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Contabilidade Financeira Juliana Veiga

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Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 
 
*Material elaborado pela aluna do curso de Ciências Contábeis 
Juliana de Araújo Veiga dos Santos 
br.linkedin.com/pub/juliana-veiga/26/b36/b08/ 
 
Contabilidade Financeira - Análise de Investimento* 
Sumário 
Introdução .................................................................................................................................... 2 
O que é Contabilidade ............................................................................................................... 2 
Contabilidade Financeira ....................................................................................................... 3 
Interessados na Informação ..................................................................................................... 5 
Princípios Contábeis .................................................................................................................. 5 
Demonstrações Financeiras ..................................................................................................... 7 
Balanço Patrimonial ............................................................................................................... 7 
Ativo ...................................................................................................................................... 9 
Passivo ............................................................................................................................... 11 
Patrimônio Líquido............................................................................................................ 12 
Registro das Transações Contábeis ............................................................................. 12 
Demonstração do Resultado do Exercício ....................................................................... 13 
Demonstração do Fluxo de Caixa...................................................................................... 14 
Análise de Demonstração Financeira ................................................................................... 15 
Lição para Investidores ........................................................................................................... 18 
Bibliografia ................................................................................................................................. 19 
 
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Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 
 
 
Introdução 
 
 
Figura1: Significado Investimento 
É assim que o Google define o ato que realizamos a todo o momento em nossas 
vidas. Ação corriqueira já automatizada em nosso raciocínio, estamos sempre 
analisando se o custo de determinada ação compensa o seu retorno. Neste momento 
você deve estar lendo essas linhas e analisando se o tempo investido na leitura será 
compensatório pela aquisição de conhecimento. 
Para tal, em poucos minutos você analisará seus conhecimentos prévios sobre o 
assunto aqui proposto, verificará a utilidade deste conhecimento na sua vida futura, e 
fará uma estimativa de custo de energia e tempo para chegar até o fim deste material. 
No mundo financeiro, a análise ocorre de maneira semelhante utilizando com alguns 
recursos específicos, em um ambiente mais complexo e diverso entre inúmeras 
variáveis e atores. Estudaremos a partir deste ponto a ciência contábil, que é utilizado 
como um dos instrumentos de análise. Segundo Iudícibus (2010), Contabilidade é a 
ciência social aplicada com metodologia especialmente concebida para captar, 
registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações 
patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente. 
O que é Contabilidade 
 
Segundo Salazar e Benedicto (2004), o sistema contábil é uma metodologia que 
abrange o registro de eventos econômicos e financeiros com o objetivo de organizar e 
resumir informações que possam ser consultadas analisadas comparadas em 
qualquer tempo, seguindo normas contábeis e demais legislações. 
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Devido sua metodologia restrita e sistemática, a metodologia contábil permite 
comparação e análise de dados de diferentes tipos de entes econômicos, em qualquer 
lugar do mundo em qualquer tempo de registro. Sendo pro isso um instrumento 
indispensável para a análise de investimento, pois identifica onde, como e quando o 
recurso ingressou na empresa e foi gasto, registrando, ainda, os compromissos que 
foram assumidos. 
 
Figura 2: Comparação e análise de fatos. 
Fonte: Revista a Rede 
 
Por estas informações, os agentes econômicos, podem avaliar o desempenho de 
determinada entidade, analisar e controlar o comportamento financeiro assim como 
determinar planos de ação. A contabilidade ainda permite administrar problemas 
atuais assim como prever problemas futuros. 
Contabilidade Financeira 
 
Esta ciência tão abrangente é dividida por muitos autores como Contabilidade 
Gerencial e Financeira distinguindo em dois grandes ramos ou ênfases do seu papel 
informativo. A Contabilidade Financeira, cujos relatórios finais básicos são o Balanço 
Patrimonial, a Demonstração de Resultados, a Demonstração dos Fluxos de Caixa, 
teria maior utilidade ou visaria mais diretamente aos agentes econômicos externos à 
empresa, assim como aos sócios desligados da direção, ao passo que a Contabilidade 
Gerencial, mais analítica, incluindo em seu campo de atuação também a Contabilidade 
de Custos, visaria primariamente à administração da empresa (Santos 2014). 
 
 
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 Contabilidade 
Financeira 
Contabilidade Gerencial 
Público Alvo 
Público Interno e 
Externo - Acionistas, 
Administradores, 
Governo, Investidores e 
Clientes. 
Público Interno - 
Administradores, Diretores. 
Tipo de Informação 
Números e indicadores 
financeiros 
Informações físicas, 
operacionais e numéricas. 
Período que os 
fatos ocorrem 
Registro de fatos 
ocorridos. 
Previsões e projeções 
Utilização de 
Regras 
Princípios contábeis 
seguindo a legislação 
vigente. 
Criadas de acordo com a 
necessidade da organização. 
Obrigatoriedade 
fiscal 
Exigida por órgãos do 
governo demais 
entidades. 
Nenhuma. 
Natureza da 
Informação 
Informações precisas, 
objetivas e confiáveis. 
Passível de auditoria. 
Flexível, acessível e 
tempestivo. 
Escopo 
Informações agregadas 
e resumidas sobre a 
organização como o 
todo. 
Informações desagregadas, 
relatórios sobre produtos, 
clientes em qualquer nível. 
Atitude Executiva 
Preocupação sobre 
como a informação irá 
afetar o público externo. 
Preocupação sobre como os 
resultados e relatórios irão 
implicar no gerenciamento 
empresarial. 
 
Quadro 1: Elaboração Própria 
Fonte: SANTOS, Antônio Sebastião. Pearson. 2014.São Paulo. (Biblioteca PUC 
Virtual) 
 
Como investidores externos e analistas do mercado financeiro, o foco do estudo deve 
ser a Contabilidade financeira e seus respectivos relatórios, que possuem infinitas 
possibilidades de análise visando decisões que ofereçam melhores ganhos. Por meio 
de uma leitura critica e análise perspicaz a contabilidade financeira pode fornecer 
informações sobre rentabilidade, segurança, eficiência de um investimento. 
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Interessados na Informação 
 
Pelas as informações fornecidas pela Ciência Contábil ela é interesse de diverso 
grupo de pessoas com interesses e objetivos distintos, por isso importante conhecê-
las para melhor preparar e interpretar as informações. 
Iudícibus (2010) destaca os grupos a seguir: 
 Sócios e Acionistas – este grupo interessa-se especialmentepela rentabilidade 
e segurança de seus investimentos, e muitas vezes se mantem afastadas da 
direção das empresas, necessitam de informações resumidas que deem 
respostas claras e concisas sobre os seus interesses. 
 Administradores e Diretores – como responsáveis pela tomada de decisão 
esse grupo necessita de informações frequentes e abrangentes, fornecendo 
informações para ações futuras baseadas no passado e com foco no presente. 
 Bancos e Capitalistas – o interesse pessoal deste grupo é em relação ao fluxo 
de caixa e liquidez da empresa, visando à possibilidade de pagamento da 
empresa. Além disso, o governo interessa pelo impacto da situação da 
empresa no ambiente macroeconômico. 
 Pessoas Físicas – toda ente contábil está inserido em um ambiente onde seu 
sucesso/ fracasso afetará outros entes e pessoas. As pessoas físicas 
interessam-se pelo futuro da empresa considerando o impacto na sua renda 
pessoal. 
Princípios Contábeis 
 
 
Independente do grupo pertencente os analistas utilizam as informações contábeis 
com os seguintes objetivos: 
 Planejamento 
 Controle 
 Tomada de decisão 
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Para tal, é importante que a informação contábil siga alguns princípios para oferecer 
clareza, confiança e comparabilidade aos dados. Para isso, existe o chamado 
“Princípio Contabil” que são o conjunto de normas e conceitos que norteiam a ciência, 
Santos (2014) os dividi da seguinte forma: 
 Princípio da Entidade - o patrimônio da organização é apenas da 
organização, não deve se confundir com os dos sócios ou cotistas. 
 Principio da Continuidade – O lançamento dos dados sempre considera que a 
entidade perpetuará no futuro. 
 Principio da Oportunidade – as variações patrimoniais devem ser registradas 
no momento que ocorrem de forma integral e verdadeira. 
 Princípio do Registro pelo Valor Original - os elementos patrimoniais devem ser 
registrados pelo seu valor original e na moeda do país onde a empresa está 
situada. 
 Principio da Competência – o lançamento contábil das transações deve se 
referir ao período em que foram realizadas as transações e não no momento 
do registro financeiro. 
 Principio da Prudência – quando houver alternativas para quantificação das 
mudanças patrimoniais os componentes do ativo devem ser registrados pelo 
menor valor e os do passivo pelo maior. 
Além dos princípios contábeis, Iudícibus (2010) destaca a existência das “Convenções 
Contábeis” essas vêm restringir ou limitar ou mesmo modificar parcialmente o 
conteúdo dos princípios, definindo mais precisamente seu significado. 
Primeiramente destaca-se a Convenção da Consistência, que prevê uniformidade na 
metodologia dos registros dos dados de uma empresa. Logo após podemos citar a 
Convenção do Conservadorismo, muito semelhante ao principio da prudência, que 
reza que devemos na dúvida deve-se sempre atribuir menor valor aos direito e menor 
valor as obrigações. 
Ainda existe a Convenção da Materialidade, diretamente ligada à questão da 
relevância, devem-se registrar na Contabilidade apenas os eventos dignos de atenção 
e na ocasião oportuna. Por ultimo, é válido citar a “Convenção da Objetividade” que 
dispõe que sempre que possível os registros devem se apoiar em documentos e 
evidências mais objetivas possíveis. 
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Demonstrações Financeiras 
 
As demonstrações financeiras propiciam uma 
medida relativa do desempenho financeiro da 
empresa e emitem comparações com os 
exercícios anteriores e também com outras 
empresas do mercado. Elas permitem avaliar os 
padrões históricos da própria empresa ao longo 
de suas operações, como também fazer 
previsões a respeito de suas futuras operações. 
(Chiavenato 2014) 
As demonstrações financeiras são importantes do ponto de vista interno e externo da 
empresa. Do ponto de vista interno permite a análise visando o controle da situação, 
propiciando a aplicação de metodologia administrativa para o direcionamento dos 
resultados. Do ponto de vista externo permite a verificação do resultado financeiro e 
operacional para tomada de decisão em relação a decisões de transação. 
A legislação brasileira (Lei 6.040/1976) prevê a obrigatoriedade e alguns 
demonstrativos, entre os quais se destacam: 
1. Balanço Patrimonial 
2. Demonstração do Resultado do Exercício 
3. Demonstrativo do Fluxo de Caixa 
Balanço Patrimonial 
 
Segundo Chiavenato 2014, este documento reflete com clareza a situação do 
patrimônio empresarial em determinado momento, de forma sintética e sistemática. O 
Patrimônio é constituído de Bens, Direitos e Obrigações, conforme quadro abaixo: 
 
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Figura 3: Balanço Patrimonial (BP) 
Fonte: Elaboração Própria 
 
Como a figura 3, o patrimônio empresarial é divido em dois grupos que devem estar 
sempre em equilíbrio. O lado esquerdo que representa a aplicação de recursos, 
denominado Ativo, que representa os bens, direitos e aplicações; e o lado direito que 
representa as obrigações, denominado Passivo, que é composto pelas fontes de 
recursos incluindo o Patrimônio Liquido que é a riqueza da empresa. Chiavenato 
(2014) resume estes conceitos como da seguinte forma: 
 Ativo Total – soma dos bens e direitos da empresa. É o total de recursos à 
disposição da empresa discriminadas no lado esquerdo do BP e são 
classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez, ou seja, de acordo 
com a rapidez com que podem ser convertidas em dinheiro. Neste grupo, em 
regra, todo acréscimo é denominado débito e todo decréscimo é denominado 
crédito. 
 Passívo – soma das obrigações e dívidas com terceiros, discriminadas no lado 
direito do BP conforme a ordem decrescente de exigibilidade, isto é, aquelas 
contas que serão liquidadas mais rapidamente (curto prazo) aparecem no topo 
da coluna do Passivo, e as que serão pagas em um prazo maior (longo prazo) 
aparecem mais para o final. Ao contrário do Ativo, em regra, neste grupo todo 
acréscimo é denominado crédito e todo decréscimo é denominado débito. 
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 Patrimônio Líquido – também do lado direito do Balanço Patrimonial, as contas 
são originadas de recursos próprios. É a soma do Capital, reservas e lucros 
acumulados menos a soma do capital a integralizar e dos prejuízos ou 
acionistas da empresa. Mede a riqueza da empresa. Assim como no passivo, 
em regra, todo acréscimo é denominado crédito e todo decréscimo é 
denominado débito. 
Abaixo formatação do Balanço de Pagamento de acordo com a Lei da Sociedade por 
ações. 
Balanço Patrimonial 
ATIVO PASSIVO 
Circulante Circulante 
 Disponibilidades Fornecedores 
 Créditos Obrigações trabalhistas 
 Estoques Empréstimos e financiamentos (CP) 
 Outros créditos Obrigações tributárias 
 Despesas antecipadas Provisões e encargos das provisões 
 Outras obrigações 
Não Circulante 
 Realizável a longo prazo Não Circulante 
 Investimentos Exigível a longo prazo 
 Imobilizado 
 Intangível Patrimônio Líquido 
 Capital 
 Reservas 
 Ajustes de avaliação patrimonial 
 Prejuízos acumulados 
 
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $ 
Quadro 2 : Balanço de Pagamentos 
Fonte: Artigo 179 da Lei 6.404/76 
 
Ativo 
 
A legislação brasileira apresenta dois grandes grupos de contas para o Ativo: Ativo 
Circulante e Ativo Não Circulantes, essas quando majoradas são denominadas débito, 
e quando reduzidas são chamadas de crédito.No grupo de Ativo Circulante, que representa o grupo de curto prazo temos os 
principais elementos a seguir: 
 
 
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Disponibilidade Caixa 
Banco 
Aplicações Financeiras 
Deposito Bancário 
A Receber Duplicatas a Receber 
Clientes 
Títulos a Receber 
Adiantamento a Fornecedores 
Estoques Estoque de Produto Acabado 
Estoque para Revenda 
Estoque de Matéria Prima 
 
Outros Impostos a Recuperar 
Adiantamento a Terceiros 
Adiantamento a Funcionários 
Despesas 
Antecipadas 
Prêmio de Seguro a Vencer 
Aluguel Antecipado 
Honorários Técnicos Antecipados 
Quadro 3: Ativo Circulante 
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010) 
 
No grupo de Ativo Não Circulante, que representa o realizável de longo prazo, temos 
os principais elementos a seguir: 
 
Realizável a 
Longo Prazo 
Aplicações Financeiras de Longo Prazo 
Deposito Bancário de Longo Prazo 
Duplicatas a Receber de Longo Prazo 
Empréstimos, Adiantamentos e Vendas. 
Investimentos Obras de Arte 
Investimento em Ouro 
Imóveis para Investimentos 
Participações em outras Empresas 
Imobilizado Imóveis 
Máquinas e Equipamentos 
Móveis e Utensílios 
Veículos 
Ferramentas 
Intangível Software 
Marcas 
Patentes 
Direitos Autorais 
Quadro 4: Ativo Circulante 
 Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010) 
 
Além dos grandes grupos acima citado, no Ativo ainda encontramos as contas 
retificadores/ redutoras. São denominadas retificadoras porque não seguem a regra de 
ser credora quando majoradas no Ativo, são exemplo destas: 
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 Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos 
 Depreciação acumulada 
 Exaustão acumulada 
 Amortização acumulada 
Passivo 
 
O Passivo faz parte das Contas Patrimoniais e compreende as obrigações da 
organização, entidade ou empresa para com terceiros, por sua natureza e por sua 
expressão monetária. O Passivo compreende as origens de recursos representados 
pelas obrigações para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigirão 
ativos para a sua liquidação. É uma conta é um grupo de origem credora, ou seja, 
quando majorado denomina-se crédito. 
Também possui dois grandes grupos: passivo circulante e passivo não circulante. 
 
Fornecedores Fornecedores 
Duplicatas a pagar 
Energia elétrica a pagar 
Prêmio de seguros a pagar 
Títulos a pagar 
Obrigações 
Trabalhistas 
INSS a recolher 
FGTS a recolher 
Salário a pagar 
Comissões a pagar 
Empréstimos e 
Financiamento 
Financiamentos a pagar de curto prazo 
Empréstimos a pagar 
Provisões 
Quadro 5: Passivo Circulante 
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010) 
 
Em seguinte, temos o passível de longo prazo, ou seja, passivo não circulante, 
dividido nos grupos abaixo: 
Exigível a longo prazo Fornecedores longo prazo 
Financiamentos longo prazo 
 
Prêmio de seguros a pagar 
Títulos a pagar 
Quadro 6: Passivo Não Circulante 
Fonte: Elaboração Própria (Iudícibus, 2010) 
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Patrimônio Líquido 
 
O Patrimônio Liquido é constituído pelos direitos que os proprietários têm sobre os 
ativos da organização, após a deduções dos valores referentes às obrigações com 
terceiros , discriminadas no Passivo (Salazar e Benedicto, 2004). Logo podemos 
deduzir que este é diferença entre o valor de do Ativo e do Passivo de uma entidade 
em determinado momento. 
Iudícibus (2010) definiu o patrimônio Líquido como o valor investido pelos proprietários 
e somado dos lucros e prejuízos do período: 
a) Investimentos dos Sócios - Efetuados pelos proprietários em troca de ações, 
quotas ou outras participações. 
b) Lucros - Acumulados na entidade e não distribuídos aos sócios como fonte 
(adicional) de financiamento. 
Abaixo os grupos demonstrados pelo autor: 
 Patrimônio Liquido 
o Capital Social 
 Capital Social 
 Capital Subscrito 
 Capital a Integralizar - (devedora) 
o Reservas de Capital 
 Excedente de Capital 
o Reservas de Lucro 
 Reserva Legal 
 Reserva Estatutária 
 Outras Reservas de Lucros 
o Ajustes de Avaliação Patrimonial 
 Ajustes de Instrumentos Financeiros 
o Lucros ou Prejuízos Acumulados 
 Lucros Acumulados 
 Prejuízos Acumulados 
o Dividendos Propostos 
 Dividendos Excedentes ao Mínimo Obrigatório 
Registro das Transações Contábeis 
 
Segundo Salazar e Benedicto (2004), qualquer evento econômico que afete a posição 
financeira de uma empresa deve ser registrado na contabilidade em termos 
monetários. Cada transação requer o respectivo registro contábil mantendo o 
equilíbrio, Ativo igual a Passivo mais patrimônio liquido assim como a figura 3 deste 
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material. Este método é conhecido como “partidas dobradas”, para o qual para em 
cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito devem ser sempre igual ao 
total do valor lançado nas contas a crédito. Isto pode ocorrer das seguintes formas, 
como exemplo: 
 
 1 conta débito + 1 conta crédito 
 1 conta débito + Várias contas crédito 
 Várias contas débito + 1 conta crédito 
 Várias contas débito + Várias contas crédito 
 
A exemplo um lançamento nas contas do Ativo: ao abrir a um Pet Shopping 
denominado “Cat Star” João investiu $100.000, sendo parte 30% para giro da empresa 
depositado diretamente no caixa, e o restante para investimento em imobilizado: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa d 30.000 
Imóveis d 50.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículo d 20.000 Capital Social c 100.000 
 
Percebam que foi lançado $100.000 a débito e $100.000 a crédito. Veremos agora um 
exemplo um lançamento na conta do Passivo. Suponha que João compre $10.000 de 
suprimentos para revenda, a pagar: 
ATIVO PASSIVO 
Caixa d 30.000 Fornecedor c 10.000 
Imóveis d 50.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Veículo d 20.000 Capital Social c 100.000 
Estoque d 10.000 
 
Vejam que pela leitura do Balanço Patrimonial da “CAT Star” podemos fazer uma 
leitura da origem e aplicação dos recursos. 
 
Demonstração do Resultado do Exercício 
 
Segundo Iudícibus (2010) a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é 
elaborado simultaneamente com o Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório 
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sucinto das operações realizadas pela empresa durante determinado período de 
tempo; nele sobressai um dos valores mais importantes as pessoas nela interessadas, 
o resultado liquido do período, Lucro ou Prejuízo. Exprimir com clareza o resultado que 
a empresa obteve no exercício social. Demostra os fatores que implicaram em lucros/ 
prejuízos. Este demonstrativo é iniciado em Receita Bruta sendo dissolvido até o 
resultado liquido do exercício, figura 4. 
 
Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício 
Fonte: Chiavenato 2014, p 95. 
 
Ao mostrar como se formou o lucro ou o prejuízo, esclarece muitas das variações do 
patrimônio líquido, no período entre dois balanços. Por este relatório, podemos 
verificar o que está contribuindo para o resultado positivo ou negativo, assim como 
analisar o peso dos impostos e juros sobre o resultado. Podemos ainda verificar as 
despesas operacionais e assim gerencialmente tomar providências para ajustes na 
administração. 
Demonstraçãodo Fluxo de Caixa 
 
A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) indica quais foram as saídas e entradas de 
dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse fluxo, desde 2008 pela Lei 
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11.638/2007, é obrigatória para entidades com patrimônio liquido superior a dois 
milhões. 
Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes 
áreas Iudícibus (2010): 
1. Atividades Operacionais; 
2. Atividades de Investimento; 
3. Atividades de Financiamento. 
As Atividades Operacionais são explicadas pelas receitas e gastos decorrentes da 
industrialização, comercialização ou prestação de serviços da empresa. Estas 
atividades têm ligação com o capital circulante líquido da empresa. 
As Atividades de Investimento são os gastos efetuados no Realizável a Longo Prazo, 
em Investimentos, no Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por venda 
dos ativos registrados nos referidos subgrupos de contas. 
As Atividades de Financiamento são os recursos obtidos do Passivo Não Circulante e 
do Patrimônio Líquido. Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamentos de 
curto prazo. As saídas correspondem à amortização destas dívidas e os valores pagos 
aos acionistas a título de dividendos, distribuição de lucros. 
Com essas informações podemos chegar a algumas conclusões: 
 Origem dos recursos captados pela empresa 
 Como foi utilizado o lucro. 
 Quanto do recurso financeiro foi gerado internamente. 
 Como foi financiada a expansão com a compra de ativos imobilizados. 
 Se a distribuição de recursos esta equilibrada. 
Análise de Demonstração Financeira 
 
Conforme dito acima o Ativo Contas Patrimoniais e compreende o conjunto de Bens e 
Direitos da organização (entidade, empresa), possuindo valores econômicos e 
podendo ser convertido em dinheiro (proporcionando ganho para a empresa). 
Por uma análise critica do balanço podemos realizar inúmeras interpretações sobre a 
situação da empresa. A análise pode ser realizada de forma horizontal, que tem o 
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objetivo de confrontar os itens de uma demonstração contábil ao longo do tempo, 
comparando os mesmos itens em diferentes datas. Ou pode ser realizada uma análise 
vertical que visa analisar a estrutura do ativo ou do passivo, verificando deficiências ou 
concentração. 
 
 
Figura 5: Balanço Patrimonial 
Fonte: Chiavenato 2014, p 93. 
 
Por uma análise critica das demonstrações financeiras podemos realizar inúmeras 
interpretações sobre a situação da empresa. A análise pode ser realizada de forma 
horizontal, que tem o objetivo de confrontar os itens de uma demonstração contábil 
ao longo do tempo, comparando os mesmos itens em diferentes datas. Ou pode ser 
realizada uma análise vertical que visa analisar a estrutura do ativo ou do passivo, 
verificando deficiências ou concentração. 
No exemplo acima, figura 5, infere-se facilmente que a empresa possui mais diretos no 
curto prazo (ativo circulante) que deveres (passivo circulante). Além dessa conclusão, 
muitas outras podem ser inferidas, como demonstram os indicadores abaixo. Para 
este tipo de estudo é possível utilizar alguns indicadores, como os demonstrados 
abaixo (Salazar e Benedicto 2004). 
 
 Liquidez Corrente - Ativo Circulante/ Passivo Circulante - significa que para 
cada X reais de dívida a curto prazo a empresa X reais de elementos 
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disponíveis ou realizáveis também a curto prazo. Representa a facilidade/ 
dificuldade da empresa em liquidar suas dívidas. 
 Liquidez Seca - Ativo Circulante- Estoques/ Passivo Circulante - a liquidez seca 
reside apenas em não se considerarem nesta última os estoques de 
mercadorias e despesas antecipadas no ativo corrente. 
 Liquidez Imediata - Disponível/ Passivo Circulante – Compara as obrigações 
com o vencimento no curto prazo com a disponibilidade imediata. 
 Quociente de Imobilização de Capital - Ativo Permanente/ Patrimônio Líquido - 
O quociente mencionado indica a proporção do capital imobilizado em ativo fixo 
e intangível. Para se analisar este quociente* deve-se ter em conta o tipo de 
empresa. 
 Quociente de Cobertura Total - Ativo Permanente + Ativo Circulante/ Passivo 
Total - Por meio desse quociente, analisamos as possibilidades de a empresa 
poder solver seus compromissos, ou seja, suas dívidas. 
 Quociente de Rentabilidade 
o Lucro Bruto/ Vendas - traduz a margem de lucro bruto da empresa. 
o Lucro Líquido/ Vendas - 
o Lucro Líquido/ Patrimônio Líquido - exprime a rentabilidade em relação 
à participação dos proprietários dos negócios da empresa. Evidencia o 
retorno sobre o investimento dos sócios. 
 Índice de Rotação às Estoques - Custo da Mercadoria Vendida/ Estoque Médio 
- demonstra quantas vezes o estoque foi renovado durante o exercício. Pode 
ser aplicado para todo o estoque de uma empresa ou separadamente para 
classes ou tipos de mercadorias. Ao se analisar o índice de rotação de 
estoques, deve-se ter em mente o tipo de atividade da empresa. 
 
 
 Na literatura, em especial na biografia deste material podemos encontrar muitos 
outros índices financeiros que nos ajudam a relacionar contas e grupo de contas para 
extrair conclusões sobre tendências e situação econômica e financeira da empresa. 
Este tipo de trabalho também permite comparar os índices de uma empresa com 
outra, por meio de publicações de revistas especializadas. 
Saber analisar informações financeiras é uma 
tarefa fundamental para o executivo de gestão 
financeira ou para quem queira investir nas 
ações de uma empresa ou pretenda oferecer 
empréstimos ou contratar investimentos. 
Chiavenato 2014. 
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Lição para Investidores 
 
Ao analisar a possibilidade de qualquer investimento devem-se utilizar ferramentas 
quantitativas, pois essas oferecem assertividade e comparabilidade como dito ao 
longo deste material. Contudo esta análise não deve ser fria e exclusiva, assim como 
na vida consideramos todo o ambiente ao realizar nossas escolhas, devemos ser os 
máximos abrangentes ao realizar decisões financeiras. 
Segundo Iudícibus, é preciso esclarecer que podem existir vários aspectos da 
empresa não evidenciados pela análise da contabilidade financeira. Um perfeito 
diagnóstico econômico e financeiro de uma empresa deverá incluir outras análises, 
além da de suas demonstrações contábeis. Pois a constatação pura e simples de 
diversos índices relativos a uma única demonstração de resultados e um único 
Balanço poderá oferecer conclusões de alguma valia para o observador. Entretanto, 
são conclusões bastante limitadas em relação ao que se poderia obter, incluindo e 
comparando estes números com toda a realidade. 
Damodaram 2006, na análise contábil devemos ainda considerar que os mercados 
são pouco confiáveis ao estimar valor, por isso, existem diferenças entre o valor 
patrimonial e o valor de mercado de um investimento. Em outras palavras, o ativo 
assim como valor de patrimônio pode estar contabilizado por determina rubrica, mas 
ao tentar vendê-lo a relação entre oferta e demanda determinará um valor diferente, 
que poderá ser acima ou abaixo do valor de mercado. 
Quantas vezes não passamos por esta situação em nossas vidas? Compramos o 
carro dos nossos sonhos colocamos nele todo valor sentimento, utilizamos com o 
máximo cuidado, o enxergamos como algo praticamente novo, porém quando 
pensamos em vender o valor é 30% menos do que imaginávamos. 
Enfim, ao avaliarmos investimentos devemos utilizar todas asferramentas técnicas 
possível, com conhecimento e lisura na interpretação. Porém, a análise sistêmica é 
indispensável para uma conclusão eficiente. 
 
 
 
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Liga do Mercado Financeiro PUC Minas 2017 
 
 
 
Bibliografia 
 
CHIAVENATO, Idalberto. GESTÃO FINANCEIRA, ABORDAGEM INTRODUTÓRIA. 
São Paulo. Editora Manole 2014. 
DAMODARAM, Aswath. MITOS DE INVESTIMENTO. São Paulo. Prentice Hall, 2006. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA. São Paulo. Atlas, 2010. 
SALAZAR, José Nicolas Albuja. BENEDICTO, Gildeon Carvalho de. CONTABILIDADE 
FINANCEIRA. São Paulo. Ed. Thomson, 2004. 
SANTOS, Antônio Sebastião. CONTABILIDADE. Pearson. São Paulo,2014.

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