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6 
 
INTRODUÇÃO 
 
A viagem de campo de paleontologia, ocorrida entre os dias 16 ao 18 de 
setembro de 2016, teve como finalidade a compreensão prática de várias 
referências teóricas que obtivemos em sala de aula. A importância de uma 
viagem de campo está em justamente demonstrar como os processos 
paleontológicos se formam, onde encontrar tais formações e a aparência delas 
no ambiente natural. Apesar de possuirmos exemplares no laboratório, a 
experiência no campo agrega um conhecimento impossível de se alcançar 
dentro do laboratório. 
Tendo em vista a região sudeste do Brasil, em especial o Estado de São 
Paulo, possuir uma bacia sedimentar geológica de grande proporção e com 
diferentes características, a viagem de campo passou por algumas cidades do 
estado de São Paulo, em pontos geológicos importantes como a rocha 
Moutonnée, e outros locais de deposição de sedimentos espalhados pela 
região norte de São Paulo. 
Em todos os locais visitados, o professor Lineo apresentou as 
características da bacia sedimentar, juntamente com informações extras como 
época e ambiente em qual a bacia foi formada. Juntamente com a informação 
do ambiente deposicional, foram recolhidos espécimes fósseis encontrados na 
formação da rocha sedimentar. Em alguns ambientes, porém, com condições 
impróprias para a formação de fósseis, somente exemplares das rochas foram 
recolhidos. 
Assim, o trabalho de campo contribuiu com o entendimento da 
paleontologia brasileira, dos locais onde depósitos de sedimentos estiveram, e 
de como o procedimento de retirada de fósseis é conduzido. Além mais, o 
trabalho contribuiu para a formação de pensamento crítico de como os fósseis 
são formados e as condições propícias para que estes se preservem por 
milhares ou milhões de anos. 
 
 
 
7 
 
Cronograma 
Serão 11 pontos visitados: 
Saída: Alfenas (MG) – Rio claro (SP) - 16/09/2016 as 4:00. 
Parada 1: (16/09 as 9:30): Visita monitorada aos Museus de Paleontologia e 
de Mineralogia da Universidade Estadual Paulista – UNESP – Rio Claro. 
Parada 2 (16/09 as 11:00) – fósseis de bivalves (Ferrazia cardinalis) em 
arenito (substituição, molde e contra-molde) na Formação Corumbataí (Era 
Paleozóica – Permiano Superior), em Ferraz-SP. Rochas observadas: 
coquinas, arenitos e siltitos. 
Almoço entre 12:00 e 13:00 em restaurante em Ferraz – SP. 
Parada 3. (16/09 as 14:00) - fósseis de mesossauros (vértebras e costelas de 
Mesosaurus brasiliensis) da Formação Irati – Membro Assistência (Era 
Paleozoica – Permiano Superior) por substituição e impressão - Pedreira 
Patercal, entre Rio Claro e Piracicaba-SP. Rochas observadas: calcários, 
folhelhos e nódulos de silex (Formação Irati – Membro Assistência) e siltitos 
(Formação Corumbataí). Minerais observados: calcita e pirita. 
Parada 4 (16/09 as 16:00) - fósseis de Clarkecaris brasilicus (crustáceos por 
impressão) e escamas (impressão) e restos de peixes paleoniscídios, na 
Formação Irati – Membro Taquaral (Era Paleozóica – Permiano Superior), 
caminho de Ipeúna, em estrada de terra). Rochas observadas: siltitos 
avermelhados. 
 (17/09/2016) – Saída as 8:40 em frente da guarita da UNESP Rio Claro. 
Parada 5 (17/09 as 9:30) –– escamas (impressão) de peixes paleonisiformes 
na Formação Corumbataí no Trevo da Rodovia Washington Luiz. 
Parada 6: (17/09 as 10:00) – Afloramento das Três Eras = mostra o contato 
litológico entre três unidades geológicas de eras diferentes (siltitos da 
Formação Corumbataí – Era Paleozóica, arenitos com estratificação cruzada 
da Formação Pirambóia – Era mesozoica e arenitos e conglomerados da 
Formação Rio Claro – Era cenozoica) em local próximo ao município de Rio 
Claro. 
8 
 
Parada 7: (17/09 as 10:30) - Afloramento de arenitos e conglomerados da 
Formação Rio Claro (Era Cenozóica – Pleistoceno). 
Parada 8: (17/09 as 11:00) – Afloramento de paleo dunas da Formação 
Pirambóia, compostas por arenitos bem selecionados e de grãos foscos com 
presença de grandes estratificações cruzadas (Era Mesozóica – Triássico) = 
Estrada de Ipeuna – Charqueda 
Saída para Itu-SP as 11:30 
Almoço entre as 12:00 e 13:30 na estrada em direção a Itu. 
Parada 9: (17/09 as 14:00) – Visita ao Parque do Varvito em Itu-SP, 
pertencente a Formação Itararé (Carbonífero Superior a Permiano Inferior) = 
Rocha observada: varvito e evidências de depósitos glaciais. Fósseis: 
icnofósseis (pistas) de invertebrados bentônicos aquáticos. 
Parada 10: (17/09 as 15:30) – Visita ao Parque da Rocha Moutonnée em 
Salto-SP = Observação da rocha granítica que corresponde ao embasamento 
da Bacia Sedimentar do Paraná. Observações da rocha granítica polida e das 
estrias que indicam as movimentações das geleiras no antigo continente 
Gondwana entre 270 e 350 M.a. 
Saída para Rio Claro as 16:30 
Chegada em Rio Claro as 18:30 – (17/09) 
(18/09/2016) – Saída as 9:00 para Analândia em frente da guarita da 
UNESP Rio Claro. Saída pela SP-364 em Sentido a São Carlos e depois pela 
rodovia SP-369, sendo possível a observação neste trecho dos basaltos da 
Formação Serra Geral (Era Mesozóica – Jurássico Superior). 
Parada 11: (18/09 as 10:30 hs) Visita ao Parque e aos Morros do Cuscuzeiro e 
do Camelo em Analândia – SP. Esse morro testemunho (morros testemunhos 
são colinas com o topo plano que se situam diante de uma escarpa de cuesta) 
possui cerca de 900 metros de altura, e desses, por volta de 50 metros são 
verticais, formados pelas Formações Itaqueri, Botucatu e Serra Geral. 
Almoço entre as 12:30 e 13:30 hs em Analândia-SP 
9 
 
Retorno para Alfenas (18/09) – as 15:30. 
 
Chegada em Alfenas – MG em 18/09/2016 as 21:00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DA ÁREA 
 
A cidade de Rio Claro está localizada no Centro-Leste do estado de São 
Paulo (22° 05' e 22° 40' S, 47° 30' e 47° 55' W). O município está a uma 
altitude de 613 metros acima do nível do mar. Seu clima é caracterizado por 
estiagens de inverno e chuvas de verão. O relevo é suavemente ondulado, que 
é característico do compartimento geomorfológico chamado Depressão 
Periférica Paulista, onde o município se encontra. A vegetação natural é 
caracterizada por cerrado e floresta estacional semidecidual. Também há a 
floresta estadual Navarro de Andrade, que é uma das maiores reservas de 
eucalipto do estado. 
 
Figura 1: Mapa de Localização de Pontos da Região de Rio Claro – SP 
11 
 
A região visitada está geologicamente localizada no flanco nordeste da 
Bacia Sedimentar do Paraná, no setor paulista. Apresenta formações 
litoestratigráficas das Eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, representadas 
por rochas sedimentares e vulcânicas. Na cidade existem 7 tipos de Formação 
diferentes, distribuídas pelas 3 Eras. 
Era Cenozóica: 
 Formação Rio Claro – é uma cobertura sedimentar 
composta de arenitos arcoseanos mal consolidados, conglomeráticos e 
argilitos avermelhados. Apresenta estratificação cruzada, corte e 
preenchimento. São encontrados apenas fosseis de restos vegetais. O 
paleoambiente para formação é resultado de processos de agradação e 
degradação em clima semiárido, em bacias alveolares escalonadas, 
funcionando como uma soleira tectônica para a deposição dos 
sedimentos. 
 
Era Mesozóica: 
 Formação Itaqueri - abrange coberturas sedimentares pós 
serra geral e é constituída principalmente por blocos alternados de 
arenitos com cimento argilosos, folhelho e conglomerados. As estruturas 
mais presentes são estratificações plano-paralelas e cruzadas. O 
ambiente de sedimentação é um ambientede alta energia com um clima 
semiárido. 
 Formação Serra Geral – fruto de um dos maiores 
fenômenos de magnetismo de fissura da história. Neste evento ocorreu 
a separação do megacontinente Gondwana e começou a evolução do 
oceano atlântico. 
 Formação Pirambóia – é caracterizada por uma sequência 
de espessos bancos arenosos, de coloração avermelhada/rosada, 
constituídos por arenitos de granulação fina e média. As estruturas 
sedimentares existentes são laminações plano-paralelas. 
 
12 
 
 
Era Paleozóica: 
 Formação Tatuí – é composto, em sua maioria, por arenitos 
e siltitos, que representam o início da sedimentação pós-glacial que 
ocorreu no Permiano. Formada em um ambiente costeiro e de mar raso. 
Essa formação possui espessuras variantes entre 50 e 130 metros. 
 Formação Irati – essa formação é caracterizada pela 
presença de folhelhos acinzentados do Membro Taquaral e as 
intercalações de calcários dolomíticos e folhelhos prestos 
pirobetuminosos do Membro Assistência. A característica marcante 
dessa formação é a presença de grande variedade de fosseis, existindo 
no Membro Taquaral restos de peixes e crustáceos. No Membro 
Assistência, além de restos de peixes, fragmentos vegetais, carapaças 
de crustáceos e palinomorfos, são encontrados os repteis Stereostemum 
tumidum e Mesosaurus brasiliensis. 
 Formação Corumbataí – é formada por argilitos de 
coloração arroxeada/avermelhada com intercalações de arenitos muito 
finos. Principal fonte de matéria-prima para as indústrias de cerâmica da 
região. 
13 
 
 
Figura 2: Coluna estratigráfica da Bacia do Paraná na região de Rio Claro-SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
HIDROGRAFIA 
 O rio mais importante da bacia é o Rio Paraná que recebe as águas de 
vários outros rios como o rio Tietê, por exemplo. 
 A bacia abastece o reservatório da maior usina hidroelétrica do Brasil, a 
usina de Itaipú. 
 A bacia abrange seis estados (PR, SP, MG, MS e SC) mais o Distrito 
Federal. 
 A vazão média das águas desta bacia corresponde a cerca de 7% do 
total do país. 
 A principal rota de navegação é a hidrovia Tietê-Paraná. 
 
PRINCIPAIS RIOS DA BACIA DO PARANÁ 
 Rio Tietê 
 Rio Ivaí 
 Rio Paranaíba 
 Rio Iguaçu 
 Rio Grande 
 Rio Pardo 
 Rio Amambaí 
 Rio Aporé 
 Rio Verde 
 Rio Dourados 
 Rio Sucuriú 
 Rio Piquiri 
 Rio Paranapanema 
 
15 
 
 
Figura 3: Mapa da bacia do Paraná no estado de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
DESCRIÇÃO DOS PONTOS VISITADOS 
 
A viagem de campo foi dividida em vários pontos, os quais serão 
designados individualmente à seguir: 
 
 
PONTO 1: Museu de Rochas Heinz Ebert UNESP Rio Claro 
 
O primeiro ponto da viagem de campo foi dentro da UNESP campus Rio 
Claro, em museu dedicado de rochas, além de laboratório de geologia e 
paleontologia, que possui diversos espécimes de fósseis de várias eras 
geológicas. Dentro do laboratório, além de fósseis de Mesossaurus sp., répteis 
de porte médio abundantes na região sudeste de deposição sedimentar 
brasileira, troncos fósseis datados de milhões de anos, onde, através de corte 
sagital, foi possível observar os anéis de crescimento, que ditam a idade da 
árvore como também o clima da região onde a árvore habitava, se úmido ou 
seco, abundante ou escasso em alimento. Outros exemplares eram dentes de 
tigre dente de sabre, crânios de hominídeos que antecederam a aparição do 
Homo sapiens, como também crânio de Homo neanderthalensis, hominídeo 
que compartilhou a natureza como o Homo sapiens arcaico, antes do Homo 
sapiens sapiens, os seres humanos modernos. 
17 
 
 
Figura 4: Minerais do museu 
 
Figura 5: Fóssil e dentes de dinossauros 
 
 
18 
 
PONTO 2: Estrada entre Rio Claro e Ferraz 
 
Localização: 23K 0234548 UT 7536196 
Altitude: 584 m 
O ponto, parte da borda nordeste da Bacia sedimentar do Paraná, 
participa da formação sedimentar conhecida como formação Corumbataí. O 
afloramento que catalogamos possuía altura de 2,90 metros, e era formado 
pelas camadas demonstradas abaixo: 
 
Figura 6: Coluna estratigráfica do local 
 
A formação Corumbataí, formada no período Permiano, pertenceu à um 
ambiente fluvial, característica bem representada pelo registro fóssil de 
Bivalves, animais que pertencem à ambientes fluviais. Os fósseis foram 
encontrados na camada de arenito, e a camada de siltito e argilito era estéril 
em relação a fósseis. A maioria dos fósseis eram impressões, tento do molde 
externo quanto do molde interno da concha dos bivalves. 
 
Solo – 40 
centímetros 
Arenito silificado – 50 centímetros 
(Fóssil: Bivalve – Ferrasia 
cardinalis) 
 
Siltito – 2 metros 
Sem fósseis 
Presença de lentes brancas 
de argila 
 
19 
 
 
Figura 7: Estratigrafia com referência 
 
 
Figura 8: Fóssil de bivalve encontrado pelo grupo 
 
20 
 
 
PONTO 3: Parte-cal, distrito de Assistência 
 
Na pedreira parte-cal, encontramos a formação Irati, formação mais 
antiga do que a formação Corumbataí. Nesta formação, encontramos 
intercalações entre depósitos de folhelho betuminoso e calcário, em camadas 
escuras e claras. A formação dessa bacia sedimentar aconteceu durante as 
regressões e crescimento das geleiras, que encobriam completamente os 
corpos hídricos no inverno e regrediam no verão. Os depósitos claros e 
escuros são o reflexo destes ciclos do clima, a deposição de folhelho 
aconteceu durante o inverno, pela morte e deposição de matéria orgânica, 
enquanto que a deposição de calcário aconteceu pela entrada de minerais 
externos trazidos pela chuva ou vento. O ambiente deposicional é marinho raso 
para o calcário, profundo para o depósito de folhelho, o que demonstra que o 
nível do mar que cobria a região era bastante variável. É nesta formação que 
os fósseis de Mesossaurus são encontrados, considerados répteis que 
gostavam de viver em ambientes marinhos rasos. A fossilização se dava por 
substituição por sílica ou de impressão. 
 
Figura 9: Coluna estratigráfica. Formações Corumbataí e Irati 
Formação 
Corumbataí 
Formação Irati 
Intercalação entre folhelho e 
calcário 
Fósseis de Mesossaurus. 
21 
 
 
Figura 10: Estratigrafia com referência 
 
Figura 11: Estratigrafia com referência 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: “Boneca” de silexito encontrada na pedreira 
 
 
22 
 
PONTO 4: Membro Taquaral 
 
No ponto de número 4, formação Irati do membro taquaral, observamos 
exemplares fósseis que recolhemos da porção de siltito arenoso de cor róseo, 
deposição da formação corumbataí. Neste afloramento de siltito arenoso, 
encontramos fósseis de filópodes, pequenos crustáceos ancestrais dos 
camarões, além de pequenas escamas de peixes. A distribuição das camadas 
neste ponto está esquematizada abaixo: 
 
Figura 13: Coluna estratigráfica. Formações Corumbataí e Irati 
 
Formação Irati – 18 
metros 
Solo – 1 metro 
Formação Corumbataí – 4 
metros 
Presença fósseis de Filópodes 
e escamas de peixes 
} 
23 
 
 
Figura 14: Retirada de siltito e fóssil 
 
Figura 15: Fóssil de artrópode e escamas de peixes coletados pelo grupo 
 
 
 
24 
 
Ponto 5: Formação Corumbataí – Rodovia Washington Luiz 
 
Localização:23K0236414; UTM916978 
Altitude: 520m 
Neste ponto observamos a Formação Corumbataí (Permiano), a 
principal litologia dessa formação são os siltitos e argilitos cinza-avermelhados 
e arroxeados.Intercaladas a essas rochas mais finas, ocorrem também lentes 
e camadas de arenitos muito finos. Essa formação é a principal fornecedora da 
matéria-prima para as indústrias do pólo cerâmico da região. As evidências 
sedimentológicas e paleontológicas apontam para ambientes marinhos 
costeiros e pantanosos (principalmente dominados por marés) e eventualmente 
lacustres. O clima da época deveria ser mais quente e seco que aquele que 
reinava na época da geração dos sedimentos da Formação Irati. Lateralmente 
à Formação Corumbataí, podem ser encontrados sedimentos ligeiramente 
diferentes (mais maciços e acinzentados), que os geólogos denominam de 
Formação Serra Alta. 
Neste ponto os fosseis encontrados são escamas de peixes 
(paleonisiformes) de água doce de forma triangular ou polígono, fossilizados 
através do processo de impressão. 
 
 
Figura 16: Formação Corumbataí na Rodovia Washington Luiz 
 
 
 
 
25 
 
Ponto 6: Afloramento das três Eras 
 
Localização: 23K0227045; UTM7522365 
Altitude: 638m 
O nome desse ponto deve-se a visualização de três formações de três 
Eras distintas. 
 
Formação Corumbataí (permiano da Era Paleozoica): De origem 
fluvial, com rochas de coloração arroxeada/avermelhada (siltitos), intercaladas 
com lentes de arenitos muito finos. Segundo Landim (1967), a formação pode 
ser dividida em duas porções: uma inferior, que é constituída por siltitos cinza 
escuros a pretos, argilitos e folhelhos acizentados ou arroxeados, de estrutura 
maciça e exibindo fraturas conchóides; outra superior, com rochas de 
coloração vermelha arroxeada, que caracteriza-se pela intercalação de 
argilitos, siltitos, arenitos finos e coquinas. Schneider et. al. (1974) consideram 
que a porção inferior da formação teria se formado em um ambiente marinho 
de águas calmas, depositado abaixo no nível de ação das ondas. Já a porção 
superior indica uma transição de ambiente marinho profundo para um ambiente 
mais raso e agitado. 
 
Formação Pirambóia (triássico da Era Mesozóica): Essa formação é 
caracterizada pela presença de arenitos finos e médios, com níveis 
conglomeráticos, principalmente na base, de coloração avermelhada, com 
estratificações cruzadas geradas por ventos e correntes aquosas em ambiente 
continentais no isso do Mesozóico. Nessa formação não encontram-se fosseis 
de nenhum tipo. A Formação Pirambóia assenta-se discordantemente sobre a 
Formação Corumbataí. 
 
Formação Rio Claro (Era Cenozóica): É uma formação caracterizada 
pela presença de arenitos imaturos/mal selecionados, de origem fluvial, de alta 
energia, de cor areia café, com esparsas intercalações de lamitos; a porção 
basal apresenta, em geral, nível conglomerático, com seixos arredondados 
predominantemente de quartzitos. Sobrepõe-se, em contato discordante, às 
26 
 
Formações Pirambóia e Corumbataí na região de Rio Claro. É possível 
encontrar alguns fosseis como espinhas de peixes. Pode-se observar grandes 
mudanças climáticas, no meio do Permiano, havia um nível do mar mais alto e 
uma região de marinho raso, onde viviam os dinossauros. Depois no Permiano 
Superior virou a Formação do Corumbataí, onde todo o mar recuou deixando 
uma região de rios próximos do mar, por isso verifica-se grandes quantidades 
de fósseis peixes e bivalves de água doce que caiu na região que o mar 
recuou. Entrando no Triássico, o recuo do mar aumentou e toda a área de rios 
virou uma região de dunas que é a Formação Pirambóia. Na região próxima a 
São Carlos tem-se a Formação Botucatu, região desértica, origem dessa 
unidade está ligada aos desertos que cobriram a região sul/sudeste do Brasil 
ao final do Jurássico/início do Cretáceo. Sendo a principal formadora do 
“Aquífero Guarani”. 
 
Figura 17: Estratigrafia 
 
 
Ponto 7: Afloramento de arenitos e conglomerados da Formação Rio 
Claro (Era Cenozoica – Pleistoceno) 
 
Localização: 23K0227151; UTM7522361 
Altitude: 652m 
Na escala de tempo geológico, o Pleistoceno é 
a época do período Quaternário da era Cenozoica e está compreendida entre 
27 
 
2,588 milhões e 11,7 mil anos atrás, abrangendo o período recente no mundo 
de glaciações repetidas. Sucedendo a um grande intervalo de profundas 
modificações (tectonismo e erosões), no Cenozoico (Terciário e/ou 
Quaternário), deu-se a deposição da Formação Rio Claro. Esta unidade 
repousa em discordância sobre diferentes unidades estratigráficas. As areias 
da Formação Rio Claro são bastante úteis na construção civil e na indústria de 
vidro e de moldes de fundição, havendo grandes explorações. É também 
comum o aproveitamento de água subterrânea nesta formação. 
 
 
Ponto 8: Afloramento de paleo dunas da Formação Pirambóia, compostas 
por arenitos bem selecionados e de grãos foscos com presença de 
grandes estratificações cruzadas (Era Mesozóica – Triássico) = Estrada de 
Ipeuna – Charqueda 
 
Localização: 23K0218364; UTM7511851 
Altitude: 580m 
Figura 18: Afloramento de paleo dunas da Formação Pirambóia 
 
Ponto 9: Visita ao Parque do Varvito em Itu-SP, pertencente a Formação 
Itararé (Carbonífero Superior a Permiano Inferior) = Rocha observada: 
varvito e evidências de depósitos glaciais. Fósseis: icnofósseis (pistas) 
de invertebrados bentônicos aquáticos. 
 
 Coordenadas: 23°16'3"S 47°19'12"W 
 Altitude: 601 m 
28 
 
 
Figura 19: Localização do Parque do Varvito – Itu (SP) 
 
O Parque do Varvito situa-se no município de Itu, estado de São Paulo, 
tendo sido inaugurado em 23 de julho de 1995. Ele se tornou importante para a 
datação geológica e ambiental, é o único monumento que determina esse 
tempo geológico, pois expõe aos visitantes e pesquisadores a sua principal 
rocha, denominada Varvito. 
Varvito é uma rocha sedimentar, formada com sazonamento (variação 
climática), ele é composto por varves, que são as camadas sedimentares com 
1 ano de exposição, intercalando entre uma clara e outra escura, sendo que a 
escura possui lentes de argila silton negra. 
Esta rocha é do Grupo Itararé, da Bacia do Paraná. Sua formação se 
deu há 300m.a., quando ocorreu a grande glaciação, no final do carbonífero 
entrando no permiano. 
No inverno havia o congelamento dos corpos de água, assim o que se 
depositava no fundo do lago eram as argilas ou silte, que são partículas mais 
finas, nesta camada formou-se laminas mais escuras e delgadas, denominadas 
de folhelhos. 
Sendo assim, observa-se que a variação de espessura se da pela 
mudança climática. No verão as camadas são compostas de areia, são mais 
claras, porosas e ásperas, no entanto no inverno são compostas de argila, são 
mais escuras e finas. As duas camadas correspondem a 1 ano, ou seja, 300 
pares de varves correspondem a 300 anos. 
29 
 
As camadas vão tornando-se mais finas conforme vão se aproximando 
da superfície, ou seja, as varves mais recentes são menos espessas que as 
mais antigas. Esse padrão pode ser explicado se considerarmos que, ao longo 
dos anos , a geleira foi recuando, levando uma quantia cada vez menor de 
sedimentos para o lago. 
No varvito há marcas de ondas, que ficaram mais evidentes com a 
presença de vento. 
Foram encontrados nessa rocha microfósseis, muitos icnofósseis, que 
são mais comuns na camada de argila, e organismos bentônicos. 
Os vestígios aparecem na forma de traços finos e alongados, cruzando-
se sobre a camada de sedimentos - geralmente a mais clara, formada durante 
os meses quentes, quando a vida no lago poderia ser mais ativa. São marcas 
deixadas pela movimentação das patas ou corpos dos animais. 
 
 
Figura 20: Vestígios deixados pela movimentação de corpos dos animais30 
 
Ponto 10: Visita ao Parque da Rocha Moutonnée em Salto-SP. Observação 
da rocha granítica que corresponde ao embasamento da Bacia 
Sedimentar do Paraná. Observações da rocha granítica polida e das 
estrias que indicam as movimentações das geleiras no antigo continente 
Gondwana entre 270 e 350 M.a 
 
 Coordenadas: 23º 12’ 35.93" S, 47º 18’ 11.16" W 
 Altitude: 544 m 
 
Figura 21: Localização do Parque da Rocha Mountonnée – Salto (SP) 
 
Descoberta em 1946 a rocha mountonnèe é uma feição criada sobre 
uma superfície rochosa e causada por abrasão glacial, ou seja, pela erosão da 
superfície da rocha pela passagem de uma geleira que erode esta rocha, 
formando um perfil assimétrico, menos inclinada no sentido de movimentação 
da geleira. O nome "Moutonnée" deriva da palavra francesa "mouton" que 
significa carneiro devido a seu formato parcialmente arredondado. É o único 
exemplar conhecido na Bacia do Paraná e foi gerado sobre uma formação de 
granito pela grande glaciação que ocorreu no hemisfério sul durante a Era 
Paleozoica, entre 270 e 350 milhões de anos atrás. 
A datação do granito que compõe a rocha é de 600 milhões de ano e 
ocorre devido a solidificação do magma. É a única evidencia do período de 
glaciação na era paleozoica, pois quando formou geleira, essa passou pelo 
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granito e poliu a rocha deixando marcas que são de aproximadamente 270 
milhões de anos. Após esse período, por volat de 250 milhões de anos ocorreu 
extinções em massa por erupções vulcânicas. Existe apenas mais um 
exemplar desse tipo de rocha que é encontrado na Austrália 
 A descoberta da rocha moutonnée forneceu definitiva evidência a 
favor da origem glacial dos diamictitos e rochas associadas do Subgrupo 
Itararé e sobre o sentido do movimento da geleira neopaleozóica na parte norte 
da Bacia do Paraná. 
 
Figura 22: Rocha Moutonnée 
 
Podemos concluir então que as marcas de glaciação presente no granito 
tem mais idade que os dinossauros e ainda mais velha que os vestígios da 
presença humana que são aproximadamente de 12 mil anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ponto 11: Visita ao Parque e aos Morros do Cuscuzeiro e do Camelo em 
Analândia – SP. Esse morro testemunho possui cerca de 900 metros de 
altura, e desse, por volta de 50 metros são verticais, formados pela 
formação Itaqueri, Botucatu e Serra Geral 
 
 Coordenadas: 22°7'5"S 47°41'41"W 
 Altitude: 900m 
 
As rochas que compõem o Morro do Cuscuzeiro, o arenito, fazem parte de uma 
formação estratigráfica chamada de Formação Botucatu, datada de mais ou 
menos 150 milhões de anos atrás. Nesta época (Jurássico) a América do Sul e 
a África ainda estavam unidas e pelo efeito de continentalidade, a região da 
bacia do Paraná era um imenso deserto de dunas de areia. Essas dunas 
deram origem ao arenito, uma rocha sedimentar onde os grãos tem tamanho 
de areia. Essas dunas são observadas nos perfis, pois a rocha apresenta a 
estratificação cruzada, seguindo a superfície das paleo dunas. 
 
 
Figura 23: Morro do Cuscuzeiro. Formação Botucatu 
 
33 
 
CONCLUSÃO 
 
O trabalho de campo realizado nos permitiu fazer interpretações paleo 
ambientais, conhecer as definições de bacias sedimentares, conhecer registros 
fósseis da Bacia do Paraná, aprender técnicas de trabalho de campo e coleta 
de fósseis, além de conhecer os principais afloramentos de sítios fossilíferos da 
Bacia do Paraná na região de Itapeúna e Piracicaba-SP, acrescentando 
conhecimento prático às referências teóricas obtidas em laboratório e sala de 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
http://3.bp.blogspot.com/YN1chemkU2c/U1ffL8l5QmI/AAAAAAAAADo/P
QxtMxKD3Mo/s1600/Morro+Camelo.JPG acessado em: 15/02/2017 
http://analandia.sp.gov.br/imagens/noticias/vivenciaCarnaval1.jpg 
acessado em: 15/02/2017 
http://ceapla2.rc.unesp.br/atlas/geologia.php acessado em: 14/02/2017 
http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/92931/zaine_je_me_rc
la.pdf?sequence=1 acessado em: 14/02/2017 
http://www.guiadoturista.com.br/wp-
content/uploads/galerias/analandia/morro-do-cuzcuzeiro---leonardo-pallotta.jpg 
acessado em: 15/02/2017 
https://productforums.google.com/forum/#!msg/gec-nature-
science/UGwihIUSvVY/kJlCaBSXr5AJ acessado em: 14/02/2017 
https://www.researchgate.net/profile/Alessandro_Batezelli/publication/28
2026195/figure/fig2/AS:391512140599305@1470355176896/Figura-2-Coluna-
estratigrafica-da-Bacia-do-Parana-na-regiao-de-Rio-Claro-destaque-em.jpg 
acessado em: 14/02/2017 
SCHNEIDER, R. L.; MÜHLMANN, H.; TOMMASI, E.; MEDEIROS, R. A.; 
DAEMON, R. F.; NOGUEIRA, A. A. Revisão estratigráfica da Bacia do Paraná. 
In: Congresso Brasileiro de Geologia, 28., 1974, Porto Alegre. Anais do... São 
Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia, 1974. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
 
Amostra nº 1 
Litologia: Arenito 
Classificação filogenética 
Reino: Animalia 
Filo: Mollusca 
Tipo de fossilização: Molde interno e externo, contra-molde 
Paleoambiente: Marinho raso 
Paleoclima: Tropical 
 
 
Amostra nº 2 
Litologia: Folhelho 
Classificação filogenética 
Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Tipo de fossilização: Substituição e impressão 
Paleoambiente: Marinho raso 
Paleoclima: Tropical 
 
 
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Amostra nº 3 
Litologia: Siltitos 
Classificação filogenética 
Reino: Animalia 
Filo: Arthropoda 
Tipo de fossilização: Impressão 
Paleoambiente: Marinho raso 
Paleoclima: Tropical 
 
Amostra nº 4 
Litologia: Siltitos 
Classificação filogenética 
Reino: Animalia 
Filo: Chordata 
Tipo de fossilização: Impressão 
Paleoambiente: Marinho raso 
Paleoclima: Tropical

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