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Ação de indenização - dano moral do nascituro e dano material dos valores gastos com reconhecimento de paternidade

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Suponhamos que um rapaz morre num acidente de trabalho, dois meses antes do nascimento 
do filho. Sua cônjuge entra com uma ação de indenização que é julgada procedente e a empresa 
arca com todas as despesas corretamente. 
 
Vinte anos depois, o filho que não havia nascido entra com uma ação de indenização e solicita 
o ressarcimento dos valores gastos com o recolhimento de documentos, bem como com 
advogado, para lograr êxito na ação de reconhecimento de paternidade anteriormente ajuizada. 
 
No que tange ao dano moral do nascituro, sabe-se que há uma “pacificação” que versa sobre o 
dever de indenizá-lo. No Tribunal de Justiça de São Paulo foi possível a constatação de acórdão 
que negou a indenização ao nascituro, sob alegação de que este não poderia sofrer por algo que 
nem sequer adquiriu, conforme segue: 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO 
FATAL. DANOS MATERIAIS E MORAIS. NASCITURO. MORTE DO 
GENITOR. Semoventes bovinos na pista de rolamento. 
Responsabilidade objetiva dos proprietários dos animais e da 
pessoa jurídica responsável pela manutenção e conservação 
da estrada. Danos morais. Nascituro. Inexistência. Ausência 
de sofrimento anímico e violação aos direitos da 
personalidade daquele que sequer a havia adquirido. Juros de 
mora. Condenação da Fazenda Pública. Percentual de 0,5% ao 
mês até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/09. Artigo 1-F da 
Lei nº 9.494/97. Sucumbência recíproca. RECURSOS DOS RÉUS 
PARCIALMENTE PROVIDOS. 
“Prosseguindo na análise das razões recursais, a alegação de 
que não restaram comprovados os danos morais sofridos pela 
Autora merece acolhimento, tendo em vista que a Autora veio 
a nascer pouco mais de três meses após o evento danoso. 
É certo que o dano moral caracteriza-se pela ofensa aos direitos 
da personalidade, entretanto, “A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a 
concepção, os direitos do nascituro.” 
Ora, se à data do sinistro, a Autora não havia nascido, e portanto 
não havia adquirido personalidade civil, não há que se falar em 
ofensa aos seus direitos da personalidade em decorrência da 
morte de seu genitor antes mesmo do nascimento. 
Ademais, cuida-se de lesão anímica que não poderia ser sofrida 
pela Autora, uma vez que o dano consumou-se antes mesmo 
de seu nascimento. Portanto, a Autora não faz jus à 
indenização por danos morais, que deve ser afastada no caso 
em exame.” 
 
(TJ-SP - APL: 00043776620108260615 SP 0004377-
66.2010.8.26.0615, Relator: Berenice Marcondes Cesar, Data 
de Julgamento: 21/10/2014, 28ª Câmara de Direito Privado, 
Data de Publicação: 29/10/2014) 
 
Acerca das despesas arcadas para o ajuizamento da ação de reconhecimento de paternidade e 
os gastos com advogado, não foi possível encontrar acórdãos tão específicos. Porém, foi possível 
verificar o seguinte acórdão no Tribunal de Justiça do Paraná, no qual consigna que a 
contratação de advogado particular pela parte é ato voluntário, conforme a seguir exposto: 
 
Apelação cível. Ação declaratória de inexistência de débito e 
inexigibilidade de título c/c indenização por danos materiais e 
morais e cancelamento de protesto. Duplicata. Protesto 
indevido. Dever de indenizar configurado. Dano moral. 
Prova.Dispensa. Recurso adesivo. Danos materiais pela 
contratação de advogado. Inocorrência. Danos morais. 
Manutenção do quantum indenizatório.Recurso de apelação 
desprovido.Recurso adesivo desprovido. 1. O dano moral 
decorrente de protesto indevido de título é presumível. 2. Em 
relação aos gastos da autora, para intentar a demanda, os 
mesmos não podem ser tidos como danos materiais, tendo 
em vista que a contratação de advogado particular pela parte 
é ato voluntário seu, podendo, em caso de ausência de 
condições financeiras, procurar a assistência da Defensoria 
Pública. 3. O quantum indenizatório há de se pautar no caráter 
pedagógico e compensatório da condenação, observados a 
conduta do ofensor, o grau da lesão, a situação econômico-
financeira e social das partes litigantes, além dos princípios da 
razoabilidade e proporcionalidade. (TJPR - 16ª C.Cível - AC - 
1515685-7 - Toledo - Rel.: Hélio Henrique Lopes Fernandes 
Lima - Unânime - - J. 26.10.2016) 
(TJ-PR - APL: 15156857 PR 1515685-7 (Acórdão), Relator: Hélio 
Henrique Lopes Fernandes Lima, Data de Julgamento: 
26/10/2016, 16ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ: 1930 
28/11/2016) 
No mesmo sentido, os honorários decorrentes de contratos firmados pela parte e seu 
procurador não enseja o direito de indenização por dano material: 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS. INCLUSÃO NO 
VALOR DA INDENIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE 
DANO INDENIZÁVEL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA REJEITADOS. 
1. "A contratação de advogados para defesa judicial de 
interesses da parte não enseja, por si só, dano material 
passível de indenização, porque inerente ao exercício regular 
dos direitos constitucionais de contraditório, ampla defesa e 
acesso à Justiça" (AgRg no AREsp 516277/SP, QUARTA TURMA, 
Relator Ministro MARCO BUZZI, DJe de 04/09/2014). 2. No 
mesmo sentido: EREsp 1155527/MS, SEGUNDA SEÇÃO, Rel. 
Ministro SIDNEI BENETI, DJe de 28/06/2012; AgRg no REsp 
1.229.482/RJ, TERCEIRA TURMA, Rel. Ministro PAULO DE TARSO 
SANSEVERINO, DJe de 23/11/2012; AgRg no AREsp 430399/RS, 
QUARTA TURMA, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, DJe de 
19/12/2014; AgRg no AREsp 477296/RS, QUARTA TURMA, Rel. 
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, DJe de 02/02/2015; e 
AgRg no REsp 1481534/SP, QUARTA TURMA, Rel. Ministra 
MARIA ISABEL GALLOTTI, DJe de 26/08/2015. 3. A Lei n.º 
8.906/94 e o Código de Ética e Disciplina da OAB, 
respectivamente, nos arts. 22 e 35, § 1.º, prevêem as espécies 
de honorários de advogado: os honorários 
contratuais/convencionais e os sucumbenciais. 4. Cabe ao 
perdedor da ação arcar com os honorários de advogado 
fixados pelo Juízo em decorrência da sucumbência (Código de 
Processo Civil de 1973, art. 20, e Novo Código de Processo Civil, 
art. 85), e não os honorários decorrentes de contratos firmados 
pela parte contrária e seu procurador, em circunstâncias 
particulares totalmente alheias à vontade do condenado. 5. 
Embargos de divergência rejeitados. 
 
(STJ - EREsp: 1507864 RS 2014/0334443-6, Relator: Ministra 
LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 20/04/2016, CE - CORTE 
ESPECIAL, Data de Publicação: DJe 11/05/2016) 
 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 834.417 - DF 
(2015/0324415-4) RELATOR: MINISTRO ANTONIO CARLOS 
FERREIRA AGRAVANTE: MB ENGENHARIA SPE 003 S/A 
AGRAVANTE: BROOKFIELD CENTRO-OESTE 
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S.A ADVOGADO: WENDEL 
RANGEL VAZ COSTA E OUTRO (S) - DF038936 AGRAVADO: 
ANDRE LUIZ MARQUES CRUZ ADVOGADO: SANDRO PONTUAL 
BROTHERHOOD - DF028790 
Trata-se de agravo nos próprios autos (CPC/1973, art. 544) 
contra decisão que inadmitiu o recurso especial (e-STJ fls. 
481/484) em virtude da incidência das Súmulas n. 5 e 7 do STJ. 
O acórdão do TJDFT traz a seguinte ementa (e-STJ fls. 415/417): 
"PROCESSUAL CIVIL, CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO C/C RESCISÃO CONTRATUAL. CONTRATO DE 
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL ADQUIRIDO NA 
PLANTA. PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA. 
JULGAMENTO EXTRA PETITA. REFORMA DO DECISUM. 
INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CÓDIGO DE DEFESA DO 
CONSUMIDOR. INADIMPLEMENTO CONTRATUAL NA ENTREGA 
DO BEM. ALEGAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE FORÇA MAIOR. RISCO 
DA ATIVIDADE. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE NÃO 
EVIDENCIADA. MULTA CONTRATUAL. INCIDÊNCIA. LUCROS 
CESSANTES. PREVISÃO CONTRATUAL DE MULTA. NATUREZA 
COMPENSATÓRIA. CUMULAÇÃO. INCONCILIÁVEL. DANOS 
MATERIAIS. DESPESAS COM A CONTRATAÇÃO DE ADVOGADO. 
NÃO CABIMENTO. DANOS MORAIS. AUSÊNCIA. 1. Ainda que a 
r. sentença tenha incorrido em julgamento extra petita ao 
proceder à nulidade do contrato, quando ausente pedido neste 
sentido, pretendendoo Recorrente, nesta sede recursal, que se 
examine seu pedido de rescisão contratual, eventual 
acolhimento deste pleito importará a reforma da r. sentença, o 
que impõe que se afaste o pedido de nulidade do decisum. 2. A 
relação jurídica estabelecida por contrato de promessa de 
compra e venda de bem imóvel entre as empresas 
construtoras/incorporadoras do empreendimento e o futuro 
proprietário do imóvel é de consumo, pois se amolda aos 
requisitos qualificadores de tal relação, expostos nos arts. 1º a 
3º da Lei nº 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor). 3. As 
questões alegadas como caso fortuito ou força maior, como as 
exigências de órgão da Força Aérea do Brasil em relação à altura 
dos edifícios, por se encontrarem localizados em rota de pousos 
e decolagens do aeroporto JK, bem como atraso imputado à 
Administração Pública, relacionam-se com os riscos do próprio 
negócio da empresa do ramo da construção civil, que envolve a 
regularização das unidades, não evidenciando, dessarte, 
hipótese de excludente de responsabilidade pelo 
descumprimento na entrega do imóvel. 4. Comprovada a 
responsabilidade pelo inadimplemento do contrato em relação 
à entrega do bem objeto de contrato de promessa de compra e 
venda de imóvel, inclusive, após o cômputo do prazo de 
tolerância de 180 (cento e oitenta) dias, deve o responsável 
arcar com os danos causados ao Consumidor. 5. O 
inadimplemento do contrato por culpa da 
Construtora/Incorporadora autoriza a cobrança da multa 
compensatória prevista em contrato. 6. A possibilidade de 
cumulação de lucros cessantes com multa contratual é tolerada 
quando se verifica o atraso na entrega de imóvel adquirido na 
planta, sem justificativa plausível, em que há a manutenção do 
contrato e não a sua rescisão, sobretudo, porque a cláusula 
penal contratual fixada para a rescisão já ostenta a natureza 
compensatória, sendo, no caso, inconciliável com os lucros 
cessantes. Precedentes deste e. TJDFT. 7. Descabe o 
ressarcimento por danos materiais pela contratação de 
advogado, pois o referido pacto vincula apenas o causídico e o 
seu cliente. 
[...] 
Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo em recurso 
especial. Publique-se e intimem-se. Brasília, 20 de fevereiro de 
2017. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator 
 
(STJ - AREsp: 834417 DF 2015/0324415-4, Relator: Ministro 
ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de Publicação: DJ 
01/03/2017) 
 
Ademais, somente cabe o ressarcimento de honorários pagos a advogado referente a 
providências extrajudiciais: 
 
Prestação de serviços. Telefonia. Ação de indenização por 
danos materiais. Improcedente. Despesas com honorários 
advocatícios contratuais. Ausência de recibo ou outro 
documento assinado pelos contratantes. Ademais, consoante 
entendimento do STJ, somente é cabível o ressarcimento de 
honorários contratuais eventualmente pagos a advogado 
para a adoção de providências extrajudiciais. Sentença 
mantida. Recurso não provido 
 
(TJ-SP - APL: 10039195220158260196 SP 1003919-
52.2015.8.26.0196, Relator: Cesar Lacerda, Data de 
Julgamento: 24/04/2017, 26ª Câmara Extraordinária de Direito 
Privado, Data de Publicação: 27/04/2017) 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.476.365 - SC (2014/0213732-2) 
RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO 
RECORRENTE: VALMIR PEREIRA VELHO ADVOGADOS : BRÁS 
RICARDO COLOMBO - SC013048 VILSON LAUDELINO PEDROSA 
- RS056396 RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO 
SOCIAL ADVOGADO : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF - 
PR000000F DECISÃO PROCESSO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO 
ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PRETENSÃO DE 
RESSARCIMENTO DOS HONORÁRIOS CONTRATUAIS. ATO 
ILÍCITO NÃO CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 
RECURSO ESPECIAL DO SEGURADO A QUE SE NEGA 
PROVIMENTO. 1. Trata-se de Recurso Especial, interposto com 
fundamento nas alíneas a e c, contra acórdão do Tribunal 
Regional Federal da 4a. Região, assim ementado: 
ADMINISTRATIVO. DANOS MATERIAIS. PRETENSÃO DE REAVER 
OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONTRATUAIS PAGOS PARA 
O AJUIZAMENTO DE DEMANDA PREVIDENCIÁRIA. 
IMPROCEDÊNCIA[...]. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO 
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. DANOS MATERIAIS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
CONTRATUAIS. RESSARCIMENTO. INADMISSIBILIDADE. 1. Os 
custos decorrentes da contratação de advogado para o 
ajuizamento de ação, por si só, não são indenizáveis, sob 
pena de atribuir ilicitude a qualquer pretensão questionada 
judicialmente. A atuação judicial na defesa de interesses das 
partes é inerente ao exercício regular de direitos 
constitucionais, como o contraditório, a ampla defesa e o 
amplo acesso à Justiça. 2. Agravo regimental não provido 
(AgRg no AgRg no REsp. 1.478.820/SP, Rel. Min. RICARDO 
VILLAS BÔAS CUEVA, DJe 19.4.2016). ² ² ² PROCESSUAL CIVIL. 
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. HONORÁRIOS CONTRATUAIS. 
INCLUSÃO NA INDENIZAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. 1. Os honorários advocatícios contratuais 
não integram os valores devidos a título de reparação por 
perdas e danos, conforme o disposto nos arts. 389, 395 e 404 
do Código Civil de 2002. [...] Embargos de Divergência 
improvidos (EREsp. 1.155.527/MG, Rel. Min. SIDNEI BENETI, 
DJe 28.6.2012s 8. Ante o exposto, nega-se provimento ao 
Recurso Especial. 9. Publique-se. 10. Intimações necessárias. 
Brasília (DF), 18 de junho de 2018. NAPOLEÃO NUNES MAIA 
FILHO MINISTRO RELATOR 
(STJ - REsp: 1476365 SC 2014/0213732-2, Relator: Ministro 
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data de Publicação: DJ 
21/06/2018) 
Por fim, conforme acórdão abaixo, entende-se não ser cabível o ressarcimento de despesas 
realizadas com o exame de DNA pois caracteriza-se mero exercício do direito de ação: 
 
INDENIZAÇÃO. UNIÃO ESTÁVEL. FALSA PATERNIDADE 
BIOLÓGICA. DANO MATERIAL. ALUGUEL E CONDOMÍNIO DA 
MORADIA DO CASAL. PLANOS DE SAÚDE. MENSALIDADE 
ESCOLAR. DESPESAS MÉDICAS. MÓVEIS INFANTIS. EXAME DE 
DNA. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. DANO MORAL. DEVER DE 
LEALDADE E RESPEITO NA UNIÃO ESTÁVEL. VIOLAÇÃO A 
DIREITO DE PERSONALIDADE. I - AS P ARTES VIVERAM EM 
UNIÃO ESTÁVEL POR DOIS ANOS E A CRIANÇA NASCEU NO 
PERÍODO DA CONVIVÊNCIA. APÓS O FIM DA UNIÃO ESTÁVEL, 
EXAME DE DNA COMPROVOU A FALSA PATERNIDADE 
BIOLÓGICA ATRIBUÍDA AO AUTOR. II - IMPROCEDE A 
CONDENAÇÃO AO RESSARCIMENTO PELOS GASTOS 
EFETUADOS NA VIDA EM UNIÃO ESTÁVEL, TAIS COMO O 
PAGAMENTO DE ALUGUEL E CONDOMÍNIO DA MORADIA DO 
CASAL, COMPRA DE ROUPAS E SAPATOS PARA A RÉ, PORQUE 
MOTIVADOS POR VALORES SENTIMENTAIS QUE AFASTAM AS 
ALEGAÇÕES DE DANOS EMERGENTES OU ENRIQUECIMENTO 
ILÍCITO. III - HÁ DEVER DE RESSARCIR OS GASTOS 
EMPREENDIDOS COM A MENOR PORQUE DECORRENTES DE 
PATERNIDADE IMPUTADA DE MÁ-FÉ PELA APELADA-RÉ AO 
APELANTE-AUTOR. IV - NÃO PROCEDE PEDIDO DE 
RESSARCIMENTO DOS VALORES GASTOS COM O EXAME DE 
DNA E COM OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PELO A 
JUIZAMENTO DE AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE, 
PORQUANTO CONFIGURA-SE EXERCÍCIO DO DIREITO DE 
AÇÃO. V - HÁ DANO MORAL NA OMISSÃO DA VERDADEIRA 
PATERNIDADE DA FILHA E FORAM VIOLADOS OS DIREITOS DE 
LEALDADE E RESPEITO EXIGIDOS DOS COMPANHEIROS EM 
UNIÃO ESTÁVEL. ART. 1.724 DO CC/02. DEMONSTRADA A 
LESÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DO AUTOR, UMA 
VEZ QUE EXPERIMENTOU CONSTRANGIMENTOS QUE 
EXTRAPOLAM A FRUSTRAÇÃO DO FIM DA UNIÃO ESTÁVEL, 
POIS FOI OFENDIDO EM SUA HONRA BEM COMO HUMILHADO 
DIANTE DE SEUS FAMILIARES, AMIGOS E COLEGAS DE 
PROFISSÃO, EM RAZÃO DA VERDADE REVELADA. VI - A 
VALORAÇÃO DA COMPENSAÇÃO MORAL DEVE OBSERVAR O 
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE, A GRAVIDADE E A 
REPERCUSSÃO DOS FATOS, A INTENSIDADE E OS EFEITOS DA 
LESÃO. VII - APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE 
PROVIDA. 
(TJ-DF - APL: 519579520058070001 DF 0051957-
95.2005.807.0001, Relator: VERA ANDRIGHI, Data de 
Julgamento: 09/05/2012, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: 
31/05/2012, DJ-e Pág. 154)