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Bioquímica I Terça feira: 08/05/18 Teórico - Prática Carboidratos Parte I Carboidratos 1) Conceito: - São substâncias orgânicas polihidroxiladas pertencentes à família dos aldeídos ou cetonas; - São substâncias que através de hidrólise parcial ou total fornecem tais componentes. 2) Fórmula Geral: Cn(H2O)n , n≥ 3 3) Sinônimos: - Hidratos de carbono - Glicídios, glucídios ou glúcides - Açúcares. ►Ocorrência e funções gerais: São amplamente distribuídos nas plantas e nos animais, onde desempenham funções estruturais e metabólicas. Carboidratos Carboidratos 4) Principais propriedades: Solubilidade: os glucides são solúveis em água, mas à medida que aumenta o peso molecular da estrutura glucídica ou é incluído na estrutura substancias não glucídicas, essa solubilidade em água vai diminuindo. Ex: celulose = açúcar de alto peso molecular. Carboidratos 4) Principais propriedades: Sabor: os glucides têm normalmente sabor doce, mas À medida que aumenta o peso molecular, esse sabor doce pode ficar comprometido. Um dos glucides mais doce é a sacarose O amido possui alto peso molecular e tem sabor amargo. • À medida que o amido entra em contato com enzimas digestivas, as ligações vão sendo quebradas e moléculas menores de glucides liberadas onde é possível ter a percepção do sabor doce. Carboidratos Armazenamento: podem ser armazenados principalmente nos músculos e fígado na forma de glicogênio. Fazem parte de processos vitais da célula: cérebro Carboidratos 5) Principais Funções: • São substâncias energéticas = fornecem combustível para a célula ao serem metabolizados. – 1 mol de glicose = 687 kcal – 1 g de glicose = 4 kcal. • São substâncias de reserva = animal e vegetal Carboidratos Carboidratos • São substâncias estruturais: contribuem para a parte estrutural do organismo. – Celulose = glucide responsável por conferir estrutura à célula vegetal Carboidratos • São substâncias estruturais: contribuem para a parte estrutural do organismo. – Quitina = glucide responsável por conferir estrutura à célula e também como defesa para o corpo de alguns animais marinhos (siri, lagosta, camarão) 6) Classificação: – Os glucides são classificados em 3 categorias: • Monossacarídieos ou monoses: Consistem em 1 única molécula de glucide • Oligossacarídios: Consistem em estruturas de dois a dez monossacarídeos • Polissacarídeos: São polímeros de dez, cem ou até milhares de unidades monossacarídicas Carboidratos Monossacarídeos • São os açúcares mais simples que existem e contêm de 3 a 7 átomos de C • Os monossacarídeos dividem-se em Aldoses e Cetoses • São incolores, sólidos cristalinos solúveis em água e insolúveis em solventes apolares. • Não geram carboidratos mais simples por hidrólise. Aldose aldeído cetona Cetose Monossacarídeos • O nome genérico do monossacarídeo é dado baseado no número de carbonos mais a terminação “ose” e/ou prefixo aldo ou ceto: Nº de carbonos Aldose Cetose 3 Triose/ aldotriose Triulose/cetotriose 4 Tetrose/aldotetrose Tetrulose/cetotetrose 5 Pentose/aldopentose Pentulose/cetopentose 6 Hexose/aldohexose Hexulose/cetohexose 7 Heptose/ aldoheptose Heptulose/cetoheptolose 6.1) Isomeria: apresentam: - Isomeria óptica (d/ l) - Isomeria série D/L Monossacarídeos Monossacarídeos • Isomeria óptica enantiômeros Monossacarídeos • A maioria dos glucides encontrados na natureza e no organismos apresentam estereoisômeros da série D • Os D e L-gliceraldeído são os isômeros óticos de referência para todos os monossacarídeos Monossacarídeos • Glucide da série D = identificar o carbono do grupo funcional (aldeído ou cetona), em seguida localizar o Carbono assimétrico mais distante do gr. Funcion. • Se a hidroxila deste carbono assimétrico estiver voltado para a direita é D, se para esquerda é L. Monossacarídeos Monossacarídeos Grupo funcional: carbono carbonílico carbono assimétrico ou quiral Em seres humanos a maioria dos açúcares é do tipo D- açúcares • As aldoses e cetose da série L são imagens especulares de seus correspondentes da série D: Monossacarídeos Monossacarídeos Epímeros • Carboidratos isômeros que diferem na sua configuração ao redor de apenas um determinado átomo de C: EPÍMEROS. *Epímeros em C-2 *Epímeros em C-4 • Ciclização de Haworth: – Algumas aldoses e cetoses não se mantêm estáveis na forma plana. – Serão estáveis em furano ou pirano Monossacarídeos Configurações cíclicas Um anômero é um dos dois estereoisômeros de um sacarídeo cíclico, que diferem apenas na configuração do carbono hemiacetal, também chamado de carbono anomérico. Hemiacetal OH para direita = para baixo OH para esquerda = para cima Carbono anomêrico • É aquele C que passa a ser quiral depois de ocorrer a ciclização da molécula. • Nas aldoses, o C anomérico será o C1 pois o carbono do grupo aldeído encontra se na ponta da estrutura linear da molécula, • Nas cetoses corresponde ao C2 pois o carbono do gruo cetona não está nas pontas da estrutura linear. • Furanose: – Aldopentose: C1-C4 – Cetopentose: C2-C5 Piranose: - Aldohexose: C1-C5 - Cetohexose: C2-C5 Exceção • 1) Xilose = é uma aldopentose (deveria se ciclizar em furano), mas se cicliza em pirano Exceção • 2) Cetohexose = – quando a cetohexose estiver ligada a outros monossacarídeos (conjugada) irá se ciclizar em furano – livre (uma única unidade de cetohexose) cicliza em pirano Vamos treinar 1) Ciclizar a D-glicose – Aldohexose = piranose (C1 C5) • OH anomérica e ponte oxídica do mesmo lado = OH para baixo () • Demais OH = à direita = para baixo = à esquerda = para cima • Carbono terminal = segue denominação, se D – para cima, se L – para baixo Vamos treinar 1) Ciclizar a D-glicose – Aldohexose = piranose (C1 C5) • OH anomérica e ponte oxídica lados opostos = OH para cima () • Demais OH = à direita = para baixo = à esquerda = para cima • Carbono terminal = segue denominação, se D – para cima, se L – para baixo • Façam a ciclização das moléculas abaixo: Vamos treinar Piranose => cadeira Açúcares Redutores • Açúcares redutores são aqueles capazes de reduzir íons metálicos – como prata e cobre – em reações nas quais o açúcar se oxida formando ácidos carboxílicos. • Presença da hidroxila anomérica livre Testes • Identificação de Monoses: – Reação de Benedict (Identificação de Açúcares Redutores): carbono anoméricos (C1 aldoses e C2 cetoses) são susceptíveis de oxidação por agentes oxidantes contendo íons cúpricos (Cu2+) devido a presença de grupos aldeídos ou cetonas livres ou potencialmente livres. • Na reação, os íons cúpricos são reduzidos pela carbonila dos carboidratos a íons cuprosos formando óxido cuproso que tem cor vermelho tijolo. • Reativo de Tollens é uma solução amoniacal de nitrato de prata muito utilizada para diferenciar aldeídos de cetonas. Sua fórmula química é [Ag(NH3)2] OH. Testes • O reativo de Tollens, devido ao alto poder de redução, reage apenas com os aldeídos e não reage com as cetonas. Nessa reação, os aldeídos reduzem o cátion da prata (Ag+) que compõe o reativo. Isso ocasiona a formação de prata metálica que é depositada nas paredes do recipiente. Aplicação • Utilizado na fabricação de espelhos quando é adicionado a glucose, através da deposição da prata no recipiente. Testes • Teste de Seliwanoff: teste químico que permite distinguir aldosesde cetoses. As cetoses sofrem forte desidratação pelo ácido clorídrico originando compostos similares ao furfural. Estes compostos furfúricos formam um complexo colorido pela reação de complexação com o Resorcinol presente em solução. Oligossacarídeos • Açúcares contendo entre 2 a 10 monoses, – Dissacarídeos: sacarose (glic+fru), lactose (glic+galac), maltose (glic+glic) – Trissacarídeos: rafinose (glic+fru+galac) – São unidos por ligações O-glicosídicas: • Ocorre entre as OH das monoses, sempre ocorre a participação de pelo menos uma OH anomérica Ligação O-glicosídica • É uma reação de condensação -D-maltose + Ligação O-glicosídica Resíduos glicosídicos • Após a ligação glicosídica, onde houve a perda de uma molécula de água, as monoses resultantes são denominados resíduos glicosídicos. Principais Oligossacarídeos 1) Maltose – Dissacarídeo constituído de 2 resíduos de glicose, – Obtidas no reino vegetal pela hidrólise do amido – No intestino são hidrolisadas pela maltase – Ligação do tipo (1 4) – Açúcar redutor -maltose -maltose Principais Oligossacarídeos 2) Isomaltose – Dissacarídeo constituído de 2 resíduos de glicose, – Obtidas no reino vegetal pela hidrólise do amido – No intestino hidrolisada pela isomaltase – Ligação do tipo (1 6) – Açúcar redutor -isomaltose Principais Oligossacarídeos 3) Lactose – Dissacarídeo constituído de resíduo de galactose e glicose. – Fonte é o leite – No intestino hidrolisada pela lactase – Ligação do tipo (1 4) – Açúcar redutor Gordura Proteína Lactose Cinzas Extrato seco Mulher 4,5 1,1 6,8 0,2 12,6 Vaca 4,0 3,6 5,0 0,7 13,3 Ovelha 6,3 5,5 4,6 0,9 17,3 Cabra 4,1 4,2 4,6 0,8 13,7 Canguru 2,1 6,2 Traços 1,2 9,5 Foca 53,2 11,2 2,6 0,7 67,7 Coelha 12,2 10,4 1,8 2,0 26,4 COMPOSIÇÃO DO LEITE (%) EM DIFERENTES ESPÉCIES Patologias associadas ao leite • Intolerância à lactose: é a condição que se refere aos sintomas decorrentes da má digestão da lactose. – Quando esta deficiência se verifica, a lactose permanece “inteira” no intestino sem ser absorvida para a corrente sanguínea, o que pode provocar a drenagem de água para o lúmen intestinal, que por sua vez resulta em diarreia. – Simultaneamente, a lactose inteira é fermentada por bactérias da flora intestinal do intestino grosso que produzem gás e ácidos orgânicos, podendo gerar sintomas de dor, inchaço e flatulência, distensão abdominal, náuseas e vômitos. Patologias associadas ao leite • Existem três tipos de intolerância à lactose: – Intolerância à lactose primária: resultado do envelhecimento. É comum em pessoas de idade mais avançada - declínio na produção de lactase – Intolerância à lactose secundária: resultado de alguma doença ou ferimento - deixa de produzir a quantidade normal de lactase por causa de alguma doença, cirurgia ou injúria – Intolerância à lactose congênita: quando a pessoa já nasceu com o problema - herança autossômica recessiva, passada de geração em geração. Tanto o pai quanto a mãe precisam transmitir o gene da intolerância à lactose para o filho para que ele apresente o problema Patologias associadas ao leite • Alergia ao leite: patologia em que ocorre uma reação alérgica (reação imune) às proteínas do leite. – Genética: A influência genética / familiar é o fator mais associado ao desenvolvimento da alergia. Filhos de pais alérgicos possuem 75% de chances de desenvolvê-la. – Hipótese da higiene: essa hipótese tem sido considerada uma das possíveis causas do aumento das alergias alimentares, pois os hábitos de limpeza, as vacinas e os antibióticos tornam as pessoas menos expostas a infecções, acarretando alterações no sistema de defesa e aumentando as chances de desenvolver alergias. – Exposição precoce às proteínas do leite: ao nascer, o intestino e o sistema de defesa do bebê ainda estão terminando de se formar, ou seja, “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos e a defender o organismo contra substâncias nocivas. Patologias associadas ao leite • Galactosemia: disfunção genética por deficiência da enzima usada no metabolismo da galactose. • A doença é genética, e por isso, não há cura • É muito comum que os sintomas surjam ainda quando o bebê for recém-nascido. Isso ocorre por conta do leite materno, ou pela alimentação que contenha leite bovino ou derivados dele. • Os principais sintomas da doença são: – Convulsão; – Irritabilidade; – Letargia; – Ânsia e vômitos; – Insuficiência no ganho de peso. Teste do pezinho Principais Oligossacarídeos 4) Sacarose – Dissacarídeo constituído de resíduo de glicose e frutose – Fontes: cana de açúcar e beterraba – No intestino hidrolisada pela sacarase – Conhecido como açúcar de mesa – Ligação do tipo 1- 2 – Açúcar não redutor Glicose = OH anomérica na posição Frutose = OH anomérica na posição Principais Oligossacarídeos 3) Sacarose – Em função de ser não redutor, tem ação conservadora – Hidrólise da sacarose: forma glicose e frutose (redutores) – O açúcar invertido consiste em um xarope quimicamente produzido a partir da sacarose – Para obter o açúcar invertido é necessário aquecer a sacarose na presença de água para ocorrer a hidrólise do açúcar. Esse procedimento provoca a quebra da sacarose em dois açúcares que formam a sua molécula: glicose e frutose. – Quando esta reação ocorre com a adição de um ácido e catalisadores, surge uma espécie de xarope que foi batizado de açúcar invertido. • Em comparação com o seu precursor, a sacarose, o açúcar invertido é extremamente doce e seus produtos tendem a reter a umidade e são menos propensos a cristalização. • O termo invertido decorre de uma característica física da sacarose, que se altera durante o processo de hidrólise: originalmente, a sacarose é uma molécula dextrógira. Após o processamento de inversão, a glicose (D, +) e a frutose (L, -) resultantes têm a propriedade conjunta levógera. • O açúcar invertido, na forma em que é comercializado, possui uma taxa de 60% de inversão e uma concentração em torno de 76 oBrix. • É na verdade uma mistura, em solução concentrada de 40% de sacarose, 30% de glicose e 30% de frutose. 3) Sacarose – Açúcar invertido • Substância produzida pelas abelhas para proteção das colméias contra microrganismos. • Do ponto de vista dietético, é muito superior a qualquer outra fonte de açucares, especialmente aqueles méis mais ricos no mais nobre dos açucares, a frutose. • A frutose é cerca de 100 vezes menos calórica que a sacarose - poder edulcificante praticamente igual. • O mel de girasol contém mais de 70% de frutose, o que o torna uma excelente alternativa para pessoas em dietas de emagrecimento, diabéticos e pessoas com risco de desenvolver doenças endocrinológicas. MEL Principais Oligossacarídeos 5) Trealose – Dissacarídeo de importância para o metabolismo de leveduras e insetos. – Hidrolisada pela trealase – Constituída de unidades de glicose em ligações do tipo: • 1 1, 1 1, 1 1 – Açúcar não redutor 1 1-trealose 1 1-trealose 1 1-trealose
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