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Literatura Brasileira do Parnasianismo ao Contemporâneo

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Literatura Brasileira do Parnasianismo ao Contemporâneo
1 Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens são poetas identificados com um movimento artístico cujas características são:
Escolha uma:
a. o jogo de contrastes, o tema da fugacidade da vida e fortes inversões sintáticas.
b. o jogo de sentimentos exacerbados, o alargamento da subjetividade e a ênfase na adjetivação.
c. a espontaneidade coloquial, os temas do cotidiano e o verso livre.
d. a busca da transcendência, a preponderância do símbolo entre as figuras e o cultivo de um vocabulário ligado às sensações.
e. o perfeccionismo formalista, a recuperação dos ideais clássicos e o vocabulário precioso.
2 Assinale a alternativa em que todas as características de estilo são do Simbolismo.
Escolha uma:
a. Hermetismo intencional, alquimia verbal, musicalidade.
b. Complexidade, ressurreição dos valores humanos, materialismo pornográfico.
c. Favor da forma, expressões ousadas, fidelidade nas observações.
d. Impassibilidade, vida descrita objetivamente, ecletismo.
e. Atmosfera de imprecisão, realismo cru, religiosidade.
 3 O ____________ está para o Parnasianismo assim como a _____________ está para o Simbolismo”.
A alternativa que não preenche as lacunas é:
Escolha uma:
a. perfeccionismo métrico / flexibilidade.
b. verso de ouro / dimensão mística.
c. lirismo exacerbado / realidade chã.
d. artesanato da palavra / liturgia.
e. culto da forma / musicalidade.
 
4 Alphonsus de Guimaraens é um poeta identificado com um período literário cujas características são:
Escolha uma:
a. misticismo, amor e morte.
b. análise social de grupos humanos marginalizados e valorização do coletivo.
c. simbologia matemática e musical.
d. mitologia pagã e busca da natureza.
e. exaltação da natureza pátria e do índio.
 
 5 Augusto dos Anjos é autor de um único livro, Eu, editado pela  primeira vez em 1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:
Escolha uma:
a. Revela uma militância político-ideológica que o coloca entre principais poetas brasileiros de veio socialista.
b. Anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inovações técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.
c. Traduz a sua subjetividade pessimista em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário técnico-científico-poético.
d. Foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literárias brasileiras.
e. Foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, entretanto não representou um sucesso de público.
6 Em Os Sertões, de Euclides da Cunha, a natureza:
Escolha uma:
a. 
é cenário desolador, dentro do qual vivem e lutam os homens que podem transformá-la, sem que sejam por ela transformados.
b. 
funciona como contraponto à narração, ressaltando o contaste entre o meio inerte e o homem agressivo;
c. 
é objeto de uma descrição romântica impregnada dos sentimentos humanos do autor;
d. 
é o tema da primeira parte da obra, A Terra, mas não funciona como elemento determinante da ação;
e. 
condiciona o comportamento do homem, de acordo com as concepções do determinismo cientifico de fins do século XIX;
7 Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, é:
Escolha uma:
a. 
a história de um nacionalista fanático que, quixotescamente, tenta resolver sozinho os males sociais de seu tempo.
b. 
o relato das aventuras de um nacionalista ingênuo e fanático que lidera um grupo de oposição no início da República.
c. 
a narrativa da vida e morte de um funcionário humilde conformado com a realidade social do seu tempo.
d. 
uma autobiografia em que a personagem-título expõe sua insatisfação com relação a burocracia carioca.
e. um livro de memórias em que o personagem-título, através de um artifício narrativo, conta as atribulações de sua vida até a hora da morte.
 8 Uma atitude comum caracteriza a postura literária de autores pré-modernistas, a exemplo de Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Pode ela ser definida como:
Escolha uma:
a. aproveitamento estético do que havia de melhor na herança literária brasileira, desde suas primeiras manifestações.
b. pretensão de dar um caráter definitivamente brasileiro à nossa literatura, que julgavam por demais europeizadas.
c. a necessidade de superar, em termos de um programa definido, as estéticas românticas e realistas.
d. uma preocupação com o estudo e com a observação da realidade brasileira.
e. a necessidade de fazer crítica social, já que o realismo havia sido ineficaz nessa matéria.
9 Em 1917, a Pintora Anita Malfatti, recém-chegada do exterior, realizou a primeira exposição modernista. Com influência do cubismo, expressionismo e futurismo, suas obras escandalizaram a sociedade, chamando a atenção de um importante escritor. Em sua coluna no jornal O Estado de São Paulo, ele publicou o famoso texto Paranoia ou mistificação, que serviu como incentivo para a criação da Semana de Arte Moderna, 5 anos depois. Quem foi o autor do artigo?
Escolha uma:
a. Monteiro Lobato
b. Menotti del Picchia
c. Antônio Cândido
d. Nelson Rodrigues
e. Manuel Bandeira
10 O movimento antropofágico, defendido por Oswald de Andrade entre outros, pretendia:
Escolha uma:
a. Fazer com que a antropofagia, tradição nacional, combatesse a gastronomia europeia, principalmente italiana;
b. Valorizar dos hábitos alimentares dos índios caiapós, legítimos representantes da brasilidade;
c. Levar escritores e artistas a reconstruir a cultura brasileira, 'engolindo' tudo que já havia sido feito até então.
d. Assimilar padrões estéticos estrangeiros - sempre os adaptando às características da cultura brasileira
e. Eliminar livros ou obras de arte estrangeiras que desembracassem no Brasil;
11 “Macunaíma”– obra-prima de Mário de Andrade – é um dos livros que melhor representam a produção literária brasileira do presente século. Sua principal característica é:
Escolha uma:
a. Exaltar, de forma especial, a cultura popular regional, particularmente a representativa do Norte e Nordeste brasileiro.
b. Analisar, de modo sistemático, as inúmeras variações sociais e regionais da língua portuguesa no Brasil, destacando em especial o tupi-guarani.
c. Ser um texto em que o autor subverter, na linguagem literária os padrões vigentes, ao fazer conviver, sem respeitar limites geográficos, formas lingüísticas oriundas das mais diversas partes do Brasil.
d. traçar, como no Romantismo, o perfil do índio brasileiro como protótipo das virtudes nacionais.
e. Ser um livro em que se encontram representados os princípios que orientam o movimento modernista de 22, dentre os quais o fundamental é a aproximação da literatura à música
12 “Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes”. (Graciliano Ramos)
Sobre o texto acima, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a. evidencia-se um conflito entre a protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, pois este impede que a cadela possa caçar os preás.
b. quem conta a história é uma das personagens, que tem uma relação íntima com as outras personagens, e, por isso, a maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais.
c. o narrador é observador, pois conta a história de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das ações, como quem observou objetivamente os acontecimentos.
o narrador é observador, pois conta a história de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das ações, como quem observou objetivamente os acontecimentos.
d. há marcas próprias do chamado discurso direto através do qual são reproduzidas as falas das personagens.
e. o narrador é onisciente, isto é, geralmente ele narra a história na terceira pessoa,sabe tudo sobre o enredo e sobre as personagens, inclusive sobre suas emoções, pensamentos mais íntimos, às vezes, até dimensões inconscientes.
 13 Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o poder do lugar. Viver é muito perigoso”.
 
Pelo fragmento acima de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, percebe-se que neste romance, como em outros regionalistas do autor,
Escolha uma:
a. Há um conceito muito restrito de sertão, reduzido a palco de lutas entre bandos de jagunços.
b. A periculosidade da vida das personagens está circunscrita ao meio físico e social em que vivem.
c. Não existe uma região a que geograficamente se possa chamar de sertão: ele é fruto da projeção do inconsciente das personagens.
d. O conflito entre o eu e o mundo se realiza pela interação entre as personagens e o sertão que acaba por ser mítico e metafísico.
e. O sertão é um lugar perigoso, onde os habitantes sofrem as agressões do meio hostil e adverso à sobrevivência humana.
14 Mestre do coro - Vou pidi a Santa Bárbara. Pra ela me ajudá.
Coro -Santa Bárbara que relampuê
Santa Bárbara que relampuá
Esse estribilho é repetido várias vezes, em ritmo cada vez mais rápido, até que Minha Tia surje no alto da ladeira e apregoa num canto sonoro.
Minha Tia - Óia, o ca-ru-ru!
Cessam de repente o canto e o acompanhamento. Os jogadores param de jogar.(...)
Coca (Tira do bolso uma nota e coloca-a sobre o balcão) - Aposto cem.
Galego (Coloca uma nota sobre a de Mestre Coca) - Casado.(...)
Coca - O Galego diz que o padreco não deixa o homem entrar.Eu digo que vai acabar entrando, hoje mesmo, com cruz e tudo.
Galego- Entra nada. Yo conheço esse padre. Moça com vestido decotado no entra nesta igreja. Yo mismo já vi ele parar La missa até que uma turista americana, de calças compridas,se retirasse...
Dias Gomes. O Pagador de promessas. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005, p. 78-9
Tomando por base o excerto da peça O Pagador de Promessas e levando em conta as especificidades da linguagem dramática, avalie as seguintes asserções.
I - O texto dramático, sobretudo na linguagem dos personagens, reproduz, artisticamente, padrões de fala do cotidiano.
II -  O texto dramático, no que diz respeito às rubricas ou marcações de cena, registra a presença da figura autoral.
III -  O texto dramático, ao registrar padrões da fala, tende a se tornar historicamente datado e, consequentemente, prejudicado quanto ao aspecto artístico.
 
Está certo o que se afirma apenas em
Escolha uma:
a.  III
b. II
c. I
d. I e III
e. I e II
15 Provão História 2002, q. 32 - modificada] O Instituto Histórico e Geográfico brasileiro, fundado em 1838, visando a estimular o desenvolvimento do conhecimento histórico no Brasil, propôs como tema de concurso público a questão: como determinar as verdadeiras épocas da história do Brasil, deve ela dividir-se em Antiga ou Moderna ou qual deve ser a sua divisão?
Qualquer que se encarregar de escrever a História do Brasil, país que tanto promete, jamais deverá perder de vista quais os elementos que aí concorreram para o desenvolvimento do homem. São, porém, estes elementos de natureza muito diversa, tendo para a formação do homem convergido de um modo particular três raças, a saber: a de cor de cobre
ou americana, a branca ou caucasiana, e enfim a preta ou etiópica. Do encontro, da mescla, das relações mútuas e mudanças dessas três raças, formou-se a atual população, cuja história por isso mesmo tem um cunho muito particular
(MARTIUS. Como se deve escrever a história do Brasil. 1845, p. 382)
 
O concurso vencido pelo naturalista alemão von Martius, autor do ensaio "Como se deve escrever a história do Brasil", reflete uma preocupação cultural recorrente
Escolha uma:
a. em sustentar a independência do Brasil, demonstrando a ausência de vínculos históricos entre a história local e a europeia.
b. com a particularidade da formação da nacionalidade definida a partir da sua comparação com o modelo da história europeia.
c. em demonstrar a ausência de traços da cultura clássica greco-romana no Brasil, colonizado pelo catolicismo ibérico.
d. com a inserção do Brasil no mundo ocidental e cristão, base do reconhecimento da Independência pelos países europeus.
e. em defender a contribuição dos indígenas e dos negros na constituição da população, minimizando o aporte europeu
16 [ENADE História 2008, q. 33]
Documento I
E, segundo que a mim e a todos pareceu, esta gente não lhes falece outra coisa para ser toda cristã, senão entender-nos, porque assim tomavam aquilo que nos viam fazer, como nós mesmos, por onde nos pareceu a todos que nenhuma idolatria, nem adoração têm. E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais devagar ande, que todos serão tornados ao desejo de Vossa Alteza. E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar, porque já então terão mais conhecimento de nossa fé, pelos dois degredados, que aqui entre eles ficam, os quais, ambos, hoje também comungaram.
Carta de Pero Vaz de Caminha. In: PEREIRA, Paulo Roberto (org). Os três únicos testemunhos do Descobrimento do Brasil. 2a ed. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999. p. 54;57.
Documento II
[...] nenhuma fé têm, nem adoram a algum deus; nenhuma lei guardam ou preceitos, nem têm rei que lha dê e a quem obedeçam, senão é um capitão, mais pera a guerra que pera a paz.
SALVADOR, Frei Vicente do. História do Brasil (1500-1627). Revista por Capistrano de Abreu, Rodolfo Garcia e Frei Venâncio Willeke, OFM. 6 ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1975.
A partir da análise desses documentos conclui-se que, no período compreendido entre a produção do primeiro e do segundo,
Escolha uma:
a. o entendimento dos portugueses acerca das populações indígenas e de seus costumes favoreceu o seu processo de integração pela religião, finalizado no século XVII.
b. a predominância das ações de natureza religiosa, por meio da catequese junto às populações indígenas, preservou sua cultura e impediu que elas fossem escravizadas.
c. os colonizadores empenharam-se em transplantar para o interior das comunidades indígenas as formas de organização da sociedade portuguesa, usando a religião e a presença de europeus entre eles.
d. a Coroa deixou integralmente a cargo da Igreja Católica a responsabilidade pela integração das populações indígenas ao modo de vida europeu, conforme as sugestões dos autores dos documentos.
e. a administração portuguesa no Brasil orientou-se pelas observações dos autores dos documentos e optou pelo isolamento das populações indígenas por considerar que eram inúteis ao processo de colonização.
17 [Provão Letras 1998, q. 26] Compreender Macunaíma é sondar ambas as motivações: a de narrar, que é lúdica e estética; a de interpretar, que é histórica e ideológica. A ponderação acima sobre essa obra de Mário de Andrade sugere que se deve
Escolha uma:
a. acompanhar as peripécias de um herói desconcertante reconhecendo nelas recortes valorativos da cultura nacional.
b. analisar aspectos ideológicos da obra, do mesmo ângulo em que se coloca o autor nos seus manifestos estéticos.
c. subordinar as intenções ideológicas do autor aos limites de expressão das lendas indígenas que inspiram a narrativa.
d. fundir, numa leitura orgânica, o prazer de acompanhar uma fábula e o de reconhecer os ideais estéticos que ela ilustra.
e. reconhecer nesse romance, acima do humor que lhe dá o tom, o projeto político que seu protagonista encarna
18 Enem 2013
 
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.
 
[...]
 
Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Seesta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.
 
Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes.
 
LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro:  Rocco, 1998 (fragmento).
 
A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador
Escolha uma:
a. revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
b. relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.
c. admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas
d. observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.
e. propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção
19 [ENADE Letras 2008, q. 26]
Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espalhados.
Ah que medo de começar e ainda nem sequer sei o nome da moça. Sem falar que a história me desespera por ser simples demais. O que me proponho contar parece fácil e à mão de todos. Mas a sua elaboração é muito difícil. Pois tenho que tornar nítido o que está quase apagado e que mal vejo. Com mãos de dedos duros enlameados apalpar o invisível na própria lama.
(Clarice Lispector. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984, p. 25.)
No trecho do romance A hora da Estrela, de Clarice Lispector, apresenta-se uma concepção do fazer literário, segundo a qual a literatura é
Escolha uma:
a. uma forma de resolver os problemas sociais abordados pelo escritor ao escrever suas histórias.
b. uma forma de, pelo trabalho do escritor, tornar sensível o que não está claramente disponível na realidade.
c. um dom do escritor, que, de forma espontânea e fácil, alcança o indizível e o mistério graças a sua genialidade.
d. um modo mágico de expressão, por meio do qual se de abandona a realidade histórica em favor da pura beleza estética graças à sensibilidade do escritor.
e. o resultado do trabalho árduo do escritor, que transforma histórias complexas em textos simples e interessantes
20 João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado
BANDEIRA, M. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993 (adaptado)
 
Considerando o poema, avalie as afirmações a seguir
A ausência de um sobrenome convencional e de um número no barracão propicia a ampliação de sentidos do poema.
O discurso jornalístico imbricado no discurso poético comprova que a matéria-prima utilizada em ambos pode-se misturar-se
O poema, retomando o registro jornalístico, tem o objetivo de narrar em 3ª pessoa a veracidade de um acontecimento cotidiano nas grandes cidades.
O que caracteriza o poema como tal é o fato de não contemplar todas as perguntas básica da notícia, já que não há um porquê para o fato.
É correto apenas o que se afirma em
Escolha uma:
a. I e III
b. II, III e IV
c. I e II
d. III e IV
e. I, II e IV

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