 
 fermentação da trealose – essa prova verifica a capacidade de o 
microrganismo utilizar esse carboidrato por meio da rota fermentativa com 
produção de ácido. Dentre as espécies coagulase positivas e Voges 
Proskauer positivo, S. aureus fermenta a trealose e S. scheiferi subsp. 
coagulans não; 
 Alfa-galactosidase – a presença dessa enzima é característica da espécie S. 
intermedius, que é coagulase positiva. 
 
 
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b) Estreptococos 
Streptococcus constituem-se no único gênero da família Streptococcaceae 
que apresenta microrganismos patogênicos para o homem. Streptococcus (do grego 
streptos: enovelado, enrolado) são encontrados na pele e mucosas da boca, trato 
respiratório, digestivo e geniturinário do homem e animais. Espécies patogênicas 
como S. pyogenes e S. pneumoniae podem ser encontradas em microbiota normal 
de portadores assintomáticos. 
Os estreptococos foram identificados pela primeira vez por Pasteur no final 
do século XIX, descritos por Ogston, em 1881, e apresentados em 1883 como 
agentes específicos da erisipela. Só após muitos anos (1930), Rebecca Lancefield 
introduziu um método de classificação sorológica dos estreptococos (UENO; 
JORGE, 2009). 
Quanto à morfologia e cultivo, os estreptococos apresentam-se como cocos 
Gram-positivos, usualmente dispostos aos pares ou em cadeias, pois dividem-se 
apenas em um plano. Anaeróbios facultativos ou estritos, catalase e oxidase 
negativos, fermentadores da glicose com formação de ácido lático e ausência de 
gás. Apresentam células esféricas ou ovais, por vezes alongadas, de cerca de 0,5 a 
0,75 µm, geralmente são imóveis, capsulados e não formam esporos. 
Crescem apenas em meios enriquecidos: ágar-sangue, ágar-soro, caldo 
glicosado, ágar-chocolate. Em ágar-sangue crescem colônias pequenas e mucóides. 
O crescimento é estimulado pela presença de CO2. A temperatura ótima de 
crescimento é a 37°C e o pH na faixa de 7,4 a 7,6. São destruídos a 60°C por trinta 
minutos. 
 
 
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No quadro a seguir temos as principais espécies do gênero Streptococcus 
de interesse humano: 
 
Grupos Espécies Importância 
piogênicos 
S. pyogenes 
Espécie mais patogênica para o ser humano. 
Beta-hemolítico e piogênico. 
Grupo A de Lancefield. 
S. agalactiae 
Microbiota normal do trato genital feminino. 
Beta-hemolítico e piogênico. 
Grupo B de Lancefield. 
Podem causar febre puerperal e meningite neonatal. 
Salivarius 
S. salivarius 
S. vestibulares 
S. thermophilus 
Habitantes da cavidade bucal humana. 
Não tipados por Lancefield. 
Mitis 
S. sanguis 
Habitantes de cavidade bucal humana, correlacionados com 
formação de biofilme dentário. 
Não tipados por Lancefield. 
S. parasanguis 
S. gordoni 
S. oralis 
S. mitis 
Habitantes de cavidade bucal humana. 
Não tipados por Lancefield. 
S. pneumoniae 
Habitantes normais do trato respiratório superior de seres 
humanos, podem causar pneumonia, sinusite, otite, bronquite, 
bacteremia e meningite. 
Alfa-hemolípticos e piogênico. 
Bovis 
S. bovis 
S. equinus 
S. alactolyticus 
Estreptococos animais. 
Mutans 
S. mutans 
S. sobrinus 
S. cricetus 
S. ferus 
S. downii 
S. rattus 
S. macacae 
Estreptococos bucais correlacionados com cárie dentária em 
seres humanos e animais. 
Aderência em esmalte dentário. 
Não tipados por Lancefield. 
Anginosus 
S. anginosus 
S. constellatus 
S. intermedius 
Estreptococos bucais. 
Aderência às mucosas bucais. 
Fonte: Ueno e Jorge (2010, p. 77). 
 
Para diagnóstico laboratorial, as amostras dependem do tipo da infecção 
estreptocócica. Pode-se coletar swab da garganta, amostra de pus ou sangue para 
cultura. 
 
 
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 Esfregaços corados pelo Gram usualmente exibem cocos isolados ou aos 
pares, e não cadeias definidas. 
 Cultura – as amostras são semeadas em ágar-sangue e incubadas com 10% 
de CO2 a 37°C por 24 horas. Após incubação, verificam-se as colônias 
características e presença de hemólise. 
 Catalase – os estreptococos não produzem catalase, sendo sempre negativos 
para essa prova. 
 Sensibilidade à bacitracina – os estreptococos do grupo A são sensíveis à 
bacitracina. 
Streptococcus pneumoniae são responsáveis por várias doenças humanas, 
como pneumonia e meningite, é habitante normal do trato respiratório e mais de 4% 
da população são portadores desse microrganismo. A transmissão ocorre através de 
gotículas nasofaríngeas. 
c) Enterococos 
O gênero Enterococcus inclui várias espécies, sendo mais importantes E. 
faecalis e E. faecium, que são responsáveis por 85-90% e 5-10% das infecções 
enterocócicas. São cocos Gram-positivos que ocorrem aos pares ou curtas cadeias 
em meio líquido. Não formam esporos, geralmente são imóveis, entretanto, alguns 
podem apresentar flagelos. Não apresentam cápsula, são anaeróbios facultativos e 
catalase negativos. As principais espécies são do grupo D de Lancefield. 
Os enterococos são causa frequente de infecções hospitalares. A 
transmissão ocorre de um paciente para outro através de mãos do pessoal 
hospitalar e podem ser transmitidos de materiais médicos. As infecções pelos 
enterococos incluem trato urinário, feridas, trato biliar e sangue. Podem causar 
meningite e bacteriemia em récem-nascidos. Em adultos, podem provocar 
endocardite. 
São muito resistentes aos antibióticos. Produzem beta-Iactamase e muitas 
amostras são resistentes à vancomicina, cefalosporinas e a outros fármacos. 
 
 
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d) Peptoestreptococos 
São cocos anaeróbios do gênero Peptostreptococcus, parasitas obrigatórios 
das mucosas da boca e trato gastrointestinal de mamíferos. Eventualmente podem 
produzir infecções purulentas. 
Apresentam células esféricas (0,5 a 1,2 mm diâmetro) ou eventualmente 
ovoides. Podem apresentar-se em pares, tétrades, cadeias ou cachos. São imóveis, 
não formam esporos e são geralmente catalase negativos. A temperatura ótima de 
crescimento é 37°C e algumas amostras produzem indol e reduzem nitrato. A 
espécie tipo é Peptostreptococcus anaerobius. 
e) Estomatococos 
São bactérias comensais da cavidade bucal humana e trato respiratório 
superior, podendo ser implicado em processos infecciosos. Apresentam células 
esféricas (0,9 a 1,3 µm diâmetro) usualmente em cadeias, pares ou tétrades, são 
imóveis, não apresentam esporos e cápsula e são anaeróbios facultativos. São 
oxidase negativas e reduzem nitrato a nitrito, a temperatura ótima de crescimento é 
de 37 C. A espécie tipo é Stomatococcus mucilaginosus. 
 
6.2 Cocos Gram-negativos 
Dentre os cocos Gram-negativos vamos tratar em maiores detalhes sobre os 
gêneros Neisseria, Branhamella (gênero Moraxella, subgênero Branhamella) e 
Veillonella. O gênero Neisseria é responsável pela gonorreia, doença sexualmente 
transmissível, e pela meningite cérebro-espinhal epidêmica. Branhamella são 
microrganismos comensais do trato respiratório humano, podendo, eventualmente, 
tornar-se patogênicos. Veillonella são cocos anaeróbios obrigatórios encontrados na 
microbiota bucal humana, não apresentando geralmente potencial patogênico 
(RIBEIRO; JORGE, 2010). 
 
a) Neisseria 
São cocos Gram-negativos da família Neisseriaceae, imóveis, medindo de 
0,6 a 1,0 µm de diâmetro que se apresentam aos pares (com concavidades 
 
 
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adjacentes em forma de grãos de feijão), tétrades ou cadeias curtas. As espécies 
patogênicas são exigentes no cultivo, especialmente no primeiro isolamento. 
Duas espécies conhecidas por serem patogênicas ao homem, são a 
Neisseria meningitidis, conhecida também como meningococo (meningite) e a 
Neisseria gonorrhoeae, conhecida como gonococo (Gonorreia). Ambas se 
apresentam como diplococos Gram-negativos, com morfologia semelhante a rins 
(riniformes) ou a grãos de feijão. Alguns autores sugerem, ainda, semelhança a 
grãos de café. 
O quadro abaixo apresenta as principais espécies de Neisseria de interesse 
para microbiologia médica. 
 Gênero Neisseria 
N. gonorrhoeae Agente etiológico da gonorreia. 
N. meningitides Agente etiológico da meningite cérebro-espinhal epidêmica. 
Pode ser encontrada no trato respiratório de seres humanos. 
N. flavescens Encontrada habitualmente no trato respiratório humano. 
Isolada de raros casos de meningite e septicemia. 
N. sica 
N. suflava 
N. mucosa 
Encontradas na boca, cavidade nasal, faringe e, ocasionalmente, trato 
genital feminino. 
Usualmente não são patogênicas. 
 
Para diagnóstico laboratorial de Neisseria gonorrhoeae, o pus, secreções da 
uretra, colo uterino, próstata e, ocasionalmente, da mucosa retal são coletados para 
microscopia e cultura. 
 Bacterioscopia: nos processos agudos, os esfregaços corados pelo Gram ou 
azul de metileno revelam diplococos intracelulares dentro de leucócitos 
polimorfonucleares. Isso fornece diagnóstico presuntivo. Em estágios 
crônicos, quando as secreções são menos espessas e há poucos leucócitos, 
existe maior dificuldade na bacterioscopia. 
 Cultivo: imediatamente após a coleta, o pus ou muco é semeado em ágar- 
chocolate, meio de Thayer-Martin ou ágar-plasma-hemoglobina e incubado 
em 10% de C02 a 37°C (método da vela). 
 
 
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 Produção de indofenol-oxidase: cobrindo-se colônias de Neisserias com 
solução a 1% de dimetil-para-fenilenodiamina (ou cloridrato de tetrametil), 
elas tornam-se róseas ou vermelho-púrpura e, finalmente, negras, o que 
permite a diferenciação de outras bactérias. 
 Fermentação da glicose: é o único carboidrato que fermenta, com a formação 
de ácido e ausência de gás. 
Para Neisseria meningitides, o diagnóstico laboratorial envolve amostras de 
sangue que são colhidas para cultura e amostras do líquor para bacterioscopia, 
cultura e determinações bioquímicas. Culturas de material de nasofaringe são 
adequadas para identificação dos indivíduos portadores. 
 Bacterioscopia: coloração de Gram ou azul de metileno, de esfregaços do 
sedimento obtidos por centrifugação do líquor, ou de material aspirado das 
petéquias, geralmente mostram a presença de diplococos típicos no interior 
de leucócitos polimorfonucleares, ou em situação extracelular. Em virtude de 
os meningococos sofrerem rápida autólise, os espécimes devem ser 
examinados o mais rapidamente possível. 
 Cultura: os materiais devem ser semeados imediatamente em ágar-chocolate 
ou no meio de Thayer-Martin e incubados a 37°C em atmosfera de 5-10% de 
CO2 (método da vela). Os meningococos fermentam glicose e maltose com 
produção de ácido, sem gás. Produzem oxidase. 
 
 
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UNIDADE 7 – BACILOS 
 
7.1 Bacilos Gram-positivos 
Muitos gêneros de bacilos Gram-positivos estão presentes na natureza e 
vários deles são importantes em doenças humanas. Vamos apresentar os bacilos 
Gram-positivos formadores de esporos dos gêneros Bacillus e Clostridium e os não 
esporulados dos gêneros Corynebacterium, mas temos também os Actinomyces e 
Lactobacillus. 
 
a) Bacilos Gram-positivos Esporulados 
O gênero Bacillus compreende cerca de cinquenta espécies de bacilos 
Gram-positivos esporulados. A maioria das espécies é saprófita do solo e vive em 
água, ar e vegetação, podendo sobreviver no meio ambiente por muitos anos. B. 
anthracis e B. cereus são espécies importantes por produzirem doenças no homem 
e em animais. 
Principais espécies do gênero Bacillus de interesse humano 
 
Gênero Bacillus 
B. anthracis Carbúnculo em animais e indivíduos que 
manuseiam produtos animais contaminados. 
B. cereus Intoxicações alimentares, infecções oculares e 
infecções em pacientes debilitados. 
B. subtilis, B. stearothermophilus Não patogênicos, utilizados em testes biológicos 
de procedimentos de esterilização. 
B. thuringiensis 
B. poppilliae, B. sphaericus, B. larvae, B. 
lentimerbus 
Patógenos para insetos, algumas espécies são 
utilizadas como inseticida biológicos. 
 
 
Para diagnóstico laboratorial de B. anthracis, em esfregaços de amostras 
colhidas de lesões cutâneas, sangue ou escarro, observa-se a presença de cadeias 
de grandes bacilos Gram-positivos. O diagnóstico é confirmado após cultura em 
ágar-sangue, com crescimento de colônias acinzentadas não hemolíticas, e através 
de testes bioquímicos. Os testes sorológicos, normalmente, não são úteis 
(JUNQUEIRA; JORGE, 2010). 
 
 
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As bactérias do gênero Clostridium (do grego closter, talo comprido e fino) 
apresentam-se como bacilos esporulados, cujos endosporos ovais ou esféricos 
geralmente distendem a célula. São Gram-positivos, catalase negativos e 
anaeróbios obrigatórios. A maioria das espécies de clostrideos é móvel e possui 
flagelos peritríqueos. Seu habitat natural é o solo, a água e o trato intestinal de 
animais e seres humanos. Existem cerca de 113 espécies pertencentes ao gênero 
Clostridium. 
A maioria dessas espécies é saprófita, entretanto, algumas delas causam 
importantes doenças humanas: C. tetani é o agente etiológico do tétano; C. 
botulinum, agente etiológico do botulismo; C. perfringens, C. novyi; C. septicum são 
as principais espécies isoladas de casos de gangrena gasosa; C. histolyticum, C. 
hastiforme, C. sphenoides, C. sporogenes e C. sordellii foram isolados de casos de 
gangrena gasosa (infecção secundária) e outras infecções em seres humanos. 
O diagnóstico para bactérias Clostridium baseia-se no quadro clínico. A 
análise microscópica e o isolamento de C. tetani são úteis apenas em alguns casos. 
Poucos pacientes com tétano apresentam culturas positivas, pois a doença pode ser 
causada por um pequeno número de microrganismos e as bactérias são destruídas 
quando em contato com o ar. 
O diagnóstico do botulismo é basicamente clínico. A toxina pode ser 
detectada no soro do paciente ou no alimento por ele ingerido. No botulismo infantil, 
C. botulinum, a toxina pode ser encontrada nas fezes do paciente. 
A gangrena gasosa ou mionecrose é causada por uma associação de 
bactérias do gênero Clostridium, principalmente C. perfringens, espécie isolada em 
mais de 90% dos casos. Os outros microrganismos associados são: C. novyi, C. 
septicum, C. hystolyticum, C. hastiforme, C. sphenoides, C. sporogenes e C. sordelli. 
Além disso, algumas bactérias podem causar infecção secundária, como 
enterococos, estafilococos e estreptococos. 
No caso de C. perfringens que constituem bastonetes Gram-positivos, 
contendo esporos ovais subterminais com diâmetro maior do que o da célula 
vegetativa, a cultura é feita em ágar glicosado em coluna alta, ágar-sangue 
 
 
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glicosado ou meio de Tarozzi. Crescem em uma variedade de meios sólidos comuns 
se o potencial de oxirredução for suficientemente baixo. 
O diagnóstico laboratorial é dificultado por ser uma infecção mista. Podem-
se realizar exames bacterioscópicos corados pelo Gram a partir de exudatos de 
lesões; cultivo em tioglicolato, ágar-sangue e ágar nutritivo em aerobiose e 
anaerobiose; e diferenciação das espécies por provas bioquímicas. 
 
b) Bacilos Gram-positivos Não-esporulados 
Esses microrganismos estão amplamente distribuídos na natureza, sendo 
comumente encontrados em solos e águas. Além disso, habitam a pele e mucosas 
do homem e de outros animais. A espécie mais importante é Corynebacterium 
diphtheriae, agente etiológico da difteria. 
A difteria ou crupe é uma doença bacteriana descoberta e estudada há muito 
tempo. Sua existência é anterior ao século IV a.C., quando Aécio descreveu 
características dessa doença. Entretanto, apesar de sua prevalência, a difteria só foi 
reconhecida como doença específica em 1821 por Pierre Bretonneau, que 
descreveu a formação de uma falsa membrana no trato respiratório de indivíduos 
doentes, chamando a doença de difteria (do grego, diphthera, pele ou membrana) 
(JUNQUEIRA; JORGE, 2010). 
Dentre as principais espécies de Corynebacterium de interesse humano 
temos: 
 C. diphteeriae – responsável pela difteria no ser humano e encontrado na 
nasofaringe e pele do homem; 
 C. pseudodiphtheriticum – encontrado na mucosa nasofaringeana do homem, 
sendo não patogênico; 
 C. xerosis – habitante da pele e mucosa do homem; 
 C. matruchotii – encontrado na cavidade bucal do homem e de primatas, 
principalmente no biofilme dentário; 
 
 
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 C. pseudotuberculosis – patogênico para animais, eventualmente podendo 
causar doenças no homem. 
Segundo Junqueira e Jorge (2010), o diagnóstico laboratorial pode ser de 
possibilidade, de probabilidade e de certeza. O tratamento da difteria deve ser 
iniciado com base no quadro clínico, visto que se trata de uma doença grave e os 
resultados do laboratório levam pelo menos uma semana para ser concluídos. A 
amostra para cultura é obtida da secreção colhida do local da lesão. 
Diagnóstico de possibilidade: é rápido e feito pelo exame bacterioscópico 
direto, utilizando-se coloração de Albert-Layborn ou pelo azul de metileno, no qual 
podem ser observadas granulações metacromáticas. A microscopia serve para 
diferenciar essa infecção de uma angina fuso-espiralar. O bacilo diftérico não difere 
nessas características de outras corinebactérias que fazem parte da microbiota da 
garganta. Provavelmente, as manifestações clínicas apresentadas pelo paciente são 
mais úteis para o diagnóstico do que o exame bacterioscópico. 
Diagnóstico de probabilidade: faz-se a cultura em meios apropriados. Pode-
se empregar simultaneamenteágar-sangue e ágar-sangue telurito de potássio, pois 
se crescer apenas no ágar-sangue, pode-se presumir que não seja C. diphtheriae. 
Pode-se também empregar o meio de Loeffler (contém soro bovino coagulado). A 
diferenciação das amostras de C. diphtheriae é feita por provas bioquímicas. 
Diagnóstico de certeza: é a determinação da virulência de C. diphtheriae, 
seja pela inoculação em cobaia, seja pela difusão em gel (teste de Eleck). 
 Inoculação em cobaia: inocula-se subcutaneamente a amostra. Se ela for 
toxigênica, no local da inoculação desenvolve-se necrose superficial, a morte 
ocorre dentro de quatro dias. 
 Teste de Eleck: é um teste de difusão em gel. É feito colocando-se uma fita 
de papel de filtro embebido com antitoxina sobre a superfície de uma placa 
contendo ágar maltose-peptona adicionado de soro bovino. O microrganismo 
desconhecido é semeado em estrias formando ângulo reto com a tira de 
papel de filtro. Quando o microrganismo cresce, se a toxina for produzida, 
forma-se uma linha de precipitado antígeno-anticorpo. 
 
 
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7.2 Bacilos Gram-negativos 
A família Enterobacteriaceae constitui um grupo heterogêneo de bastonetes 
Gram-negativos. Muitas espécies fazem parte da microbiota normal do trato 
intestinal dos animais e do homem, também estão presentes no solo, vegetação e 
água. 
Os membros dessa família são bastonetes Gram-negativos, anaeróbicos 
facultativos, com 0,5 a 2,0 µm de largura por 1,0 a 4,0 µm de comprimento, não 
formadores de esporos, são móveis por flagelos peritríqueos ou imóveis. Possuem 
exigências nutricionais simples, fermentam glicose e outros carboidratos, não 
produzem oxidase e reduzem nitratos a nitritos. A maioria pode ser cultivada em 
meios de cultura simples e coram-se por corantes derivados da anilina. 
Apresentam pili na superfície celular, os quais, em algumas espécies, 
conferem fator de aderência às superfícies epiteliais. Apresentam pili sexual, 
importantes na transferência de fatores de resistência aos antibióticos entre os 
mesmos e diferentes membros da família. Apresentam lipopolissacarídeos (LPS) na 
parede celular, chamados de endotoxinas (UENO; JORGE, 2010). 
O Bergey’s Manual of Determinative Bacteriology (1984) divide a família 
Enterobacteriaceae em oito tribos, baseado em homologia do DNA. A classificação 
das enterobactérias baseada em testes bioquímicos nem sempre está de acordo 
com as análises de DNA. Embora a homologia do DNA seja um parâmetro cada vez 
mais utilizado na taxonomia bacteriana, clinicamente, as reações metabólicas 
continuam sendo a maior ferramenta em diagnóstico laboratorial. As maiores 
diferenças entre os dois métodos envolvem os gêneros Escherichia e Shigella, que 
em termos de testes bioquímicos estão bastante distantes, porém, possuem grande 
homologia de DNA. Quando se trata de Salmonella, a controvérsia também se 
entende até limites inquestionáveis. Ao analisar Salmonella por métodos 
moleculares diz-se que é um gênero de uma única espécie com diferentes sorotipos. 
No entanto, muitos laboratórios ainda utilizam a taxonomia antiga, 
considerando diversas espécies. 
 
 
 
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O quadro abaixo apresenta as Tribos e gêneros da Família 
Enterobacteriacea: 
 
As enterobactérias crescem bem em meios simples. Podem ser cultivadas 
em ágar-sangue, porém é mais vantajoso utilizar meios seletivos e diferenciais, 
como ágar MacConkey, que além de inibir vários microrganismos de amostras muito 
contaminadas, pode separar as fermentadoras e as não fermentadoras de lactose. 
Testes bioquímicos são utilizados para identificação de gêneros e espécies. A 
sorologia é empregada quando a identificação tem propósitos epidemiológicos. 
O gênero Vibrio apresenta bastonetes curvos de 0,3-1,3 µm de largura por 
1A a 5,0 µm de comprimento. São anaeróbios facultativos, metabolismo respiratório 
e fermentativo, oxidase positivos e apresentam flagelos polares, não formadores de 
endósporos e requerem 2 a 3,5% de NaCI para o crescimento. 
O gênero é composto por mais de trinta espécies, sendo V. cholerae, V. 
parahaemolyticus e V. vulnificus as três espécies mais importantes clinicamente. V 
cholerae é o agente do cólera, que ocorre principalmente em água contaminada com 
fezes. Desde 1817 foram descritas sete pandemias de cólera. 
Os membros desse gênero são capazes de crescer em ampla faixa de 
temperatura e aqueles patogênicos ao homem são halofílicos. Crescem bem em pH 
entre 7 e 9. 
 
 
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Para o diagnóstico laboratorial, as amostras devem ser coletadas no início 
da doença e devem ser mantidas em meio de transporte Cary-Blair e cultivadas em 
meios apropriados, embora cresça bem em ágar-sangue e ágar MacConkey. 
Normalmente utiliza-se ágar seletivo como ágar tiossulfato citrato sais biliares 
sacarose (TCBS). Após crescimento de colônias, a identificação é realizada por 
meio de testes bioquímicos e testes sorológicos. 
O gênero Campilobacter consiste de bacilos Gram-negativos em forma de 
vírgula, catalase positivo, oxidase positivo, móveis por flagelo polar. São conhecidas 
quinze espécies, doze das quais causam doença humana, principalmente 
gastroenterite. 
Após ingestão dos C. jejuni com água ou alimentos contaminados ocorre 
colonização no jejuno e invasão. Ainda não estão esclarecidos os produtos 
envolvidos com a virulência do microrganismo, embora já tenha sido descrita a 
presença de enterotoxinas. 
A gastroenterite causada por C. jejuni apresenta diarreia com sangue, dor 
abdominal e febre. Na infecção por C. fetus, após os primeiros sinais de 
gastroenterite, o paciente pode ter disseminação do microrganismo por diversos 
órgãos. 
A microscopia tem pouco valor no diagnóstico laboratorial. A cultura deve ser 
realizada em meios seletivos e incubação em atmosfera com 5% de CO2, 5-10% de 
N2, temperatura de 42°C. A identificação das espécies é realizada por meio de testes 
de redução de nitrato, produção de urease, hidrólise do hipurato, capacidade de 
crescer em diferentes temperaturas e sensibilidade ao ácido nalidíxico e cafalotina. 
Os membros do gênero Helicobacter consistem de bastonetes curvos, 
embora em culturas velhas apresentem formas cocóides, com múltiplos flagelos em 
um dos polos. O gênero é constituído de dezessete espécies, dentre as quais oito 
podem estar associadas a doenças humanas. 
Helicobacter pylori provoca infecção silenciosa na maioria dos indivíduos; 
estima-se que aproximadamente metade da população seja colonizada por esse 
microrganismo sem apresentar sinais e sintomas da doença. 
 
 
Site: www.ucamprominas.com.br 
e-mail: ouvidoria@institutoprominas.com.br ou diretoria@institutoprominas.com.br 
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Horários de Atendimento: manhã - 08:00 as 12:00 horas / tarde - 13:12 as 18:00 horas 
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Helicobacter pylori produz urease, que é um fator importante na 
neutralização de ácidos e que o capacita a colonizar o estômago. Essa espécie está 
associada com gastrite e úlcera péptica. 
Vários produtos bacterianos

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