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Vida e Obra dos Filósofos

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Vida e Obra dos Filósofos;
São Tomas Aquino
René Descartes
Platão
São Tomas Aquino
Quem foi São Tomas Aquino?
Um dos principais filósofos do período conhecido como escolástica, Tomás de Aquino foi um filósofo da idade média proponente da teologia natural, disciplina dedicada a provar a existência de Deus ou de seus atributos por modos puramente filosóficos, e originador do tomismo, uma tentativa de conciliar as posições e métodos de Aristóteles com o cristianismo, adotado como a principal corrente filosófica oficial da Igreja Católica. Diversos aspectos da filosofia ocidental floresceram como respostas a posicionamentos de Aquino, com influência na ética, teoria politica e metafísica.
Diferente de seus antecessores, Tomás de Aquino foi mais ligado à filosofia de Aristóteles do que a Platão e o platonismo, colocando a escolástica em uma nova fase, com maior enfase no uso da razão e ampliando o uso das novas fontes aristotélicas, novas transcrições e traduções dos escritos de Aristóteles, especialmente acerca de metafísica e epistemologia. Aquino promoveu, acompanhado por Alberto Magnus, uma síntese da doutrina cristã e da teoria aristotélica, ajudando a definir o que seria a filosofia da igreja Católica. Defendeu a razão e argumentação como base da filosofia, rejeitou o platonismo e agostinianismo, posições que dominaram os primeiros anos da escolástica.
Embora tenha defendido que o conhecimento da verdade é facultado ao homem pela graça divina, Aquino defendeu que há muitas coisas que os humanos podem conhecer, sem a necessidade de intervenção da divindade. Aquelas coisas que se pode aprender pelos sentidos, seriam passíveis de conhecimento por ser esta a característica humana. Aquino compara os humanos com a água, que não tem o poder de aquecer a si mesma, mas quando exposta ao fogo aquece-se, da mesma maneira, o humanos não teriam o poder de revelar a verdade a si mesmos, mas quando expostos aquelas coisa feitas para serem conhecidas pelos sentidos, inteligíveis, são capazes de conhece-las.
No campo da ética, defendeu que a razão de cada pessoa dita que esta aja de maneira virtuosa, pois são prescritos pela lei natural. Por outro lado, aceita que nem todos os atos virtuosos sejam contidos na lei natural, quando consideramos o ato em si mesmo, como ele aparece no contexto. Esta lei natural seria, segundo ele, identificada com os princípios primeiros da ação humana. Definiu ainda, baseado na Ética a Nicômaco, de Aristóteles, quatro virtudes cardinais a prudência, temperança justiça e coragem. Virtudes estas naturais e inerentes a todos. Por outro lado, definiu um outro conjunto de três virtudes que seriam sobrenaturais, as quais chamou "virtudes teológicas", seriam elas a fé, esperança e caridade.
Na teoria da guerra justa que Agostinho de Hipona desenvolvera séculos antes, definiu ainda os três condições para uma guerra justa. Aquino não apresentou conclusões diferentes daquelas apresentadas por Agostinho, mas procurou definir os critérios de modo mais claro e objetivo. Embora defende-se o pacifismo filosófico, a posição de que as pessoas deveriam evitar a guerra tanto quanto possível, acreditava que as pessoas deveriam aderir a guerra, se esta fosse necessária para manter a paz no longo prazo. Em primeiro lugar deve-se analisar se a guerra é levada a cabo por uma boa causa, caso seu objetivo seja o poder ou a riqueza, a adesão a tal guerra deve ser rejeitada. Em seguida, verificar se a guerra foi declarada por uma autoridade legítima. Por ultimo, em meio a violência, característica da guerra, a paz como motivação central deve ser o objetivo a todo o tempo.
Aquino dedicou-se ainda a apontar o que considerou erros de interpretação do comentador Averróis, importante pensador islâmico, permitindo a incorporação da filosofia de Aristóteles. O aristotelianismo cristão promovido a partir de seu trabalho seria criticado posteriormente por Maquiavel e discutido por diversos filósofos modernos e contemporâneos.
Nascimento
São Tomás de Aquino nasceu na cidade de Roccasecca (Itália) em 1225.
Morte
São Tomás de Aquino morreu na cidade de Fossanova (Itália) em 7 de março de 1274.
Biografia resumida
- Nasceu em 1225 no castelo da cidade de Roccasecca.
- Em 1230 começou seus estudos na abadia de Rocasecca.
- Em 1244 ingressou na ordem religiosa dos Dominicanos.
- Entre 1245 e 1248 estudou na cidade de Paris e foi orientado por Alberto Magno (entra em contato com a filosofia aristotélica).
- Entre 1248 e 1259 estudou na Faculdade de Teologia, fundada por Alberto Magno na cidade alemã de Colônia.
- Entre 1252 e 1259 foi mestre na Universidade de Paris.
- Em 1259 escreveu a Suma contra os gentios.
- Em 1273 escreveu a Suma Teológica.
- Faleceu em 1274.
Principais obras
- Scriptum super sententiis
- Summa contra gentiles (Suma contra os gentios)
- Summa theologiae (Suma Teológica)
- "O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade."
- "Tenho medo do homem de um só livro."
- "Para aqueles que tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para aqueles sem fé, nenhuma explicação é possível."
René Descartes
Quem foi René Descartes?
Um dos mais importantes filósofos do período moderno, René Descartes foi um racionalista francês do século 17, geralmente lembrado pela ênfase na autoridade da razão em filosofia e ciências naturais, bem como pelo desenvolvimento de métodos de verificação. Para Descartes a filosofia seria como uma árvore, na qual a metafísica forma a raiz, a física o tronco e as diversas ciências os galhos, sendo que o mais alto grau de sabedoria estaria na moral, que pressupõem conhecimento das diversas ciências, sendo as principais a ética, a mecânica e a medicina.
Sua obra mais famosa, considerada a fundação da filosofia moderna, é o tratado Discurso sobre o Método, que produziu uma revolução na filosofia e ciência. A partir desta obra, Descartes procurou encontrar um conjunto de princípios que pudessem ser conhecidos sem qualquer dúvida. Para investigar tal possibilidade, procedeu análise por meio de um método próprio conhecido como "dúvida hiperbólica", ou "dúvida metafísica", mais frequentemente referido como "ceticismo metodológico", que consiste em rejeitar qualquer ideia da qual se possa duvidar, para então, após análise, restabelecer ou reconstruir estas ideias de modo a criar uma base sólida para o conhecimento.
Este processo levou a sua famosa conclusão "cogito ergo sum", traduzida como "penso, logo existo", pois ao eliminar tudo de que se podia duvidar chegou concluiu que a dúvida era evidência da existência do sujeito. Aceitando assim que, o pensamentos existe e ,em seguida, indivíduos pensantes existem, uma vez que o pensamento não pode ser separado daquele que pensa.
Uma vez que os sentidos já havia sido rejeitados como confiáveis, Descartes conclui que o único conhecimento do qual não se pode duvidar é "eu sou uma coisa pensante".
Desta forma, o autor estabelece um sistema baseado exclusivamente no raciocínio dedutivo, guiando-se pela razão, que rejeita a percepção como fonte primária de conhecimento. Posição que seria atacada e contestada fortemente pelos filósofos do Empirismo Britânico, especialmente John Locke e David Hume.
No entanto, considerando que as percepções do mundo externo, em comparação ao mundo interno, vem a nós sem que as procuremos ativamente, muitas vezes mesmo contra nossa vontade, Descartes aceita que deve haver algo para além da mente humana, já que a origem de tais percepções é externa aos sentidos. Considera portanto que, tais percepções devem ser evidência da existência do mundo externo, rejeitando assim o ceticismo acerca do mundo exterior. A argumentação que defende este ponto está intimamente ligada a prova ontológica para a existência de um Deus benevolente, na medida em que Descartes defende a impossibilidade da mente humana ser tomada por um gênio maligno que faça os sentidos nos engajarem.
Descartes foi ainda um defensor do dualismo mente/corpo, mas diferente de defensores anteriores do dualismo, Descartes defendeuque a relação não é unidirecional. Sua hipótese era de que, o corpo funciona como uma máquina enquanto a mente é imaterial e não segue as leis da natureza. Mente e corpo seriam conectados pela glândula pineal, através da qual a mente comanda o corpo, mas também o corpo influência a mente, de forma que a relação é bidirecional, sendo possível explicar os momentos em que agimos pelas paixões.
No campo da ética, Descartes defendeu que a virtude consiste no raciocínio adequado, que deveria guiar nossas ações, sendo que a condição mental, que hoje chamaríamos de saúde mental, e o conhecimento em geral possuem ambos grande influencia neste processo, motivo pelo qual aconselhou ainda que um estudo completo da moral deveria incluir o estudo do corpo. Argumentou em favor da existência de um Deus, mas também da vontade livre e portanto da responsabilidade humana por suas ações.
Nascimento
Descartes nasceu na cidade de La Haye (França) em 31 de março de 1596.
Morte
Descartes morreu na cidade de Estocolmo (Suécia) em 11 de fevereiro de 1650.
Principais realizações
- Sugeriu a união entre os estudos da Álgebra e Geometria, criando a Geometria Analítica.
- Desenvolveu o Sistema de Coordenadas, também conhecido como Plano Cartesiano.
- Desenvolveu o Método Cartesiano no qual defende que só se deve considerar algo como verdadeiramente existente, caso possa ser comprovada sua existência. Também conhecido como Ceticismo Metodológico, segue o princípio de que devemos duvidar de todos os conhecimentos que não possuem explicações evidentes. Este método também se baseia na realização de quatro tarefas: verificar, analisar, sintetizar e enumerar.
Principais obras
- Regras para a direção do espírito (1628)
- Discurso sobre o método (1637)
- Geometria (1637)
- Meditações Metafísicas (1641)
Frases
- "Penso, logo existo."
- "É preferível ter os olhos fechados, sem nunca tentar abri-los, do que viver sem filosofar."
- "Com frequência uma falsa alegria vale mais que uma tristeza cuja causa é verdadeira."
- "A razão e o juízo são as únicas coisas que diferenciam os homens dos animais."
- "Esteja eu dormindo ou acordado, dois mais três sempre será cinco e o quadrado não terá mais que quatro lados."
- "Daria tudo que sei em troca da metade de tudo que ignoro."
Platão
Quem foi Platão?
Fundador da Academia de Atenas, Platão, aluno de Sócrates e professor de Aristóteles, é um dos filósofos gregos mais conhecidos e estudados até os dias atuais, especialmente por sua obra ter sobrevivido praticamente intacta mais de 2400 anos, o que não aconteceu com a grande maioria de seus contemporâneos.
Muito importante para a história da filosofia, Platão é responsável por termos acesso ao pensamento de diversos filósofos da Grécia antiga, como Sócrates, seu mestre, Heráclito, Parmenides e Pitágoras. Platão foi ainda o introdutor do método de diálogo em filosofia e com sua obra A República fundou a filosofia política ocidental.
Os personagens dos diálogos de Platão tratam de diversos temas em praticamente todas as áreas da vida, privada ou pública, entre os principais temas encontramos, a política, arte, religião, justiça, medicina, vício e virtude, crime e castigo, sofrimento e prazer, sexualidade e a natureza humana, amor e sabedoria, entre outros.
Platão foi uma dos filósofos mais conscientes do modo como a filosofia deveria ser concebida e qual deveria ser seu escopo e quais ambições poderia aspirar o filósofo. De fato, Platão pode ser considerado o inventor do tema da filosofia, aquilo de que ela de fato trata, tendo a filosofia como um rigoroso e sistemático exame dos assuntos éticos, políticos, metafísicos e epistemológicos através de um método distintivo.
A Platão frequentemente se atribui uma posição filosófica que atualmente seria descrita como racionalista, parte de uma definição de raciocínio como uma operação mental discursiva, pautada pela lógica, e utilizando proposições para extrair conclusões; realista, em relação à existência de universais, as formas ideais; idealista, com sua teoria das ideias, na qual a verdadeira realidade estaria no mundo das ideias, sendo acessível apenas à razão; e dualista, concepção baseada na existência de duas substâncias irredutíveis uma a outra. Embora estas posições não tenham sido completamente desenvolvidas por Platão, suas ideias iniciais inspiraram a formação destas posições filosóficas, a tal ponto que, por exemplo, o realismo, na forma apresentada acima, é hoje conhecido como "Realismo Platônico".
A Teoria das Formas, também frequentemente referida como Teoria das Ideias, é um dos mais importantes desenvolvimentos filosóficos de Platão, de acordo com esta teoria, as formas abstratas, aquelas não-materiais, possuem o tipo mais elevado e fundamental de realidade, mesmo não possuindo existência física estas formas são substanciais e imutáveis. O mundo material mutável que conhecemos através da sensação teria existência secundária e dependente das formas, também chamadas "ideias". Alguns autores chamaram estas formas de "essências puras" que sustentam a existência do mundo material. Platão defendeu a existência de uma conexão metafísica, portanto abstrata, entre a maneira como procuramos ter acesso às formas, descrevendo tal procura, bem como as dificuldades inerentes a este processo, em sua Alegoria da caverna, na obra República.
Autores como Stephen Körner, consideraram a adesão às ideias de Platão como uma tendência natural para os estudiosos da matemática, esta posição é evidenciada pela grande adesão de importantes nomes da matemática ao pensamento platônico, entre eles Sir Bertrand Russell, A. N. Whitehead, Gottlob Frege, Kurt Gödel, Georg Cantor, entre outros. Também na física existe uma arraigada tradição platônica, começando com Galileu Galilei e se estendendo até Werner Heisenberg, Roger Penrose, Stephen Hawking, entre outros importantes nomes da física contemporânea.
Para além de sua grande relevância para a filosofia e ciência, Platão também foi importante para o processo de racionalização da fé cristã, em grande medida através de sua influência sobre o filósofo e teólogo Agostinho, um dos mais importantes da história da cristandade.
Ideias de Platão para a educação
Platão valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. De acordo com Platão, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. A educação deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos. Aulas de retórica, debates, educação musical, geometria, astronomia e educação militar. Para os alunos de classes menos favorecidas, Platão dizia que deveriam buscar em trabalho a partir dos 13 anos de idade. Afirmava também que a educação da mulher deveria ser a mesma educação aplicada aos homens.
Frases de Platão
- "O belo é o esplendor da verdade".
- "O que mais vale não é viver, mas viver bem".
- "Vencer a si próprio é a maior de todas as vitórias".
- "O amor é uma perigosa doença mental".
- "Praticar injustiças é pior que sofrê-las".
- "A harmonia se consegue através da virtude".
- "Teme a velhice, pois ela nunca vem só".
- "Uma vida não questionada não merece ser vivida".
- "A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter".
Principais obras
Fédon
Dois temas são fundamentais nesta obra, cuja elaboração estima-se em aproximadamente 387 a.C.: a imortalidade da alma e o modo como um homem sábio encara a morte. O diálogo se passa em Fliunte, uma cidade de Sícon, no nordeste do Peloponeso, na Grécia, um dos mais importantes centros do pitagorismo. As personagens são Fédon de Élis, discípulo de Sócrates, Símias e Cebes, originários de Tebas, onde foram discípulos do pitagórico Filolau Críton, um rico ateniense e amigo de Sócrates e Equécrates, a quem Fédon conta a morte de Sócrates. Assim, a estrutura do diálogo se dá em alguns temas que perpassam o diálogo, que consiste em se discutira visão da morte como libertação, discutindo-se a relação entre corpo e alma, e sobre a existência da alma em relação ao corpo, a teoria das ideias, a degradação na alma nas sucessivas reencarnações, e no epílogo a última mensagem de Sócrates.
Banquete
Essa obra, de cerca de 380 a.C., pode ser tida como uma resposta de Platão às acusações da cidade contra a filosofia. Platão narra uma festividade na casa de Agaton. Estavam presentes a esse banquete, entre outras pessoas, Aristodemo, amigo e discípulo de Sócrates; Fedro, o jovem retórico; Pausânias; o médico Eriximaco; Aristófanes, o comediante que ridicularizava Sócrates, e o político Alcibíades. E também o velho Sócrates. O exagero cometido na festa do dia anterior, sobretudo o excesso de bebida, fatigara os convidados de Agaton. Pausânias propôs então que, em lugar de beber, ficassem ali a conversar, a discutir ou que cada um fizesse algo “diferente”.
Essa proposta de Pausânias foi aceita por todos. Ao que Eriximaco acrescentou que se fizessem elogios a Eros, assim os convidados deveriam fazer um discurso para louvar o amor. Pausânias, ao afirmar que há mais de um Eros, dividido entre bem e mal, real e divino, é o primeiro a discursar; Eriximaco, o segundo, aponta como o amor não exerce influência apenas nas almas, mas que dá também a harmonia ao corpo; Aristófanes, então, toma a palavra, demarcando que o amor é o desejo e a procura da metade perdida por causa da nossa injustiça contra os deuses, Agaton, o anfitrião e o último dos elogiosos ao amor, não se propõe enaltecer os benefícios que Eros faz ao homem, mas sim cantar o próprio deus e a sua essência, passando em seguida a descrever-lhe o dote.
Após toda essa longa lista de virtudes atribuídas a Eros, nota-se o quanto o poeta se distancia de sua proposta inicial e de seu preceito metodológico; Sócrates, um dos presentes, propõe dialogar sobre a definição do amor. Expõe como Diotima lhe ensinou a genealogia do amor e chega ao apontamento crucial sobre o conceito de amor: o que se ama é somente aquilo que não se tem. A verdade é algo que está sempre mais além, inquietação que faz do amor um filósofo.
A República
A República (Politeia), de cerca de 375 a.C., é o diálogo mais célebre de Platão, o mais lido e o mais comentado ao longo da história. Nele é discutida a questão do tempo, e de como impedir que a cidade, já não mais afeita a uma tradição aceita por todos, seja capaz de se submeter ao princípio da discussão sem deslizar nos caprichos dos interesses particulares e da dispersão. A República contém diversos temas filosóficos, sociais e políticos entrelaçados.
A questão chave é a da justiça em seu sentido amplo, oportunidade que Platão aproveita para tecer comentários sobre a educação e o tema genérico do conhecimento das coisas. O livro 1 goza de certa independência, sendo que os demais (ao todo são 10), tratam de temas variados: A formação das lideranças (os guardiões) está presente nos livros 2, 3, 4, 5 e 6; a formação dos governantes, classe especial dos guardiões, nos livros 6 e 7; uma vez compreendida a tarefa pública, Platão a compara com o que acontece nas cidades existentes (livro 8I); diante do desafio de Trasímaco ao tratar das conveniências da tirania (livro 9), Platão encerra (livro 10) com a proposição de um mito, tratando da importância da arte, do destino e da liberdade.
Teeteto
Diálogo platônico sobre a natureza do conhecimento. Escrito nos meados de 369 a.C, nele aparece, talvez pela primeira vez explicitamente na filosofia, o confronto entre verdade e relativismo. Desse diálogo provém uma definição tradicional do conhecimento como crença verdadeira justificada. Os personagens principais no diálogo são Sócrates, Teodoro de Cirene e o matemático Teeteto. Há ainda dois personagens que aparecem apenas do início do diálogo: Terpsião e Euclides.
A obra está dividida em três partes, cada uma com momentos do debate entre Sócrates e Teeteto, as duas principais figuras desse diálogo. Platão pretende, através dele, provar que é possível chegar ao conhecimento através da razão, e não pela subjetividade gnoseológica dos sofistas, que afirmavam que os sentidos determinam o conhecimento. Assim, Sócrates rechaça as quatro teses de Teeteto: de que o saber não pode ser definido mediante exemplos; de que ele não é percepção, nem opinião verdadeira, e nem uma explicação acompanhada de opinião verdadeira. Sócrates rebate esses argumentos de um ponto de vista crítico, formulando questões sobre as suas teses, sem se chegar a um conceito definido.

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